uma análise das políticas sociais e sua vinculação - Unioeste

evidenciado, por exemplo, no Plano Nacional de Educação (Lei n° 10 172 de janeiro de
2001) quando nele é definido que, como os recursos destinados à educação são
escassos, é preciso estimular a iniciativa de instituições da sociedade civil organizada.
Como mostra Lima (2004), a participação desta sociedade civil organizada, na área
educacional, é representada pelas instituições auxiliares da escola, como o conselho
escolar, Associação de Pais e Mestres e grêmios estudantis, ou ainda através de
programas como os Amigos da Escola que ganham o importante papel de auxiliar na
manutenção da escola. Papel esse que reforça o pressuposto liberal de supervalorização
dos indivíduos, no qual quem tem maior capacidade econômica é mais criativo, tem
maior eficiência e eficácia, o que responsabiliza os sujeitos por sua situação de sucesso
ou fracasso.
A exemplo disso, podemos destacar a falta de priorização, por parte do Estado, da
manutenção da considerada Universidade Pública. Observa-se a falta de recursos em
muitos setores, desde a estrutura física, equipamentos, número de funcionários, até nos
cursos de especialização, quando, na maior parte das vezes, são vistos como uma forma
de prestação de serviços que devem ser pagos, em busca de recursos. As inúmeras
taxas cobradas aos alunos na solicitação de documentos ou na inscrição de eventos
também são indicativos de que os orçamentos dessas instituições são insuficientes para
mantê-las nas três dimensões que as constituem: ensino, pesquisa e extensão. A
situação ganha novo agravante ao analisarmos, ainda, os baixos salários dos
professores, que os força a sobrecarregarem-se de trabalho para poderem se manter e,
quando possível, investir em sua qualificação, já que também é uma área que o governo
está, gradativamente, deixando de assumir.
Esta precarização da Universidade Pública “coincide” com a busca/oferta desenfreada de
cursos superiores privados que se adaptam à lógica do mercado. São cursos muitas
vezes aligeirados, fragmentados, com ênfase no pragmatismo e utilitarismo, em nome da
chamada gestão empresarial que visa à eficiência e eficácia. Tais cursos vão ao encontro
das necessidades dos estudantes, estes vistos como clientes quanto às muitas