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motivos da tentativa de suicídio expressos por homens ... - UFSM

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consciência (SCHÜTZ, 2003). Para Schütz, o ser humano é nascido em um mundo social e<br />

vive nele sua existência cotidiana, experimenta-o como construído em volta do lugar que<br />

ocupa nele, aberto a sua interpretação e ação, mas sempre com referência a sua situação<br />

biográfica <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> (CAMATTA et al., 2008).<br />

A correlação entre sujeito e mundo social é essencial, e é nesse mundo social que os<br />

<strong>homens</strong> em sofrimento psíquico pelo uso <strong>de</strong> álcool e outras drogas convivem, estabelecem<br />

relações com seus pares, familiares, vizinhos, amigos, contem<strong>por</strong>âneos; estabelecem trocas<br />

intersubjetivas, constituem grupos sociais, e são movidos <strong>por</strong> <strong>motivos</strong> pragmáticos que<br />

orientam suas condutas, ações e trabalho.<br />

A conduta refere-se a todos os tipos <strong>de</strong> experiências espontâneas subjetivamente<br />

significativas, sejam aquelas que se passam internamente, como as que acontecem no mundo<br />

exterior. Uma conduta que é prevista, ou seja, basea<strong>da</strong> em um projeto preconcebido, <strong>de</strong>ve ser<br />

chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> ação, seja ela aberta ou encoberta. No que se refere a esse último caso, é preciso<br />

<strong>de</strong>finir se existe ou não no projeto uma intenção <strong>de</strong> realmente realizá-lo, isto é <strong>de</strong> tornar real o<br />

estado <strong>de</strong> coisas projetado. Tal intenção transforma a simples previsão em um objetivo, e o<br />

projeto em um propósito (SCHÜTZ, 2012).<br />

O trabalho é uma ação no mundo externo, basea<strong>da</strong> em um projeto e caracteriza<strong>da</strong> pela<br />

intenção <strong>de</strong> realizar o estado o estado <strong>de</strong> coisas projetado mediante movimentos cor<strong>por</strong>ais.<br />

Dentre to<strong>da</strong>s as formas <strong>de</strong> espontanei<strong>da</strong><strong>de</strong> menciona<strong>da</strong>s, a do trabalho é a mais im<strong>por</strong>tante<br />

para a constituição do mundo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cotidiana (SCHÜTZ, 2012).<br />

Ao aproximarmos estes três conceitos <strong>de</strong> conduta, ação e trabalho po<strong>de</strong>mos relacionar<br />

com a <strong>tentativa</strong> <strong>de</strong> <strong>suicídio</strong> realiza<strong>da</strong> pelos <strong>homens</strong> pesquisados. Estes foram acumulando suas<br />

experiências internas e aproximando com as que aconteceram no mundo exterior, como isso,<br />

po<strong>de</strong>mos dizer que a i<strong>de</strong>ação suici<strong>da</strong> foi se formando na consciência, em que os <strong>homens</strong><br />

foram tomando a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> tentar se suici<strong>da</strong>r ou não. O projeto <strong>de</strong> <strong>suicídio</strong> só po<strong>de</strong> ser<br />

concretizado <strong>por</strong> meio dos movimentos cor<strong>por</strong>ais, em que o uso do corpo expressa a ação no<br />

mundo externo, no caso, o trabalho foi a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>finitiva <strong>da</strong> ação <strong>de</strong> tentar <strong>suicídio</strong> pelos<br />

<strong>homens</strong> em questão.<br />

Conforme Schütz, vivemos em um mundo cotidiano, on<strong>de</strong> as nossas ações e intenções<br />

indicam um mundo subjetivo. Esse mundo cotidiano representa o mundo <strong>de</strong> todos nós, espaço<br />

que nossas comunicações e relacionamentos ocorrem tanto com nossos antecessores como<br />

com os sucessores (POPIM; BOEMER, 2005). Dessa forma, o mundo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, também<br />

<strong>de</strong>nominado o mundo do senso comum, é a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver o mundo subjetivo<br />

experienciado pelos <strong>homens</strong> (TOCANTINS; SOUZA, 1997).<br />

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