uma análise das políticas sociais e sua vinculação - Unioeste
uma análise das políticas sociais e sua vinculação - Unioeste
uma análise das políticas sociais e sua vinculação - Unioeste
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
medida em que busca controlar a população-alvo, camufla e esconde a problemática <strong>das</strong><br />
relações econômicas capitalistas. O que parecem ser medi<strong>das</strong> que visam a atender aos<br />
mais carentes, desamparados, como <strong>uma</strong> ação h<strong>uma</strong>nizadora, na realidade são<br />
iniciativas planeja<strong>das</strong> pelos representantes <strong>das</strong> classes dominantes e os tecnocratas<br />
estatais, que levam a maioria da população a ver seus efeitos imediatos (Faleiros, 1981)<br />
como serviços e programas da saúde, da assistência social, da previdência, da educação,<br />
entre outros.<br />
A partir da década de 70 do século XX, houve <strong>uma</strong> nova crise mundial do capital em que<br />
o Estado não pôde mais carregar sozinho o peso <strong>das</strong> <strong>políticas</strong> <strong>sociais</strong> e dar conta de<br />
investimentos na área econômica. Gentilli (1998) lembra que nesse período houve a crise<br />
do emprego, a queda ou estagnação do crescimento da economia, crise fiscal, tributária e<br />
cambial, o que mostrou que o Estado de Bem-Estar-Social só foi “satisfatório” enquanto a<br />
economia crescia; quando esta foi decaindo, <strong>sua</strong> continuidade tornou-se mais difícil. Vale<br />
lembrar também que o modelo intervencionista não favorecia a população em geral.<br />
No Brasil, por exemplo, no chamado “milagre econômico”, caracterizado pelo grande<br />
desenvolvimento econômico ocorrido entre 1969 e 1974, conseguido através da maciça<br />
entrada de capital externo no país, que acarretou enorme dívida, não desenvolvendo o<br />
mercado interno, já que se concentrou em grandes obras, muitas delas desnecessárias, e<br />
na produção de bens duráveis como automóveis e aparelhos eletrônicos. Bens esses<br />
inacessíveis à grande maioria da população, pois onde o crescimento aumentava a <strong>sua</strong><br />
distribuição foi desigual (Gentili, 1998), tanto que ocorreu, na época, <strong>uma</strong> <strong>das</strong> maiores<br />
concentrações de renda do mundo, onde os ricos ficaram mais ricos; os pobres, mais<br />
pobres.<br />
Os 5% mais ricos aumentaram <strong>sua</strong> participação de 30,3% para 34,7% na renda urbana; e<br />
de 23,7% para 44,2% na renda rural. Os 50% mais pobres diminuíram <strong>sua</strong> participação<br />
de 16% para 13,15% na renda urbana; de 22,4% para 14,9% na renda rural. A<br />
garantidor da continuidade <strong>das</strong> riquezas individuais. Dessa forma, as <strong>políticas</strong> <strong>sociais</strong>, que são emana<strong>das</strong> do<br />
Estado, vêm para manter a acumulação da classe dominante.