motivos da tentativa de suicídio expressos por homens ... - UFSM

socioculturais, o homem apresenta dificuldades para expor suas fragilidades e isso
consequentemente colabora para o aumento da mortalidade e agravos a saúde, uma vez que
dificilmente esse irá desenvolver cuidados preventivos (SCHRAIBER; GOMES; COUTO,
2005).
Assim, podemos inferir que a cultura representa grandes estímulos e ações durante
todo processo de viver (BUDÓ et al., 2007). Nesse sentido, a trajetória cultural trazida, ao
longo das décadas, reflete diretamente na saúde dos homens acarretando em dados
epidemiológicos negativos.
Dentre outros aspectos característicos de alguns homens, pode-se destacar a
dificuldade da aquisição de bons hábitos alimentares, cuidar de si e preocupar-se com a
qualidade de vida. Precisa-se levar em consideração ao prestar a assistência aos homens no
geral e aqueles que apresentam predisposição ao suicídio, todo o processo histórico, social e
cultural que engloba essa população, pois questões de gênero ainda estão fortemente
enraizadas. Nesta perspectiva, o gênero é a forma pela qual as capacidades reprodutivas e as
diferenças sexuais dos corpos humanos são trazidas para a prática social e tornadas parte desse
processo histórico (CONNEL, 1995).
O reconhecimento e o entendimento de que gênero é algo que vai se construindo e que
é um produto histórico, torna-se imprescindível para se compreender que é possível modificar
determinados comportamentos (PASCHOALICK; LACERDA; CENTA, 2006). Salienta-se
que para prestar assistência qualificada a essa parcela da população é necessário, também,
profissionais instrumentalizados para lidar com as peculiaridades desses indivíduos. A
assistência à população masculina não necessita ser afastada daquela que é oferecida a outras
populações, porém, entende-se que é relevante os homens terem atendidas as suas
especificidades.
Desse modo, as estratégias de atenção, desenvolvidas nos cenários da saúde, são
fatores que podem ser utilizados para uma maior aproximação entre os saberes, facilitando que
assim possam ser entendidas e respeitadas as questões que abarcam a vida dos indivíduos do
sexo masculino. É importante que os profissionais de saúde reflitam sobre os aspectos de
gênero que poderão contribuir para o suicídio. Para isso, a prevenção do suicídio necessita
estar pautada no conhecimento dos fatores de risco.
Ao tomar como base o referencial de saúde pública para as doenças crônicas, é
possível dividir os fatores de risco em três grupos (MELEIRO et al., 2004): constitucionais e
hereditários, não passíveis de intervenção, como idade, sexo, história familiar, genética;
condições endógenas passíveis de serem controladas, como doenças físicas e mentais, em
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