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O papel dos Brics na economia mundial - Paulo Roberto de Almeida

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(Rússia) ou emergência <strong>de</strong> novos atores (Índia, Brasil, União Européia) que po<strong>de</strong>rão<br />

redistribuir as cartas nos novos cenários estratégicos.<br />

Qualquer que seja a evolução futura da geopolítica <strong>mundial</strong> no século XXI, é evi<strong>de</strong>nte<br />

que problemas <strong>de</strong>sse tipo – ou seja, nova Guerra Fria, ou uma Paz Fria – não têm <strong>na</strong>da a ver<br />

com a condição <strong>de</strong> membro <strong>de</strong> algum grupo inventado <strong>na</strong> prancheta <strong>de</strong> um economista, ainda<br />

que conflitos prováveis possam surgir da condição <strong>de</strong> alguns candidatos a emergente global.<br />

A situação <strong>de</strong> “Bric” é aci<strong>de</strong>ntal e fortuita, ao passo que a condição <strong>de</strong> emergente econômico<br />

<strong>mundial</strong> foi adquirida ao longo <strong>de</strong> um lento processo <strong>de</strong> qualificação produtiva e tecnológica<br />

que <strong>de</strong>ve converter-se em po<strong>de</strong>r político e militar <strong>na</strong> seqüência <strong>na</strong>tural das coisas.<br />

Dos quatro integrantes <strong>dos</strong> <strong>Brics</strong>, os ex-socialistas apresentam características<br />

autoritárias, consolidando o legado <strong>de</strong> séculos <strong>de</strong> Esta<strong>dos</strong> totalitários. Os outros dois<br />

apresentam trajetórias <strong>de</strong>mocráticas, ainda que com <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento e <strong>de</strong><br />

justiça social, mas também são as <strong>economia</strong>s <strong>de</strong> merca<strong>dos</strong> que mais se aproximam do padrão<br />

capitalista <strong>de</strong> organização. O Brasil, <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> eles, é o que possui estruturas capitalistas mais<br />

avançadas e ostenta a mais mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong> <strong>de</strong>ntre as três socieda<strong>de</strong>s. Dos quatro é a socieda<strong>de</strong> mais<br />

integrada – nos planos lingüístico, cultural, étnico e, talvez, religioso – o que permite, em<br />

princípio, melhores formas <strong>de</strong> administração política, sem rupturas institucio<strong>na</strong>is, e condições<br />

mais favoráveis para sua mo<strong>de</strong>rnização. O grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização social po<strong>de</strong> tor<strong>na</strong>r mais<br />

lento o ritmo <strong>de</strong> crescimento e os processos <strong>de</strong> adaptação aos novos ambientes, mas isso<br />

contribui para maior coesão em torno <strong>de</strong> objetivos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

As principais questões que divi<strong>de</strong>m o mundo atual não são mais <strong>de</strong> <strong>na</strong>tureza<br />

i<strong>de</strong>ológica, como ocorria menos <strong>de</strong> três décadas atrás, quando projetos concorrentes se<br />

mobilizavam para conquistar os corações e mentes <strong>dos</strong> cidadãos. Elas nem são <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

técnica, uma vez que parece haver razoável consenso e colaboração entre cientistas e<br />

pesquisadores <strong>de</strong> todo o mundo em torno das principais fronteiras a <strong>de</strong>safiar o conhecimento<br />

humano nos campos da medici<strong>na</strong>, da física, da biologia. Os principais dilemas se dão em<br />

torno das priorida<strong>de</strong>s políticas e das políticas econômicas alter<strong>na</strong>tivas que se colocam, sob a<br />

forma <strong>de</strong> escolhas, aos estadistas, <strong>na</strong> busca <strong>de</strong> soluções a velhos problemas que afligem a<br />

humanida<strong>de</strong>: fome, <strong>de</strong>semprego, saú<strong>de</strong>, educação, segurança e bem estar.<br />

A experiência do passado – aliás, ainda recente – em torno <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>ssas escolhas<br />

e sobre as tentativas <strong>de</strong> impô-las <strong>de</strong> modo autoritário a socieda<strong>de</strong>s inteiras, não nos traz<br />

ensi<strong>na</strong>mentos muito otimistas sobre algumas das soluções propostas por <strong>de</strong>safiantes radicais<br />

do status quo. Não é preciso rememorar a história terrível da Alemanha <strong>na</strong>zista e do Japão<br />

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