18.04.2013 Views

CERTIFICAÇÃO DA quALIDADE - Área Metropolitana de Lisboa

CERTIFICAÇÃO DA quALIDADE - Área Metropolitana de Lisboa

CERTIFICAÇÃO DA quALIDADE - Área Metropolitana de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

pular “tex-mex”, que tem o lado interessante <strong>de</strong> rivalizar com a “fast<br />

food” norte-americana, ganhando-lhe em toda a linha – também não<br />

há. Cozinha vietnamita, em alta em muitas capitais europeias, ainda<br />

cá não chegou. Vamos, então, ao que há.<br />

Gostos europeus<br />

Ainda encontramos restaurantes <strong>de</strong> galegos, mas já houve mais. E<br />

da multinacional Espanha, <strong>de</strong>signadamente representantes da muito<br />

digna arte do “tapeo” e “copas”, em <strong>Lisboa</strong> não há nada a merecer<br />

muita atenção. Caso queiramos exercitar-nos teremos que ir a<br />

Cascais e, num centro comercial, sentarmo-nos na mesa bem posta<br />

e bem fornecida do Méson Andaluz. Da França. Da doce França da rica<br />

culinária regional, que já foi dominante em <strong>Lisboa</strong>, quase não há nada<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iramente representativo. Há a Brasserie Flo, no Hotel Tivoli,<br />

com as suas ostras, o joelho <strong>de</strong> porco com “choucrute”, os “soufflés”<br />

e, evi<strong>de</strong>ntemente, o champanhe, mas, estando bem, é curto. Cozinhas<br />

italianas também há, <strong>de</strong> tal modo que alguns falam em invasão. Mas<br />

nada <strong>de</strong> exageros. O que predomina são os restaurantes <strong>de</strong> cozinha<br />

“fast food”, pizzas e massas manhosas, coisas sem gran<strong>de</strong> interesse<br />

gastronómico. Mas há duas ou três casas on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>m comer<br />

pizzas <strong>de</strong>centes, como o Casanova (Cais da Pedra, a Santa Apolónia)<br />

ou o Lucca (da Travessa Henrique Cardoso, à avenida <strong>de</strong> Roma);<br />

e outras on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> ficar com uma i<strong>de</strong>ia sobre os caminhos da<br />

cozinha italiana contemporânea, casos do Casanostra (o pioneiro, no<br />

Bairro Alto), o Luca (em Santa Marta) ou o Augusto Gemelli (em São<br />

Bento).<br />

Diferentes dos rodízios brasileiros, mas não muito representativos<br />

da paixão que os naturais do país das pampas <strong>de</strong>dicam ao churrasco<br />

<strong>de</strong> carnes bovinas, são os dois ou três restaurantes ditos argentinos<br />

existentes em <strong>Lisboa</strong>. Em alguns casos, a falta <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> das<br />

carnes não lhes po<strong>de</strong> ser imputada. As regras comunitárias, muito<br />

restritivas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o aparecimento das vacas loucas, impe<strong>de</strong>m-os <strong>de</strong><br />

importar a melhor carne argentina, sobretudo se tiver osso. Assim<br />

fica prejudicado um dos mais apreciados pedaços do churrasco<br />

argentino: “a tira <strong>de</strong> assado”, um primor.<br />

Quanto aos chineses, eles passam por um mau bocado. Embora, dada<br />

a conhecida capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação dos chineses a novas situações<br />

e culturas, nos últimos tempos temos assistido à mudança <strong>de</strong> muitos<br />

dos seus restaurantes para a culinária dos japoneses, seus inimigos<br />

históricos. Mas, antes <strong>de</strong> se dizer alguma coisa sobre a “invasão”<br />

japonesa, <strong>de</strong>ixe-se um sublinhado acerca da presença, cada vez mais<br />

<strong>de</strong>stacada, da condimentada cozinha indiana, bem como alguma<br />

coisa da <strong>de</strong>licada cozinha tailan<strong>de</strong>sa e, do mesmo espaço geográfico,<br />

da rústica cozinha do Nepal.<br />

Gostos e aromas<br />

A moda japonesa<br />

Mas o fenómeno mais fulgurante da realida<strong>de</strong> actual da<br />

restauração lisboeta é a dos restaurantes japoneses, nos quais,<br />

tem que reconhecer-se, se cozinha pouco. E, nesse pouco, há<br />

historicamente muito <strong>de</strong> influência portuguesa, na “tempura”, no<br />

“castela” (uma espécie <strong>de</strong> pão-<strong>de</strong>-ló) e no escabeche. Nos mais<br />

conhecidos restaurantes japoneses <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, em particular aos<br />

fins-<strong>de</strong>-semana, ir sem marcação prévia <strong>de</strong> mesa é arriscar-se a<br />

ter que ir lá noutra ocasião. A maioria da clientela ainda não tem<br />

30 anos. São apreciadores que, além <strong>de</strong> seduzidos pelo exotismo<br />

da cozinha nipónica, procuram alimentos sãos e saudáveis, <strong>de</strong><br />

reduzido peso proteico, servidos o mais próximo da Natureza<br />

possível. Ora, os peixes e mariscos crus, bem como os legumes<br />

da mesma maneira, são, nesse particular, do melhor que há. Não<br />

sendo baratos, sobretudo os melhores, os restaurantes japoneses,<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>coração minimalista, a exemplo da composição dos pratos<br />

servidos nas suas mesas, respon<strong>de</strong>m também a um fenómeno <strong>de</strong><br />

moda. Tudo valores a que é muito sensível a gente jovem.<br />

<strong>Lisboa</strong> mantém, então, no que à gastronomia diz respeito, a sua<br />

face <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> cosmopolita e actual. A tradição, o exotismo e a<br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> coexistem <strong>de</strong> forma pacífica, contribuindo para o<br />

perfil contemporâneo que lhe é reconhecido.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!