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XVI SEMINÁRIO DE PESQUISA DO <strong>CCSA</strong><br />
ISSN 1808-6381<br />
Por sua própria conta, a criança ainda não é capaz de ordenar e dar senti<strong>do</strong><br />
a seus processos internos. Os contos de fadas oferecem figuras nas quais a<br />
criança pode externalizar o que se passa na sua mente, de mo<strong>do</strong><br />
controlável. Os contos de fadas mostram à criança de que mo<strong>do</strong> ela pode<br />
personificar seus desejos destrutivos numa figura, obter satisfações<br />
desejadas de outra, identificar-se com um terceira, ter ligações ideais com<br />
uma quarta, e daí para diante, como requeiram suas necessidades<br />
momentâneas.<br />
No momento da narração com a classe as crianças a pesar de já conhecerem a estória de<br />
Chapeuzinho Vermelho ficaram surpresas com o final, elas não conheciam a versão <strong>do</strong>s irmãos<br />
Grimm, onde o lobo engolia a vovó e a chapeuzinho e depois que o caça<strong>do</strong>r abril a barriga <strong>do</strong> lobo e<br />
colocou as pedras dentro. Com isso perdemos que “Ao narrar oralmente, o professor está fornecen<strong>do</strong><br />
à criança a possibilidade de ampliar sua capacidade de antecipação sobre as estratégias da<br />
linguagem literária e da construção <strong>do</strong> senti<strong>do</strong>” (AMARILHA, 1997, p. 21).<br />
Só há benefícios encontra<strong>do</strong>s na introdução da criança a literatura e com esse projeto é<br />
possível fazê-lo através da oralização que “tem a finalidade de enriquecer a bagagem antecipatória<br />
<strong>do</strong> leitor [...] não só atrai o leitor para o livro como também o encoraja a enfrentar a escrita no silêncio”<br />
(AMARILHA, 1997, p. 22). A literatura também educa, contribuin<strong>do</strong> para o acesso a língua em<br />
articulações próprias da linguagem escrita.<br />
A participação no projeto Ecologia da Leitura nos fez perceber o quão importante é o trabalho<br />
da leitura e da literatura na escola para a formação <strong>do</strong>s futuros leitores, e que é preciso um preparo<br />
meto<strong>do</strong>lógico sério para isso. Essa prática nos ensina a melhor preparamos como educa<strong>do</strong>res<br />
responsáveis pelo incentivo a leitura de textos literários aos nossos tão sonha<strong>do</strong>s alunos.<br />
Referências<br />
AMARILHA, Marly. Estão mortas as fadas? Literatura infantil e prática pedagógica. Petrópolis,<br />
RJ: Vozes, 1997 – Natal: EDUFRN<br />
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise <strong>do</strong>s contos de fadas. São Paulo: Paz e Terra, 1992.<br />
GARCIA, E. G. Biblioteca escolar: estrutura e funcionamento. São Paulo: Loyola, 1989.<br />
HELD, Jacqueline. O imaginário no poder: as crianças e a literatura fantástica. Trad. Carlos Rizzi.<br />
São Paulo: Summus, 1980.<br />
KAERCHER, Gládis Elise. E por falar em literatura... IN: CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis<br />
Elise. Educação infantil pra que te quero? Porto Alegre, RS: Artmed, 2001, p. 81-88.<br />
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