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motivos da tentativa de suicídio expressos por homens ... - UFSM

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Os <strong>motivos</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> sujeito são <strong>expressos</strong> em ações quando se dirige a outro, e este, do<br />

mesmo modo, se re<strong>por</strong>ta com uma ação, o que Schütz <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> relação social. O<br />

estabelecimento <strong>de</strong> uma relação social acontece quando um sujeito compartilha com o<br />

semelhante um ambiente comum ou quando está orientado para um contem<strong>por</strong>âneo. Dessa<br />

maneira, é possível experienciar o outro <strong>de</strong> forma direta, numa situação <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> face a<br />

face (CAMATTA et al., 2008).<br />

A situação face a face é constituí<strong>da</strong> do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> um participante <strong>de</strong>la. Para se<br />

tornar consciente <strong>de</strong> tal situação o participante <strong>de</strong>ve tornar-se intencionalmente consciente <strong>da</strong><br />

pessoa diante <strong>de</strong>le. Ele precisa assumir uma orientação volta<strong>da</strong> para o outro <strong>de</strong> tipo face a face<br />

em relação ao seu parceiro, essa atitu<strong>de</strong> é chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> orientação-pelo-Tu que é o modo puro<br />

segundo o qual estou consciente <strong>de</strong> outro ser humano enquanto pessoa (SCHÜTZ, 2012).<br />

A orientação-pelo-Tu po<strong>de</strong> ser unilateral ou recíproca. Ela será unilateral se apenas um<br />

dos sujeitos perceber a presença do outro. Ela será recíproca se ambos os sujeitos estiverem<br />

mutuamente conscientes em relação ao outro. A relação face a face na qual os parceiros estão<br />

conscientes um em relação ao outro e participam um <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do outro, ain<strong>da</strong> que <strong>por</strong> um curto<br />

período <strong>de</strong> tempo, po<strong>de</strong> ser chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> relação-do-Nós pura, este tipo <strong>de</strong> relação na<strong>da</strong> mais é<br />

do que a forma recíproca <strong>da</strong> orientação-pelo-Tu (SCHÜTZ, 2012).<br />

Na Sociologia fenomenológica, a relação do pesquisador com o pesquisado possibilita<br />

o encontro face a face, ao ter na consciência dos sujeitos pesquisados, o pesquisador ocupa a<br />

orientação-pelo-Tu <strong>de</strong> forma unilateral, em que possivelmente <strong>de</strong> maneira inicial apenas ele<br />

percebe a presença do outro. No encontro face a face, realizado <strong>por</strong> meio <strong>da</strong> ambientação,<br />

aproximação e entrevista fenomenológica é possível ter uma relação recíproca em que ambos<br />

terão consciência um do outro, acontecendo assim a orientação-do-Nós, pesquisador –<br />

<strong>homens</strong>.<br />

Seguindo esta linha <strong>de</strong> pensamento, o referencial <strong>da</strong> Sociologia Fenomenológica trata<br />

<strong>de</strong> uma estrutura <strong>de</strong> significados na vivência intersubjetiva <strong>da</strong> relação face a face,<br />

apreen<strong>de</strong>ndo que as ações sociais têm um significado contextualizado <strong>de</strong> configuração social<br />

e não puramente individual (SCHÜTZ, 1979). De forma que a relação face a face configura-<br />

se como um modo <strong>de</strong> aproximação, <strong>de</strong> interação, que possibilita ao sujeito verbalizar seus<br />

medos, sentimentos, angústias, frustrações, ou sonhos, <strong>da</strong>ndo su<strong>por</strong>te para minimizar o<br />

<strong>de</strong>sconforto <strong>de</strong>ssas situações (RIBEIRO; RODRIGUES, 2005).<br />

Neste sentido, utilizar este referencial na presente pesquisa, possibilitou aproximar o<br />

homem usuário <strong>de</strong> álcool e outras drogas que realizou a ação suici<strong>da</strong> a falar <strong>de</strong> sua vivência,<br />

angústias e motivações, propiciando uma relação face a face <strong>de</strong> familiari<strong>da</strong><strong>de</strong> entre o<br />

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