AEROESPAÇO - DECEA
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Tudo começou com a ousadia, dedicação<br />
e persistência de Alberto Santos-<br />
Dumont que - pelo enorme interesse<br />
demonstrado pela construção de balões -<br />
fez subir ao espaço, no dia 18 de setembro<br />
de 1898, o primeiro de uma série desses<br />
engenhos.<br />
Satisfeito com os resultados conseguidos<br />
na dirigibilidade de seus balões, Santos-Dumont,<br />
em 19 de outubro de 1901,<br />
apresentou-se para disputar o prêmio<br />
“Deutsch de la Meurthe”, cujo itinerário<br />
consistia na circunavegação da Torre Eiffel<br />
dentro do prazo de trinta minutos, conseguindo<br />
realizar a façanha.<br />
Em 1905, Santos-Dumont iniciou suas<br />
experiências com “o mais pesado do que<br />
o ar” - o aeroplano. No ano seguinte, no<br />
dia 23 de outubro, obteve grande êxito<br />
com o aparelho “14-Bis”, em experiências<br />
no Champ de Bagatelle. Neste local, em 12<br />
de novembro de 1906, sob controle do<br />
aeroclube da França, estabeleceu os primeiros<br />
recordes de aviação do mundo.<br />
Com o sucesso conseguido com “o mais<br />
pesado que o ar”, surgiu a necessidade de<br />
se criar políticas para reger a ocupação do<br />
espaço aéreo.<br />
Quase cem anos depois, consolidam-se<br />
as ações de apoio e suporte ao vôo,<br />
através do <strong>DECEA</strong> (Departamento de Controle<br />
do Espaço Aéreo), órgão central do<br />
SISCEAB (Sistema de Controle do Espaço<br />
Aéreo Brasileiro), ao qual compete o planejamento,<br />
a aprovação de implementação<br />
de órgãos, equipamentos e sistemas,<br />
bem como a coordenação sistemática, o<br />
controle e a supervisão técnica/operacional<br />
dos órgãos, subordinados ou não, encarregados<br />
pelas atividades ligadas à circulação<br />
aérea nacional e às telecomunicações<br />
e informática do Comando da Aeronáutica<br />
(COMAER).<br />
Entre as diversas unidades que compõem<br />
o Departamento, há uma que cultua o espírito<br />
de vanguarda sem, contudo, abandonar<br />
suas mais caras tradições: o Instituto de<br />
Proteção ao Vôo (IPV), futuro Instituto de<br />
Controle do Espaço Aéreo que, em assuntos<br />
tão plurais, abre sendas ainda não percorridas,<br />
criando respostas determinadas e<br />
coerentes às necessidades do SISCEAB.<br />
Criado em 1978, o IPV justifica sua existência<br />
em dois pilares: ensino e pesquisa<br />
& desenvolvimento. Ao Instituto compete<br />
a formação, elevação de nível e aperfeiçoamento<br />
dos recursos humanos do<br />
O Instituto de<br />
Proteção<br />
ao Vôo<br />
Carlos Alberto da Rocha Moreira - Cel Av<br />
Diretor do IPV<br />
SISCEAB, utilizando-se de meios sofisticados<br />
de simulação que, em sua grande maioria,<br />
foram desenvolvidos na própria casa.<br />
Através da realização de estudos e desenvolvimento<br />
de projetos do interesse do<br />
SISCEAB, o IPV ensaia novas tecnologias e<br />
apóia a implantação de novos órgãos.<br />
Para o aperfeiçoamento dos recursos<br />
humanos do SISCEAB são oferecidos, aproximadamente,<br />
36 cursos nas áreas de Busca<br />
e Salvamento, Controle de Tráfego Aéreo,<br />
CNS (Comunicação, Navegação e Vigilância),<br />
Auxílios à Navegação, Telecomunicações,<br />
Eletrônica, Informática, Informações<br />
Aeronáuticas e Meteorologia.<br />
O IPV se vale da utilização de simuladores<br />
para treinamento de controladores de<br />
tráfego aéreo desde meados da década<br />
de 70, quando os primeiros equipamentos<br />
foram adquiridos no exterior junto com os<br />
sistemas automatizados do Primeiro Centro<br />
Integrado de Defesa e Controle do Espaço<br />
Aéreo (CINDACTA 1).<br />
O custo elevado de manutenção dos<br />
simuladores importados, a dificuldade de<br />
customização à realidade brasileira, aliados<br />
à vontade, criatividade e abnegação de<br />
profissionais de controle de tráfego aéreo,<br />
analistas de sistemas e engenheiros de computação<br />
e eletrônica, fizeram com que o<br />
Instituto se dedicasse ao projeto e desenvolvimento<br />
de um sistema de simulação<br />
nacional que atendesse a formação de controladores<br />
de tráfego aéreo, para operação<br />
dos radares dos controles de aproximação<br />
e dos centros de controle de área.<br />
O projeto inicial alavancou, junto ao Projeto<br />
do Programa das Nações Unidas para<br />
o Desenvolvimento (PNUD) e ao Instituto<br />
Tecnológico da Aeronáutica (ITA), a pesquisa<br />
e o desenvolvimento de outras aplicações<br />
voltadas para utilização em centros<br />
de controle de área, controles de aeródromo,<br />
radares de precisão, recalada e<br />
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visualização sintética de radares, ampliando<br />
o portifólio desses sistemas para emprego<br />
nos cursos e treinamentos continuados<br />
(reciclagens operacionais), tanto dentro<br />
do IPV como em outras organizações do<br />
<strong>DECEA</strong>.<br />
A evolução para sistemas de simulação<br />
de baixo custo propiciou a implantação<br />
dos simuladores desenvolvidos pelo IPV em<br />
onze países da América Latina, projeto este<br />
indicado por excelência pela Organização<br />
de Aviação Civil Internacional (OACI).<br />
Atualmente, os sistemas de simulação<br />
estão adequados aos mais altos padrões de<br />
Tecnologia de Informação e obedecendo<br />
exigências cada vez maiores na aplicação<br />
de instrução especializada de controle de<br />
tráfego aéreo, tanto radar quanto procedural.<br />
Na busca de se manter a excelência na<br />
área de instrução e simulação aplicados<br />
ao controle de tráfego aéreo, o IPV recebeu,<br />
recentemente, o Simulador para Torre<br />
de Controle de Aeródromo Tridimensional,<br />
que permite a visualização de cenários de<br />
aeroportos nacionais com um alto grau de<br />
realismo, integrados aos mais modernos<br />
recursos de computação gráfica, possibilitando<br />
o desenvolvimento de habilidades<br />
específicas que agregam um valor ainda<br />
maior à missão de ensino do Instituto.<br />
Este simulador tridimensional atende,<br />
numa primeira fase, o treinamento de<br />
controladores da Torre de Controle dos<br />
Aeródromos de Guarulhos (SP) e do Santos-Dumont<br />
(RJ), operadas pela INFRAERO,<br />
e apóia o treinamento em técnicas de operação<br />
em controle de helicópteros dos<br />
controladores de tráfego aéreo do Destacamento<br />
de Controle do Espaço Aéreo<br />
de São Paulo (DTCEA-SP). A partir do<br />
segundo semestre, o curso de formação<br />
de controladores de tráfego aéreo, realizado<br />
anualmente para a formação de recursos<br />
humanos da INFRAERO, contará com o<br />
suporte e recursos desse simulador.<br />
O IPV - formando, treinando e reciclando<br />
pessoal do SISCEAB e, em paralelo, desenvolvendo<br />
estudos e projetos de interesse<br />
do Sistema - é prova do profissionalismo,<br />
da seriedade, do cuidado e do carinho<br />
com que o COMAER, por meio do <strong>DECEA</strong>,<br />
conduz a atividade “controle de tráfego<br />
aéreo”.<br />
“O IPV abre sendas ainda não percorridas,<br />
criando respostas determinadas e coerentes<br />
às necessidades do SISCEAB”.