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Fórum Saúde e Democracia: uma visão de futuro para o Brasil

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alocações in<strong>de</strong>vidas, nos orçamentos da saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> programas e ações que, na verda<strong>de</strong>,<br />

seriam estranhos a ela.<br />

A questão das tabelas <strong>de</strong> procedimentos foi levantada com certa intensida<strong>de</strong>,<br />

principalmente pelos representantes <strong>de</strong> partidos políticos.<br />

Foi lembrado, entretanto, que as distorções existentes provêm <strong>de</strong> processos<br />

históricos e que sua reversão <strong>de</strong>mandaria tempo.<br />

A necessida<strong>de</strong> da regulamentação da Emenda Constitucional 29 foi outro tema <strong>de</strong> forte<br />

presença. Lembrou-se que <strong>de</strong>terminações da EC nº 29 <strong>de</strong>vem ser assumidas não como um<br />

teto <strong>para</strong> a alocação <strong>de</strong> recursos, mas sim como patamar mínimo.<br />

Ainda referente à EC 29, mesmo em seu estágio atual <strong>de</strong> regulamentação<br />

incompleta, foi lembrada a verda<strong>de</strong>ira assimetria <strong>de</strong> sua aplicação e cumprimento<br />

verifi cado nos três níveis <strong>de</strong> governo.<br />

As implicações fi nanceiras das sentenças judiciais nos orçamentos públicos das<br />

três esferas foram também enfatizadas. Mais do que isso, revelou-se um anseio generalizado<br />

dos gestores no sentido <strong>de</strong> que tal situação seja equacionada. O assunto foi objeto <strong>de</strong><br />

abordagem por parte da representante do Ministério Público.<br />

Uma frase do ex-ministro da <strong>Saú<strong>de</strong></strong>, Adib Jatene, “oferecer o máximo a alguns só<br />

se justifi caria quando fosse possível oferecer o mínimo a todos”, levantou <strong>uma</strong> das poucas<br />

polêmicas do <strong>Fórum</strong>, não resolvida inteiramente. Seu oposto foi enunciado cabalmente<br />

por outros participantes: “dar <strong>para</strong> todos tudo o que for necessário”.<br />

A manifestação também relativamente constante, sob diversas óticas, <strong>de</strong> um velho<br />

dilema dos sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scentralizar recursos x po<strong>de</strong>r, foi abordada enfaticamente,<br />

mas seu aprofundamento será feito mais adiante, no item referente a pacto fe<strong>de</strong>rativo.<br />

Ainda <strong>de</strong>ntro do tema, a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> <strong>uma</strong> microrregionalização versus a municipalização<br />

estrita foi apontada, não <strong>de</strong> todo sem oposição, como um mecanismo efi caz <strong>de</strong> evitar a<br />

pulverização <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong>ntro do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Da mesma forma, foi posta em <strong>de</strong>staque a questão da economia <strong>de</strong> escala,<br />

possibilitada pela organização do sistema em unida<strong>de</strong>s nem sempre correspon<strong>de</strong>ntes<br />

ao território restrito do município. Como tônica <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>bates, <strong>de</strong>staque-se <strong>uma</strong> frase<br />

<strong>de</strong> Eugênio Vilaça: “Afi nal, o dinheiro <strong>de</strong>ve ir atrás do cidadão, não do gestor ou do<br />

prestador”.<br />

Como aspectos adicionais do <strong>de</strong>bate sobre fi nanciamento da saú<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser<br />

apontados: (a) a natureza da crise não seria apenas fi nanceira, mas também i<strong>de</strong>ológica,<br />

<strong>de</strong> gestão, <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo, <strong>de</strong>spertando <strong>uma</strong> frase curiosa <strong>de</strong> Gastão Wagner: “O SUS é um<br />

santo com pés <strong>de</strong> barro”; (b) a simples reivindicação <strong>de</strong> cada vez mais recursos <strong>para</strong> a<br />

saú<strong>de</strong> esbarrará sempre nas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> outras áreas – no limite, os orçamentos são<br />

relativamente inelásticos; (c) o panorama do fi nanciamento, apesar <strong>de</strong> suas difi culda<strong>de</strong>s,<br />

apresenta inovações e soluções expressivas, como o repasse fundo a fundo, a transferência<br />

baseada em cálculos per capita.<br />

conass documenta . n 12<br />

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