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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JUIZ DE FORA

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CONCLUSÃO<br />

Podemos ver nesse trabalho, que o valor de cada obra, literária ou<br />

cinematográfica, está diretamente ligado ao contexto em que vive o artista. As<br />

personagens por eles criadas comportam-se de formas variadas. Nos textos, a<br />

ficção é mais visível quando aparecem as personagens. Elas fazem parte das<br />

histórias tornando-as reais ou quase reais em nossas mentes.<br />

Em 1938, a literatura de Graciliano Ramos procurava, de certa forma, o<br />

engajamento de dois mundos fronteiriços e imiscíveis. O escritor filiou-se ao Partido<br />

Comunista e, muito embora não se tenha deixado subjugar pela imposição literária<br />

estilística a que o partido tentara submetê-lo, escreveu sobre o homem brasileiro<br />

sedento e triste, deu-lhe sentimentos dignos e aspirações para além do<br />

maniqueísmo grotesco; mostrou ao restante do País que ainda havia muito por<br />

conhecer e, principalmente, por fazer.<br />

A inteligência de Nelson Pereira dos Santos fez o cineasta criar um filme em<br />

preto e branco. A película colorida atribuiria à mensagem um consenso de beleza,<br />

um senso de estética tão popular quanto mesquinho, que desvirtuaria as intenções<br />

do diretor e a reação do público: sertão não é para achar bonito. Era o princípio do<br />

cinema novo, dando tratos à tradicional literatura da nação. Dispara-se a câmera,<br />

aberta á imensidão de uma paisagem monótona e triste, absolutamente agreste e<br />

ironicamente tão irregular quanto à presença humana naquele espaço em que a<br />

quase não – vida existente prenuncia o infortúnio e resignações de quem quer que lá<br />

se aventure.<br />

As vidas secas de Nelson Pereira disseminam postura reflexiva, percorrem o<br />

caminho da fidelidade das mesmas Vidas Secas, de Graciliano, sobretudo porque<br />

na obra cinematográfica foram utilizados recursos capazes de transmitir a agudeza e<br />

a implacabilidade do sol nordestino.<br />

Aparentemente, o filme baseado no discurso cinematográfico foi elaborado<br />

com recursos advindos do local de filmagem. O calor, presença marcante, maléfica e<br />

constante, a desencorajar o prosseguimento da vida das personagens, é muito bem<br />

retratado e descrito por intermédio da iluminação natural. A trilha sonora é o som<br />

esmagador de um carro de boi, meio de transporte local de pessoas e cargas.

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