Prosa - Academia Brasileira de Letras
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Arthur Jaceguai<br />
<strong>de</strong>sembaraço, a ‘Primeira missão brasileira à China’, completaram e assentaram<br />
essa primeira impressão. Conhecemo-lo, então, nas palavras <strong>de</strong>sta Revista,<br />
como um cavalheiro, se esta palavra traduz o intraduzível gentleman dos ingleses,<br />
conversador dos mais agradáveis, variado, interessante, cheio <strong>de</strong> espírito<br />
e inteligência, conhecendo não só o navio e a manobra, mas o gabinete <strong>de</strong><br />
estudo, os salões, os livros, a poesia e as artes; um marinheiro forrado <strong>de</strong> um<br />
intelectual, um soldado, homem <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> e homem <strong>de</strong> cultura”.<br />
E Barbosa Lima Sobrinho acrescenta:<br />
“O que explica, sem dúvida, a sua eleição para a <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>de</strong> <strong>Letras</strong>, como<br />
um expoente da Marinha brasileira, capaz <strong>de</strong> manejar o seu idioma com<br />
a mestria <strong>de</strong> um homem <strong>de</strong> letras e <strong>de</strong> escrever livros <strong>de</strong> história, em que<br />
conseguia ir adiante da exaltação sistemática dos panegíricos, para traçar<br />
páginas vivas <strong>de</strong> crítica e <strong>de</strong> interpretação, fazendo da história, como <strong>de</strong>seja<br />
a historiografia, uma reatualização do passado”.<br />
Jaceguai é eleito acadêmico na categoria sugerida por Joaquim Nabuco <strong>de</strong><br />
expoente e com o forte empenho pessoal <strong>de</strong>le.<br />
Já na sessão inaugural Nabuco expunha a tese dos expoentes:<br />
“A nossa lista <strong>de</strong> nomes parece representar o que nossas letras possuem<br />
<strong>de</strong> mais distinto. Algumas das nossas individualida<strong>de</strong>s mais salientes nos<br />
estudos morais e políticos, no jornalismo e na ciência, <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser<br />
lembradas. A literatura quer que as ciências, ainda as mais altas, lhe <strong>de</strong>em a<br />
parte que lhe pertence em todo o domínio da forma”.<br />
Neste mesmo ano, Nabuco se manifestava em carta a José Carlos Rodrigues<br />
sobre esta categoria e <strong>de</strong> forma irônica sobre os literatos:<br />
“Des<strong>de</strong> a fundação, penso que você, como um representative men <strong>de</strong> nossa<br />
intelectualida<strong>de</strong> da mais alta, <strong>de</strong>veria ser da <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong>. Havia então uma<br />
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