Fórum Saúde e Democracia: uma visão de futuro para o Brasil

O SUS é patrimônio que precisa ser aperfeiçoado. A expectativa com este Fórum
é exatamente esta: analisar os diferentes aspectos, as diferentes dimensões do sistema
de saúde brasileiro em uma discussão aprofundada, crítica, mas tendo como pressuposto
fundamental o direito à saúde de toda a população do país. É preciso se debruçar sobre
esses grandes obstáculos, verifi cando o que pode ser feito para superá-los e fazer o sistema
avançar ainda mais. Com certeza, o Fórum atingirá esse objetivo.
Deputada Federal Jandira Fegali
Vice-Presidente da Frente Parlamentar da Saúde
A Frente Parlamentar da Saúde é a maior Frente que o Congresso Nacional possui,
com a participação de quase trezentos parlamentares, entre deputados e senadores.
Em nome desta Frente, que tem atuado de forma plural, suprapartidária, e vem
muito efi cientemente defendendo o SUS no Brasil, é preciso lembrar a realização do
último Simpósio Nacional de Saúde, no ano passado, que na minha opinião deveria ter
agregado o seu conteúdo aos debates que aqui serão realizados, porque foi um Simpósio
muito representativo, no qual, de fato, se discutiram muitos assuntos referentes a gestão
e a recursos humanos.
Gostaria de me posicionar em nome desta Frente diante do desafi o que foi
colocado pelo Dr. Marcus Pestana nas diversas diretrizes que aqui se impõem. Já houve a
tentativa de desprofi ssionalizar o SUS e foi exatamente a resistência de um sistema capilar,
descentralizado e democratizado que impediu que isso acontecesse. Foi uma resistência
bonita.
Apesar de todos os problemas de gestão que são enfrentados em todos os níveis e
das difi culdades que são vivenciadas, a Frente Parlamentar se posiciona muito claramente
como defensora do SUS e do sistema público de saúde como uma grande saída para a
maioria da população brasileira.
Não há na Frente Parlamentar de Saúde o predomínio de uma visão de que
o SUS deva ser um sistema focal ou “a cesta básica de saúde” para uma população
miserável, porque, na verdade, o sistema complementar tem o seu lugar, o seu papel, mas
jamais responderá pelo conjunto de demandas da sociedade brasileira.
Também nunca interessou a determinados segmentos mercantis - e não digo
todos, porque há pessoas sérias e comprometidas no sistema complementar privado deste
País, ideologicamente contrários ao SUS, que o sistema acabasse. Isso é uma ilusão. Na
verdade, sempre se quis um SUS fragilizado, mas que garantisse aquilo que não dá lucro
ao segmento mercantil: a atenção básica e a própria alta complexidade que é feita dentro
do SUS.
Esse embate, por mais que seja suprapartidário, está no plano político e ideológico.
O SUS é uma ideologia de universalidade, de atenção coletiva, de solidariedade, inclusive
conass documenta . n 12
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