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Fórum Saúde e Democracia: uma visão de futuro para o Brasil

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120<br />

conass documenta . n 12<br />

COLUNA PUBLICADA EM 09.03.06<br />

Incorporação Tecnológica na <strong>Saú<strong>de</strong></strong>: Custo e benefício<br />

A velocida<strong>de</strong> das inovações tecnológicas na <strong>Saú<strong>de</strong></strong> neste início <strong>de</strong> milênio não tem <strong>para</strong>lelo com<br />

outros momentos da história da H<strong>uma</strong>nida<strong>de</strong>. A Organização Mundial da <strong>Saú<strong>de</strong></strong> (OMS) estima<br />

que cerca <strong>de</strong> 50% <strong>de</strong> todos os avanços terapêuticos disponíveis hoje em dia não existiam há<br />

<strong>de</strong>z anos. Novos equipamentos, drogas, medicamentos e procedimentos médicos, biomédicos<br />

e cirúrgicos surgem a cada dia <strong>para</strong> a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças e<br />

<strong>para</strong> a reabilitação. Dados do Ministério da <strong>Saú<strong>de</strong></strong> mostram que, <strong>de</strong> 2000 a 2004, passou <strong>de</strong><br />

R$ 600 milhões <strong>para</strong> R$ 1 bilhão o valor aprovado <strong>para</strong> as internações <strong>de</strong> alta complexida<strong>de</strong>.<br />

A questão mais can<strong>de</strong>nte <strong>para</strong> os Estados é a dos novos medicamentos, ainda não previstos no<br />

Sistema Único <strong>de</strong> <strong>Saú<strong>de</strong></strong> (SUS), cuja obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecimento, muitas vezes obe<strong>de</strong>cendo<br />

a <strong>de</strong>cisões judiciais, tem consumido boa parte dos orçamentos <strong>de</strong>stinados à <strong>Saú<strong>de</strong></strong>. “As novas<br />

tecnologias são extremamente importantes pela possibilida<strong>de</strong> que abrem <strong>de</strong> respostas aos<br />

problemas da <strong>Saú<strong>de</strong></strong>, mas seu custo é cada vez mais alto. Os novos medicamentos consomem<br />

cerca <strong>de</strong> 8% <strong>de</strong> todos os recursos do SUS, e esse percentual <strong>de</strong>ve chegar a 11% nos próximos<br />

anos”, explica o secretário <strong>de</strong> Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da<br />

<strong>Saú<strong>de</strong></strong>, Moisés Goldbaum. O ministro da <strong>Saú<strong>de</strong></strong>, Saraiva Felipe, assinou duas portarias criando<br />

grupos <strong>de</strong> trabalho que, em 120 dias, <strong>de</strong>verão <strong>de</strong>fi nir as políticas <strong>de</strong> gestão tecnológica e<br />

<strong>de</strong> fl uxo <strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong> novas tecnologias no âmbito do SUS. “Precisamos estabelecer<br />

protocolos clínicos <strong>para</strong> avaliar a efi cácia dos novos medicamentos e como lidar com eles <strong>para</strong><br />

dar sustentabilida<strong>de</strong> aos programas do ministério, e racionalizar sua incorporação ao SUS.<br />

Precisamos <strong>de</strong> <strong>uma</strong> sistemática <strong>de</strong> trabalho que diminua as <strong>de</strong>mandas judiciais relativas aos<br />

medicamentos que ainda não estão no sistema <strong>de</strong> <strong>Saú<strong>de</strong></strong>. Queremos estabelecer um diálogo<br />

com o Judiciário”, diz Goldbaum. O secretário <strong>de</strong> <strong>Saú<strong>de</strong></strong> do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Osmar Terra,<br />

avalia que a falta <strong>de</strong> regulamentação do uso <strong>de</strong> protocolos clínicos, que tenham valida<strong>de</strong><br />

perante o Judiciário, criou <strong>uma</strong> situação que não ocorre em outros países que têm sistemas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> universalizados e integrais como o brasileiro. “Precisamos dar subsídios ao Judiciário.<br />

Os protocolos clínicos produzidos pelas universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>veriam nortear também os juízes”,<br />

diz Terra, acrescentando que o fornecimento dos remédios a portadores <strong>de</strong> doenças raras e<br />

crônicas é obrigação do SUS e não <strong>de</strong>ve ser questionado, mas que necessita <strong>de</strong> parâmetros<br />

legais. “No Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, gastamos com medicamentos experimentais quatro vezes mais<br />

do que com o programa Médico da Família. Como é possível que um grama <strong>de</strong> Interferon<br />

peguilado, usado no tratamento da hepatite C, custe R$ 5 milhões?”, indaga o secretário<br />

Osmar Terra.

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