Prosa - Academia Brasileira de Letras
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A justiça como meta da arte mo<strong>de</strong>rna<br />
do mundo e da vida, a fim <strong>de</strong> contribuir para a felicida<strong>de</strong> do homem. Em<br />
Castro Alves (1968: 249):<br />
Porque tardas, meu anjo! oh! vem comigo.<br />
Serei teu, serás minha... É um doce abrigo<br />
A tenda dos amores!<br />
Longe a tormenta agita as penedias...<br />
Aqui, ao som <strong>de</strong> errantes harmonias,<br />
Se adormece entre flores.<br />
Quando a chuva atravessa o peregrino,<br />
Quando a rajada a galopar sem tino<br />
Açoita-lhe na face,<br />
E em meia-noite, em cima dos rochedos,<br />
Rasga-se o coração, ferem-se os <strong>de</strong>dos,<br />
E a dor cresce e renasce...<br />
A porta dos amores entreaberta<br />
É a cabana erguida em plaga incerta<br />
Que ampara do tufão...<br />
O lábio apaixonado é um lar em chamas,<br />
E os cabelos, rolando em espadanas,<br />
São mantos <strong>de</strong> paixão.<br />
Oh! amar é viver... Deste amor santo<br />
– Taça <strong>de</strong> risos, beijos e <strong>de</strong> prantos<br />
Longos sorvos beber...<br />
No mesmo leito adormecer cantando...<br />
Num longo beijo <strong>de</strong>spertar sonhando...<br />
Num abraço morrer.<br />
( ... )<br />
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