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XVI SEMINÁRIO DE PESQUISA DO <strong>CCSA</strong><br />
ISSN 1808-6381<br />
A funcionária que trabalha na biblioteca no perío<strong>do</strong> da tarde esta à poucos meses<br />
desempenhan<strong>do</strong> essa função, é uma professora readaptada que além de não possuir um cadastro<br />
<strong>do</strong>s livros, não realiza atividades relacionadas à prática da leitura. Os alunos têm acesso aos livros a<br />
partir de um pequeno controle feito na agenda da própria bibliotecária que tem garanti<strong>do</strong> a devolução<br />
<strong>do</strong>s livros no prazo estabeleci<strong>do</strong> de uma semana. Para Garcia (1989, p. 17), para que a biblioteca<br />
seja um local “útil à realidade escolar, torna-se necessária a presença de uma pessoa capacitada,<br />
que ensine o aluno a pesquisar, uma vez que a busca de novos conhecimentos em livros faz parte <strong>do</strong><br />
desenvolvimento de habilidade <strong>do</strong> educan<strong>do</strong>”, mas percebemos um esforço dessa professora para<br />
fazer algum trabalho na biblioteca.<br />
Podemos perceber que a biblioteca da escola não é um local agradável e nem confortável para<br />
a prática de atividades de leitura. Mesmo apresentan<strong>do</strong> fácil acesso das crianças aos livros, a<br />
biblioteca não se mostra um ambiente motiva<strong>do</strong>r e interessante para a formação <strong>do</strong> gosto pela leitura.<br />
Segun<strong>do</strong> Garcia (1989) a biblioteca deveria ser um “ambiente carrega<strong>do</strong> de motivações (...) local por<br />
excelência onde a criança aprende a gostar de ler, a se auto-expressar a se educar” (p. 14).<br />
2ª etapa – Encontro de formação com os professores<br />
Na segunda etapa <strong>do</strong> projeto Ecologia da leitura foi realiza<strong>do</strong> com a professora da turma <strong>do</strong><br />
terceiro ano, um seminário de formação como apoio para o seu trabalho pedagógico literário. O<br />
seminário foi o mesmo realiza<strong>do</strong> para a turma de Pedagogia da <strong>Universidade</strong> <strong>Federal</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong><br />
<strong>do</strong> Norte, com o tema Literatura Infantil e Prática Pedagógica.<br />
A professora <strong>do</strong> terceiro ano, que fez a formação, se mostrou muito receptiva com essa<br />
possibilidade de „troca de experiência‟, e ela contou que já realizava trabalho com literatura para a<br />
turma a qual ensina para acalmá-los depois que eles chegavam, muito agita<strong>do</strong>s <strong>do</strong> intervalo. Os livros<br />
que ela trabalha com as crianças são os clássicos da literatura de coleções infantis que ela trazia de<br />
casa, são as histórias simplificadas que não permitem aos alunos utilizarem a imaginação.<br />
Também foi relata<strong>do</strong> pela professora que ela usava um pouco da técnica de „pré‟ e „pós‟ leitura<br />
com os alunos e sempre pedia para eles fazerem um texto/resumo sobre a lição que haviam<br />
aprendi<strong>do</strong> com a história, contrarian<strong>do</strong>, dessa forma, o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> ler sem ter um propósito real para<br />
isso, <strong>do</strong> ler apenas por prazer. Essa citação só confirma o que a professora Dra. Marly Amarilha<br />
descobriu em suas pesquisas de literatura nas salas de aula,<br />
Segun<strong>do</strong> os professores, a narrativa é usada para acalmar as crianças quan<strong>do</strong> estão muito<br />
inquietas e também para impor silêncio e disciplina ao caos que, às vezes, ocorre na sala de aula.<br />
Constata-se, então, que o conceito de atividade „sem significa<strong>do</strong>‟, que é atribuí<strong>do</strong> à literatura, não<br />
corresponde à verdade. Ela é de fato, utilitária, é instrumento de controle sobre a criança.<br />
(AMARILHA, 1997, p. 17).<br />
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