mulheres do buraco doce - Núcleo de Estudos de Gênero e ...
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SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES<br />
Direito, Relações Etnorraciais, Educação, Trabalho, Reprodução,<br />
Diversida<strong>de</strong> Sexual, Comunicação e Cultura<br />
04 a 06 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2011<br />
Centro <strong>de</strong> Convenções da Bahia<br />
Salva<strong>do</strong>r - BA<br />
petrolíferas. Fato que provocou o surgimento <strong>de</strong> bares e casas <strong>de</strong> prostituição<br />
que se <strong>de</strong>senvolveram como novos espaços <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> social.<br />
Ao contextualizar historicamente os fatores que motivaram o surgimento<br />
e funcionamento <strong>de</strong> meretrícios, nos propomos a i<strong>de</strong>ntificar com os<br />
<strong>de</strong>poimentos obti<strong>do</strong>s através da História Oral os “discursos” que legitimaram o<br />
nome Buraco Doce. Percebeu-se através <strong>do</strong>s <strong>de</strong>poimentos que havia uma<br />
“diferenciação” nas práticas sexuais realizadas entre as prostitutas e os<br />
clientes, consi<strong>de</strong>radas “subversivas” para a época e região analisada. Os<br />
códigos e condutas construí<strong>do</strong>s sobre o consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> “submun<strong>do</strong>” da<br />
sexualida<strong>de</strong> ditaram regras <strong>de</strong>svalorizadas nestes ambientes, mas, no<br />
imaginário popular, a perversão sexual era possível no mun<strong>do</strong> da prostituição,<br />
garantin<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta forma, que a sexualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> lar mantivesse os “padrões” <strong>de</strong><br />
respeito.<br />
Viva! Jorrou petróleo em Can<strong>de</strong>ias!<br />
Até o final da década <strong>de</strong> 1940, o que hoje conhecemos como Can<strong>de</strong>ias,<br />
era subúrbio da capital baiana possuin<strong>do</strong> um pequeno núcleo populacional. O<br />
comércio <strong>do</strong> pequeno povoa<strong>do</strong> era sustenta<strong>do</strong> pelas usinas, localizadas no<br />
município <strong>de</strong> São Francisco <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>, que haviam substituí<strong>do</strong>s os velhos<br />
engenhos <strong>de</strong> açúcar e pela Romaria, proporcionada pelo culto á Nossa<br />
Senhora das Can<strong>de</strong>ias (NETO, 2003, p.143). Can<strong>de</strong>ias, até então, era pacata,<br />
com poucas ruas pavimentadas que convergiam para a matriz. Ainda<br />
<strong>de</strong>sconhecia os ares da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, como a água encanada e energia<br />
elétrica (FRAGA F °, 2000, p.93).<br />
As mudanças que mudariam para sempre a paisagem <strong>de</strong> Can<strong>de</strong>ias<br />
ocorreu em 1941 no momento em que se localizou o primeiro poço comercial<br />
<strong>de</strong> petróleo <strong>do</strong> Brasil em seu subsolo. Na década <strong>de</strong> 1940 a dinâmica <strong>do</strong><br />
povoa<strong>do</strong> começou a ser modificada quan<strong>do</strong> o CNP (Conselho Nacional <strong>do</strong><br />
Petróleo) passou a explorar o petróleo encontra<strong>do</strong> e pesquisas começaram a<br />
serem realizadas no local por técnicos, que estudavam a possibilida<strong>de</strong> da<br />
construção <strong>de</strong> uma Refinaria <strong>de</strong> Petróleo nas imediações <strong>de</strong> Can<strong>de</strong>ias. Novos<br />
poços <strong>de</strong> extração foram <strong>de</strong>scobertos em 1945 intensifican<strong>do</strong> a exploração, e,