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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JUIZ DE FORA

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1 DO LITERÁRIO AO CINEMATOGRÁFICO E VICE-VERSA<br />

Nesse item, faremos um estudo detalhado sobre a história do cinema e a<br />

utilização de obras literárias como textos fílmicos.<br />

Em 1896, foi exibido, pelos irmãos Lumiére, a imagem de um trem de ferro<br />

indo em direção a uma platéia. Surge, então, uma nova forma peculiar de<br />

espetáculo. Historiadores de cinema concordam que o desenvolvimento do filme é<br />

encontrado na progressão de George Méliès para Edwin S. Porter, D. W. Griffith e<br />

Serguei Eisenstein.<br />

Segundo Robert Richardson, na obra Literature and Film, Méliès, um<br />

mágico, deu-se conta dos recursos nascidos com a montagem para a exibição do<br />

ilusionismo no filme. Seu trabalho é cheio de tomadas com truques, corpos<br />

voadores, cabeças que explodem e muito mais. Percebeu que o filme poderia tratar<br />

a realidade de diversos pontos de vista.<br />

Edwin S. Porter, em 1903, deu o segundo passo, simples e muito importante.<br />

Antes, era comum atuar em frente à câmera fixa e móvel, uma ação contínua em um<br />

mesmo lugar. Porter filmou mais de um lugar e depois juntou as cenas para contar a<br />

estória. Foi o início da linguagem do filme.<br />

André Malraux, em seu texto “Esboço de uma Psicologia do Cinema”,<br />

escrito em 1946, aponta o corte dentro da cena como o ato inaugural da arte<br />

cinematográfica, explicitando algo naquele momento presente na mente de muitos<br />

teóricos. E um outro fato que teve importância enorme no início do século, é a<br />

montagem paralela, focalizando acontecimentos simultâneos, cujo modelo clássico é<br />

a montagem de perseguições. Desde os primeiros anos do século, esse foi um<br />

procedimento capital nas narrativas de aventura extremamente populares dadas à<br />

carga de emoções que caracteriza os desfechos na base da corrida contra o tempo,<br />

onde o bem persegue o mal e a figura do herói contra obstáculos para salvar a<br />

heroína, prestes a ser vítima de algum acidente ou cruel ataque. Nesse modelo,<br />

temos um tipo de situação propícia a uma montagem que estabeleça uma sucessão<br />

temporal de planos correspondentes a duas ações simultâneas, que ocorrem em<br />

espaços diferentes, com um grau de contigüidade podendo ser variável.<br />

A própria natureza das ações representadas corresponde a uma situação<br />

mais complexa do que a desenvolvida numa única ação. A necessidade de

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