1 S.O.S. FAMÍLIA DIVALDO PEREIRA FRANCO ... - PINGOS DE LUZ
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Filhos Alheios<br />
Ei-lo, rude e soberbo, que te afronta, desrespeitoso e ingrato, exaurindo-te<br />
as reservas de ânimo e deixando-te em lamentável estado emocional.<br />
Insensível aos teus apelos e indiferente às tuas colocações apresenta-se<br />
marcado por fundos traumas dos quais não tens culpa, olhar desvairado,<br />
parecendo estar a um passo da loucura, amedrontando-te e inspirando-te a desistência<br />
do ideal educativo.<br />
Tomando atitude vulgar, suas palavras são chulas ou brutais, passando,<br />
através do tempo, a desconsiderar-te, como se a tua fosse a tarefa de servi-lo<br />
e deixá-lo à vontade.<br />
É gentil, quando estás de acordo com os seus desejos absurdos, anelando<br />
por uma vida ociosa e desprezível. Tão pronto lhe falas em dever, obrigações,<br />
rebela-se, resmunga, desobedece e ameaça.<br />
Estás a ponto de o abandonar.<br />
Indagas-te, muitas vezes, pela criança indefesa e necessitada que<br />
recebeste nos braços, requerendo-te ternura e amor... Através das recordações<br />
revés o corpo frágil e enfermo que cuidaste e atendeste com esperanças de<br />
preparar um cidadão para o mundo, um homem para a sociedade!<br />
Não pode ser o mesmo, este agressivo adversário, o menino que<br />
albergaste no coração.<br />
*<br />
Ali está a mocinha petulante e voluntariosa, exigente e inquieta.<br />
Intoxicada por anseios de liberdade exagerada, extravasa amargura e fazse<br />
revoltada por depender das tuas mãos vigorosas que a impedem,<br />
momentaneamente, de complicar-se, tombando no fosso de dores que<br />
lamentará mais tarde.<br />
Astuta, pensa que te engana, traindo a tua confiança e fugindo ao maternal<br />
apoio que lhe dispensas, voluntariamente desconectando as engrenagens do<br />
equilíbrio.<br />
Observando-a, menina-moça audaciosa, perguntas pela criança fraca que<br />
te chegou, há pouco, e a quem amaste com devotamento e carinho.<br />
Parece que isto não pode acontecer contigo: receber urze após haver<br />
semeado flores e sorver fel na taça em que doaste linfa benfazeja! A realidade,<br />
porém, é mais forte do que os planos que acalentaste de felicidade, e temes<br />
não dispor de mais forças para continuar.<br />
Filhos alheios são, também, filhos de Deus.<br />
*<br />
Perguntas-te se valeu o investimento dos teus melhores anos de vida, que<br />
lhes ofertaste, em face dos resultados que recolhes.<br />
Toda a aplicação do bem, sempre retorna um dia. Não te assustes nem<br />
temas ante os precipitados momentos da alucinação que toma conta da<br />
atualidade histórica.<br />
Redobra a capacidade de amor e não te desapontes.<br />
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