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REVISTA LUMEN ET VIRTUS<br />
ISSN 2177-2789<br />
VOL. I Nº 2 MAIO/2010<br />
além de prévios conhecimentos/conceitos teológicos, retóricos, pedagógicos,<br />
históricos e estéticos (dentro de nossa acepção hodierna, evidente), sem os<br />
quais se torna quase impossível abarcar toda sua carga sígnica: deve-se ter em<br />
mente que muitos poetas e teóricos [e artistas] do século XVII eram polímatas<br />
– com seu conhecimento multifacetado, afinal ainda não havia a ideia de<br />
especialização. (ibidem, p. 132)<br />
Dessa forma, quando se vê a Madalena de Mena com a mão direita ao peito, liam Amor a<br />
Deus (fig. 8, 9), conforme Ripa: “con la diestra ha de mostrar su pecho” (RIPA, 1987, p. 89,<br />
v. 1)<br />
Figura 8<br />
São Francisco, de El Greco, 1580/85<br />
Apesar de a mão direita ao peito também poder representar “Arrependimento dos<br />
pecados”, a diferença residirá naquele que está sendo representado, ou seja, se o santo antes de<br />
sua conversão teve uma vida dissoluta, ou moralmente inaceitável, a mão direita ao peito<br />
demonstrará sua contrição – como é o caso de Madalena (fig. 10) ou de Santo Inácio de Loyola<br />
(fig. 11):<br />
Antônio Jackson de Souza Brandão<br />
Figura 9<br />
Santa Catarina de Alexandria, de Rafael, 1508