PLANTAS MEDICINAIS - Instituto Anchietano de Pesquisas - Unisinos
PLANTAS MEDICINAIS - Instituto Anchietano de Pesquisas - Unisinos
PLANTAS MEDICINAIS - Instituto Anchietano de Pesquisas - Unisinos
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
CONFREI<br />
Talvez nenhuma planta medicinal tenha sido objeto <strong>de</strong> tanta<br />
controvérsia nos últimos tempos como o confrei. Encontram-se os<br />
maiores <strong>de</strong>fensores, como também os que con<strong>de</strong>nam totalmente. Sem<br />
meter-nos nesta briga, vejamos o que há <strong>de</strong> certo sobre ele.<br />
A primeira coisa certa é que foi usado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> tempos muito<br />
antigos. Seu nome científico, que é Symphytum officinale, da família<br />
Boraginaceae. É <strong>de</strong> origem grega, e é sabido que gregos e romanos o<br />
usavam, principalmente para consertar feridas e ossos quebrados, coisa<br />
muito comum em suas guerras. É esta, aliás, a sua proprieda<strong>de</strong> mais<br />
importante e certa, confirmada por todos os livros, e que é <strong>de</strong>vida a uma<br />
substância chamada alantoina, abundante principalmente na raiz e que<br />
acelera a cicatrização e a soldadura dos ossos. O seu efeito cicatrizante é<br />
tão eficiente, que, entre as precauções, um livro recente (1993) diz<br />
textualmente: “No <strong>de</strong>be utilizarse en heridas sucias, ya que la rápida<br />
cicatrización pue<strong>de</strong> atrapar suciedad o pus.” Outra precaução refere-se ao<br />
uso interno: “Se <strong>de</strong>ve evitar o consumo interno excessivo da planta<br />
<strong>de</strong>vido aos alcalói<strong>de</strong>s pirrolicilínicos, que algumas investigações<br />
vinculam ao câncer <strong>de</strong> fígado em ratos.”<br />
Apesar <strong>de</strong>stas precauções, a maioria dos livros, principalmente<br />
os mais recentes e estrangeiros, estão cheios <strong>de</strong> indicações para o uso<br />
interno e externo. Algumas <strong>de</strong>las: A raiz se emprega internamente no<br />
tratamento <strong>de</strong> úlceras gástricas e duo<strong>de</strong>nais e da diarréia. As folhas se<br />
empregam em casos <strong>de</strong> pleurisia e bronquite. As folhas secas po<strong>de</strong>m<br />
substituir o chá. As folhas frescas se empregam como verdura. Outra<br />
citação recente (1992): “Para uso interno, a presença da mucilagem<br />
aliviadora, faz do confrei um valioso remédio para as úlceras pépticas, a<br />
gastrite e a colite ulcerosa. O confrei é também um calmante<br />
expectorante útil para a bronquite e as tosses irritantes. Também é um<br />
remédio calmante para o sistema urinário.”<br />
Esta planta era tão popular em tempos passados que há até umas<br />
receitas um tanto pitorescas, como esta do século 14: “... se bebe para el<br />
dolor <strong>de</strong> espalda <strong>de</strong>bido a los movimientos como la lucha o el uso<br />
excessivo <strong>de</strong> mujeres...”.<br />
33