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leituras benjaminianas da cidade - Agenciawad.com.br

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diferente, através <strong>da</strong>quilo que <strong>com</strong> eles aprontam no <strong>br</strong>inquedo, em uma nova,<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>usca relação entre si.” (Benjamin 1993:18-19).<<strong>br</strong> />

Ao falar so<strong>br</strong>e a ativi<strong>da</strong>de do historiador Benjamin (1985b:103) também<<strong>br</strong> />

evoca a figura do “catador de lixo”: “Temos aqui um homem: ele tem de catar pela<<strong>br</strong> />

capital os restos do dia que passou. Tudo o que a grande ci<strong>da</strong>de jogou fora, tudo o<<strong>br</strong> />

que ela perdeu, tudo o que desprezou, tudo o que ela espezinhou -- ele registrra e<<strong>br</strong> />

coleciona. Coleta e coleciona os anais <strong>da</strong> desordem, a Cafarnaum <strong>da</strong> devassidão;<<strong>br</strong> />

separa e seleciona as coisas, fazendo uma seleção inteligente; procede <strong>com</strong>o um<<strong>br</strong> />

avarento em relação a um tesouro, aferrando-se ao entulho que, nas maxilas <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

deusa <strong>da</strong> indústria, assumirá a forma de objetos úteis ou agradáveis.” Bolle<<strong>br</strong> />

(1994:381) <strong>com</strong>enta: “Através de uma montagem em forma de choque, nasce uma<<strong>br</strong> />

imagem dialética. O colecionador burguês, através dos tesouros que acumula,<<strong>br</strong> />

providencia para si uma visão de conjunto do universo; o colecionador de trapos e<<strong>br</strong> />

farrapos, lixo e entulho (Lumpensammler) providencia, a partir desses resíduos,<<strong>br</strong> />

uma imagem do camarote a partir do qual se contempla o mundo.”<<strong>br</strong> />

Em Piracicaba, nos inícios dos anos 80, figuras de bonecos pescadores<<strong>br</strong> />

irrompem na “mata” em barrancos <strong>da</strong> margem direita do rio, oposto à margem<<strong>br</strong> />

onde se situa a “casa do povoador”, monumento <strong>da</strong> o<strong>br</strong>a “civilizadora” de<<strong>br</strong> />

“bandeirantes” e heróis afins. Ao estilo de “visagens caipiras”, de caiporas e<<strong>br</strong> />

curupiras, os bonecos “assom<strong>br</strong>am” a ci<strong>da</strong>de. Não raramente, são vistos <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

“espantalhos”. O artista que fez estes bonecos, “Seu Elias”, antigo morador <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

Rua do Porto, “velho barranqueiro”, trabalha à mo<strong>da</strong> de um “<strong>br</strong>icoleur”, juntando<<strong>br</strong> />

roupas, chapéus, e sapatos descartados, <strong>com</strong> resíduos de oficinas, paus e pneus,<<strong>br</strong> />

e restos de ramos e galhos deixados pelas o<strong>br</strong>as de prefeituras nos dias em que<<strong>br</strong> />

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