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comissão organizadora - Seagri

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COMISSÃO ORGANIZADORA<br />

Presidente: Jaime Fernandes Filho - ABEXPO<br />

Coordenador Geral: Almir Mendes de Carvalho Neto - ABEXPO<br />

COMISSÃO CIENTÍFICA<br />

Coordenador Científico: Prof. MSc. Guilherme Augusto Vieira – Curso de Agronegócios CAIRÙ – UNIME<br />

MEMBROS<br />

Prof. PhD Ronaldo Lopes Oliveira - Coordenador do Curso de Zootecnia - Universidade Federal da Bahia<br />

– UFBA Departamento de Produção Animal<br />

Prof. DSc. Danilo Gusmão de Quadros – Curso de Agronomia – UNEB –Barreiras<br />

Prof. DSc. Fabiano Ferreira da Silva – Curso de Zootecnia – UESB - Itapetinga<br />

Profa. DSc. Ana Karina Cavalcante – Curso de Medicina Veterinária – UNIME – Bahia<br />

Prof.MSc. Bruno Lopes Bastos – MV Autônomo – Bahia


O 4º Congresso Internacional de Boi de Capim será realizado no Bahia Othon Palace Hotel,<br />

no período de 03 a 05 de agosto de 2009, em Salvador-Bahia, e manterá a tradição de ser<br />

um dos maiores eventos relativo à cadeia produtiva da carne, e traz nesta edição como tema<br />

central “Oportunidade e Mercado”.<br />

Espera-se nesta nova edição superar os números das edições anteriores e para isso será montada<br />

uma grandiosa estrutura para receber um público de participantes e investidores de<br />

aproximadamente 500 pessoas, dentre eles personalidades de cunho nacional e internacional.<br />

Estaremos lançando nesta edição novas atividades como: mini-cursos e submissão de trabalhos<br />

técnicos e seleção de cases de sucesso.


Análise de desestruturaçao das fezes bovinas pelo besouro coprófago<br />

(Scarabaeidae) em Barreiras-Ba, na época chuvosa do ano................................................................................................................................... 06<br />

Análise microbiológica de leite informal comercializado em itapetinga, bahia.................................................................................................... 08<br />

Aspectos comportamentais de novilhos nelore recebendo suplementação mineral ou protéica em pastejo na época seca.................................... 10<br />

Aspectos metodológicos dos períodos discretos no comportamento ingestivo de novilhos a pasto....................................................................... 12<br />

Avaliação da qualidade físico-química de leite produzido com ordenha manual com vacas mestiças................................................................... 14<br />

Avaliação do comportamento ingestivo de touros jovens e vacas com cria ao pé em pastejo................................................................................ 16<br />

Avaliação físico-quimica de leite cru: período das águas x período da seca........................................................................................................... 18<br />

Características físicas da carcaça de novilhos nelore suplementados com sal mineral ou proteinado em pastagem de brachiaria brizantha ....... 20<br />

Comportamento ingestivo de fêmeas aneloradas em diferentes estágios reprodutivos .......................................................................................... 22<br />

Comportamento ingestivo de fêmeas aneloradas em meio e final de gestação em regime de pastejo ................................................................... 24<br />

Comportamento ingestivo de novilhos e novilhas em pastejo contínuo de brachiaria decumbens ........................................................................ 26<br />

Comportamento ingestivo de novilhos e vacas sem bezerro ao pé em pastagens de “brachiaria decumbens” ...................................................... 28<br />

Comportamento ingestivo de novilhos nelore recebendo suplementação mineral ou protéica em pastejo<br />

mineral ou protéica em pastejo .............................................................................................................................................................................. 30<br />

Comportamento ingestivo de vacas aneloradas em diferentes condições reprodutivas em pastagens ................................................................... 32<br />

Comportamento ingestivo de vacas holandesas a pasto: metodologia .................................................................................................................. 34<br />

Comportamento ingestivo de vacas leiteiras zebuínas a pasto: metodologia .........................................................................................................36<br />

Consumo da forragem e suplemento de novilhos nelore recebendo suplementação mineral ou protéica<br />

em pastejo de brachiaria brizantha na época das aguas......................................................................................................................................... 38<br />

Consumo da forragem e suplemento de novilhos nelore recebendo suplementação mineral ou protéica em pastejo<br />

de brachiaria brizantha na época seca do ano.......................................................................................................................................................... 40<br />

Contagem bacteriana total de leite cru ordenhado manualmente no ano de 2008 ................................................................................................. 42<br />

Contagem de células somáticas de leite com ordenha manual............................................................................................................................... 44<br />

Contagem de células somáticas e contagem bacteriana total do leite cru tipo c da região de maiquinique, bahia. .............................................. 46<br />

Contagem de células somáticas em leite cru do tanque de resfriamento no ano de 2009...................................................................................... 48<br />

Conversão e eficiência alimentar de novilhos nelore recebendo suplementação mineral ou protéica em pastejo<br />

de brachiária brizantha na época das águas........................................................................................................................................................... 50<br />

Conversão e eficiência alimentar de novilhos nelore recebendo suplementação mineral ou protéica em pastejo<br />

de brachiária brizantha na época seca do ano.......................................................................................................................................................... 52<br />

Densidade populacional de perfilhos da brachiaria decumbens, consorciada com arachis pintoi ou sobre adubação nitrogenada....................... 54<br />

Desempenho de novilhos nelore recebendo suplementação mineral ou protéica em pastejo<br />

de brachiaria brizantha na época das aguas............................................................................................................................................................ 56<br />

Desempenho de novilhos nelore recebendo suplementação mineral ou protéica em pastejo<br />

de brachiaria brizantha na época seca do ano......................................................................................................................................................... 58<br />

Digestibilidade aparente dos nutrientes em novilhos nelore recebendo suplementação mineral<br />

ou protéica em pastejo de brachiária brizantha na época das águas........................................................................................................................ 60


Discretização de séries temporais no comportamento ingestivo de vacas holandesas utilizando somatrotopina bovina recobinante.................... 62<br />

Efeito da subsolagem associada a adubação na capacidade de suporte em pastagem degradada de brachiaria decumbens stapf. ........................ 64<br />

Fontes de nitrogênio em suplementos protéicos para recria de novilhos em pastagem de capim-brachiaria.......................................................... 66<br />

Índices reprodutivos em rebanhos leiteiros no município de maiquinique, bahia1................................................................................................. 78<br />

Influência dos estágios produtivos sobre o comportamento ingestivo de vacas aneloradas ................................................................................... 70<br />

Inseminação artificial em tempo fixo em vacas mestiças leiteiras (3/8 holandês x 5/8 gir).................................................................................... 72<br />

Intervalo entre partos de bufálas leiteiras murrah x mediterrâneo........................................................................................................................... 74<br />

Levantamento da escarabeidofauna associados às fezes bovinas em pastagem artificial e vegetação nativa<br />

de cerrado na época chuvosa do ano ....................................................................................................................................................................... 76<br />

Levantamento de plantas nativas do cerrado com potencial forrageiro................................................................................................................... 78<br />

Levantamento de plantas tóxicas em angical e riachão das neves - bahia............................................................................................................... 80<br />

Metodologia dos aspectos do comportamento ingestivo de vacas leiteiras a pasto................................................................................................ 82<br />

Metodologia para o estudo do comportamento ingestivo de vacas leiteiras a pasto............................................................................................... 85<br />

Ordenha mecânica x ordenha manual: comparação entre os valores de contagem<br />

de células somáticas (ccs) e contagem bacteriana total (cbt).................................................................................................................................. 87<br />

Peso e rendimento de carcaça de novilhos nelore suplementados com sal mineral<br />

ou proteinado em pastagem de brachiaria brizantha................................................................................................................................................ 89<br />

Presença ou ausência do bezerro sobre o comportamento ingestivo de fêmeas aneloradas em pastagens.............................................................. 91<br />

Produção de matéria seca das cultivares de brachiaria em resposta a adubação fosfatada no estabelecimento...................................................... 93<br />

Produção de matéria seca de cultivares de brachiaria em resposta a adubação fosfatada no verão........................................................................ 95<br />

Propriedades físico-química do leite de búfalas, criadas na região de maiquinique – bahia................................................................................... 97<br />

Qualidade físico-química de leite cru ordenhado manualmente ............................................................................................................................ 99<br />

Qualidade microbiológica de leite cru ordenhado manualmente e refrigerado...................................................................................................... 101<br />

Qualidade microbiológica do leite de búfalas criadas na região de maiquinique – ba........................................................................................... 103<br />

Sazonalidade de partos em bufálas leiteiras murrah x mediterraneo criadas em sistemas extensivo no sul da bahia........................................... 105<br />

Taxa de concepção de vacas mestiças leiteiras com estro sincronizado reutilizando implantes<br />

de norgestomet e inseminadas em hora marcada................................................................................................................................................... 107<br />

Utilização da somatrotopina bovina recobinante em vacas holandesas: aspectos do comportamento ingestivo.................................................. 109<br />

Utilização da uréia protegida no suplemento sobre os períodos discretos no comportamento ingestivo de bovinos a pasto............................... 111<br />

Valor cultural de sementes comerciais de brachiaria spp. No comércio de barreiras – ba.................................................................................... 113<br />

Variação do lucro de novilhos nelore suplementados a pasto sobre diferentes valores de venda da arroba do boi gordo................................... 115<br />

Vigor de sementes de brachiaria brizantha cv. Marandu comercializadas em barreiras – ba............................................................................... 117


ANÁLISE DA DESESTRUTURAÇÃO DAS FEZES BOVINAS PELO BESOURO<br />

COPRÓFAGO (SCARABAEIDAE) EM BARREIRAS – BA, NA ÉPOCA CHUVOSA DO<br />

ANO<br />

Marcela da Silva Dourado Castro 1 , Danilo Gusmão de Quadros 2 , Oziel Pinto Monção 1 ,<br />

Jamara Marques Jácome 1 , Thaynara Ivanka 1<br />

1 Estudante de graduação de Engenharia Agronômica da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Campus IX<br />

2 Docente da UNEB – Campus IX. Professor da Universidade do Estado da Bahia – UNEB / Núcleo de Estudo e<br />

Pesquisa em Produção Animal (NEPPA). BR 242, km 4, s/n. Lot. Flamengo. Barreiras – BA. 47800-000. E-mail:<br />

uneb_neppa@yahoo.com.br Website: www.neppa.uneb.br<br />

INTRODUÇÃO<br />

Ao removerem a massa fecal e incorporá-la ao solo, os besouros coprófagos alteram<br />

as propriedades físicas e químicas deste auxiliando ao melhor desenvolvimento de plantas.<br />

Esse comportamento quebra o ciclo reprodutivo das moscas e nematódeos que utilizam as<br />

massas fecais para alimentação e desenvolvimento de suas proles.<br />

A utilização das fezes dos animais por seus parasitos, a exemplo da mosca–dos–<br />

chifres, é um dos problemas que a pecuária enfrenta. A mosca-dos-chifres (Haematobia<br />

irritans) alimenta-se do sangue dos bovinos, sugando-os 24 horas por dia, gerando um alto<br />

estresse ao animal. A irritação causada pela picada das moscas compromete a alimentação<br />

e a digestão do animal parasitado, diminuindo a sua produtividade (leite/carne) (BIANCHIN<br />

& ALVES, 2002). Elas se reproduzem rapidamente, depositando seus ovos nas fezes<br />

frescas dos animais que serão usadas como berçário e fonte de alimentação. O uso de<br />

inseticidas para o controle da mosca está perdendo a eficácia, pois está selecionando<br />

indivíduos resistentes e eliminando os competidores e predadores naturais da H. irritans,<br />

fazendo com que aumente sua população resistente aos produtos químicos (BARROS,<br />

2004).<br />

O presente trabalho teve como objetivo analisar atividade do besouro coprófago no<br />

enterrio das fezes bovinas através do grau de desestruturação/incorporação das fezes no<br />

solo e da idade das placas fecais em pastagem manejada sob lotação continua, no<br />

município de Barreiras – Bahia, na época chuvosa do ano.<br />

METODOLOGIA<br />

O experimento foi conduzido na zona rural da cidade de Barreiras (12° 09' 10" S e<br />

44° 59' 24" O, 452 m de altitude), região do oeste baiano. Foram analisadas semanalmente,<br />

entre 08h e 09h, 100 placas fecais depositadas em pastagem de capim-estrela-africana. O<br />

trabalho foi conduzido no período de janeiro de 2009 a abril de 2009, totalizando 1200<br />

placas fecais analisadas.<br />

As placais fecais foram classificadas quanto à idade (IPF01 – Idade de placa fecal 1placa<br />

fecal recém excretada, sem crosta superficial; IPF02 – Idade de placa fecal 2 – placa<br />

fecal com fina crosta superficial; IPF03 – Idade de placa fecal 3 – massa fecal com crosta<br />

significamente mais rígida; IPF04 – Idade de placa fecal 4 – placa fecal totalmente<br />

ressecada) e quanto ao grau de desestruturação/incorporação (GDI) (GDI Baixo – massa<br />

fecal com nenhuma e/ou baixa desestruturação/incorporação; GDI Médio – massa fecal com<br />

média desestruturação/incorporação; e GDI Alto - massa fecal muito ou totalmente<br />

desestruturada/incorporada) (FLECHTMANN, 1995a; FLECHTMANN, 1995b).<br />

Os dados foram tabulados no programa Excel ® (Windows) e analisados em relação à<br />

frequência de ocorrência e os percentuais relativos às classes das placas fecais.<br />

RESULTADO E DISCUSSÃO<br />

Das 1200 placas fecais analisadas, observou-se que 474 (36%) placas se<br />

encontravam com IPF 04, 377 (29%) com idade IPF 03, 279 (21%) com IPF 02 e 170 (13%)<br />

com IPF 01. A idade da massa fecal é muito importante, haja vista que os adultos das<br />

moscas-dos-chifres ovopositam preferencialmente em massas recém-excretadas<br />

(FLECHTMANN et al., 1995 b).<br />

6


Analisando o grau de desestruturação/incorporação das fezes 632 (49%) placas<br />

encontravam-se em GDI Baixo, 398 (31%) em GDI Médio e 270(21%) em GDI Alto. O baixo<br />

grau de desestruturação das placas fecais demonstra que os nutrientes presentes nas fezes<br />

bovinas estão sendo perdidas no sistema solo-planta, indica também a baixa atuação dos<br />

besouros coprófagos que favorece a proliferação da mosca-dos-chifres e de endoparasitos,<br />

os quais podem provocar um desconforto no bem estar animal, reduzir o desempenho<br />

produtivo e aumentar os custos de produção.<br />

A utilização de inseticidas do tipo “pour on” no gado, como prática sanitária, durante<br />

o período de avaliação, provavelmente agiram como redutores populacionais dos besouros<br />

coprófagos na pastagem.<br />

A presença de placas fecais integrais na pastagem pode prejudicar a ingestão de<br />

forragem pelo gado, consequentemente o ganho de peso diário, haja vista que o animal<br />

rejeita a forragem até 1,5m de raio da placa fecal (MIRANDA, 1998).<br />

CONCLUSÃO<br />

A maioria das placas analisadas encontra-se ressecadas e com baixo grau de<br />

desestruturação, podendo prejudicar a ingestão de forragem pelo gado e favorecer a<br />

proliferação de parasitos, em virtude da baixa atuação de besouros coprófagos.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

AIDAR, T; KOLLER W. W.; RODRIGUES, S. R. et al. Besouros coprófagos (Coleoptera:<br />

Scarabaeidae) coletados em Aquidauana, MS, Brasil. An. Soc. Entolmol., v.29, n.4, p. 817-<br />

820, 2000.<br />

BARROS A. T. A. Situação da resistência da Haematobia irritans no Brasil. CONGRESSO<br />

BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINARIA, 13, Ouro Preto. Anais... Ouro<br />

Preto:SBPV, 2004. (CD-ROM)<br />

BIANCHIN I.; ALVES R.G.O. Mosca-dos-chifres, Haematobia irritans: comportamento e<br />

danos em vacas e bezerros Nelore antes da desmama. Pesquisa Veterinária Brasileira,<br />

v.22, n.8, p.109-113, 2002.<br />

FLECHTMANN, C. A. H.; RODRIGUES, S. R.; COUTO, H. T. Z. Controle biológico da<br />

mosca-dos-chifres (Haematobia irritans irritans) em Selvíria, Mato Grosso do Sul - 2: ação<br />

de insetos fimícolas em massas fecais no campo. Revista Brasileira de Entomologia, v.39,<br />

n.2, p.237-247, 1995 a.<br />

FLECHTMANN, C. A. H.; RODRIGUES, S. R.; COUTO, H. T. Z. Controle biológico da<br />

mosca-dos-chifres (Haematobia irritans irritans) em Selvíria, Mato Grosso do Sul – 4:<br />

comparação entre métodos de coleta de besouros coprófagos (Scarabaeidae). Revista<br />

Brasileira de Entomologia, v.39, n.2, p.259-276, 1995 b.<br />

MIRANDA, C. H. B., Santos, J. C. C., BIANCHIN, I. Contribuição de Onthophagus gazella à<br />

melhoria da fertilidade do solo pelo enterrio de massa fecal bovina fresca. 2. Estudo em<br />

campo. Revista Brasileira de Zootecnia, , v.27, n.8, p.681-685, 1998.<br />

Marcela da Silva Dourado Castro, Tel (77) 8103-0500. E-mail:<br />

7


ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE LEITE INFORMAL COMERCIALIZADO EM<br />

ITAPETINGA, BAHIA.<br />

Dayana R. de Souza* 1 , Sérgio A. de A. Fernandes 2 , Neomara B. de L. Santos 1 , Amanda dos<br />

S. Faleiro 1 , Thaiany T. Fonseca 1 .<br />

1<br />

Graduanda em Zootecnia e Bolsista de Iniciação Científica (FAPESB e Voluntária da UESB);<br />

2<br />

Professor Adjunto do Departamento de Tecnologia Rural e Animal- UESB;<br />

Introdução<br />

No Brasil, o leite é obtido sob condições higiênico-sanitárias deficientes, com elevados<br />

números de microrganismos, apresentando risco à saúde da população, principalmente<br />

quando consumido sem tratamento térmico. Os cuidados higiênicos para evitar a<br />

contaminação devem ser iniciados desde a ordenha e continuados até a obtenção do<br />

produto final. Diversos microrganismos patogênicos podem ser encontrados contaminando<br />

o leite, dentre eles podem-se destacar Escherichia coli e L. monocytogenes (CATÃO E<br />

CEBALOS, 2001).<br />

A Instrução Normativa nº 51 (IN 51), que regulamenta a produção, identidade, qualidade,<br />

coleta e transporte dos leites A, B, C, pasteurizado e cru refrigerado, desde sua publicação<br />

definiu novos parâmetros de qualidade microbiológica para o leite cru refrigerado (BRASIL,<br />

2002). A avaliação da contaminação microbiológica de alimentos é um dos parâmetros<br />

importantes para determinar sua vida útil, e também para que os mesmos não ofereçam<br />

riscos à saúde dos consumidores.<br />

Assim, objetivou-se com o presente trabalho avaliar as características microbiológicas de<br />

leite informal comercializado em 3 pontos de venda em Itapetinga, Bahia.<br />

Material e métodos<br />

Os leites foram adquiridos nos meses de abril e maio de 2009, de vendedores ambulantes,<br />

nas ruas de 3 bairros distintos da cidade de Itapetinga, Bahia, identificados como amostras<br />

A, B e C. O leite foi coletado em 3 momentos, constituindo-se em 3 repetições. As amostras<br />

foram armazenadas em embalagens identificadas, devidamente higienizadas, e as amostras<br />

conduzidas sob refrigeração ao Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual do<br />

Sudoeste da Bahia (UESB), onde foram feitas as análises microbiológicas. As amostras<br />

foram submetidas à pesquisa de determinação do Número Mais Provável (NMP) de<br />

Coliformes a 35 °C e Coliformes a 45 °C, e contagem total de bactérias aeróbias mesófilas,<br />

segundo metodologia recomendada pelo Ministério da Agricultura (BRASIL, 2003).<br />

Resultados e discussão<br />

A Tabela apresenta os resultados médios obtidos para as análises microbiológicas das<br />

amostras analisadas.<br />

Tabela 1- Resultados médios de Coliformes a 35 °C, Coliformes a 45 °C, e contagem total<br />

de bactérias aeróbias mesófilas de amostras de leite informal comercializadas em<br />

Itapetinga, BA.<br />

Amostras 10 -1<br />

UFC/mL<br />

10 -2<br />

UFC/mL<br />

Contagens<br />

10 -3<br />

UFC/mL<br />

8<br />

Coliformes a<br />

35ºC<br />

(NMP/mL)<br />

Coliformes a<br />

45ºC<br />

(NMP/mL)<br />

A 58,4 X10 1<br />

12,3 x10 3<br />

Ausente 240 240<br />

B Incontável Incontável 20,6 x10 4<br />

240 240<br />

C Incontável Incontável Incontável 240 240


A elevada presença de coliformes a 35 e a 45ºC evidenciada nas amostras estudadas indica<br />

as más condições de higiene dos produtos. A presença das bactérias do grupo dos<br />

coliformes, cujo habitat da maioria é o trato intestinal do ser humano e de outros animais<br />

homeotermos, indica contaminação de origem ambiental e fecal do produto. A enumeração<br />

de coliformes totais é utilizada para avaliar as condições higiênicas do produto, pois, quando<br />

em alto número, indica contaminação decorrente de falha durante o processamento, limpeza<br />

inadequada ou tratamento térmico insuficiente. Já a detecção de elevado número de<br />

bactérias do grupo dos coliformes fecais em alimentos é interpretada como indicativo da<br />

presença de patógenos intestinais, visto que a população deste grupo é constituída de alta<br />

proporção de Escherichia coli (CARVALHO et al., 2005). Cabe ressaltar que o tratamento<br />

térmico ineficiente do leite nas práticas domésticas pode não destruir a contaminação inicial<br />

existente.<br />

Os resultados encontrados para contagens de bactérias aeróbias mesófilas também foram<br />

elevadas, com exceção da amostra A. Esse resultado era previsível em função da falta de<br />

refrigeração do leite, ficando os valores encontrados para as amostras B e C acima do limite<br />

de tolerância estabelecido pela legislação, que é de 1x10 6 (BRASIL, 2002).<br />

Cabe ressaltar que as amostras estudadas não devem ser consumidas, uma vez que não<br />

sofreram nenhum tipo de fiscalização, agindo como risco potencial ao consumidor, devido à<br />

ocorrência de fraudes econômicas e ao elevado nível de contaminação.<br />

Conclusões<br />

Os resultados das análises microbiológicas realizadas indicaram que as amostras estudadas<br />

não atenderam aos padrões microbiológicos legais, oferecendo um grande risco à saúde<br />

dos consumidores, principalmente devido à presença de coliformes a 45°C.<br />

Bibliografia<br />

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa nº 51, de<br />

18 de setembro de 2002. Regulamento técnico de produção, identidade e qualidade do<br />

leite tipo A, do leite tipo B, do leite tipo C, do leite pasteurizado e do leite cru<br />

refrigerado e o Regulamento técnico da coleta de leite cru refrigerado e seu transporte<br />

a granel. Publicada no Diário Oficial da União de 20 de Setembro de 2002, seção 1, página<br />

13.<br />

BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 22, de<br />

14 de abril 04 de 2003. Métodos Analíticos Oficiais Físico-Químicos para Controle de<br />

Leite e Produtos Lácteos. Brasília: Ministério da Agricultura, 2003.<br />

CATAO, R. M. R.; CEBALLOS, B. S. O. Listeria spp., coliformes totais e fecais e e.coli<br />

no leite cru e pasteurizado de uma indústria de laticínios, no estado da Paraíba<br />

(Brasil). Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.21, n.3, p. 281-287. 2001.<br />

CARVALHO, A.C.F.B.; CORTEZ, A.L.L.; SALOTTI, B.M.; BÜRGER, K.P.; VIDAL-MARTINS,<br />

A.M.C. Presença de microrganismos mesófilos, psicrotróficos e coliformes em<br />

diferentes amostras de produtos avícolas. Arquivos do Instituto Biológico. São Paulo,<br />

v.72, n.3, p.303-307, jul./set., 2005.<br />

Autor a ser contactado: Dayana Rodrigues de Souza<br />

Endereço: Rua Marechal Deodoro da Fonseca, n. 468. ITAPETINGA/BA. CEP-45700-000. Email:<br />

dayrodriguessouza@hotmail.com Fone: (73) 997536<br />

9


ASPECTOS COMPORTAMENTAIS DE NOVILHOS NELORE RECEBENDO<br />

SUPLEMENTAÇÃO MINERAL OU PROTÉICA EM PASTEJO NA ÉPOCA SECA 1<br />

Daniel Lucas Santos Dias 2 , Danilo Ribeiro de Souza 3 , Marcelo Mota Pereira 2 , Vinícius Lopes<br />

da Silva 3 , Rita Kelly Couto Brandão 2<br />

1 Parte da dissertação de mestrado do segundo autor, financiada pela CAPES.<br />

2 Graduando em Zootecnia – UESB<br />

3 Mestrando em Zootecnia - UESB<br />

Introdução<br />

Um dos objetivos básicos de todo sistema de produção de bovinos em pastagem é<br />

cobrir as necessidades nutricionais dos animais durante todo o ano, mantendo uma oferta<br />

permanente de alimento em quantidade e qualidade suficientes para obter ótima resposta<br />

produtiva por parte dos animais. Todavia, nas condições de pastagem, existem grandes<br />

variações na produção de matéria seca e na qualidade da pastagem, afetando<br />

negativamente a produtividade animal e promovendo alterações no comportamento animal<br />

(PARDO et al., 2003).<br />

Os resultados encontrados na literatura, referentes às alterações provocadas pela<br />

suplementação a pasto sobre o comportamento ingestivo dos ruminantes, ainda são<br />

controversos. Assim sendo, torna-se imprescindível à realização de pesquisas que<br />

esclareça o efeito da suplementação sobre o comportamento dos animais em pastejo e seus<br />

possíveis reflexos sobre os atributos da pastagem e o desempenho animal (BRÂNCIO et al.,<br />

2003).<br />

O objetivo deste estudo foi avaliar os aspectos comportamentais de novilhos Nelore<br />

em pastagem de Brachiaria brizantha submetidos à suplementação mineral e a<br />

suplementação proteinada.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na Fazenda Boa Vista, no município de Macarani – Ba,<br />

entre os meses de agosto a outubro de 2006. Foram utilizados 18 animais da raça Nelore<br />

com 26 meses de idade e peso corporal médio de 373 kg, castrados. Os dois tratamentos<br />

foram constituídos de: T1-Suplementação mineral até a terminação e T2-Suplementação<br />

proteinada até a terminação, distribuídos em DIC com dois tratamentos e 9 repetições por<br />

tratamento. O suplemento foi fornecido duas vezes durante a semana, em cocho coberto.<br />

Todos os animais tiveram livre acesso ao cocho e a água.<br />

Foram utilizados quatro piquetes de Brachiaria brizanta cultivar Marandu com 6,5<br />

hectares cada. Enquanto dois estavam ocupados os outros dois permaneciam vazios por 28<br />

dias. A cada sete dias foi feito o rodízio dos animais para retirar os efeitos do piquete.<br />

Os aspectos comportamentais foram avaliados visualmente, com um observador em<br />

cada piquete e as observações foram feitas com a ajuda de binóculos. Para o registro do<br />

tempo gasto em cada uma das atividades descritas acima, os animais foram observados<br />

visualmente a cada 10 minutos, por dois períodos de 12 horas cada, das seis horas da<br />

manhã às 18 horas realizados no 25º e 26º dia do mês de outubro. As variáveis<br />

comportamentais estudadas foram: a média do número de mastigações merícicas por bolo<br />

ruminal (MBR), do tempo gasto para ruminação de cada bolo (TBR) e o número de bolos<br />

ruminados (NBR), no período diurno foram obtidos, registrando-se com cronômetros digitais,<br />

nove valores por animal, conforme metodologia descrita por Burger et al., (2000). O tempo<br />

de mastigação total (TMT) foi determinado pela soma entre o tempo de pastejo e o tempo de<br />

ruminação, que foram coletados durante as observações.<br />

As análises laboratoriais foram realizadas no Laboratório de Nutrição Animal do<br />

Departamento de Tecnologia Rural e Animal da Universidade Estadual do Sudoeste da<br />

Bahia – UESB. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com dois<br />

tratamentos e nove repetições por tratamento. Para analise estatística dos dados utilizou-se<br />

o programa SAEG – Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas Ribeiro Jr, (2001), bem<br />

como os resultados foram interpretados estatisticamente por meio de análise de variância e<br />

teste F a 5% de probabilidade.<br />

10


Resultados e Discussão<br />

Na tabela 1, estão apresentados os valores médios do tempo de mastigação total,<br />

quantidade de bolos ruminados, tempo gasto/bolo, número de mastigações/bolo ruminado<br />

em função da suplementação mineral e suplementação protéica para novilhos Nelore em<br />

pastejo. Para as variáveis TMT e TBR não houve significância entre os tratamentos (P><br />

0,05), uma vez que há um consumo de forragem e o suplemento caracteriza-se por ser de<br />

baixo consumo. Silva (2008) trabalhando com novilhos nelore recebendo suplementação no<br />

período seco (SM, 0,3, 0,6 e 0,9) encontrou 562, 429, 480 e 442 minutos para a TMT<br />

respectivamente e para TBR valores de 41, 38, 42 e 35 segundos. As quantidades de NBR<br />

foram de 135 e 176, respectivamente para suplementação mineral e suplementação<br />

protéica, diferindo estatisticamente (P


ASPECTOS METODOLÓGICOS DOS PERÍODOS DISCRETOS NO<br />

COMPORTAMENTO INGESTIVO DE NOVILHOS A PASTO<br />

George Abreu Filho 1* , Hermógenes Almeida de Santana Júnior 1 , Elisangela Oliveira<br />

Cardoso 1 , Gonçalo Mesquita Silva 1 , Robério Rodrigues Silva 2<br />

1 Graduando em Zootecnia/UESB.<br />

2 Professor Titular DEBI/UESB.<br />

Palavras-chaves: bovino, etologia, metodologia<br />

Introdução<br />

No estudo do comportamento ingestivo, um dos componentes mais importantes<br />

é a escolha do intervalo de tempo entre as observações, uma vez que a observação<br />

contínua dos animais é um processo que despende muita mão-de-obra, tornando-se<br />

impraticável quando se deseja observar um número elevado de animais. Alguns<br />

estudos recentes mostram algumas tendências novas, como a possibilidade de<br />

observar animais pelo modelo Scan Sampling a até trinta minutos de intervalos (Silva<br />

et al., 2005). Objetivou-se identificar os intervalos de tempo mais adequados para<br />

estudo dos períodos discretos do comportamento ingestivo de novilhos Nelore a pasto,<br />

quando comparados com a escala de 10 minutos de intervalo entre observações.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na fazenda Boa Vista, Maiquinique, Bahia. Foram<br />

utilizados 30 animais da raça Nelore, castrados, com média de 22 meses de idade e<br />

peso corporal médio de 325 kg. O experimento teve duração de 84 dias, de agosto à<br />

novembro de 2008. Os animais foram mantidos em sistema de produção a pasto, em<br />

pastejo continuo de Brachiaria brizantha cv Marandú.<br />

Os animais foram aleatoriamente alocados em cada um dos tratamentos<br />

abaixo: T1- Baixo NNP = Animais recebendo suplemento com baixo Nitrogênio Não-<br />

Protéico – 1% uréia; T2- URC = Animais recebendo suplemento com 6,5% de Uréia<br />

Convencional; T3- URP= Animais recebendo suplemento com 5,7 % de Uréia<br />

Protegida e 1,1% de Uréia Convencional.<br />

A avaliação do comportamento animal foi realizada, visualmente, no 42º dia de<br />

experimentação. As variáveis comportamentais estudadas foram: pastejo, ruminação,<br />

ócio e comendo no cocho (COCHO). As atividades comportamentais foram<br />

consideradas mutuamente excludentes, conforme definição de Pardo et al. (2003).<br />

Cada animal foi observado em três escalas diferentes: 10, 20 e 30 minutos de<br />

intervalo, por um período de 24 horas, a fim de identificar o tempo destinado às<br />

atividades em cada uma das escalas (Silva et al., 2005). Após a obtenção dos<br />

resultados das diversas variáveis testadas, todas foram comparadas com a escala de<br />

10 minutos de intervalo.<br />

A discretização das séries temporais foi feita diretamente nas planilhas de<br />

coleta de dados, com a contagem dos períodos discretos de pastejo, ruminação, ócio<br />

e cocho.<br />

Foi utilizado o delineamento experimental em unidades de medidas repetidas,<br />

em arranjo fatorial três por três (três fontes de NNP e três escalas de intervalo). Para<br />

análise dos dados coletados no experimento, foi utilizado o Sistema de Análises<br />

Estatísticas e Genéticas – SAEG, e os resultados foram interpretados estatisticamente<br />

por meio de análise de variância e Tukey a nível de 0,05 de probabilidade.<br />

Resultados e Discussão<br />

TABELA 1 - Valores do número de períodos de pastejo (NPP), ócio (NPO),<br />

12


uminação (NPR) e permanência no cocho (NPC) e dos tempos por período de<br />

pastejo (TPP), ócio (TPO), ruminação (TPR) e permanência no cocho (TPC), com<br />

três intervalos de observação, em novilhos Nelore suplementados a pasto.<br />

INTERVALO DE OBSERVAÇÃO<br />

ITEM<br />

1<br />

CV 2<br />

10 20 30<br />

NPP 7,2 A 6,2 B 4,8 C 20,1<br />

NPO 13,7 A 10,1 B 7,4 C 15,5<br />

NPR 10,6 A 7,9 B 6,5 C 15,6<br />

NPC 1,8 A 1,4 B 1,5 AB 41,7<br />

TPP (mim) 81,6 B 94,4 B 129,5 A 21,4<br />

TPO (mim) 32,8 C 46,1 B 57,9 A 28,4<br />

TPR (mim) 36,5 B 51,1 A 60,1 A 32,6<br />

TPC (mim) 35,0 35,2 37 23,9<br />

Médias seguidas pela mesma letra, na linha, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey a<br />

nível de 0,05 de probabilidade.<br />

1 Intervalo de tempo em minutos.<br />

2 Coeficiente de variação.<br />

Os valores de NPP, NPO, NPR, TPO e TPR apresentaram diferença estatística<br />

entre os intervalos de 20 e 30, quando comparados com o de 10 minutos. No NPC, o<br />

intervalo de observação de 10 minutos apresentou semelhança estatística com o de<br />

30 minutos, diferindo do intervalo de 20 minutos.<br />

Já os valores de TPP apresentaram valores estatisticamente iguais entre os<br />

intervalos de observação de 10 e 20 minutos, no entanto diferiu do intervalo de 30<br />

minutos de observação. No entanto, Silva et al. (2008) afirmou que qualquer intervalo<br />

entre cinco e 30 entre observações seria conveniente para o estudo dessas variáveis.<br />

Os resultados, semelhantes estatisticamente, do tempo por período de pastejo<br />

(TPP) nos intervalos de observações de 10 e 20 minutos, afirma que se o único<br />

objetivo do estudo for à coleta do TPP, poderá ser realizado em intervalos de até 20<br />

minutos, com boa confiabilidade.<br />

Para TPC não houve diferença estatística entre os intervalos de observação<br />

estudados.<br />

Conclusão<br />

Para o estudo dos períodos discretos de novilhos a pasto, não deve ser feito<br />

observações com intervalos maiores que 10 minutos.<br />

Bibliografia<br />

PARDO, R.M.P.; FISCHER, V.; BALBINOTTI, M. et al. Comportamento ingestivo diurno<br />

de novilhos em pastejo a níveis crescentes de suplementação energética. Revista da<br />

Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, p.1408-1418, 2003.<br />

SILVA, R.R.; CARVALHO, G.G.P.; Magalhães, A.F. et al Comportamento ingestivo de<br />

novilhas mestiças de holandês em pastejo. Archivos de Zootecnia, v.54, p.63-74,<br />

2005.<br />

SILVA, R.R. PRADO, I.N. CARVALHO, G.G.P. Efeito da utilização de três intervalos de<br />

observações sobre a precisão dos resultados obtidos no estudo do comportamento<br />

ingestivo de vacas leiteiras em pastejo. Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 2, p. 319-<br />

326. 2008.<br />

*Autor: George Abreu Filho (77) 8125 – 6530 E-mail: georgeabreu16@hotmail.com<br />

13<br />

(%)


AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE LEITE PRODUZIDO COM ORDENHA<br />

MANUAL COM VACAS MESTIÇAS<br />

Rita Kelly Couto Brandão 1 , Marcelo Mota Pereira 1 , Antonio Jorge Del Rei 2 , Danilo Ribeiro de<br />

Souza 3 , Robério Rodrigues da Silva 2<br />

1 Graduando em Zootecnia - UESB<br />

2 Professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB<br />

3 Zootecnista, mestrando em Produção Animal - UESB<br />

INTRODUÇÃO<br />

Pela grande quantidade de nutrientes, o leite é considerado um alimento de grande<br />

importância para a raça humana, sendo dessa forma, consumido e comercializado por<br />

grande parte da população, principalmente crianças e idosos (GARRIDO et al., 2001).<br />

A Instrução Normativa nº 51 (IN 51), define o leite cru refrigerado, como produto<br />

oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem<br />

alimentadas e descansadas, refrigerado e mantido nas temperaturas máxima de<br />

conservação: 7ºC na propriedade rural/tanque comunitário e 10ºC no estabelecimento<br />

processador, transportado em carro tanque isotérmico da propriedade rural para um Posto<br />

de Refrigeração de leite ou estabelecimento industrial adequado, para ser processado<br />

(BRASIL, 2002).<br />

O presente estudo objetivou avaliar se a qualidade do leite cru resfriado produzido na<br />

fazenda Cabana da Ponte Agropecuária Ltda. no Sul da Bahia, está dentro dos padrões<br />

estabelecidos pela Instrução Normativa 51 para os parâmetros de gordura, proteína, lactose<br />

e extrato seco desengordurado, obtido em ordenha manual com vacas mestiças nos meses<br />

de janeiro a abril de 2009.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Foram utilizadas vacas mestiças holandesas x zebu com variados graus de sangue e<br />

diferentes estágios de lactação, alojadas no curral da sede de cima, onde as mesmas eram<br />

ordenhadas manualmente com bezerro ao pé, e passavam pelo processo de higienização<br />

dos tetos com solução de iodo e secagem com papel toalha. O rebanho analisado pertence<br />

a fazenda Cabana da Ponte Agropecuária Ltda., situada no município de Itororó, sul da<br />

Bahia.<br />

As amostras de leite foram coletadas mensalmente, diretamente do tanque de<br />

expansão, e acondicionadas em frascos com conservante bronopol, sendo remetidas no<br />

mesmo dia para o Laboratório de Fisiologia da Lactação, da Clínica do Leite, ESALQ/USP, e<br />

encaminhadas para determinação dos teores de extrato seco desengordurado, gordura e<br />

proteína por citometria de fluxo, utilizando-se equipamento Somacount 300®, da Bentley<br />

Instruments, Incorporation.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Na tabela 1 são observados os resultados obtidos após as analises físico-químicas do<br />

leite nos tanque de resfriamento da propriedade Cabana da Ponte, no ano 2009.<br />

Tabela 1. Resultados observados nas analises físico-químicas.<br />

2009 jan fev mar abr média<br />

Gordura 3,55 3,54 2,69 3,42 3,30<br />

Proteína 3,54 3,25 2,72 3,35 3,22<br />

Lactose 4,34 3,97 3,3 4,07 3,92<br />

SNG 8,86 8,2 6,97 8,34 8,09<br />

14


A proteína e a gordura são fundamentais para as características nutricionais da<br />

secreção e, além disso, constituem um determinante crítico nas políticas de pagamento do<br />

produto (IBARRA, 2004).<br />

Os valores médios observados no período de janeiro a abril de 2009 foram de 3,30%<br />

para gordura, 3,22 % para proteína, 3,92 % para lactose e 8,09 % para sólidos não<br />

gordurosos.<br />

Neto et al., (2008) avaliando a Composição Química e Contagem de Células<br />

Somáticas do leite de tanques no estado de Pernambuco, relatou resultados para gordura<br />

de 3,54 %, proteína de 3,12 % , extrato seco desengordurado de 8,39 % e lactose de 4,39%,<br />

Rangel (2008) avaliando dietas à base de cana-de-açúcar, observou teores de gordura de<br />

3,55 % e lactose de 4,18 %, valores estes superiores aos encontrados por este autor.<br />

O leite produzido nesta propriedade está acima dos padrões mínimos exigidos pela<br />

Instrução Normativa 51, que reza os padrões mínimos para gordura, proteína e sólidos não<br />

gordurosos de 3%, 2,9 % e 8,4 g/100 g, respectivamente. Isso evidencia que o manejo<br />

nutricional adotado nesta propriedade está suprindo as necessidades do rebanho.<br />

CONCLUSÃO<br />

As analises do leite apresentadas demonstram que o leite produzido nesta<br />

propriedade está de acordo com as exigências da instrução normativa 51.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa nº 51, de<br />

18 de setembro de 2002. Regulamento técnico de produção, identidade e qualidade do<br />

leite tipo A, do leite tipo B, do leite tipo C, do leite pasteurizado e do leite cru<br />

refrigerado e o Regulamento técnico da coleta de leite cru refrigerado e seu transporte<br />

a granel. Publicada no Diário Oficial da União de 20 de Setembro de 2002, seção 1, página<br />

13.<br />

GARRIDO, N. S. et al., Avaliação da qualidade físico-química e microbiológica do leite<br />

pasteurizado proveniente de mini e micro-usinas de beneficiamento da região de Ribeirão<br />

Preto/SP. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 60(2):141-146, 2001.<br />

IBARRA, A. Sistema de pagamento do leite por qualidade. Visão global. In: DÜRR, J. W.;<br />

CARVALHO, M.; SANTOS, M.V. (Ed.). O compromisso com a qualidade do leite no<br />

Brasil. Passo Fundo, RS: UPF, 2004.<br />

NETO, A. C. R; Severino Benone Paes Barbosa, B. P. B; Humberto Monardes, M; et al.,<br />

COMPOSIÇÃO QUÍMICA E CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS DE LEITE DE<br />

TANQUES NO ESTADO DE PERNAMBUCO, Anais do III CONGRESSO BRASILEIRO DE<br />

QUALIDADE DO LEITE, setembro de 2008, Recife – Pernanbuco.<br />

RANGEL, A. H. N., Campos, J. M. S., Filho, S. C.V. et al. Composição do Leite de Vacas<br />

Alimentadas com Cana-de-açúcar Suplementadas à Base de Farelo de Soja ou Diferentes<br />

Níveis de Uréia, Anais do III CONGRESSO BRASILEIRO DE QUALIDADE DO LEITE,<br />

Recife – Pernambuco, setembro de 2008.<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

15


AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO INGESTIVO DE TOUROS JOVENS E VACAS COM<br />

CRIA AO PÉ EM PASTEJO<br />

Márcio Rafael Alves Bispo dos Santos¹, Jusaline Fernandes Vieira 1, 2 , Luis Henrique Almeida de Matos 1 , Maurício<br />

Passos Garcia 3 , Larissa Pires Barbosa 4<br />

1 Aluno de Graduação do curso de Zootecnia da UFRB<br />

2 Aluna Assistida pelo Programa de Permanência/ PROPAAE/UFRB.<br />

3 Aluno de Graduação do curso de Medicina Veterinária da UFRB<br />

4 Professor Adjunto I da UFRB<br />

Palavras Chave: alimentação, ócio, ruminantes.<br />

Introdução<br />

A etologia estuda o comportamento e manifestações vitais dos animais em seu ambiente de<br />

criação ou em ambientes modificados pelo homem. Esse conhecimento é essencial para a<br />

obtenção de condições ótimas de criação e alimentação (MARQUES et al., 2005). Desta<br />

forma, o estudo do comportamento ingestivo dos ruminantes é de relevância para o<br />

fornecimento de dados que podem contribuir significativamente para melhores índices de<br />

produtividade e proporcionar aos animais um manejo nutricional adequado, bem como, o<br />

consumo de alimentos (SILVA et al., 2007). Objetivou-se com este trabalho avaliar o<br />

comportamento ingestivo de novilhos e vacas com cria ao pé em pastejo.<br />

Material e Métodos<br />

O Experimento foi realizado no Setor de Bovinocultura de Corte da Universidade Federal do<br />

Recôncavo da Bahia, em Cruz das Almas/BA, em Junho de 2009. Foram utilizados 16<br />

animais anelorados devidamente identificados e separados em dois grupos (G1) – composto<br />

por oito novilhos e (G2) - composto por oito vacas com cria ao pé. Os animais foram<br />

mantidos em um único piquete de Brachiaria decumbens de 3,5 ha, com disponibilidade de<br />

forragem de 2.600kg/ha e aproximadamente 35% de matéria seca (MS).<br />

As observações foram feitas durante um período de 48horas.<br />

Para facilitar as observações, cada 24 horas foram divididas em quatro períodos: PERI<br />

06:10 às 12:00 h; PERII 12:10 às 18:00h; PERIII 18:10 às 00:00h; PERIV 00:10 às 6:00h.<br />

Cada animal foi observado em intervalos de dez minutos. A coleta de dados foi realizada por<br />

quatro observadores, se revezavam a cada 3 horas. Para observação noturna dos animais<br />

foram utilizadas lanternas, para não impedir o comportamento natural dos animais.<br />

Foram observadas as atividades de alimentação (ALIM), ruminação (RUM) e ócio<br />

(OCI), a percentagem de tempo que o animal permaneceu ruminando deitado (PRUD), em<br />

ócio deitado (POCD), a freqüência de alimentação (FAL), ruminação (FRU) e ócio (FOC). Os<br />

dados foram submetidos a analise de variância e as médias comparadas pelo teste de F e<br />

Tukey, ao nível de 5% de significância, utilizando-se o SAEG (2007).<br />

Resultados e Discussão<br />

De acordo com os dados da Tabela 1 não houve diferença significativa (P>0,05) entre os<br />

tratamentos na ALIM, o que justifica a variação na FAL, uma vez que quanto maior a FAL<br />

menor o tempo despendido na ALIM. Houve diferença significativa na RUM entre os<br />

tratamentos (P


Tratamento ALIM RUM PRUD OCI POCD FAL FRU FOC<br />

G1 1200,00 1073,75 a<br />

19,56 606,25 51,95 31,54 a<br />

30,50 38,09 a<br />

G2 1283,63 1001,82 b<br />

40,28 594,54 37,91 24,87 b<br />

33,27 31,75 b<br />

*C.V. (%) 8,49 6,96 17,93 12,50 9,38 13,14<br />

Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem entre si (P


AVALIAÇÃO FÍSICO-QUIMICA DE LEITE CRU: PERÍODO DAS ÁGUAS X PERÍODO DA<br />

SECA<br />

Julio Jaat Dias Lacerda 1 , Marcelo Mota Pereira 1 , Perecles Brito Batista 2 , Daniel Lucas<br />

Santos Dias 1 , Aracele Prates de Oliveira 2<br />

1 Graduando em Zootecnia<br />

2 Zootecnista, mestrando em Produção Animal<br />

Introdução<br />

O sistema agro-industrial do leite, devido a sua enorme importância social, é um dos<br />

mais importantes do país. A atividade é praticada em todo o território nacional em mais de<br />

um milhão de propriedades rurais e, somente na produção primária, gera acima de três<br />

milhões de empregos e agrega mais de seis bilhões ao valor da produção agropecuária<br />

nacional (VILELA et al., 2002).<br />

O Brasil pode se tornar um dos principais exportadores de produtos lácteos do mundo,<br />

para tal é necessário que tenhamos volume de produção e qualidade. Neste sentido,<br />

diversas pesquisas têm sido desenvolvidas com o objetivo de verificar possíveis causas de<br />

variação na produção e qualidade do leite, pois a qualidade deve estar em toda a cadeia<br />

produtiva, com destaque especial para a produção primária.<br />

Objetivou-se com este estudo comparar as percentagens de gordura e proteína do<br />

leite obtido na época da seca e época das águas, no período de julho de 2008 a fevereiro de<br />

2009.<br />

Material e Métodos<br />

Este trabalho foi realizado no período de julho de 2008 a fevereiro de 2009, onde se<br />

considerou o período de 01 de junho a 30 de outubro como período das secas com<br />

precipitação de 67 mm em todo o período e de 01 de novembro de 2008 a 28 de fevereiro<br />

de 2009 como períodos das águas com precipitação total de 487 mm, no curral da sede do<br />

confinamento na Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária Ltda., município de Itororó,<br />

utilizando vacas mestiças holandesas x zebu com variados graus de sangue, em estagio de<br />

lactação acima de 10 dias.<br />

Os animais foram manejados em pastagem de capim Braquiaria decumbens com<br />

cerca elétrica e sal mineral a vontade.<br />

Foram coleta 04 amostras mensais do tanque de resfriamento e estocagem, seguindo<br />

os padrões recomendados pelo Laboratório de Fisiologia da Lactação, da Clínica do Leite,<br />

ESALQ/USP, e encaminhadas sob refrigeração no mesmo dia, com conservante bronopol<br />

para determinação dos teores de gordura e proteína por citometria de fluxo, por intermédio<br />

do equipamento Somacount 300®, da Bentley Instruments, Incorporation.<br />

Para analise estatística dos dados utilizou-se o programa SAEG – Sistema de Análises<br />

Estatísticas e Genéticas (RIBEIRO JR, 2001), bem como os resultados foi interpretado<br />

estatisticamente por meio de análise de variância e teste F a 5% de probabilidade.<br />

Resultados e Discussão<br />

O conhecimento da composição do leite é essencial para a determinação de sua<br />

qualidade, pois define diversas propriedades organolépticas e industriais. Os parâmetros de<br />

qualidade são cada vez mais utilizados para detecção de falhas nas práticas de manejo,<br />

servindo como referência na valorização da matéria-prima (DÜRR, 2004).<br />

Na tabela 1 são observadas as médias dos resultados obtidos após as analises físicoquímicas<br />

do leite do curral da sede de cima da propriedade Cabana da Ponte.<br />

18


Tabela 01 – Médias das percentagens de gordura e proteína no período das secas e águas<br />

do ano do no período de julho de 2008 a fevereiro de 2009.<br />

CV = coeficiente de variação; P = significância.<br />

Verificou-se que a gordura diferenciou estatisticamente apresentando valores médio<br />

de 3,71 % , valores inferiores aos observados por Benedetti et al., (2008), avaliando o<br />

consumo e a produção de leite de vacas mestiças encontrou resultados na analise físicoquímico<br />

para gordura de 4,18%.<br />

A proteína apresentou diferença estatística apresentando valores de 3,25% na época<br />

das águas, valores estes maiores que os observados por Lacerda et al. (2008),<br />

determinando a qualidade físico-química do leite 20 propriedades produtoras de leite,<br />

localizadas Estado do Maranhão, com ordenha manual e mecânica, durante o período de<br />

verão e inverno, encontrou resultados de 3,23 % para proteína.<br />

Tanto os teores de gordura quanto de proteína diferiram estatisticamente,<br />

evidenciando que ocorreu uma diferença nos teores devido a época do ano, sendo que a<br />

alimentação tem grande influencia nesse processo.<br />

Conclusão<br />

A gordura e a proteína diferiram estatisticamente, demonstrando que ocorreu diferença<br />

entre os teores de gordura no período das águas e da seca, sendo que na época das secas<br />

tende a aumentar o teor de gordura e proteína do leite.<br />

Bibliografia<br />

Período da<br />

seca<br />

Período das<br />

águas<br />

BENEDETTI, E; Rodríguez, N. R. Campos, W E. et. al., CONSUMO DE ALIMENTOS E<br />

PRODUÇÃO DE LEITE DE VACAS MESTIÇAS MANTIDAS EM DIFERENTES<br />

PASTAGENS TROPICAIS Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 3, p. 578-589, jul./set. 2008.<br />

DÜRR, J.W. Programa nacional de melhoria da qualidade do leite: uma oportunidade única.<br />

In: DÜRR, J.W.; CARVALHO, M.P.; SANTOS, M.V. (Eds.) O compromisso com a<br />

qualidade do leite no Brasil. Passo Fundo: Editora Universidade de Passo Fundo, 2004.<br />

p.38-55.<br />

LACERDA, L. M., Mota, R. M., Sena, M. J. et al., AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO LEITE<br />

CRU DE PROPRIEDADES LEITEIRAS DE MIRANDA DO NORTE, ITAPECURÚ-MIRIM E<br />

SANTA RITA – MA, Anais do III CONGRESSO BRASILEIRO DE QUALIDADE DO LEITE,<br />

setembro de 2008, Recife – Pernanbuco.<br />

VILELA, D.; LEITE, J. L. B.; RESENDE, J. C. Políticas para o leite no Brasil: passado<br />

presente e futuro. In: Santos, G. T.; Jobim, C. C.; Damasceno, J. C. Sul-Leite Simpósio<br />

sobre Sustentabilidade da Pecuária Leiteira na Região Sul do Brasil, 2002, Maringá. Anais...<br />

Maringá: UEM/CCA/DZO-NUPEL, 2002.<br />

RIBEIRO JR., J.I. Análises Estatísticas no SAEG (Sistema de análises estatísticas).<br />

Viçosa,: UFV, 2001. 301 p.<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

19<br />

CV (%)<br />

Gordura (%)<br />

3,71 3,07 20.362 0,03322<br />

Proteína (%) 3,04 3,25 3.796 0,00036<br />

P


CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA CARCAÇA DE NOVILHOS NELORE<br />

SUPLEMENTADOS COM SAL MINERAL OU PROTEINADO EM PASTAGEM DE<br />

BRACHIARIA BRIZANTHA 1<br />

Danilo Ribeiro de Souza 2 , Fabiano Ferreira da Silva 3 , Jair de Araújo Marques 4 ,<br />

Gleidson Giordano Pinto de Carvalho 5 , Aracele Prates Oliveira 6<br />

1 Parte da dissertação do primeiro autor<br />

2 Mestrando em Zootecnia pela UESB. Bolsista CAPES. AGIPec-Consultoria Agropecuária;<br />

3 Professor do Curso de Zootecnia da UESB;<br />

4 Professor do Curso de Zootecnia da UFRB;<br />

5 Professor do Curso de Zootecnia da UFBA;<br />

6 Mestranda em Zootecnia pela UESB.<br />

Palavras – chave: pasto, acabamento, carcaça<br />

Introdução<br />

No Brasil o sistema de terminação de bovinos feito em pastagem, e a utilização de<br />

animais de origem zebuína permitem a produção de animais com menor percentagem<br />

de gordura corporal. Contudo é necessária a obtenção de carcaças com espessura de<br />

gordura de 3-5 mm, que permita uma proteção no resfriamento garantindo qualidade<br />

para o consumidor. A área de olho de lombo (AOL) tem sido relacionada à<br />

musculosidade e como indicador de rendimento dos cortes de alto valor comercial, e<br />

tem correlação positiva com a porção comestível da carcaça (Luchiari Filho, 2000).<br />

Objetivou-se estudar o efeito da suplementação protéica sobre as características<br />

físicas da carcaça em novilhos Nelore, terminados em pastagem.<br />

Materiais e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na Fazenda Boa Vista, município de Macarani, Bahia, no<br />

período de 26 de Agosto de 2006 a 24 de Fevereiro de 2007. Foram utilizados 18<br />

novilhos da raça Nelore com 26 meses de idade e peso vivo médio de 371,5 kg<br />

distribuídos em dois tratamentos: T1 - suplementação mineral e T2 – suplementação<br />

protéica de baixo consumo até a terminação. Foram utilizados quatro piquetes de<br />

Brachiária brizantha com 6,5 hectares, dois deles estavam sendo pastejados e dois<br />

vazios. A cada sete dias foi realizado o rodízio dos animais nos piquetes pastejados e<br />

a cada 28 dias os animais passavam para os outros dois.Todos os animais tinham<br />

livre acesso à sombra, água e mistura mineral ou proteinado de baixo consumo. Os<br />

animais foram pesados no início e fim do período experimental após jejum total de 12<br />

horas. Foi considerado como ponto de abate o momento em que os animais atingiram<br />

o peso médio de 480 kg. A escolha deste peso foi feita em função do peso adulto da<br />

raça utilizada no experimento. Os animais foram abatidos no frigorífico BERTIN. Foi<br />

mensurado o peso da carcaça fria (PCF), conformação da carcaça (CONF),<br />

comprimento de carcaça (CC), comprimento de perna (CP), espessura de coxão (EC),<br />

espessura de gordura de cobertura (EGC), cor (COR), textura (TEX), marmoreio<br />

(MAR) e área de olho de lombo (AOL). Utilizou-se o delineamento experimental<br />

inteiramente casualizado com dois tratamentos e nove repetições por tratamento. As<br />

variáveis estudadas foram avaliadas por meio de análise de variância, pelo Sistema de<br />

Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG (UFV, 2001) e utilizou-se o teste F em nível<br />

de 5% de significância.<br />

Resultados e Discussão<br />

Não foram verificadas diferenças (P>0,05) entre os animais submetidos aos diferentes<br />

suplementos, quanto aos valores de CC, EC, CONF, CP, EGC, COR, TEXT e AOL.<br />

Restle e Vaz (1999) verificaram que, em animais mestiços Nelore e Hereford, a<br />

espessura de coxão diminuiu com o aumento da participação do sangue Nelore no<br />

20


cruzamento. Os valores atribuídos para cor tiveram como média 3,55 pontos,<br />

indicando que a carne produzida por estes animais apresentou um aspecto<br />

considerado atraente ao consumidor. A textura da carne do músculo Longissimus dorsi<br />

teve como média 3,66 pontos. De modo geral, animais jovens apresentam textura<br />

mais fina que animais de idade mais avançada, o que, nesse caso, está associado à<br />

maciez da carne. Houve diferença (P


COMPORTAMENTO INGESTIVO DE FÊMEAS ANELORADAS EM DIFERENTES<br />

ESTÁGIOS REPRODUTIVOS<br />

Jusaline Fernandes Vieira 1, 2 , Ana Lúcia Almeida Santana 1, 2 , Marcela Souza Brito¹, Lourival Alves Caxias Neto 1,<br />

2 , Jair de Araújo Marques³<br />

¹Graduandos em Zootecnia Pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas- BA<br />

²Alunos assistidos pelo Programa de Permanência/PROPAAE/UFRB<br />

³Prof. Adjunto I do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas/UFRB, Cruz das Almas- BA<br />

Palavras-Chave: consumo, ócio, produção.<br />

Introdução<br />

O comportamento ingestivo dos animais consiste em avaliar a quantidade e o valor<br />

nutritivo da dieta, através da eficiência do animal, bem como estabelecer a relação entre o<br />

comportamento e o consumo voluntário, para obtenção de dados visando uma melhora no<br />

desempenho zootécnico (Albright, 1993).<br />

O hábito alimentar ou comportamento ingestivo dos ruminantes é diretamente<br />

influenciado por fatores diversos, tais como, temperatura, manejo alimentar, instalações,<br />

sistema de produção, época do ano, entre outros.<br />

O sistema de produção extensiva é o mais utilizado no Brasil, já que o país<br />

apresenta grandes áreas de pastagens. Uma das finalidades da produção em pastagens é<br />

suprir as necessidades nutricionais dos animais, através da manutenção de uma oferta de<br />

forragem constante, em termos de quantidade e qualidade, que devem ser suficientes para<br />

obter desempenho satisfatório dos animais (Marques et al., 2005).<br />

Entretanto, nas condições de pastagem tropical, existem grandes variações na<br />

produção de matéria seca da forragem e na qualidade da pastagem, afetando<br />

negativamente o consumo e consequentemente a produção animal (Pardo et al., 2003).<br />

O objetivo do presente trabalho foi avaliar o comportamento ingestivo de fêmeas<br />

aneloradas em diferentes estágios reprodutivos.<br />

Matérias e Métodos<br />

O referido trabalho foi realizado no setor de Bovinocultura de Corte, no Centro de<br />

Ciências, Agrárias, Ambientais e Biológicas da UFRB/Cruz das Almas/BA.<br />

Foram utilizadas 16 fêmeas aneloradas em diferentes estágios reprodutivos (oito<br />

novilhas e oito vacas com bezerro ao pé), criadas em sistema extensivo, distribuídas em<br />

piquetes de Brachiaria decumbens, com fornecimento de água e forragem ad libitun.<br />

O experimento foi desenvolvido em dois dias consecutivos, em Junho de 2009. O dia<br />

foi dividido em quatro períodos para observações, sendo, PERI: das 06:10 as 12:00 h;<br />

PERII: das 12:10 as 18:00 h; PERIII: das 18:10 as 00:00 h; PERIV: das 00:10 as 06:00 h. Os<br />

animais dos dois tratamentos foram submetidos à observação visual do comportamento<br />

ingestivo por avaliadores previamente treinados, ocorrendo um revezamento das duplas a<br />

cada três horas.<br />

Os animais foram observados concomitantemente em intervalos de 10 em 10<br />

minutos, a fim de identificar o tempo despendido às atividades de alimentação, ruminação e<br />

ócio sendo as duas últimas atividades observadas com os animais tanto em pé quanto<br />

deitados. A coleta de dados foi efetuada com o uso de planilha apropriada contendo a<br />

identificação de cada animal. No período noturno, foram utilizadas lanternas, para melhor<br />

visualização dos tratamentos sem interferir no comportamento dos mesmos.<br />

As médias obtidas foram testadas pelo teste de F, para os tratamentos e de Tukey<br />

para os períodos, ao nível de 5% de significância utilizando-se o SAEG (2007).<br />

Resultados e discussão<br />

Na Tabela 01, observa-se os resultados obtidos nas avaliações dos tratamentos<br />

novilha x vaca com bezerro ao pé.<br />

22


Tabela 1. Tempo de alimentação (ALI), ruminação (RUM) e ócio (OCI), percentagem do tempo ruminando<br />

deitada (PRU), percentagem do tempo em ócio deitado (POC), freqüência de alimentação (FAL), ruminação<br />

(FRU) e ócio (FOC) de novilhas e vacas anelorados em pastagem de Brachiaria decumbens.<br />

Tratamento ALI RUM PRU OCI POC FAL FRU FOC<br />

Novilha 1225,00 1012,50 26,24 642,50 44,00 27,75 b<br />

29,87 b<br />

34,50 b<br />

Vaca com Bezerro 1246,25 1007,50 38,78 626,25 37,67 31,25 a<br />

33,87 a<br />

39,75 a<br />

C.V. (%) 8,31 6,92 18,41 10,83 9,40 12,20<br />

Médias seguidas de letras diferentes na coluna, diferem entre si (P


COMPORTAMENTO INGESTIVO DE FÊMEAS ANELORADAS EM MEIO E FINAL DE<br />

GESTAÇÃO EM REGIME DE PASTEJO<br />

Lenon Machado dos Santos 1 , Iuran Nunes Dias 1 , Carina Anunciação dos Santos Dias 1 , Soraya Maria<br />

Palma Luz Jaeger 2 , Jair de Araújo Marques 2 .<br />

¹Graduandos em Zootecnia Pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas- BA.<br />

²Prof. Adjunto do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas/UFRB, Cruz das Almas - BA.<br />

Palavras–chave: Bovinos; Comportamento ingestivo; Manejo.<br />

Introdução<br />

O estudo do comportamento animal é cada vez mais proeminente, visto que permite<br />

um intenso conhecimento do animal, que servem de base na recomendação de técnicas de<br />

manejo adequado e coerente, sem interferir no seu comportamento natural.<br />

Segundo Marques et al. (2005), Os ruminantes, de um modo geral, respondem de<br />

forma diferente às diferentes dietas ou alimentos. Assim, o conhecimento de alimentação e<br />

nutrição destes, bem como, o conhecimento de seu comportamento ingestivo é fundamental<br />

para o sucesso da criação.<br />

O presente trabalho foi proposto com o objetivo de avaliar o comportamento ingestivo<br />

de fêmeas aneloradas no meio e final de gestação, manejadas em pastagem de Brachiaria<br />

decumbens.<br />

Material e Métodos<br />

O trabalho foi desenvolvido no setor de bovinos de corte na Universidade Federal do<br />

Recôncavo da Bahia (UFRB), no município de Cruz das Almas/BA/BR.<br />

Foram utilizadas dez fêmeas aneloradas do rebanho da UFRB com idade entre cinco<br />

a oito anos, em diferentes condições reprodutivas. Os animais foram divididos em dois<br />

tratamentos, com cinco repetições cada, sendo o Tratamento I composto por fêmeas em<br />

meio de gestação (MGE) e o II por fêmeas em final de gestação (FGE).<br />

Os animais pastaram em uma área de 3,5 ha de Brachiaria decumbens, com<br />

disponibilidade de forragem de 2.700 Kg/ ha. O teor de matéria seca foi de 32% e a relação<br />

de folha:colmo foi de 37:63, com base na matéria seca. O experimento teve duração de<br />

48:00 h consecutivas e as avaliações foram distribuídas em dois períodos: diurno e noturno.<br />

Os dados eram anotados em intervalos de 15 minutos.<br />

As observações foram realizadas por seis avaliadores treinados, revezando as<br />

duplas a cada três horas. Nos períodos noturnos as observações foram feitas com o auxílio<br />

de lanternas para melhor identificação dos animais e minimizar as possíveis alterações no<br />

comportamento normal dos mesmos.<br />

Os parâmetros avaliados foram os tempos gasto com alimentação, ruminação e ócio.<br />

Os dados foram analisados por análise de variância e as médias comparadas pelo<br />

teste de F para tratamentos e de Tukey para os períodos, ao nível de 5% de significância<br />

pelo SAEG (2001).<br />

Resultados e Discussão<br />

De acordo com os dados contidos na Tabela 1, não houve diferença significativa<br />

(P


Entretanto, o tempo de alimentação foi bastante elevado, ou seja, mais de 50% do<br />

tempo despendido nas atividades de alimentação, ruminação e ócio. Isso, pode ser<br />

explicado pela qualidade da forragem, relação folha:colmo, pois o período de avaliação<br />

corresponde a época seca do ano na região.<br />

Estes resultados concordam com Zanine et al. (2005) que afirmam que o tempo de<br />

alimentação aumenta com a diminuição da relação folha:colmo.<br />

No que se refere ao número de refeições, freqüência de ruminação e de ócio não<br />

houve diferença significativa. Embora se esperasse que os animais do tratamento FGE<br />

apresentassem um maior número de refeições em função da qualidade de alimento e pela<br />

ocupação de espaço pelo consepto em nível de abdômen.<br />

Tabela 2. Tempo despendido com alimentação (ALI), ruminação (RUM) e ócio (OCI), percentagem de tempo<br />

ruminando deitado (RUD) e em ócio deitado (OCD) e freqüência de alimentação (FAL), ruminação (FRU), e ócio<br />

(FOC) nos diferentes períodos NOTURNO (18h15min às 6h00min) e DIURNO (6h15min às 18h00min).<br />

PERÍODO ALI RUM RUD OCI OCD FAL FRU FOC<br />

DIURNO 519,00 a<br />

NOTURNO 237,750 b<br />

97,00 b<br />

285,00 a<br />

122,22 a<br />

135,65 a<br />

103,50 b<br />

197,25 a<br />

25<br />

84,27 b<br />

147,12 a<br />

*C.V. 11,01 18,39 26,80 23,86 23,51 28,57<br />

Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem entre si (P


COMPORTAMENTO INGESTIVO DE NOVILHOS E NOVILHAS EM PASTEJO CONTÍNUO<br />

DE Brachiaria decumbens<br />

Ana Lúcia Almeida Santana 1 ; Marcio Rafael Alves Bispo dos Santos 1 ; Marcela Souza Brito 1 ; Tiago Oliveira<br />

Brandão 2 ; Larissa Pires Barbosa 3<br />

1 Graduandos em Zootecnia<br />

2 Graduando em Medicina Veterinária<br />

3 Professor Adjunto da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia<br />

Palavras-chave: alimentação; ócio; ruminação.<br />

Introdução<br />

O hábito alimentar dos ruminantes é caracterizado por uma seqüência de atividades<br />

frequentemente desenvolvidas, classificadas como ingestão, ruminação e ócio. Segundo<br />

Paranhos da Costa et al. (2002), o estudo do comportamento animal é relevante para<br />

racionalizar a exploração zootécnica, empregar técnicas de manejo, instalações e<br />

alimentação, estimular a pesquisa e oferecer soluções para problemas relacionados à<br />

redução do consumo em épocas críticas, proporcionando aos animais um manejo nutricional<br />

adequado, maximizando assim a produção desejada.<br />

De acordo com Pires et al. (2000), o estudo do comportamento ingestivo dos<br />

ruminantes na região Nordeste é incipiente, apesar da sua importância, principalmente no<br />

que diz respeito às práticas de manejo alimentar condizentes com as condições climáticas.<br />

O sistema de produção extensivo é bastante utilizado na criação de bovinos no<br />

Brasil, com características complexas, diferentes fatores e interações, que, por sua vez,<br />

afetam negativamente o comportamento ingestivo dos animais e, por consequência, reduz<br />

os índices zootécnicos produtivo e reprodutivo da propriedade.<br />

Objetivou-se comparar o comportamento ingestivo de novilhos e novilhas anelorados<br />

em pastejo.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi realizado no Setor de Bovinocultura da Universidade Federal do<br />

Recôncavo da Bahia, em Cruz das Almas/Ba, em junho de 2009. Dezesseis animais foram<br />

distribuídos em dois grupos (G), sendo: G1 – composto por 8 novilhos e G2 – composto por<br />

8 novilhas. Durante todo o período experimental os animais tiveram acesso a uma área de<br />

3,5ha em pastagem de Brachiaria decumbens, com disponibilidade de forragem de<br />

2.600kg/ha e aproximadamente 35% de matéria seca (MS) e acesso a água a vontade.<br />

Os tratamentos (Novilhos x Novilhas) foram submetidos à observação visual para<br />

coleta de dados por um período de 48 horas. Para as observações noturnas foi necessário o<br />

uso de luz artificial por meio do uso de lanternas. As 48 horas foram divididas em quatro<br />

períodos de observação (PERI = 06:10-12:00h; PERII =12:10-18:00h; PERIII = 18:10-00:00h<br />

e PERIV = 00:10-06:00h), utilizando-se uma frequência de 10 minutos entre as observações.<br />

Observou-se os tempos, em minutos, de alimentação (ALI), ruminação (RUM) e ócio<br />

(OCI), bem como a percentagem de tempo que o animal permaneceu ruminando deitado<br />

(PRUD), em ócio deitado (POCD), a frequência de alimentação (FAL), frequência de<br />

ruminação (FRU) e frequência de ócio (FOC), sendo a frequência determinada como o<br />

número de intervalos de ingestão, ruminação e ócio.<br />

Para a análise dos dados utilizou-se análise de variância e as médias testadas pelo<br />

teste de F e pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de significância. Utilizou-se o Programa<br />

Estatístico SAEG (2007).<br />

Resultados e Discussão<br />

26


Nos tempos totais despendidos para as atividades de alimentação, ruminação e ócio,<br />

não ocorreram diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos (Tabela 1), os<br />

resultados encontrados são semelhantes a resultados descritos por Novais et al. (2009),<br />

analisando vacas aneloradas em mesma condição de pastejo.<br />

Tabela 1. Comportamento ingestivo de novilhos e novilhas em pastagem de Brachiaria decumbens<br />

Grupo ALI RUM PRUD OCI POCD FAL FRU FOC<br />

Novilho 1200,00 1073,75 19,56 606,25 51,95 24,87 b<br />

30,50 31,75<br />

Novilha 1225,00 1012,50 26,24 642,50 44,01 27,75 a<br />

29,87 34,50<br />

C.V.(%) 4,47 6,82 12,54 8,15 9,81 10,31<br />

Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem entre si (P


COMPORTAMENTO INGESTIVO DE NOVILHOS NELORE RECEBENDO<br />

SUPLEMENTAÇÃO MINERAL OU PROTÉICA EM PASTEJO<br />

Daniel Lucas Santos Dias 1 , Danilo Ribeiro de Souza 2 , Marcelo Mota Pereira 1 , Jaqueline<br />

Firmino de Sá 3 , Lívia Santos Costa 2<br />

1 Graduando em Zootectina – UES<br />

2 Mestrando em Zootecnia – UESB<br />

3 Doutoranda em Zootecnia-UESB<br />

Introdução<br />

O estudo do comportamento ingestivo dos ruminantes pode nortear a adequação de<br />

práticas de manejo que venham a aumentar a produtividade e garantir o melhor estado<br />

sanitário e longevidade aos animais Fischer et al., (2002). Alternativas vêm sendo utilizadas<br />

para minimizar as variações na produção de matéria seca e na qualidade da pastagem,<br />

principalmente nas épocas em que a produção de forragem é mais afetada, nas estações de<br />

outono e inverno, onde a suplementação pode permitir maiores ganhos de peso por animal<br />

e por área (ROCHA, 1999).<br />

O objetivo deste estudo foi avaliar os períodos discretos de novilhos Nelore em<br />

pastagem de Brachiaria brizantha submetidos a suplementação mineral e a suplementação<br />

proteinada.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na fazenda Boa Vista, no município de Macarani – Ba,<br />

entre os meses de agosto a outubro de 2006. Foram utilizados 18 animais da raça Nelore<br />

com 26 meses de idade e peso corporal médio de 373 kg, castrados. Os dois tratamentos<br />

foram constituídos de: T1-Suplementação mineral até a terminação e T2-Suplementação<br />

proteinada até a terminação, distribuídos em DIC com dois tratamentos e 9 repetições por<br />

tratamento. O suplemento foi fornecido duas vezes durante a semana, em cocho coberto.<br />

Todos os animais tiveram livre acesso à sombra, água e suplemento mineral ou suplemento<br />

proteinado. Foram utilizados quatro piquetes de Brachiaria brizanta cultivar Marandu com<br />

6,5 hectares cada. Enquanto dois estavam ocupados os outros dois permaneciam vazios<br />

por 28 dias.<br />

Os aspectos comportamentais foram avaliados visualmente, as observações foram<br />

feitas com a ajuda de binóculos. Para o registro do tempo gasto em cada uma das<br />

atividades descritas acima, os animais foram observados visualmente a cada 10 minutos,<br />

por dois períodos de 12 horas cada, das seis horas da manhã às 18 horas realizados no 25º<br />

e 26º dia do mês de outubro. As variáveis comportamentais estudadas foram: o número<br />

diurno de períodos de pastejo (NPP), ruminação (NPR), ócio (NPO) e comendo no cocho<br />

(NPC), juntamente com o tempo de duração (minutos) dos períodos de pastejo (TPP),<br />

ruminação (TPR), ócio (TPO) e comendo no cocho (TPC), com seus respectivos<br />

coeficientes de variação. A discretização das séries temporais foi realizada diretamente nas<br />

planilhas de coleta de dados, com a contagem dos períodos discretos de pastejo,<br />

ruminação, ócio e cocho, conforme descrito por (SILVA et al., 2006b).<br />

Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com dois<br />

tratamentos e 9 repetições por tratamento. Para analise estatística dos dados utilizou-se o<br />

programa SAEG – Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas Ribeiro Jr, (2001), bem<br />

como os resultados foram interpretados estatisticamente por meio de análise de variância e<br />

teste F a 5% de probabilidade.<br />

Resultados e Discussão<br />

Na tabela 1, estão apresentados os valores médios do número diurno de períodos de<br />

pastejo, ruminação, ócio e comendo no cocho, juntamente com o tempo de duração<br />

(minutos) dos períodos de pastejo, ruminação, ócio e comendo no cocho em função da<br />

suplementação mineral e suplementação protéica para novilhos Nelore em pastejo.<br />

28


Verificou-se que o número diurno de períodos de pastejo, ruminação, comendo no<br />

cocho, juntamente com o tempo de duração (minutos) dos períodos de ruminação e<br />

comendo no cocho dos novilhos diferiram estatisticamente, apresentando valores médios de<br />

7,83 e 6,55; 5,72 e 3,83; 0,50 e 1; 34,40 e 74,08; 8,88 e 16,11 respectivamente para<br />

suplementação mineral e suplementação protéica. Não houve efeito de tratamento (P


COMPORTAMENTO INGESTIVO DE NOVILHOS NELORE RECEBENDO<br />

SUPLEMENTAÇÃO MINERAL OU PROTÉICA EM PASTEJO<br />

Daniel Lucas Santos Dias 1 , Danilo Ribeiro de Souza 2 , Marcelo Mota Pereira 1 , Jaqueline<br />

Firmino de Sá 3 , Lívia Santos Costa 2<br />

1 Graduando em Zootectina – UES<br />

2 Mestrando em Zootecnia – UESB<br />

3 Doutoranda em Zootecnia-UESB<br />

Introdução<br />

O estudo do comportamento ingestivo dos ruminantes pode nortear a adequação de<br />

práticas de manejo que venham a aumentar a produtividade e garantir o melhor estado<br />

sanitário e longevidade aos animais Fischer et al., (2002). Alternativas vêm sendo utilizadas<br />

para minimizar as variações na produção de matéria seca e na qualidade da pastagem,<br />

principalmente nas épocas em que a produção de forragem é mais afetada, nas estações de<br />

outono e inverno, onde a suplementação pode permitir maiores ganhos de peso por animal<br />

e por área (ROCHA, 1999).<br />

O objetivo deste estudo foi avaliar os períodos discretos de novilhos Nelore em<br />

pastagem de Brachiaria brizantha submetidos a suplementação mineral e a suplementação<br />

proteinada.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na fazenda Boa Vista, no município de Macarani – Ba,<br />

entre os meses de agosto a outubro de 2006. Foram utilizados 18 animais da raça Nelore<br />

com 26 meses de idade e peso corporal médio de 373 kg, castrados. Os dois tratamentos<br />

foram constituídos de: T1-Suplementação mineral até a terminação e T2-Suplementação<br />

proteinada até a terminação, distribuídos em DIC com dois tratamentos e 9 repetições por<br />

tratamento. O suplemento foi fornecido duas vezes durante a semana, em cocho coberto.<br />

Todos os animais tiveram livre acesso à sombra, água e suplemento mineral ou suplemento<br />

proteinado. Foram utilizados quatro piquetes de Brachiaria brizanta cultivar Marandu com<br />

6,5 hectares cada. Enquanto dois estavam ocupados os outros dois permaneciam vazios<br />

por 28 dias.<br />

Os aspectos comportamentais foram avaliados visualmente, as observações foram<br />

feitas com a ajuda de binóculos. Para o registro do tempo gasto em cada uma das<br />

atividades descritas acima, os animais foram observados visualmente a cada 10 minutos,<br />

por dois períodos de 12 horas cada, das seis horas da manhã às 18 horas realizados no 25º<br />

e 26º dia do mês de outubro. As variáveis comportamentais estudadas foram: o número<br />

diurno de períodos de pastejo (NPP), ruminação (NPR), ócio (NPO) e comendo no cocho<br />

(NPC), juntamente com o tempo de duração (minutos) dos períodos de pastejo (TPP),<br />

ruminação (TPR), ócio (TPO) e comendo no cocho (TPC), com seus respectivos<br />

coeficientes de variação. A discretização das séries temporais foi realizada diretamente nas<br />

planilhas de coleta de dados, com a contagem dos períodos discretos de pastejo,<br />

ruminação, ócio e cocho, conforme descrito por (SILVA et al., 2006b).<br />

Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com dois<br />

tratamentos e 9 repetições por tratamento. Para analise estatística dos dados utilizou-se o<br />

programa SAEG – Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas Ribeiro Jr, (2001), bem<br />

como os resultados foram interpretados estatisticamente por meio de análise de variância e<br />

teste F a 5% de probabilidade.<br />

Resultados e Discussão<br />

Na tabela 1, estão apresentados os valores médios do número diurno de períodos de<br />

pastejo, ruminação, ócio e comendo no cocho, juntamente com o tempo de duração<br />

(minutos) dos períodos de pastejo, ruminação, ócio e comendo no cocho em função da<br />

suplementação mineral e suplementação protéica para novilhos Nelore em pastejo.<br />

30


Verificou-se que o número diurno de períodos de pastejo, ruminação, comendo no<br />

cocho, juntamente com o tempo de duração (minutos) dos períodos de ruminação e<br />

comendo no cocho dos novilhos diferiram estatisticamente, apresentando valores médios de<br />

7,83 e 6,55; 5,72 e 3,83; 0,50 e 1; 34,40 e 74,08; 8,88 e 16,11 respectivamente para<br />

suplementação mineral e suplementação protéica. Não houve efeito de tratamento (P


Comportamento ingestivo de vacas aneloradas em diferentes<br />

condições reprodutivas em pastagens<br />

Daiane Lago Novais 1 , Carina Anunciação dos Santos Dias 1 , Aldenize das Virgens Lima 1 , Soraya Maria<br />

Palma Luz Jaeger², Jair de Araújo Marques²<br />

1 Graduandos em Zootecnia da UFRB/CCAAB, Cruz das Almas - BA.<br />

2 Prof. Adjunto do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas/UFRB, Cruz das Almas – BA.<br />

Palavras-Chave: alimentação, comportamento, observação<br />

Introdução<br />

O estudo do comportamento animal tem grande importância no emprego de técnicas<br />

de manejo, uso de instalações, bem como na alimentação dos animais e desta forma<br />

contribui substancialmente para racionalizar a exploração zootécnica. O manejo nutricional,<br />

responsável por cerca de 70% dos custos de produção, depende de vários fatores, dentre<br />

os quais o conhecimento do comportamento ingestivo, fundamental para a adequação das<br />

dietas (Marques et al., 2008).<br />

Por sua vez, a eficiência econômica da produção de bovinos em pastagens requer<br />

conhecimento de todo processo produtivo, gestão profissional do negócio, adubação e<br />

manejo de pastagens, bem como, a preocupação com o conforto, bem estar e<br />

comportamento dos animais em pastejo (Marques et al., 2006).<br />

O estudo do comportamento ingestivo dos ruminantes, pode nortear a adequação de<br />

práticas de manejo que venham a aumentar a produtividade e garantir o melhor estado<br />

sanitário e longevidade aos animais.<br />

Os padrões de comportamento constituem-se em um dos meios mais efetivos pelos<br />

quais os animais respondem aos diversos fatores ambientais. Estes padrões podem indicar<br />

métodos potenciais de incremento da produtividade animal através da utilização de<br />

diferentes tipos de manejos (Carvalho et al., 2007).<br />

Objetivou-se com este trabalho avaliar o comportamento ingestivo de vacas vazias e<br />

no final da gestação em pastagens Brachiaria decumbens.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura, no Centro de Ciências<br />

Agrárias, Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz<br />

das Almas/BA/BR, em março de 2009.<br />

Foram utilizadas 10 vacas aneloradas, com idade entre cinco e oito anos, em<br />

diferentes condições reprodutivas, (vacas vazias - VAZ e vacas no final da gestação - FGE),<br />

criadas em regime extensivo.<br />

Foi observado o comportamento ingestivo de VAZ e FGE a cada 15 minutos, por seis<br />

avaliadores treinados que se revezavam a cada três horas, em dois turnos (DIURNO =<br />

06h15min-18h00min; NOTURNO =18h15min- 06h00min).<br />

Foram observados: os tempos, em minutos, de alimentação (ALI), ruminação (RUM) e<br />

ócio (OCI), bem como a percentagem de tempo que os animais permaneceram ruminando<br />

deitados (RUD), em ócio deitados (OCD), a freqüência de alimentação (FAL), a freqüência<br />

de ruminação (FRU) e a freqüência de ócio (FOC), sendo as freqüências determinadas<br />

como o número de intervalos de ingestão, ruminação e ócio.<br />

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com dois tratamentos e<br />

cinco repetições e as médias obtidas foram testadas pelo teste de F, para os tratamentos e<br />

de Tukey para os períodos, ao nível de 5% de significância utilizando-se o SAEG (2001).<br />

Resultados e Discussão<br />

A Tabela 1 apresenta os resultados do comportamento ingestivo dos animais<br />

experimentais.<br />

32


Os valores referentes ao tempo gasto com a alimentação, ruminação e ócio não<br />

diferiram com a condição reprodutiva. As freqüências de alimentação (FAL) foram<br />

superiores para as vacas VAZ em relação às FGE, esta diferença foi o contrário do que se<br />

esperava, pois vacas FGE apresentam compressão do rúmen, proporcionando maior<br />

necessidade de refeições durante o dia.<br />

Tabela 1. Tempo de alimentação (ALI), ruminação (RUM) e ócio (OCI), percentagem do tempo ruminando<br />

deitada (RUD), percentagem do tempo em ócio deitado (OCD), freqüência de alimentação (FAL), ruminação<br />

(FRU) e ócio (FOC) de vacas aneloradas em final de gestação (FGE) e vazias (VAZ) em pastagem de Brachiaria<br />

decumbens<br />

PARÂMETRO ALI RUM RUD OCI OCD FAL FRU FOC<br />

VAZ 742,50 369,00 120,20 328,50 167,35 11,90a 11,40 12,30ª<br />

FGE 751,50 385,50 229,74 303,00 158,17 9,90b 10,30 9,80b<br />

C.V. 6,51 16,88 20,78 18,58 14,81 21,51<br />

Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem entre si (P


COMPORTAMENTO INGESTIVO DE VACAS HOLANDESAS A PASTO: METODOLOGIA<br />

Aracele Prates de Oliveira 2 , Marcelo Mota Pereira 1 , Hermógenes Almeida de Santana Júnior 1 ,<br />

Perecles Brito Batista 2 , Daniel Lucas Santos Dias 1<br />

1 Graduando em Zootecnia – UESB<br />

2 Zootecnista, mestre em Produção Animal<br />

Introdução<br />

Nos ruminantes, o controle da ingestão do alimento é peculiar, podendo ser<br />

caracterizado pela distribuição desuniforme de uma sucessão de períodos definidos e discretos<br />

de atividades, comumente classificadas como ingestão, ruminação e descanso ou ócio. O<br />

entendimento do comportamento ingestivo em bovinos se faz necessário para obtenção de<br />

informações que permitam proporcionar estratégias no manejo nutricional dos animais.<br />

O estudo do comportamento ingestivo dos nutrientes tem sido usado com os objetivos<br />

de estudar os efeitos do arraçoamento ou quantidade e qualidade nutritiva de forragens sobre o<br />

comportamento ingestivo: e verificar o uso potencial do conhecimento a respeito do<br />

comportamento ingestivo para melhorar o desempenho animal.<br />

Objetivou-se identificar os intervalos de tempo mais adequados para estudo do<br />

comportamento ingestivo diurno de vacas Holandesas a pasto quando comparados com a<br />

escala de 10 minutos de intervalo entre observações.<br />

Material e métodos<br />

O experimento foi desenvolvido na Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária LTDA., no<br />

período de 06 de outubro de 2007 a 04 de novembro de 2007, sendo 18 dias de adaptação.<br />

Foram utilizados 21 vacas, com grau de sangue 5/8 Holandês X 3/8 Zebu, em terço médio de<br />

lactação, com média de produção de 15 quilos de leite, distribuídos Inteiramente ao Acaso<br />

(DIC), em três tratamentos (nível de suplementação) e sete repetições: Baixo = nível de<br />

suplementação de 2,3 % de peso corpóreo; Médio = nível de suplementação de 2,65 % do peso<br />

corpóreo e Alta = nível de suplementação de 3,0 % peso corpóreo.<br />

TABELA 1 – Proporção dos ingredientes utilizados na suplementação com base na matéria<br />

seca.<br />

INGREDIENTES<br />

(kilogramas)<br />

NÍVEL DE SUPLEMENTAÇÃO<br />

BAIXO MÉDIO ALTO<br />

Cana-de-açúcar 1 7,11 7,11 7,11<br />

Milho moído 0,87 2,12 3,20<br />

Farelo de soja 1,72 2,28 2,72<br />

Caroço de algodão 1,56 1,55 1,72<br />

Sal mineral 0,19 0,24 0,24<br />

Cloreto de Sódio 0,02 0,03 0,03<br />

Consumo 2 11,47 13,33 15,02<br />

1 Cana-de-açúcar, adicionado de uréia, sulfato de amônia e cal hidratada, sendo utilizado na proporção 9:1:9<br />

2 Consumo de matéria seca proveniente da suplementação<br />

As variáveis comportamentais estudadas foram: alimentação, ruminação e ócio. As<br />

atividades comportamentais foram consideradas mutuamente excludentes, conforme definição<br />

de Pardo et al., (2003).<br />

Cada animal foi observado em três escalas diferentes: 10, 20 e 30 minutos de intervalo,<br />

a fim de identificar o tempo destinado às atividades em cada uma das escalas. Após a obtenção<br />

dos resultados das diversas variáveis testadas, todas foram comparadas com a escala de 10<br />

minutos de intervalo.<br />

Foi utilizado o delineamento experimental em unidades de medidas repetidas, em<br />

arranjo fatorial três por três (três níveis de suplementação e três escalas de intervalo). Para<br />

34


análise dos dados coletados no experimento, foi utilizado o Sistema de Análises Estatísticas e<br />

Genéticas – SAEG, e os resultados foram interpretados estatisticamente por meio de análise de<br />

variância e Tukey a nível 0,05 de probabilidade.<br />

Resultados e Discussão<br />

TABELA 2 - Valores dos tempos de alimentação, ruminação e ócio com três intervalos de<br />

observação, com seus respectivos coeficientes de variação (CV, %), em vacas Holandesas a<br />

pasto.<br />

INTERVALO DE OBSERVAÇÃO<br />

ITEM (mim)<br />

1<br />

CV<br />

10 20 30<br />

ALIMENTAÇÃO 206 221 216 23,3<br />

RUMINAÇÃO 110 113 119 28,7<br />

ÓCIO 171 179 172 20,7<br />

1<br />

Intervalo de tempo em minutos.<br />

Para todas as variáveis estudadas, não foram verificadas diferenças estatísticas entre os<br />

intervalos de observações 10, 20 e 30 minutos, respectivamente. Esses resultados demonstram<br />

que para a coleta de dados dessas variáveis é possível aumentar o intervalo de observação,<br />

sem interferir na precisão dos dados. Esses valores assemelham com os dados verificados por<br />

Silva et al., (2006) e Silva et al., (2008), onde constataram que qualquer intervalo entre cinco e<br />

30 entre observações seria eficiente para este tipo de estudo.<br />

Os resultados, semelhantes estatisticamente, do tempo de alimentação nos diferentes<br />

intervalos de observações, afirma que se o único objetivo do estudo for à coleta do tempo total<br />

de alimentação que é muito relacionada com as respostas animal como consumo, desempenho,<br />

eficiências e conversões alimentares, poderão ser realizados em intervalos de 10 a 30 minutos,<br />

com boa confiabilidade.<br />

No estudo do comportamento ingestivo, o maior custo para realização do mesmo, é a<br />

quantidade de mão-de-obra necessária para observação de um número necessário de animais.<br />

Sendo assim, tais resultados são de grande valia para a viabilização de estudos relacionados<br />

ao comportamento animal, pois, possibilitando a utilização de um maior número de animais, o<br />

que permite uma maior acurácia dos resultados, com um menor número de observadores, o<br />

que facilita a condução desse estudo.<br />

Mais estudos devem ser realizados com outras raças, sexo e categoria para uma<br />

afirmação de que essa metodologia é eficiente em qualquer situação de estudos do<br />

comportamento ingestivo de bovinos em pastejo.<br />

Conclusões<br />

Para estudos do comportamento ingestivo de novilhos a pasto, as observações podem<br />

ser realizados em até 30 minutos de intervalo.<br />

Bibliografia<br />

PARDO, R.M.P.; Fischer, V.; Balbinotti, M.; et al., Comportamento ingestivo diurno de novilhos<br />

em pastejo a níveis crescentes de suplementação energética. Revista da Sociedade<br />

Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, p.1408-1418, 2003.<br />

SILVA, R.R. SILVA, F.F. PRADO, I.N. et al., Metodologia para o estudo do comportamento de<br />

bovinos. IN: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 43, João<br />

Pessoa, 2006. Anais... João Pessoa – PB: SBZ, 2006. (CD-ROM).<br />

SILVA, R.R. PRADO, I.N. CARVALHO, G.G.P. et al., Efeito da utilização de três intervalos de<br />

observações sobre a precisão dos resultados obtidos no estudo do comportamento ingestivo de<br />

vacas leiteiras em pastejo. Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 2, p. 319-326. 2008.<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

35


COMPORTAMENTO INGESTIVO DE VACAS LEITEIRAS ZEBUÍNAS A PASTO:<br />

METODOLOGIA<br />

Aracele Prates de Oliveira 1 ,Marcelo Mota Pereira 2 , Hermógenes Almeida de Santana Júnior 2 ,<br />

Perecles Brito Batista 1 , Danilo Ribeiro de Souza 1<br />

1 Zootecnista, mestrando em Produção Animal - UESB<br />

2 Graduando em Zootecnia – UESB<br />

Introdução<br />

O estudo do comportamento ingestivo dos nutrientes tem sido usado com os objetivos<br />

de estudar os efeitos do arraçoamento ou quantidade e qualidade nutritiva de forragens sobre o<br />

comportamento ingestivo. As principais variáveis comportamentais estudadas em vacas leiteiras<br />

têm sido aquelas relacionadas às atividades de alimentação, ruminação e ócio.<br />

Objetivou-se identificar os intervalos de tempo mais adequados para estudo do<br />

comportamento ingestivo diurno de vacas leiteiras zebuínas a pasto quando comparados com a<br />

escala de 10 minutos de intervalo entre observações.<br />

Material e métodos<br />

O experimento foi desenvolvido na Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária ltda., em<br />

Itapetinga-Bahia, no período de 06 de outubro a 04 de novembro de 2007. Foram utilizados 21<br />

vacas, com grau de sangue 5/8 Zebu X 3/8 Holandês, distribuídos Inteiramente ao Acaso (DIC),<br />

em três tratamentos (nível de suplementação) e sete repetições: Baixo = nível de<br />

suplementação de 2,3 % de peso corpóreo; Médio = nível de suplementação de 2,65 % do peso<br />

corpóreo e Alta = nível de suplementação de 3,0 % peso corpóreo.<br />

Na tabela estâ representada a composição da dieta, calculado para mantença e<br />

produção de 14 quilos de leite por dia (NRC, 2001).<br />

TABELA 1 – Ingredientes utilizados na suplementação com base na matéria seca.<br />

INGREDIENTES<br />

NÍVEL DE SUPLEMENTAÇÃO<br />

(kilogramas)<br />

BAIXO MÉDIO ALTO<br />

Cana-de-açúcar 1 7,11 7,11 7,11<br />

Milho moído 0,87 2,12 3,20<br />

Farelo de soja 1,72 2,28 2,72<br />

Caroço de algodão 1,56 1,55 1,72<br />

Sal mineral 0,19 0,24 0,24<br />

Cloreto de Sódio 0,02 0,03 0,03<br />

Consumo 2 11,47 13,33 15,02<br />

1<br />

Cana-de-açúcar, adicionado de uréia, sulfato de amônia e cal hidratada, sendo utilizado na<br />

proporção 9:1:9<br />

2<br />

Consumo de matéria seca proveniente da suplementação<br />

O comportamento animal foi avaliado no 19º e 20º dia. As variáveis comportamentais<br />

estudadas foram: alimentação, ruminação e ócio. As atividades comportamentais foram<br />

consideradas mutuamente excludentes, conforme definição de Pardo et al., (2003). Para o<br />

registro do tempo gasto em cada uma das atividades descritas acima, os animais foram<br />

observados visualmente por dois períodos de oito horas e 30 minutos horas (06:10 as 14:40),<br />

totalizando 17 horas de observação.<br />

Cada animal foi observado em três escalas diferentes: 10, 20 e 30 minutos de intervalo,<br />

a fim de identificar o tempo destinado às atividades em cada uma das escalas. Após a obtenção<br />

dos resultados das diversas variáveis testadas, todas foram comparadas com a escala de 10<br />

minutos de intervalo.<br />

36


Foi utilizado o delineamento experimental em unidades de medidas repetidas, em<br />

arranjo fatorial três por três (três níveis de suplementação e três escalas de intervalo). Para<br />

análise dos dados coletados no experimento, foi utilizado o Sistema de Análises Estatísticas e<br />

Genéticas – SAEG, e os resultados foram interpretados estatisticamente por meio de análise de<br />

variância e Tukey a nível 0,05 de probabilidade.<br />

Resultados e Discussão<br />

TABELA 2 - Valores dos tempos de alimentação, ruminação e ócio com três intervalos de<br />

observação, com seus respectivos coeficientes de variação (CV).<br />

ITEM (minutos) INTERVALO DE OBSERVAÇÃO 1 CV (%)<br />

10 20 30<br />

ALIMENTAÇÃO 183 161 189 21,2<br />

RUMINAÇÃO 121 111 128 31,4<br />

ÓCIO 180 167 181 31,5<br />

1 Intervalo de tempo em minutos.<br />

Para todas as variáveis estudadas, não foram verificadas diferenças estatísticas entre os<br />

intervalos de observações 10, 20 e 30 minutos, respectivamente. Esses resultados demonstram<br />

que para a coleta de dados dessas variáveis é possível aumentar o intervalo de observação,<br />

sem interferir na precisão dos dados. Esses valores assemelham com os dados verificados por<br />

Silva et al., (2006) e Silva et al., (2008), onde constataram que qualquer intervalo entre cinco e<br />

30 entre observações seria eficiente para este tipo de estudo.<br />

Os resultados, semelhantes estatisticamente, do tempo de alimentação nos diferentes<br />

intervalos de observações, afirma que se o único objetivo do estudo for à coleta do tempo total<br />

de alimentação que é muito relacionada com as respostas animal como consumo, desempenho,<br />

eficiências e conversões alimentares, poderão ser realizados em intervalos de 10 a 30 minutos,<br />

com boa confiabilidade.<br />

Os resultados apresentados são de grande valia para a viabilização de estudos<br />

relacionados ao comportamento animal, pois, possibilitando a utilização de um maior número de<br />

animais, o que permite uma maior acurácia dos resultados, com um menor número de<br />

observadores, o que facilita a condução desse estudo.<br />

Conclusões<br />

Para estudos do comportamento ingestivo diurno de novilhos a pasto, as observações<br />

podem ser realizados em até 30 minutos de intervalo.<br />

Bibliografia<br />

NRC - NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of dairy cattle. 7.ed.<br />

Washington, D.C.: National Academy Press, 2001. 381p.<br />

PARDO, R.M.P.; Fischer, V.; Balbinotti, M.; et al., Comportamento ingestivo diurno de novilhos<br />

em pastejo a níveis crescentes de suplementação energética. Revista da Sociedade<br />

Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, p.1408-1418, 2003.<br />

SILVA, R.R. SILVA, F.F. PRADO, I.N. et al., Metodologia para o estudo do comportamento de<br />

bovinos. IN: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 43, João<br />

Pessoa, 2006. Anais... João Pessoa – PB: SBZ, 2006. (CD-ROM).<br />

SILVA, R.R. PRADO, I.N. CARVALHO, G.G.P. et al., Efeito da utilização de três intervalos de<br />

observações sobre a precisão dos resultados obtidos no estudo do comportamento ingestivo de<br />

vacas leiteiras em pastejo. Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 2, p. 319-326. 2008.<br />

RIBEIRO JR., J.I. Análises Estatísticas no SAEG (Sistema de análises estatísticas).<br />

Viçosa,: UFV, 2001. 301 p.<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

37


CONSUMO DA FORRAGEM E SUPLEMENTO DE NOVILHOS NELORE<br />

RECEBENDO SUPLEMENTAÇÃO MINERAL OU PROTÉICA EM PASTEJO DE<br />

Brachiaria brizantha NA ÉPOCA DAS AGUAS 1<br />

Dicastro Dias de Souza 4 , Danilo Ribeiro de Souza 2 , Fabiano Ferreira da Silva 3 ,<br />

Marcelo Mota Pereira 4 , Alyson Andrade Pinheiro 5<br />

1 Parte da dissertação do segundo autor<br />

2 Mestrando em Zootecnia pela UESB. Bolsista CAPES;<br />

3 Professor do Curso de Zootecnia da UESB;<br />

4 Graduando em Zootecnia pela UESB;<br />

5 Doutorando em Zootecnia pela UEM.<br />

Palavras – chave: sazonalidade, pasto, suplemento<br />

Introdução<br />

O desempenho de animais em pastejo é afetado pelo consumo de forragem, sendo<br />

influenciado por vários fatores associados ao animal, ao pasto, ao ambiente e às suas<br />

interações. Em situações onde o ganho de peso não atinge o patamar estabelecido<br />

pelo potencial genético do animal, visualiza-se o uso de alimentação suplementar<br />

durante o período das águas. Se por outro lado a forrageira é de alta qualidade, o<br />

fornecimento de suplemento pode promover redução na ingestão de forragem, que é<br />

substituída pelo consumo deste. Os efeitos de substituição estão relacionados<br />

principalmente com as características qualitativas da forragem e tipo e nível de<br />

concentrado suplementar. Objetivou-se avaliar o consumo de forragem e suplemento<br />

em novilhos Nelore recebendo suplemento protéico de baixo consumo na época das<br />

águas.<br />

Materiais e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na Fazenda Boa Vista, município de Macarani, Bahia, no<br />

período de novembro de 2006 a fevereiro de 2007. Foram utilizados 18 novilhos da<br />

raça Nelore com 26 meses de idade, castrados e peso vivo médio de 400 kg<br />

distribuídos em dois tratamentos: T1 - suplementação mineral e T2 – suplementação<br />

protéica de baixo consumo. Foram utilizados quatro piquetes de Brachiária brizantha<br />

com 6,5 hectares cada. Os animais foram pesados no início e fim do período<br />

experimental após jejum total de 12 horas e foram feitas pesagens intermediárias a<br />

cada 28 dias. A suplementação foi fornecida duas vezes por semana em cochos de<br />

madeira com cobertura. A pastagem foi avaliada a cada 28 dias. Para estimar a<br />

disponibilidade de MS de cada piquete, foram tomadas 12 amostras cortadas ao nível<br />

do solo com um quadrado de 0,25 m 2 . O consumo de matéria seca (CMS) foi<br />

estimado a partir da produção fecal, verificada com auxílio de óxido crômico (Cr2O3)<br />

como 988indicador externo e da fibra em detergente ácido indigestível (FDAi) como<br />

indicador interno. O consumo de MS foi obtido por meio da seguinte equação: CMS =<br />

{[(PF*CIFZ) – IS]/CIFR} + CMSS, em que CMS é o consumo de matéria seca (kg/dia);<br />

PF é a produção fecal (kg/dia); CIFZ concentração do indicador presente nas fezes<br />

(kg/kg); IS é o indicador presente no suplemento (kg/dia); CIFR é a concentração do<br />

indicador presente na forragem (kg/kg) e o CMSS que é o consumo de matéria seca<br />

do suplemento (kg/dia). Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente<br />

casualizado com dois tratamentos e nove repetições por tratamento. Para analise<br />

estatística dos dados utilizou-se o teste F em nível de 5% de significância. As<br />

variáveis estudadas foram avaliadas por meio de análise de variância, pelo Sistema<br />

de Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG (UFV, 2001).<br />

Resultados e Discussão<br />

Não houve diferença (P>0,05) para CMSP, CMS, CMST e CFDN para kg consumido<br />

por dia e em relação à percentagem do peso vivo. O consumo de suplemento mineral<br />

foi de 0,100kg/animal/dia, diferente à 0,038kg/animal/dia encontrado por SILVA<br />

38


(2008), em mesma condições ambientais, o consumo de proteinado ficou abaixo do<br />

recomendado, sendo 0,126kg/animal/dia , onde a recomendação do fabricante é de<br />

100g para cada 100kg de peso vivo, devido a um maior aporte de nutrientes em<br />

conseqüência da qualidade pastagem e esta recomendação ser para o período seco<br />

do ano. O consumo de MS em % do peso vivo foi de 2,37 e 2,46% para o T1 e T2,<br />

respectivamente, semelhante ao encontrado por CANESIN et al. (2007) que relataram<br />

consumo de 2,39% do PV em pastagens de Brachiaria brizantha, no período chuvoso<br />

para uma dieta com 59,33% de NDT e com 6.990 kg de MS de forragem por hectare.<br />

Os consumos de FDN (% PV) foram elevados, 1,72 e 1,79% para o T1 e T2<br />

respectivamente, indicando que as recomendações de MERTENS (1992) o qual<br />

relatou que o limite para a regulação do consumo de ruminantes seria 1,20% do peso<br />

vivo em FDN, não se aplica a animais de corte em pastagens tropicais.<br />

Tabela 1 – Consumo de matéria seca total (CMST), da pastagem (CMSP), CMST (%, PV)<br />

CMSP (%, PV), consumo de fibra em detergente neutro (CFDN), CFDN (%, PV),<br />

no período das águas com seus respectivos coeficientes de variação e<br />

probabilidade (P).<br />

Item Sal Mineral Proteinado CV P<br />

PV (kg) 463,8 473,2 - -<br />

kg/dia<br />

CMSP (kg/dia) 10,994a 11,612a 12,990 ns<br />

CMSS (kg/dia) 0,100 0,126 - -<br />

CMST (kg/dia) 11,093a 11,738a 12,861 ns<br />

CFDN (kg/dia) 8,011a 8,461a 12,990 ns<br />

% PV<br />

CMSP(% PV) 2,37a 2,46a 11,571 ns<br />

CMSS (% PV) 0,02 0,03 - -<br />

CMST (% PV) 2,39a 2,48a 11,470 ns<br />

CFDN (% PV) 1,72a 1,79a 11,571 ns<br />

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na mesma linha diferem pelo teste F (P


CONSUMO DA FORRAGEM E SUPLEMENTO DE NOVILHOS NELORE<br />

RECEBENDO SUPLEMENTAÇÃO MINERAL OU PROTÉICA EM PASTEJO DE<br />

BRACHIARIA BRIZANTHA NA ÉPOCA SECA DO ANO 1<br />

FORAGE AND SUPPLEMENT INTAKE OF NELLORE STEERS RECEIVING SALT<br />

OR PROTEIN SUPPLEMENTATION AT PASTURE OF BRACHIARIA BRIZANTHA<br />

IN DRY SEASON OF THE YEAR<br />

Lívia Santos Costa 2 , Danilo Ribeiro de Souza 2 , Fabiano Ferreira da Silva 3 ,<br />

Aires Lima Rocha Neto 4 , Marcelo Mota Pereira 5<br />

1 Parte da dissertação do segundo autor<br />

2 Mestrando(a) em Zootecnia pela UESB. Bolsista CAPES;<br />

3 Professor do Curso de Zootecnia da UESB;<br />

4 Doutorando em Zootecnia pela UESB. Bolsista FAPESB;<br />

5 Graduando em Zootecnia pela UESB.<br />

Palavras – chave: seca, braquiaria, nelore<br />

Introdução<br />

No período seco as pastagens apresentam baixos teores de proteína bruta (0,05) para CMSP, CMS, CMST e CFDN para kg consumido<br />

por dia quanto em relação à percentagem do peso vivo. Com a utilização de sal<br />

40


proteinado esperava-se um incremento no consumo, devido à disponibilidade de<br />

nitrogênio no rúmen aumentando a capacidade de degradação da fibra pelos<br />

microrganismos ruminais porem uma vez que a oferta de forragem foi alta e a taxa de<br />

lotação baixa proporcionou a seleção das folhas, minimizando os efeitos da falta de<br />

nutrientes limitantes. Nussio et al. (1998) relataram que um consumo em torno de 2,00<br />

kg de MS por 100 kg de peso vivo é normal para animais mantidos em pastagens.<br />

Neste estudo, os valores encontrados para o consumo de forragem foram 2,30 e 2,48<br />

kg de MS para cada 100 kg de peso vivo no período para o T1 e T2 respectivamente.<br />

Mertens (1992) relatou que o limite para a regulação do consumo de ruminantes seria<br />

1,20% do peso vivo em FDN. Os resultados encontrados contradizem esta teoria, pois<br />

os animais consumiram valores de 1,76 e 1,88% do peso vivo para o T1 e T2<br />

respectivamente.<br />

Tabela 1 – Consumo de matéria seca total (CMST), da pastagem (CMSP), CMST (%, PV)<br />

CMSP (%, PV), consumo de fibra em detergente neutro (CFDN), CFDN (%, PV)<br />

no período seco com seus respectivos coeficientes de variação e probabilidade<br />

(P).<br />

Item Sal Mineral Proteinado CV P<br />

PV (kg) 386,2 389,1 - -<br />

Kg/dia<br />

CMSP (kg/dia) 9,11a 9,52a 17,068 ns<br />

CMSS (kg/dia) 0,036a 0,16a - -<br />

CMST (kg/dia) 9,14a 9,68a 16,890 ns<br />

CFDN (kg/dia) 6,92a 7,24a 17,068 ns<br />

% PV<br />

CMSP(% PV) 2,30a 2,48a 11,902 ns<br />

CMSS (% PV) 0,01 0,04 - -<br />

CMST (% PV) 2,30a 2,52a 11,754 0,33097<br />

CFDN (% PV) 1,76a 1,88a 11,902 ns<br />

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na mesma linha diferem pelo teste F (P


CONTAGEM BACTERIANA TOTAL DE LEITE CRU ORDENHADO MANUALMENTE NO<br />

ANO DE 2008<br />

Murilo De Almeida Meneses 1 Marcelo Mota Pereira 1 , Antonio Jorge Del Rei 2 , Aracele<br />

Prates De Oliveira 3 , Perecles Brito Batista 3<br />

1 Graduando em zootecnia – UESB – Itapetinga - Bahia<br />

2 Professor Adjunto do Departamento de Tecnologia Rural e Animal - UESB<br />

3 Zootecnista, mestrando em Produção Animal<br />

INTRODUÇÃO<br />

O mercado consumidor dos produtos de origem animal tem-se mostrado cada vez mais<br />

exigente no que se refere ao preço e à qualidade dos produtos que consome. E para que<br />

essas exigências sejam alcançadas, as indústrias devem ser rigorosas quanto à composição<br />

e o aspecto higiênico-sanitário do leite que chega à plataforma de recepção. A composição<br />

do leite é avaliada por meio de análise laboratorial para determinação dos teores de<br />

gordura, proteína, lactose e sólidos totais. A qualidade higiênico-sanitária é avaliada através<br />

da contagem de células somáticas (CCS), que avalia a saúde da glândula mamária no<br />

rebanho e da contagem total de bactérias (CTB), que indica o padrão de higiene e as<br />

condições de refrigeração adotadas para a obtenção e armazenamento do leite até o envio<br />

para a indústria, e, por último, da ausência de resíduos de antibióticos e de outros químicos<br />

(SOUZA, 2007).<br />

Condições inadequadas de obtenção do leite e práticas fraudulentas do acréscimo de<br />

substâncias geram graves transtornos de saúde pública, seja pela ação de bactérias<br />

potencialmente patogênicas, especialmente quando o leite é consumido cru, ou pelo efeito<br />

deletério ao organismo humano, causado, sobretudo, por inibidores de crescimento<br />

bacteriano ou sustâncias utilizadas para alterar o pH, além dos agentes carcinogênicos<br />

(BADINI et al., 1996).<br />

Objetivou-se, neste trabalho, determinar a qualidade do leite do tanque de<br />

resfriamento de leite da fazenda Cabana da Ponte no município de Itororó no período de<br />

janeiro a dezembro de 2008, observando se os mesmo estão dentro dos padrões<br />

estabelecidos pela Instrução Normativa 51.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

As amostras de leite foram coletadas de um rebanho composto por 380 vacas<br />

mestiças holandesas x zebu com variados graus de sangue, em diferentes estágio de<br />

lactação, no período de janeiro a abril de 2009, na Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária<br />

Ltda., município de Itororó, sul da Bahia.<br />

As vacas foram ordenhadas no sistema de ordenha manual com bezerro ao pé.<br />

Foram realizadas duas ordenhas diárias, onde o ordenhador soltava o bezerro para que<br />

ocorresse a liberação do leite pelas vacas (apojar o leite), logo após retirava o bezerro para<br />

realizar o pré-dipping, com a imersão dos quartos mamários em solução de iodo. Em<br />

seguida os tetos eram secos com papel.<br />

As amostras de leite foram coletadas mensalmente no tanque de resfriamento<br />

seguindo os padrões recomendados pelo Laboratório de Fisiologia da Lactação, da Clínica<br />

do Leite, ESALQ/USP, e encaminhadas sob refrigeração ao mesmo com conservante<br />

bronopol para realização das análises de contagem de células somáticas por intermédio do<br />

equipamento Somacount 300®, da Bentley Instruments, Incorporation.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Na tabela 1 são observadas as médias dos resultados obtidos para UFC em amostras<br />

de leite do curral do Confinamento na propriedade Cabana da Ponte, Itororó/Bahia.<br />

Tabela 1. Resultados médios observados na quantificação de UFC, em amostras de leite cru<br />

de vacas mestiças holandesas x zebu.<br />

42


2009 Jan Fev Mar Abr Media<br />

CBT<br />

( mil UFC/ml)<br />

66 1820 142 2409 1.109,25<br />

Os valores médios observados no período de janeiro a abril de 2009, foram de<br />

1.109,25 UFC/ml, valores que estão acima dos apresentados por Desmasures et al., (1997),<br />

ao avaliarem 20 propriedades leiteiras, foi de 6,9 x 10 1 UFC/mL de leite, Arcuri et al., (2006)<br />

verificaram adesão de 83% ao requisito estabelecido pela IN 51 para aeróbios mesófilos e<br />

contagem média de coliformes acima de 1,0×103UFC/mL em sete rebanhos, Sabois et al.,<br />

(1991) avaliaram 17 propriedades e verificaram contagens superiores a 1.000 UFC/mL em<br />

todas as amostras, Mutukumira et al., (1996) constataram contagens inferiores a 100<br />

UFC/mL em sete das 10 amostras analisadas e Cassoli & Machado, (2007) na Argentina,<br />

em que encontrou mediana de CBT ao redor de 70 mil UFC/m .<br />

O produtor necessita canalizar esforços na melhoria das condições higiênicas durante<br />

a ordenha, armazenamento e resfriamento rápido a temperatura de 4ºC, para reduzir os<br />

níveis de contaminação microbiana e atender ao padrão estabelecido na Instrução<br />

Normativa 51 (Brasil, 2002).<br />

CONCLUSÃO<br />

Os valores encontrados estão acima das exigências da Instrução Normativa – 51.<br />

Isso evidencia que a higiene de ordenha encontra-se deficiente necessitando de uma<br />

adequação da rotina de ordenha e resfriamento do leite, além de uma melhor qualificação<br />

na equipe de trabalho, com treinamentos específicos para obtenção higiênica do leite.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

ARCURI E.F.; BRITO M.A.V.P.; BRITO J.R.F. et al., Qualidade microbiológica do leite<br />

refrigerado nasfazendas. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. v.58,<br />

n.3, p. 440-446, 2006.<br />

BADINI, K.B.; NADER FILHO, A.; AMARAL, L.A.; GERMANO, P.M.L. Risco à saúde<br />

representado pelo consumo de leite cru comercializado clandestinamente. Revista de<br />

Saúde Pública, v. 30, p. 549-552, 1996.<br />

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa no. 051,<br />

de 18 de setembro de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, 20 set. 2002. Seção 1, p.13-<br />

22.<br />

CASSOLI, L. D.; MACHADO, P.F. Impacto de programas de valorização da qualidade sobre<br />

a CBT. Boletim do Leite, n. 156, p. 4, julho de 2007.<br />

DESMASURES, N.; OPPORTUNE, W.; GUEGUEN, M. Lactococcus spp., yeasts and<br />

Pseudomonas spp. on teats and udders of milking cows as potential sources of milk<br />

contamination. International Dairy Journal, v.7, p.643- 646, 1997.<br />

MUTUKUMIRA, A.N.; FERESU, S.B.; ABRAHANSEN, R.K. Chemical and microbiological<br />

quality of raw milk produced by smallholder farmers in Zimbabwe. Journal of Food<br />

Protection, v.59, n.9, p.984-987, 1996.<br />

SABOIS, A.; BASILICO, J.C.; SIMONETTA, A. Microbiological quality of raw milk: incidence<br />

of aerobic and anaerobic spore-forming bacteria, yeasts and fungi. Revista Argentina de<br />

Lactologia, v.3, n.5, p.79-90, 1991.<br />

SOUZA, G.N., BRITO, J.R.F., FARIA, C.G., et al., Indicadores de qualidade do leite de<br />

rebanhos localizados na Região Sudeste dejulho/2005 a dezembro/2006, Revista Leite e<br />

Derivados, nº96, pag 104-108, jan-fev, 2007<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

43


CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS DE LEITE COM ORDENHA MANUAL<br />

Daniel Lucas Santos Dias 1 , Marcelo Mota Pereira 1 , Aracele Prates de Oliveira 2 , Perecles<br />

Brito Batista 2 , Philipe Gazzoli Farias 1<br />

1 Graduando em Zootecnia<br />

4 Zootecnista, mestrando em Produção Animal<br />

INTRODUÇÃO<br />

A avaliação da contaminação microbiológica de alimentos é um dos parâmetros<br />

importantes para determinar sua vida útil, e também para que os mesmos não ofereçam<br />

riscos à saúde dos consumidores. O leite produzido no Brasil apresenta, de maneira geral,<br />

altas contagens de microrganismos, demonstrando com isto que há deficiências na higiene<br />

de produção (CERQUEIRA et al., 1994).<br />

Para a indústria, significam problemas no processamento do leite e redução no<br />

rendimento, em razão dos teores inferiores de caseína, gordura e lactose, que resultam em<br />

produtos de baixa qualidade e estabilidade (BRITO, 1999).<br />

A Instrução Normativa nº 51/2002 (IN 51), define o leite cru refrigerado, como produto<br />

oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem<br />

alimentadas e descansadas, refrigerado e mantido nas temperaturas máxima de<br />

conservação (BRASIL, 2002).<br />

Neste estudo foi avaliada a qualidade higiênico-sanitária do leite cru obtido de<br />

propriedades leiteiras do município de Itororó, estado da Bahia, por intermédio da contagem<br />

de células somáticas (CCS) do leite cru resfriado estocado e submetido à coleta a granel no<br />

período de janeiro a dezembro de 2007, observando se os mesmo estão dentro dos padrões<br />

estabelecidos pela Instrução Normativa 51.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Foram analisadas amostras, durante todos os meses do ano de 2007, proveniente da<br />

Sede do Confinamento na Fazenda Cabana da ponte, localizadas no município de Itororó,<br />

no estado da Bahia. Foram coletados amostras de leite cru, diretamente do tanque de<br />

expansão, em frascos esterilizados e encaminhadas sob refrigeração com conservante<br />

bronopol para determinação da CCS (em 1000 células/mL) por citometria de fluxo, por<br />

intermédio do equipamento Somacount 300®, da Bentley Instruments, Incorporation.As<br />

analises foram processadas seguindo os padrões recomendados pelo Laboratório de<br />

Fisiologia da Lactação, da Clínica do Leite, ESALQ/USP.<br />

Foram utilizadas vacas mestiças holandesas x zebu com variados graus de sangue,<br />

em estágios de lactação. Os animais foram ordenhados manualmente com bezerro ao pé. A<br />

rotina da ordenhas começa com o ordenhador soltando o bezerro para que ocorra a<br />

liberação do leite pelas vacas (apojar o leite), logo após o ordenhador retirava o bezerro<br />

para realizar o pré-dipping, com a imersão dos quartos mamários em solução de iodo. Em<br />

seguida secam-se os tetos com papel toalha.<br />

RESULTADOS E DISCURSÃO<br />

Os valores médios encontrado no referido período foi de 380.500 células/ml. A média<br />

da CCS em leite de tanques observada foi superior àquelas encontradas por Franks (2001),<br />

que observou média 112.000 células/mL na Suíça. Contudo estão abaixo dos valores<br />

apresentados por Machado et al. (2000) avaliaram 4.785 amostras de leite de tanques para<br />

CCS de rebanhos localizados nos Estados de São Paulo e no sul de Minas Gerais, Farias<br />

(2009) estudando vacas mestiças ordenhadas manualmente no ano de 2007 encontrou<br />

valores médios de 404.800 células/ml e por Meneses (2009) encontrou valores médios de<br />

407.500 células/ml.<br />

Na tabela 1 são observadas as médias dos resultados obtidos para CCS em amostras<br />

de leite do curral da Sede do Confinamento na propriedade Cabana da Ponte, Itororó/Bahia.<br />

44


Tabela 1. Resultados médios observados na quantificação de CCS, em amostras de leite<br />

cru de vacas mestiças holandesas x zebu.<br />

2007 CCS<br />

JANEIRO 1078.000<br />

FEVEREIRO 478.000<br />

MARÇO 371.000<br />

MAIO 378.000<br />

JUNHO 347.000<br />

AGOSTO 313.000<br />

SETEMBRO 248.000<br />

OUTUBRO 238.000<br />

NOVEMBRO 153.000<br />

DEZEMBRO 201.000<br />

MEDIA 380.500<br />

Os valores de CCS atingida neste estudo é abaixo das exigências da IN 51, o que<br />

reflete os cuidados com relação à sanidade da glândula mamária. O estímulo por parte das<br />

indústrias em estabelecer programas de pagamento por qualidade com base na CCS tem<br />

feito com que os produtores se qualifiquem e venham a ser bonificados por meio de<br />

pagamento de incentivos aos produtores.<br />

CONCLUSÕES<br />

Os valores encontrados na contagem de células somáticas estão dentro das<br />

exigências da Instrução Normativa – 51.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

BRITO, J.R.F. O que são e como surgem as células somáticas no leite. In: MINAS LEITE:<br />

Qualidade do leite e produtividade dos rebanhos leiteiros, 1., 1999, Juiz de Fora. Anais...<br />

Juiz de Fora: 1999. p.35-39.<br />

CERQUEIRA, M.M.O.P. et al. Características microbiológicas de leite cru e beneficiado em<br />

Belo Horizonte (MG). Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.46, n.6,<br />

p.713-721, 1994.<br />

FARIAS, P. G.,Pereira, M. M., Fernandes, S. A. de A.. et. al. COMPOSIÇÃO DO LEITE CRU<br />

PRODUZIDO EM PROPRIEDADE RURAL NO SUL DA BAHIA COM ORDENHA<br />

MECANICA NO ANO DE 2009, Anais do I Encontro de Qualidade de Leite da Bahia, Maio<br />

de 2009,Itapetinga - Bahia<br />

FRANKS, B. International milk quality. Disponível em: Acesso em: 24 out. 2001<br />

MACHADO, P.F.M.; PEREIRA, A.R.; SARRIES, G.A. Composição do leite de tanques de<br />

rebanhos brasileiros distribuídos segundo sua contagem de células somáticas. Revista<br />

Brasileira de Zootecnia, v.29, p.2765-3768, 2000.<br />

MENESES, M. de A., Pereira, M. M., Fernandes, S. A. de A.. et. al. COMPOSIÇÃO DO<br />

LEITE CRU PRODUZIDO EM PROPRIEDADE RURAL NO SUL DA BAHIA COM<br />

ORDENHA MECANICA NO ANO DE 2009, Anais do I Encontro de Qualidade de Leite da<br />

Bahia, Maio de 2009,Itapetinga – Bahia<br />

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.Instrução normativa nº 51, de<br />

18 de setembro de 2002. Regulamento técnico de produção, identidade e qualidade do<br />

leite tipo A, do leite tipo B, do leite tipo C, do leite pasteurizado e do leite cru<br />

refrigerado e o Regulamento técnico da coleta de leite cru refrigerado e seu transporte<br />

a granel. Publicada no Diário Oficial da União de 20 de Setembro de 2002, seção 1, p. 13.<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

45


CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS E CONTAGEM BACTERIANA TOTAL DO<br />

LEITE CRU TIPO C DA REGIÃO DE MAIQUINIQUE, BAHIA 1 .<br />

Amanda dos S. Faleiro 2 ; Sérgio A. de A. Fernandes 3 ; Dayana R. de Souza 2 ; Neomara B. de<br />

L. Santos 2 ; Thaiany T. Fonseca 2 .<br />

1<br />

Este projeto contou com financiamento parcial do Laticínio Rocha, Ltda. e pelo Grupo de Estudos em Leite<br />

(GEL) da UESB;<br />

2<br />

Graduanda em Zootecnia e Bolsista de Iniciação Científica (FAPESB e Voluntária da UESB);<br />

3<br />

Prof. Adjunto - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/UESB, Itapetinga/BA.<br />

Introdução<br />

A composição do leite apresenta variações normais, que são influenciadas por diversos<br />

fatores, entre eles fatores ambientais, genéticos e fisiológicos (AULDIST et al., 1998).<br />

Dentre os fatores relacionados com a qualidade do leite está a mastite. A mastite é um<br />

processo inflamatório do úbere, acompanhado da redução de secreção de leite e mudança<br />

de permeabilidade da membrana que separa o leite do sangue. Esta doença é<br />

normalmente causada pelo desenvolvimento de bactérias no interior da glândula mamária.<br />

Uma das principais mudanças que a mastite causa no leite é o aumento no número de<br />

células somáticas. Altos níveis de bactérias têm efeito negativo sobre a qualidade do leite,<br />

especialmente no que concerne ao sabor, vida de prateleira e a segurança alimentar do<br />

produto disponibilizado ao consumidor.<br />

A qualidade do leite cru sofre influência de fatores de ordem zootécnica, como manejo,<br />

genética e alimentação; e os fatores relacionados com os procedimentos de conservação<br />

de leite, após sua obtenção. Dentre os fatores de manejo destaca-se a ordenha,<br />

principalmente em função da facilidade da contaminação do leite no ambiente em que este<br />

é obtido, sendo assim o primeiro ponto crítico de controle. Dessa forma, a higiene de<br />

ordenha é fundamental para a obtenção do leite seguro do ponto de vista alimentar, além<br />

de que, neste momento pode-se contaminar os animais que estejam em lactação,<br />

disseminando mastites. Dois instrumentos têm sido utilizados como fatores auxiliares na<br />

observação da qualidade do leite cru, a Contagem Bacteriana Total (CBT) e a Contagem<br />

de Células Somáticas (CCS). Neste sentido, objetivou-se avaliar a qualidade do leite cru de<br />

alguns fornecedores de leite de um laticínio comercial na região de Maiquinique, Bahia, e<br />

verificar a porcentagem de amostras que se enquadram nos limites da Instrução Normativa<br />

n° 51.<br />

Material e Métodos<br />

As amostras de leite foram colhidas, mensalmente, nos sistemas de produção de leite dos<br />

fornecedores de leite de um laticínio comercial na região de Maiquinique, Bahia, entre o<br />

mês de agosto de 2008 ao mês de maio de 2009. A ordenha realizada por estas<br />

propriedades foi a manual com o bezerro ao pé, com práticas higiênicas adequadas. As<br />

512 amostras foram coletadas diretamente dos tanques de expansão nas fazendas após 48<br />

horas de armazenamento e foram enviadas para a Clínica do Leite (ESALQ – USP) e logo<br />

em seguida analisadas para avaliar CCS e CBT. A CCS foi realizada por citometria<br />

fluxométrica no aparelho Somacount 300. E a CBT foi determinada mediante leitura de<br />

absorção de luz infravermelha, utilizando-se o equipamento Bentley 2000. Os resultados<br />

foram avaliados através de estatística descritiva, utilizando-se intervalos de valores<br />

estabelecidos em função da legislação vigente.<br />

Resultados e Discussão<br />

Na Tabela, estão os valores das amostras encontrados após análises laboratoriais, e de<br />

acordo com a faixa de CCS apenas 4,10% das 512 amostras analisadas encontra-se com<br />

níveis acima do estabelecido pela IN n°51, que estabelece para a região Nordeste valores<br />

de 1,0x10 6 céls/mL. Em estudo realizado em Pernambuco LIMA et al. (2006), verificaram<br />

valores de CCS abaixo de 400.000 céls/mL na maioria das amostras de leite analisadas,<br />

sendo considerado satisfatório, de acordo com os padrões preconizados pela IN n°51<br />

46


(BRASIL, 2002). Dentre os métodos utilizados para a determinação da qualidade<br />

microbiológica, destaca-se o método quantitativo com a utilização da CBT, em que são<br />

estimados o número de unidades formadoras de colônias de bactérias por mililitros de leite<br />

(UFC/mL). Neste sentido, na Tabela abaixo, estão os resultados encontrados de CBT das<br />

amostras analisadas, sendo que um total de 68,95% das amostras analisadas estão dentro<br />

do permitido. O limite legal para a CBT, para a produção de leite tipo “A” é de 10mil<br />

UFC/mL, 500 mil UFC/mL para o leite tipo “B” e 1,0x10 6 UFC/mL para o leite cru refrigerado<br />

(BRASIL, 2002). Trabalho semelhante realizado por BRITO et al. (2002), acompanhando a<br />

qualidade microbiológica do leite produzido por doze rebanhos leiteiros localizados no<br />

Estado de Minas Gerais, observaram que as médias de CBT foram abaixo de 6,5 x<br />

10 5 UFC/mL em nove rebanhos e acima de 1,0 x 10 6 UFC/mL em três rebanhos. No<br />

presente estudo 31,05% das propriedades se encontram com limites acima do permitido<br />

pela IN n°51.<br />

Tabela. Distribuição da Contagem de Células Somáticas (céls/mL) e da Contagem<br />

Bacteriana Total (UFC/mL) de 512 amostras de leite.<br />

Faixa de contagem de células somáticas (céls/mL) Ocorrência (%)<br />

Conclusões<br />

1000.000 4,10<br />

Faixa de contagem bacteriana total (UFC/mL) Ocorrência (%)<br />

1000.000 31,05<br />

Acredita-se que houve uma preocupação conjunta com a qualidade do leite representada<br />

pelo comprometimento do grupo com a higiene e refrigeração imediata do leite nos<br />

tanques de expansão. A existência de propriedades cujo leite não atendeu aos padrões<br />

estabelecidos pela IN n°51 revela a necessidade de monitoramento contínuo e<br />

implantação de medidas higiênicas e tecnológicas de intervenção nos processos de<br />

obtenção e armazenamento do leite cru.<br />

Bibliografia<br />

AULDIST, M. J., WALSH, B. J. THOMSON, N. A. Seasonal and lactational influences on<br />

bovine milk composition in New Zeland. Journal of Dairy Research, v.65, n.3, p.401-<br />

411,1998.<br />

BRASIL, MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Instrução<br />

Normativa 51. Regulamentos técnicos de produção, identidade, qualidade, coleta e<br />

transporte de leite. 2002.<br />

BRITO, M.A.V.P.; BRITO, J.R.F.; PORTUGAL, J.A.B. Identificação de contaminantes<br />

bacterianos no leite cru de tanques de refrigeração. In: CONGRESSO NACIONAL DE<br />

LATICÍNIOS, 19., 2002, Juiz de Fora. Anais... Juiz de Fora: Templo. 2002. p.83-88.<br />

LIMA, M. da C. G. de; SENA, M. J. de; MOTA, R. A.; MENDES, E. S.; ALMEIDA, C.C. de;<br />

SILVA, R.P.P.E. 2006. Contagem de células somáticas e análises físico-químicas e<br />

microbiológicas do leite cru tipo c produzido na Região Agreste do Estado de<br />

Pernambuco. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.73, n.1, p.89-95, jan./mar.<br />

Autor a ser contactado: Amanda dos Santos Faleiro<br />

Endereço: Rua Marechal Deodoro da Fonseca, n. 468. ITAPETINGA/BA. CEP-45700-000. Email:<br />

mandadsf@yahoo.com.br Fone: (77) 81352093<br />

47


CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS EM LEITE CRU DO TANQUE DE<br />

RESFRIAMENTO NO ANO DE 2009<br />

PHILIPE GAZZOLI FARIAS 1 , MARCELO MOTA PEREIRA 1 , ANTONIO JORGE DEL REI 2 ,<br />

ARACELE PRATES DE OLIVEIRA 3 , PERECLES BRITO BATISTA 3<br />

1 Graduando em zootecnia – UESB – Itapetinga - Bahia<br />

2 Professor Adjunto do Departamento de Tecnologia Rural e Animal - UESB<br />

3 Zootecnista, mestrando em Produção Animal<br />

INTRODUÇÃO<br />

O leite é um alimento que possui um perfeito balanço de nutrientes, fornecendo ao<br />

homem macro e micronutrientes indispensáveis ao crescimento, desenvolvimento e<br />

manutenção da saúde. Como fonte de proteínas, lipídeos, carboidratos, minerais e<br />

vitaminas, torna-se um alimento vulnerável a alterações físico-químicas e deterioração por<br />

microrganismos. Estas modificações podem limitar a durabilidade do leite e seus derivados,<br />

além de problemas econômicos e de saúde pública (ARCURI et al., 2006).<br />

Células somáticas do leite é o conjunto de células de origem do sangue e células de<br />

descamação da própria glândula mamariam presentes no leite.A contagem celular somática<br />

(CCS) tem sido considerada, medida padrão de qualidade, pois está relacionada com a<br />

composição, rendimento industrial e segurança alimentar do leite.<br />

Objetivou-se, neste trabalho, determinar a qualidade microbiológica dos valores<br />

médios de contagem de células somáticas (CCS) em amostras de leite do tanque de<br />

resfriamento de leite da fazenda Cabana da Ponte no município de Itororó no período de<br />

janeiro a abril de 2009, observando se os mesmo estão dentro dos padrões estabelecidos<br />

pela Instrução Normativa 51.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

As amostras de leite foram coletadas mensalmente no tanque de resfriamento<br />

seguindo os padrões recomendados pelo Laboratório de Fisiologia da Lactação, da Clínica<br />

do Leite, ESALQ/USP, e encaminhadas sob refrigeração ao mesmo com conservante<br />

bronopol para determinação da CCS (em 1000 células/mL) por citometria de fluxo, por<br />

intermédio do equipamento Somacount 300®, da Bentley Instruments, Incorporation.<br />

Foi conduzido no período de janeiro a abril de 2009, no curral da sede de cima na<br />

Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária Ltda., município de Itororó, sul da Bahia, que se<br />

encontra nas coordenadas geográficas a 15º 18’14’’ de latitude sul e 40º12’20’’ de longitude<br />

WGr.<br />

Os animais foram ordenhados por meio de ordenha manual com bezerro ao pé. O<br />

rebanho é composto por vacas mestiças holandesas x zebu com variados graus de sangue<br />

e diferentes estágios de lactação. A rotina da ordenhas começa com o ordenhador soltando<br />

o bezerro para que ocorra a liberação do leite pelas vacas (apojar o leite), logo após o<br />

ordenhador retirava o bezerro para realizar o pré-dipping, com a imersão dos quartos<br />

mamários em solução de iodo. Em seguida secam-se os tetos com papel toalha e ocorre a<br />

retirada do leite.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

A contagem de células somáticas (CCS) do leite pode variar segundo diversos fatores,<br />

como idade do animal, estádio de lactação, estresse, época do ano e nutrição, mas o fator<br />

mais preocupante é a presença de mastite no rebanho.<br />

Na tabela 1 são observadas as médias dos resultados obtidos para CCS em amostras<br />

de leite do curral do Confinamento na propriedade Cabana da Ponte, Itororó/Bahia.<br />

TABELA 1. Resultados médios observados na quantificação de CCS, em amostras de leite<br />

cru de vacas mestiças holandesas x zebu.<br />

48


O valor médio encontrado no período de janeiro a abril do ano de 2009 foi de 536.500<br />

células/ml. A média da CCS em leite do tanque observado, foi superior àquelas encontradas<br />

por Godkin, et al., (1999), que na Província de Ontário, Canadá encontrou média de<br />

250.000 células/ml, Dias (2009) que analisando leite estocado em tanque de resfriamento<br />

de uma propriedade do sul da Bahia, com ordenha manual encontrou valores médios de<br />

242.830 células/ml, avaliação do ano de 2008.<br />

Contudo inferiores aos valores encontrados por Machado et al., (2000) onde<br />

avaliaram 4.785 amostras de leite de tanques para CCS de rebanhos localizados nos<br />

Estados de São Paulo e no sul de Minas Gerais e registraram média amostral de 549.000<br />

células/ml e a Brasil, (2002) onde a Instrução Normativa 51 reza que a partir de 01/07/2008<br />

a quantidade de máxima aceitável para leite cru é de 750.000 ml/leite .<br />

A média da CCS em leite de tanques atingida neste estudo é alta quando comparada<br />

a países de pecuária leiteira desenvolvida, o que reflete pouco cuidado dos produtores com<br />

relação à sanidade da glândula mamária e falta de estímulo por parte das indústrias em<br />

estabelecer programas de pagamento de leite por qualidade com base na CCS.<br />

CONCLUSÃO<br />

2009 jan fev mar abr média<br />

ccs 434.000 685.000 355.000 672.000 536.500<br />

A higiene de ordenha e os cuidados dispensados à sanidade da glândula mamária<br />

desempenhados nesta propriedade estão garantindo os baixos índices de CCS<br />

apresentados, estando os mesmos abaixo do limite máximo estabelecido pela Instrução<br />

Normativa 51.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

ARCURI, E. F. et al., Qualidade microbiológica do leite refrigerado nas fazendas. Arq. Bras.<br />

Med. Vet. Zootec., v. 58, n. 3, p. 440- 446, 2006.<br />

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.Instrução normativa nº 51, de<br />

18 de setembro de 2002. Regulamento técnico de produção, identidade e qualidade do<br />

leite tipo A, do leite tipo B, do leite tipo C, do leite pasteurizado e do leite cru<br />

refrigerado e o Regulamento técnico da coleta de leite cru refrigerado e seu transporte<br />

a granel. Publicada no Diário Oficial da União de 20 de Setembro de 2002, seção 1, página<br />

13.<br />

Daniel Lucas Santos Dias, D. L. S., Marcelo Mota Preira, Antonio Jorge Del rei et. al.,<br />

COMPOSIÇÃO DO LEITE CRU PRODUZIDO EM PROPRIEDADE RURAL NO SUL DA<br />

BAHIA COM ORDENHA MECANICA NO ANO DE 2009, Anais do I Encontro de Qualidade<br />

de Leite da Bahia, Maio de 2009,Itapetinga - Bahia<br />

GODKIN M. A. & Leslie K. E. 1993. Culture of bulk tank milk as a mastitis screening test: a<br />

brief review. Can. Vet. J. 34: 601-605.<br />

MACHADO, P.F.; PEREIRA, A.R.; SARRÍES, G.A. Composição do leite de tanques de<br />

rebanhos brasileiros distribuídos segundo sua contagem de células somáticas. Revista<br />

Brasileira de Zootecnia, v.29, n.6, p.1883-1886, 2000.<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

49


CONVERSÃO E EFICIÊNCIA ALIMENTAR DE NOVILHOS NELORE RECEBENDO<br />

SUPLEMENTAÇÃO MINERAL OU PROTÉICA EM PASTEJO DE BRACHIÁRIA<br />

BRIZANTHA NA ÉPOCA DAS ÁGUAS<br />

CONVERSION AND FEED EFFICIENCY OF STEERS NELORE RECEIVING<br />

MINERAL OR PROTEIN SUPPLEMENTATION AT PASTURE OF Brachiaria<br />

brizantha IN WATER SEASON<br />

Lívia Santos Costa 2 , Danilo Ribeiro de Souza 2 , Aires Lima Rocha Neto 4 ,<br />

Marcelo Mota Pereira 3 , Gonçalo Mesquita da Silva 3<br />

1 Parte da dissertação do segundo autor<br />

2 Mestrando(a) em Zootecnia pela UESB. Bolsista CAPES;<br />

3 Graduando em Zootecnia pela UESB;<br />

4 Doutorando em Zootecnia pela UESB. Bolsista FAPESB.<br />

Palavras – chave: consumo, forragem, ganho de peso<br />

Introdução<br />

Segundo Gomide & Gomide (2001), o desempenho animal sob pastejo, expresso em<br />

produção por animal, é condicionado por diferentes fatores, como: genética do animal<br />

e sua história prévia de consumo de forragem, valor nutritivo da forragem e eficiência<br />

na conversão da forragem consumida. A conversão depende da resposta de ganhos<br />

de peso ao consumo da forragem e concentrado e são fatores importantes na<br />

determinação do custo do ganho e da rentabilidade da suplementação. Objetivou-se<br />

avaliar a conversão alimentar e a eficiência alimentar de novilhos Nelore<br />

suplementados com sal mineral ou proteinado em pastejo na época das águas.<br />

Materiais e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na Fazenda Bela Vista, município de Macarani, Bahia, no<br />

período de novembro de 2006 a fevereiro de 2007. Foram utilizados 18 novilhos da<br />

raça Nelore com 26 meses de idade, castrados e peso vivo médio de 371,5 kg<br />

distribuídos em dois tratamentos: T1 – suplementação mineral e T2 – suplementação<br />

protéica de baixo consumo. Foram utilizados quatro piquetes de Brachiária brizantha<br />

com 6,5 hectares cada. Os animais foram pesados no início e fim do período<br />

experimental após jejum total de 12 horas e foram feitas pesagens intermediárias a<br />

cada 28 dias. A suplementação foi fornecida duas vezes por semana em cochos de<br />

madeira com cobertura. A pastagem foi avaliada a cada 28 dias. Para estimar a<br />

disponibilidade de MS de cada piquete, foram tomadas 12 amostras cortadas ao nível<br />

do solo com um quadrado de 0,25m 2 , conforme metodologia descrita por McMeniman<br />

(1997). A conversão alimentar (CA) foi determinada em função do consumo e do<br />

desempenho animal conforme a equação: CA = (CMS/GMD), em que CMS é o<br />

consumo diário de matéria seca em kg e GMD é o ganho médio diário em kg. A<br />

eficiência alimentar (EFAL) é a quantidade de gramas de carne produzidas com o<br />

consumo de 1 kg de matéria seca de alimento conforme a equação: EFAL =<br />

(GMD/CMS). Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com<br />

dois tratamentos e nove repetições por tratamento. As variáveis estudadas foram<br />

avaliadas por meio de análise de variância, pelo Sistema de Análises Estatísticas e<br />

Genéticas - SAEG (UFV, 2001) e utilizou-se o teste F em nível de 5% de significância.<br />

Resultados e Discussão<br />

Houve diferença (P


consumo, o sistema de terminação ser em pastejo e os animais serem Nelore, os<br />

resultados encontram-se coerentes, uma vez que o uso de alimentos concentrados, a<br />

utilização de confinamento e o uso de genótipos taurinos especializados para corte,<br />

permite uma melhoria na conversão e eficiência alimentar. SILVA (2008) no período<br />

chuvoso, fornecendo apenas sal mineral na terminação de novilhos Nelore em<br />

pastagem de Braquiaria brizantha, não encontrou efeito sobre nenhuma das duas<br />

variáveis testadas.<br />

Tabela 1 – Peso vivo (PV), ganho médio diário (GMD), consumo de matéria seca (CMS),<br />

conversão alimentar (CA) e eficiência alimentar (EA) no período das águas com<br />

seus respectivos coeficientes de variação e probabilidade (P).<br />

Item Sal Mineral Proteinado CV P<br />

PV (kg) 470,12 470,33 - -<br />

GMD (g) 0,606 0,634 - -<br />

CMS(kg/dia) 11,093 11,738 - -<br />

CA (kg/kg) 16,55b 20,56a 21,552 0,04938<br />

EA (kg/kg) 0,06a 0,05a 17,146 0,05368<br />

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na mesma linha diferem pelo teste F (P


CONVERSÃO E EFICIÊNCIA ALIMENTAR DE NOVILHOS NELORE RECEBENDO<br />

SUPLEMENTAÇÃO MINERAL OU PROTÉICA EM PASTEJO DE Brachiária<br />

brizantha NA ÉPOCA SECA DO ANO 1<br />

CONVERSION AND FEED EFFICIENCY OF STEERS NELORE RECEIVING<br />

MINERAL OR PROTEIN SUPPLEMENTATION AT PASTURE OF Brachiaria<br />

brizantha IN DRY SEASON OF THE YEAR<br />

Vinícius Lopes da Silva 2 , Danilo Ribeiro de Souza 2 , Fabiano Ferreira da Silva 3 ,<br />

Daniel Lucas Santos Dias 4 , Saulo Tannus Azevedo 5<br />

1 Parte da dissertação do segundo autor<br />

2 Mestrando em Zootecnia pela UESB. Bolsista CAPES e CNPq;<br />

3 Professor do Curso de Zootecnia da UESB;<br />

4 Graduando em Zootecnia pela UESB;<br />

5 Zootecnista. Mestre em Produção de Ruminantes.<br />

Palavras – chave: seca, ganho de peso, consumo<br />

Introdução<br />

O uso de bovinos de corte, estratégias de alimentação e manejo adaptados às<br />

condições do Brasil são práticas necessárias para que a produção seja eficiente e<br />

competitiva. Segundo Paulino et al. (2004), a suplementação de bovinos em pastejo é<br />

uma das principais estratégias para a intensificação dos sistemas primários regionais.<br />

Esta tecnologia permite corrigir dietas desequilibradas, aumentando a eficiência de<br />

conversão das pastagens, melhorando o ganho de peso dos animais, encurtando os<br />

ciclos reprodutivos, de crescimento e engorda dos bovinos e aumentando a<br />

capacidade de suporte dos sistemas produtivos. Uma medida que é a mais explorada,<br />

sendo um indicador da produtividade do sistema de produção de gado de corte é o<br />

ganho de peso dos animais, porem a conversão alimentar (CA) e a eficiência alimentar<br />

(EA) devem ser mais estudadas, pois representam a capacidade dos animais em<br />

converter o alimento em carne. Objetivou-se avaliar a conversão alimentar e a<br />

eficiência alimentar de novilhos Nelore suplementados com sal mineral ou proteinado<br />

em pastejo na época seca do ano.<br />

Materiais e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na Fazenda Boa Vista, município de Macarani, Bahia, no<br />

período de agosto a novembro de 2006. Foram utilizados 18 novilhos da raça Nelore<br />

com 26 meses de idade, castrados e peso vivo médio de 371,5 kg distribuídos em dois<br />

tratamentos: T1 – suplementação mineral e T2 – suplementação protéica de baixo<br />

consumo. Foram utilizados quatro piquetes de Brachiária brizantha com 6,5 hectares<br />

cada. Os animais foram pesados no início e fim do período experimental após jejum<br />

total de 12 horas e foram feitas pesagens intermediárias a cada 28 dias. A<br />

suplementação foi fornecida duas vezes por semana em cochos de madeira com<br />

cobertura. A pastagem foi avaliada a cada 28 dias. Para estimar a disponibilidade de<br />

MS de cada piquete, foram tomadas 12 amostras cortadas ao nível do solo com um<br />

quadrado de 0,25 m 2 , conforme metodologia descrita por McMeniman (1997). A<br />

conversão alimentar (CA) foi determinada em função do consumo e do desempenho<br />

animal conforme a equação: CA = (CMS/GMD), em que CMS é o consumo diário de<br />

matéria seca em kg e GMD é o ganho médio diário em kg. A eficiência alimentar (EA)<br />

é a quantidade de gramas de carne produzidas com o consumo de 1 kg de matéria<br />

seca de alimento conforme a equação: EA = (GMD/CMS). Utilizou-se o delineamento<br />

experimental inteiramente casualizado com dois tratamentos e nove repetições por<br />

tratamento. As variáveis estudadas foram avaliadas por meio de análise de variância,<br />

pelo Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG (UFV, 2001) e utilizou-se o<br />

teste F em nível de 5% de significância.<br />

52


Resultados e Discussão<br />

Para a conversão alimentar (CA) e a eficiência alimentar (EA) não foi verificada<br />

diferença (P>0,05). Pelos resultados obtidos, o T2 ao consumir um kg de MS ira<br />

produzir 0,05 kg de carne, enquanto o T1 consumindo a mesma quantidade ira<br />

produzir 0,04 kg de carne. SILVA (2008) trabalhando com novilhos Nelore, em pastejo<br />

de Braquiaria brizantha, fornecendo suplementação na proporção de 0, 0,3, 0,6, 0,9%<br />

do peso vivo encontrou os valores para a conversão alimentar de 20,75, 18,08, 14,75<br />

e 13,67, e para a eficiência alimentar de 0,05, 0,06, 0,07 e 0,08 respectivamente,<br />

mostrando o efeito da inclusão do concentrado no desempenho dos animais, e como<br />

não houve suplementação de alto consumo no presente experimento, os valores para<br />

os tratamentos foram semelhantes ao encontrado para o tratamento de 0%.<br />

Tabela 1 – Peso vivo (PV), ganho médio diário (GMD), consumo de matéria seca (CMST),<br />

conversão alimentar (CA) e eficiência alimentar (EA) no período seco com seus<br />

respectivos coeficientes de variação e probabilidade (P).<br />

Item Sal Mineral Proteinado CV P<br />

PV (kg) 396,87 404,11 - -<br />

GMD (g) 0,400 0,535 - -<br />

CMST (kg/dia) 9,14 9,68 - -<br />

CA (kg/kg) 23,86a 22,07a 39,85 ns<br />

EA (kg/kg) 0,04a 0,05a 38,21 0,2379<br />

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na mesma linha diferem pelo teste F (P


DENSIDADE POPULACIONAL DE PERFILHOS DA Brachiaria decumbens,<br />

CONSORCIADA COM Arachis pintoi OU SOBRE ADUBAÇÃO NITROGENADA 1<br />

Alexsandro Cotrim Pimentel Ribeiro da Costa 2 , Elisangela Oliveira Cardoso 2 , Camila Maida<br />

Albuquerque Maranhão 3 , Paulo Bonomo 3 , Marcelo Mota Pereira 2<br />

1<br />

Projeto de pesquisa financiado pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB-BA;<br />

2<br />

Graduando(a) em Zootecnia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,UESB-BA;<br />

3<br />

Professor(a) do Curso de Zootecnia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB-BA.<br />

Introdução<br />

A pecuária brasileira possui como base o sistema de produção extensivo, sendo que 80%<br />

das áreas de pastagens no país são constituídas por pastagens do gênero Brachiaria, com a<br />

B. decumbens representando mais de 50% do total.<br />

A utilização de leguminosas forrageiras associadas a gramíneas torna-se uma opção viável<br />

para a substituição do nitrogênio mineral, uma vez que a leguminosa em associações<br />

simbióticas com bactérias do gênero Rhizobium, podem adicionar quantidades significativas<br />

de nitrogênio ao sistema solo – planta.<br />

Os efeitos da adubação nitrogenada sobre a população de perfilhos pode constituir um dos<br />

pontos que determinarão a produção de biomassa, juntamente com o rendimento por<br />

perfilho (NELSON et al., 1977). O perfilhamento da planta forrageira tem sido apontado<br />

como a característica mais importante para o estabelecimento da produtividade dessas<br />

plantas sendo uma resposta das plantas à fertilidade do solo, associada à época, à<br />

freqüência e ao intervalo entre cortes.<br />

O objetivo foi avaliar a densidade populacional de perfilhos, em função do consorcio da<br />

Brachiaria decumbens com o Amendoim forrageiro (Arachis pintoi) e/ou adubação<br />

nitrogenada.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi conduzido no setor de Forragicultura e Pastagem na Universidade<br />

Estadual do Sudoeste da Bahia, Itapetinga- Bahia. Foi organizado em blocos casualizados,<br />

sendo quatro tratamentos, com quatro repetições: C = controle; A = adubação nitrogenada;<br />

L = consórcio com leguminosa; AL = adubação nitrogenada + consórcio com leguminosa.<br />

As unidades experimentais consistiam de parcelas de área útil igual a 18 m 2 (3 m x 6 m). Foi<br />

estabelecida à leguminosa (Arachis pintoi), por meio de mudas, em janeiro de 2008, a fim de<br />

dar a leguminosa maior estabilidade e permitir sua associação com bactérias fixadoras de<br />

nitrogênio.<br />

Na adubação nitrogenada, considerou-se 100 de nitrogênio Kg.ha- 1 , tendo a uréia como<br />

fonte de nitrogênio e foi dividida em duas aplicações iguais, a primeira feita no dia do corte<br />

de uniformização no mês de fevereiro e a segunda dose foi aplicada 28 dias após a<br />

primeira.<br />

Para o estudo das características referentes à densidade populacional de perfilhos, Foi<br />

colhida, rente ao solo, uma amostra do capim-braquiária, e considerou-se o número de<br />

perfilhos basilares discriminados em vivos e mortos, sendo que essa amostra constitui-se<br />

por uma área delimitada de um quadrado de 0,0625m 2 segundo metodologia descrita por<br />

Fagundes et al.(2006).Os cortes do capim foram executados com intervalos de 35 dias.<br />

Os resultados foram submetidos á análise de variância, e as médias de tratamentos<br />

comparados pelo teste Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa estatístico -<br />

Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG).<br />

Resultados e Discussão<br />

Houve diferença significativa na densidade populacional de perfilhos vivos (P


consócio não promoveu alteração na densidade de perfilhos vivos na Brachiaria<br />

decumbens.Durante os intervalos de corte a pastagem sofreu um ataque severo de<br />

cigarrinhas,de modo que provavelmente isto tenha vindo a interferir a fixação biológica de<br />

nitrogênio.Barcelos e Ramos (2009), relata que o N fixado varia com as condições de<br />

ambiente, sendo que dentre outros fatores o ataque de pragas e doenças acabam por afetar<br />

a fixação biológica de N.<br />

Tabela 1. Densidade de perfilhos da Brachiaria decumbens em consórcio com amendoim<br />

forrageiro (Arachis pintoi) e/ou adubação nitrogenada.<br />

Tratamentos Perfilhos (perfilhos/m 2 )<br />

Vivos Mortos<br />

Controle 928b 160a<br />

Adubação 1424a 128a<br />

Consorcio com Leguminosa 896b 128a<br />

Adubação nitrogenada + consórcio com leguminosa 1504a 144a<br />

CV (%) 2,841 31,752<br />

Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.<br />

Zimmer et al. (1999), estudando os capins aruana e vencedor, observaram aumento no<br />

perfilhamento das duas forrageiras com a adubação nitrogenada.<br />

Segundo Werner e Haag (1986), dentre todos os nutrientes o N parece ser o que exerce<br />

maior influência sobre o perfilhamento, comprovado por Fagundes et al.(2006),que observou<br />

efeitos crescentes de adubação nitrogenada sobre a densidade de perfilhos vivos e<br />

vegetativos em capim-braquiaria.<br />

Não houve diferença significativa na densidade populacional de perfilhos mortos na<br />

Brachiaria decumbes (P>0,05).<br />

Conclusão<br />

A densidade populacional de perfilhos basilares vegetativos do capim braquiaria foi<br />

influenciada positivamente pela adubação nitrogenada e não influenciada pelo consórcio<br />

com o amendoim forrageiro .<br />

A densidade populacional de perfilhos mortos não foi influenciada pela adubação<br />

nitrogenada e ou o consorcio coma leguminosa.<br />

Bibliografia<br />

BARCELLOS, O.A; RAMOS, B.K.A. VII Simpósio e III Congresso de forragicultura e pastagens.<br />

Lavras-MG, p 31-55, 2009.<br />

FAGUNDES,F.L. et al. Avaliação das características estruturais do capim-braquiaria em pastagens<br />

adubadas com nitrogênio nas quatros estações do ano.Revista Brasileira de Zootecnia, v39.n1,p30-<br />

37, 2006.<br />

NELSON, C.J.;ASAY,K.H.;SLEPER,D.A. Mechanisms of canopy development of tall fescue<br />

genotypes. Crop Science, v.17,p.449-452, 1977.<br />

WERNER, J.C.; HAAG, H.P. Estudos sobre a nutrição mineral de capins tropicais. Nova Odessa:<br />

Instituto de Zootecnia, 1986. 49 p. (Boletim Técnico, 18).<br />

ZIMMER, A.H. et al. Perfilhamento e índice de área foliar remanescente dos capins aruana e<br />

vencedor (Panicum maximum), sob dois níveis de resíduos de pastejo e dois níveis de nitrogênio. In:<br />

Reunião anual da sociedade brasileira de zootecnia, 36., 1999, Porto Alegre. Anais... Porto<br />

Alegre, Sociedade Brasileira de Zootecnia, 1999.<br />

Autor a ser contactado: Alexsandro Cotrim Pimentel Ribeiro da Costa<br />

End.: Rua Macarani, nº456, Camacâ, Itapetinga-BA. CEP-45700-000. e-mail:sandrocotrim@yahoo.com.br<br />

55


DESEMPENHO DE NOVILHOS NELORE RECEBENDO SUPLEMENTAÇÃO<br />

MINERAL OU PROTÉICA EM PASTEJO DE BRACHIARIA BRIZANTHA NA ÉPOCA<br />

DAS AGUAS<br />

Danilo Ribeiro de Souza 2 , Fabiano Ferreira da Silva 3 , Robério Rodrigues Silva 3 ,<br />

Marcelo Mota Pereira 5 , Hermógenes Almeida de Santana Júnior 5<br />

1 Parte da dissertação do primeiro autor<br />

2 Mestrando em Zootecnia pela UESB. Bolsista CAPES; AGIPec- Consultoria Agropecuária<br />

3 Professor do Curso de Zootecnia da UESB. DEBI e DTRA;<br />

4 Doutorando em Zootecnia pela UESB. Bolsista FAPESB;<br />

5 Graduando em Zootecnia pela UESB.<br />

Palavras – chave: ganho de peso, valor nutritivo, sal mineral<br />

Introdução<br />

As espécies forrageiras tropicais na época da águas apresentam nutrientes em<br />

quantidade e qualidade para o desempenho, mas com as irregularidades das chuvas<br />

podem ocorrer flutuações no valor nutritivo das pastagens as quais são capazes de<br />

influenciar a produção animal (LOPES et al., 1998). Animais em pastejo durante a<br />

estação das águas, normalmente, alcançam ganhos diários de peso médio superiores<br />

a 600 gramas. Em situações onde o ganho de peso não atinge o patamar estabelecido<br />

pelo potencial genético do animal, visualiza-se o uso de alimentação suplementar<br />

durante o período das águas. Nesta situação, qualquer tentativa de suplementação<br />

deve ser exaustivamente analisada em termos da meta a ser alcançada dentro de um<br />

determinado sistema de produção de carne. Objetivou-se avaliar o desempenho de<br />

novilhos Nelore recebendo suplemento protéico de baixo consumo na época das<br />

águas.<br />

Materiais e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na Fazenda Boa Vista, município de Macarani, Bahia, no<br />

período de novembro de 2006 a fevereiro de 2007. Foram utilizados 18 novilhos da<br />

raça Nelore com 26 meses de idade, castrados e peso vivo médio de 371,5 kg<br />

distribuídos em dois tratamentos: T1 – suplementação mineral e T2 – suplementação<br />

protéica de baixo consumo. Foram utilizados quatro piquetes de Brachiária brizantha<br />

com 6,5 hectares cada. Os animais foram pesados no início e fim do período<br />

experimental após jejum total de 12 horas e foram feitas pesagens intermediárias a<br />

cada 28 dias. A suplementação foi fornecida duas vezes por semana em cochos de<br />

madeira com cobertura. A pastagem foi avaliada a cada 28 dias. Para estimar a<br />

disponibilidade de MS de cada piquete, foram tomadas 12 amostras cortadas ao nível<br />

do solo com um quadrado de 0,25m 2 , conforme metodologia descrita por McMeniman<br />

(1997). O desempenho animal foi determinado pela diferença entre o peso vivo inicial<br />

(PVI) e o peso vivo final (PVF) dividido pelo período experimental em dias. Utilizou-se<br />

o delineamento experimental inteiramente casualizado com dois tratamentos e nove<br />

repetições por tratamento. As variáveis estudadas foram avaliadas por meio de análise<br />

de variância, pelo Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG (UFV, 2001) e<br />

utilizou-se o teste F em nível de 5% de significância.<br />

Resultados e Discussão<br />

Não houve diferença (P>0,05) para PVF, GMD, GPT e o GPPV, obtendo<br />

respectivamente valores de 470,22 kg, 0,620 kg/dia, 69,76 kg e 17,43 sendo estes<br />

considerados satisfatórios para o período das chuvas. Marin et al. (2003) encontraram<br />

melhor desempenho para animais recebendo suplementação energética em relação à<br />

suplementação protéica e mineral durante o período das águas (899, 747, 751<br />

g/animal/dia), respectivamente, porém a suplementação mineral foi a que apresentou<br />

melhor resultado econômico. Segundo Cabral et al. (2005) a suplementação durante o<br />

período das águas não tem proporcionado incremento significativo no desempenho<br />

56


dos animais particularmente em condições de elevada oferta de pasto e quando este<br />

apresenta um bom valor nutritivo.<br />

Tabela 1 – Peso vivo inicial (PVI), peso vivo final (PVF), ganho médio diário (GMD), ganho de<br />

peso total (GPT) e ganho de peso em relação ao peso vivo inicial (GPPVI) no<br />

período das águas com seus respectivos coeficientes de variação (CV) e<br />

probabilidade (P).<br />

Item Sal Mineral Proteinado CV P<br />

PVI (kg) 396,87 404,11 - -<br />

PVF (kg) 470,12a 470,33a 7,306 ns<br />

GMD (g) 0,606a 0,634a 17,681 ns<br />

GPT (kg) 73,25a 66,22a 17,014 0,24034<br />

GPPVI (% PV inicial) 18,45a 16,41a 16,078 0,15293<br />

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na mesma linha diferem pelo teste F (P


DESEMPENHO DE NOVILHOS NELORE RECEBENDO SUPLEMENTAÇÃO<br />

MINERAL OU PROTÉICA EM PASTEJO DE BRACHIARIA BRIZANTHA NA ÉPOCA<br />

SECA DO ANO<br />

Danilo Ribeiro de Souza 2 , Fabiano Ferreira da Silva 3 , Paulo José Presídio<br />

Almeida 2 , Aires Lima Rocha Neto 4 , Daniel Lucas Santos Dias 5<br />

1 Parte da dissertação do primeiro autor<br />

2 Mestrando em Zootecnia pela UESB. Bolsista CNPq e CAPES; AGIPec- Consultoria Agropecuária<br />

3 Professor do Curso de Zootecnia da UESB;<br />

4 Doutorando em Zootecnia pela UESB. Bolsista FAPESB;<br />

5 Graduando em Zootecnia pela UESB.<br />

Palavras – chave: seca, proteína, ganho de peso<br />

Introdução<br />

A pastagem, com a chegada da estação seca, decresce rapidamente em<br />

digestibilidade e, particularmente, em conteúdo total de nitrogênio, levando à perda<br />

excessiva de peso, constituindo o principal fator limitante para a produção animal<br />

(LENG, 1984). Sendo assim a suplementação protéica de animais em pastejo, que<br />

permite a síntese de compostos nitrogenados microbianos, melhorando a conversão<br />

alimentar, os ganhos de peso vivo e, permitindo a continuidade da curva de<br />

crescimento dos animais durante o período de escassez e assim diminuindo os ciclos<br />

da pecuária de corte. Objetivou-se avaliar o desempenho de novilhos Nelore<br />

recebendo suplemento protéico de baixo consumo na época seca do ano.<br />

Materiais e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na Fazenda Boa Vista, município de Macarani, Bahia, no<br />

período de agosto a novembro de 2006. Foram utilizados 18 novilhos da raça Nelore<br />

com 26 meses de idade, castrados e peso vivo médio de 371,5 kg distribuídos em dois<br />

tratamentos: T1 – suplementação mineral e T2 – suplementação protéica de baixo<br />

consumo. Foram utilizados quatro piquetes de Brachiária brizantha com 6,5 hectares<br />

cada. Os animais foram pesados no início e fim do período experimental após jejum<br />

total de 12 horas e foram feitas pesagens intermediárias a cada 28 dias. A<br />

suplementação foi fornecida duas vezes por semana em cochos de madeira com<br />

cobertura. A pastagem foi avaliada a cada 28 dias. Para estimar a disponibilidade de<br />

MS de cada piquete, foram tomadas 12 amostras cortadas ao nível do solo com um<br />

quadrado de 0,25 m 2 , conforme metodologia descrita por McMeniman (1997). O<br />

desempenho animal foi determinado pela diferença entre o peso vivo inicial (PVI) e o<br />

peso vivo final (PVF) dividido pelo período experimental em dias. Utilizou-se o<br />

delineamento experimental inteiramente casualizado com dois tratamentos e nove<br />

repetições por tratamento. As variáveis estudadas foram avaliadas por meio de análise<br />

de variância, pelo Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG (UFV, 2001) e<br />

utilizou-se o teste F em nível de 5% de significância.<br />

Resultados e Discussão<br />

Não foi verificada diferença (P>0,05) para o PVF, GMD, GPT e GPPVI, o que pode ser<br />

um reflexo do ano atípico de chuvas, da alta disponibilidade de forragem e baixa taxa<br />

de lotação que possibilitou a seleção das folhas pelos animais. Zanetti et al. (2000)<br />

observaram GMD de 0,36 kg/animal/dia para animais suplementados com sal<br />

proteinado e perda média diária de 0,10 kg para animais suplementados apenas com<br />

sal mineral, media inferior ao encontrado para os animais do tratamento sal mineral<br />

que obtiveram ganhos de 0,400 kg/dia, mostrando mais uma vez o efeito das<br />

condições ambientais e da disponibilidade de forragem. Tolentino et al. (2005), que<br />

avaliaram o efeito da suplementação protéica (40% PB) sobre o desempenho de<br />

bovinos em pastagens de Brachiária brizantha em pastejo alternado, observaram que<br />

no inverno todos os animais perderam peso, sem efeito dos tratamentos.<br />

58


Tabela 1 – Peso vivo inicial (PVI), peso vivo final (PVF), ganho médio diário (GMD), ganho de<br />

peso total (GPT) e ganho de peso em relação ao peso vivo inicial (GPPVI) no<br />

período seco com seus respectivos coeficientes de variação (CV) e probabilidade<br />

(P).<br />

Item Sal Mineral Proteinado CV P<br />

PVI (kg) 375,50 374,11 - -<br />

PVF (kg) 396,87a 404,11a 7,14 ns<br />

GMD (kg) 0,400a 0,535a 38,90 0,15458<br />

GPT (kg) 22,5a 30,00a 38,90 0,15458<br />

GPPVI (% PV inicial) 6,03a 7,94a 36,91 0,15223<br />

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na mesma linha diferem pelo teste F (P


DIGESTIBILIDADE APARENTE DOS NUTRIENTES EM NOVILHOS NELORE<br />

RECEBENDO SUPLEMENTAÇÃO MINERAL OU PROTÉICA EM PASTEJO DE<br />

BRACHIARIA BRIZANTHA NA ÉPOCA SECA DO ANO<br />

Marcelo Mota Pereira 4 , Danilo Ribeiro de Souza 2 , Fabiano Ferreira da Silva 3 , Daniel<br />

Lucas Santos Dias 4 , Lucas Nascimento de Oliveira 4<br />

1 Parte da dissertação do segundo autor<br />

2 Mestrando em Zootecnia pela UESB;<br />

3 Professor do Curso de Zootecnia da UESB. DEBI e DTRA;<br />

4 Graduando em Zootecnia pela UESB.<br />

Introdução<br />

Ao longo de todo ano, além da variação na taxa de crescimento, observam-se<br />

constantes mudanças na composição bromatológica e digestibilidade das forrageiras<br />

tropicais à medida que ocorre o processo de maturação fisiológica, destacando-se aumento<br />

na parede celular e sua lignificação (VAN SOEST, 1994). Fatores estes influenciam<br />

negativamente no consumo da matéria seca e disgetibilidade dos nutrientes, assim, os<br />

bovinos não conseguem suprir suas exigências nutricionais necessárias e<br />

consequentemente reduzem o desempenho. A estratégia de suplementação adequada é<br />

aquela que se destina a maximizar o consumo e a digestibilidade da forragem disponível.<br />

Este objetivo pode ser atingido através do fornecimento de todos, ou de alguns, nutrientes<br />

específicos, os quais permitirão ao animal consumir maior quantidade de matéria seca<br />

disponível, e digerir, ou metabolizar, a forragem ingerida de maneira mais eficiente.<br />

Objetivou-se avaliar a digestibilidade dos nutrientes em novilhos Nelore recebendo<br />

suplemento protéico de baixo consumo na época seca do ano.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na Fazenda Boa Vista, município de Macarani, Bahia, no<br />

período de agosto a novembro de 2006. Foram utilizados 18 novilhos da raça Nelore com 26<br />

meses de idade, castrados e peso vivo médio de 371,5 kg distribuídos em dois tratamentos:<br />

T1 – suplementação mineral e T2 – suplementação protéica de baixo consumo. Foram<br />

utilizados quatro piquetes de Brachiária brizantha com 6,5 hectares cada. Os animais foram<br />

pesados no início e fim do período experimental após jejum total de 12 horas e foram feitas<br />

pesagens intermediárias a cada 28 dias. A suplementação foi fornecida duas vezes por<br />

semana em cochos de madeira com cobertura. A pastagem foi avaliada a cada 28 dias.<br />

Para estimar a disponibilidade de MS de cada piquete, foram tomadas 12 amostras cortadas<br />

ao nível do solo com um quadrado de 0,25 m 2 , conforme metodologia descrita por<br />

McMeniman (1997). A digestibilidade aparente parcial e total, foi estimada a partir da<br />

produção fecal, verificada com auxílio de óxido crômico (Cr2O3) como indicador externo e da<br />

fibra em detergente ácido indigestível (FDAi) como indicador interno. Para estimar a<br />

produção fecal, utilizou-se o óxido crômico como indicador externo, fornecido diariamente às<br />

09 h em dose única de 10,0 gramas durante 11 dias, sendo sete dias para adaptação e<br />

regulação do fluxo de excreção do marcador e cinco dias para coleta das fezes. Para<br />

determinação do indicador interno, fibra em detergente ácido indigestível (FDAi), as<br />

amostras da forragem, das fezes foram incubados no rúmen de quatro animais fistulados<br />

por 144 h, tendo o resíduo sido assumido como indigestível. Utilizou-se o delineamento<br />

experimental inteiramente casualizado com dois tratamentos e nove repetições por<br />

tratamento. As variáveis estudadas foram avaliadas por meio de análise de variância, pelo<br />

Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG (UFV, 2001) e utilizou-se o teste F em<br />

nível de 5% de significância.<br />

Resultados e Discussão<br />

60


Para os coeficientes de digestibilidade da MS, MO, PB, EE e CNF não houve diferença<br />

(P>0,05). O CDPB manteve igual devido ao maior aporte de NNP no T2, permitindo maior<br />

escape de N do rúmen e o CDCNF devido ao não incremento deste na dieta, uma vez que a<br />

suplementação foi de baixo consumo. Houve diferença (P


DISCRETIZAÇÃO DE SÉRIES TEMPORAIS NO COMPORTAMENTO INGESTIVO DE VACAS<br />

HOLANDESAS UTILIZANDO SOMATROTOPINA BOVINA RECOMBINANTE<br />

Aracele Prates de Oliveira 1 , Marcelo Mota Pereira 2 , Hermógenes Almeida de Santana Júnior 2 ,<br />

Daniel Lucas Santos Dias 2 ,Elisangela Oliveira Cardoso 2<br />

1 Zootecnista, mestrando em Produção Animal - UESB<br />

2 Graduando em Zootecnia – UESB<br />

Introdução<br />

Nas últimas décadas, a bovinocultura leiteira tem aumentado, mesmo que lentamente,<br />

seus índices zootécnicos, entretanto, já existem muitos produtores em situações diferentes,<br />

apresentando bons índices. Com isso, essas propriedades estão sempre a busca de<br />

ferramentas que venham acrescentar a produtividade do rebanho, melhorando assim a<br />

lucratividade do sistema de produção.<br />

O Somatrotopina recombinante bovina (rbST) aumenta a produção de leite por<br />

aumentar a metabolismo e a irrigação da glândula mamária. Há a necessidade de entendimento<br />

do comportamento alimentar de vacas leiteiras, uma vez que este está intrinsecamente<br />

relacionado com o consumo e consequentemente com a produção.<br />

Objetivou-se verificar o efeito da administração da Somatrotopina bovina recombinante<br />

(rbST) na discretização de séries temporais no comportamento ingestivo de vacas Holandesas.<br />

Material e métodos<br />

O experimento foi desenvolvido na Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária LTDA., em<br />

Itapetinga-Bahia, no período de 13 de janeiro a 10 de março de 2009. Foram utilizadas 16<br />

vacas, com grau de sangue 5/8 Holandês X 3/8 Zebu, distribuídos Inteiramente ao Acaso (DIC),<br />

em dois tratamentos e oito repetições: Tratamento controle = sem administração; Tratamento<br />

rBST = com administração de Somatotropina bovina recombinante (rbST).<br />

Utilizou-se o sistema de suplementação entre ordenhas, em área provida de cobertura,<br />

piso de cimento, área de sol. As vacas foram ordenhadas mecanicamente em sistema de<br />

passagem 16 x 2. A pesagem do leite foi realizada em medidor automático digital de dois em<br />

dois dias.<br />

A suplementação foi fornecida no cocho, sendo apresentada sua composição na tabela<br />

1, calculado para mantença e produção de 25 quilos de leite por dia.<br />

TABELA 1 – Proporção dos ingredientes utilizados na suplementação com base na matéria<br />

seca.<br />

INGREDIENTES Quantidade (kg)<br />

Milho moído 4,31<br />

Farelo de soja 2,70<br />

Sal mineral 0,20<br />

Consumo 1 7,21<br />

1 Consumo de matéria seca proveniente da suplementação.<br />

As variáveis comportamentais estudadas foram: alimentação, ruminação e ócio. As<br />

atividades foram consideradas mutuamente excludentes, conforme definição de Pardo et al.,<br />

(2003). O comportamento foi observados visualmente a cada 10 minutos, por dois períodos de<br />

nove horas e trinta minutos horas (05:30 as 15:00), totalizando 19 horas de observação.<br />

A discretização das séries temporais foi feita diretamente nas planilhas de coleta de<br />

dados, com a contagem dos períodos discretos de pastejo, ruminação, ócio e cocho, conforme<br />

descrito por Silva et al., (2006).<br />

Para análise dos dados coletados no experimento, foi utilizado o Sistema de Análises<br />

Estatísticas e Genéticas – SAEG, e os resultados foram interpretados estatisticamente por meio<br />

de análise de variância e Tukey a nível de 0,05 de probabilidade.<br />

62


Resultados e Discussão<br />

TABELA 2 - Números de períodos de pastejo (NPP), ruminação (NPR), ócio (NPO) e<br />

permanência no cocho (NPC) e o tempo de duração dos períodos, em minutos, de pastejo<br />

(TPP), ruminação (TPR), ócio (TPO) e permanência no cocho (NPC), em vacas Holandesas a<br />

pasto com ou sem administração de rbST.<br />

ITEM TRATAMENTO CV 1 (%)<br />

CONTROLE rbST<br />

NPP 3,1 2,7 28,7<br />

NPR 5,1 5,1 18,6<br />

NPO 7,4 7,1 14,5<br />

NPC 1,0 1,1 12,1<br />

TPP 49,7 52,6 29,9<br />

TPR 41,1 48,1 21,6<br />

TPO 46,3 43,6 22,4<br />

TPC 35,0 34,8 17,7<br />

1 Coeficiente de variação.<br />

Os valores dos números de períodos de pastejo, ruminação, ócio e permanência no<br />

cocho e dos tempos por período de pastejo, ruminação, ócio e permanência no cocho não<br />

apresentaram diferenças estatísticas entre o tratamento sem ou com administração da rbST<br />

(P>0,05).<br />

O presente estudo verificou-se que não houve alteração na discretização das séries<br />

temporais no comportamento ingestivo, o que provavelmente não alterou o consumo.<br />

O TPC tanto para o tratamento controle (35,0) e o tratamento rbST (34,8), apresentaram<br />

resultados superiores aos relatados por Silva et al., (2005), que variaram de 6,56 a 13,85<br />

minutos por período.<br />

Silva (2007), trabalhando com vacas leiteiras, relataram valores inferiores para as<br />

mesmas variáveis estudadas.<br />

Conclusões<br />

A administração de Somatrotopina bovina recombinante não altera a discretização de<br />

séries temporais no comportamento ingestivo de vacas Holandesas.<br />

Bibliografia<br />

PARDO, R.M.P.; Fischer, V.; Balbinotti, M.; et al., Comportamento ingestivo diurno de novilhos<br />

em pastejo a níveis crescentes de suplementação energética. Revista da Sociedade<br />

Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, p.1408-1418, 2003.<br />

RIBEIRO JR., J.I. Análises Estatísticas no SAEG (Sistema de análises estatísticas).<br />

Viçosa,: UFV, 2001. 301 p.<br />

SILVA, R.R. CARVALHO, G.G.P. MAGALHÃES, A.F. et al. Comportamento ingestivo de<br />

novilhas mestiças de holandês em pastejo. Archivos de Zootecnia, v.54, p.63-74, 2005.<br />

SILVA, R.R.; SILVA, F.F.; PRADO, I.N. et al. Metodologia para o estudo do comportamento de<br />

bovinos. IN: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 43, João<br />

Pessoa, 2006. Anais... João Pessoa – PB: SBZ, 2006. (CD-ROM).<br />

SILVA, R. R.; PRADO, I. N.; CARVALHO, G. G. P.; et al., Efeito da presença do bezerro sobre o<br />

comportamento ingestivo de vacas leiteiras em pastejo de Brachiaria decumbens. Revista<br />

Brasileira de Saúde e Produção Animal. Rev. Bras. Saúde Prod. An., v.8, n.1, p. 48-55, 2007.<br />

ISSN 1519 9940<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

63


Efeito da subsolagem associada a adubação na capacidade de suporte de uma<br />

pastagem degradada de Brachiaria decumbens Stapf.<br />

Lucas Simões Teixeira¹, Erivaldo Jesus da Silva², Paula Angela U. G. Alcoforado³, Joelito de<br />

Oliveira Rezende 3<br />

(1)Estudante graduação do curso de Agronomia da UFRB;(2)Estudante de pós graduação<br />

em Ciências Agrárias da UFRB; (3)Professor da UFRB<br />

Introdução<br />

Os solos com melhor aptidão agrícola são ocupados pelas lavouras anuais de grãos<br />

ou as de grande valor industrial (MACEDO, 1999), enquanto que os solos ocupados por<br />

pastagens são geralmente os mais pobres em termos de fertilidade do solo e condições<br />

físicas, quando comparados àqueles usados pelas agriculturas. O Brasil possui<br />

aproximadamente 25 % da sua área territorial ocupada com pastagens, sendo 20% dessa<br />

área constituída de pastagens degradadas apenas do gênero Brachiaria (FERREIRA et al.,<br />

1999).<br />

A degradação das pastagens ocorre quando a forrageira de interesse vai sendo<br />

excluída da pastagem e acaba sendo substituída por outras plantas de baixo valor forrageiro<br />

(SOARES FILHO, 1993). Dentre as práticas de manejo para a recuperação de pastagens<br />

degradadas, a melhoria da fertilidade do solo é de extrema importância, qualquer nutriente<br />

pode ser limitante, mas tem sido freqüente a limitação por nitrogênio e enxofre (SOARES<br />

FILHO, 1993).<br />

A camada compactada pode limitar o desenvolvimento das plantas (GROHMAN e<br />

QUEIROZ NETO, 1966; ALAVARENGA et. al., 1996), a água disponível (DIAS Jr. e<br />

ESTANISLAU,1999), as trocas gasosas (CAMARGO, 1973) e a absorção de nutrientes<br />

(PEDROTTI et. al., 1994), resultando em prejuízos à produção vegetal (BORGES et. al.,<br />

1988) e um método eficiente é a subsolagem.<br />

Para serem de importância para os sistemas de produção reais com bovinos, as<br />

técnicas de avaliação de forragens e pastos, devem ser consideradas em termos de produto<br />

por animal e produto animal por unidade de área (Mott & Moore 1970), ou seja, é definida<br />

pela capacidade de suporte da forragem. A capacidade de suporte é expressa em termos do<br />

número máximo de animais suportados pela pastagem, sem causar a degradação da<br />

mesma. Estes valores estimam os benefícios reais obtidos por diferentes pastagens,<br />

permitindo a sua comparação.<br />

O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos da subsolagem e da aplicação de<br />

fertilizantes e corretivos na capacidade de suporte do capim Brachiaria decumbens Stapf<br />

num Latossolo Amarelo Coeso de Tabuleiro Costeiro do Recôncavo Baiano.<br />

Matérias e métodos<br />

O experimento foi realizado no Campus da Universidade Federal do Recôncavo da<br />

Bahia (UFRB) localizado no município de Cruz das Almas, em um pasto de capim braquiária<br />

(Brachiaria decumbens Stapf). A área experimental tem 10.800m 2 , com esquema<br />

experimental de parcelas subdivididas, sendo as parcelas destinadas a dois tratamentos de<br />

preparo de solo (1 - Com subsolagem e 2 - Sem subsolagem) a 0,50 m de profundidade e<br />

tratamentos de correção de limitações químicas (Cal., P, P+Cal., NK, PK, NPK, NPK+Cal. e<br />

NPK+Cal.+Gesso).<br />

Foram feitos cortes da parte aérea da forrageira para determinação de massa seca<br />

em estufa de circulação de ar a 65°C. Os cortes da forragem foram realizados com<br />

ceifadeira manual, em áreas de 1,0 m 2 , demarcadas por um quadro de ferro lançado<br />

aleatoriamente dentro de cada subparcela.<br />

O objetivo dos cortes foi avaliar a capacidade de suporte da pastagem em função<br />

dos tratamentos aplicados. O consumo diário de forragem de matéria seca por unidade<br />

animal foi definido em 2,5% do peso vivo, considerando uma U.A. igual a 450kg e o<br />

consumo diário igual a 11,25kg MS/dia/UA.<br />

UA = Unidade Animal<br />

1 UA = 1 bovino de 450 kg de peso vivo,<br />

1 UA = 1 vaca seca ou 1 vaca com bezerro<br />

64


O tempo de pastejo foi definido para 180 dias (abril a setembro, período das águas)<br />

com um consumo total de 2025 kg de MS. A capacidade de suporte foi definida pela<br />

disponibilidade de forragem/consumo de forragem de uma UA em 180 dias.<br />

As análises de variância e teste de média foram feitas pelo programa estatístico<br />

SISVAR.<br />

Resultados e Discussão<br />

A analise de variância (Teste F, Pr


Fontes de nitrogênio em suplementos protéicos para recria de novilhos em pastagem<br />

de capim-brachiaria<br />

Antonio Márcio Pereira da Silva 1 , Márcio dos Santos Pedreira 2 , Evanilton Moura Alves,;<br />

Gilmara Santos Guimarães 4 , Marcelo Mota Pereira 4 .<br />

1<br />

Doutorando do Programa de Pós-graduação em Zootecnia - UESB, Itapetinga – BA. Bolsista CAPES.<br />

2<br />

Professor Adjunto - DTRA - UESB, Itapetinga – BA.<br />

³ Doutorando em zootecnia do Programa de Pós-graduação em Zootecnia - UESB, Itapetinga – BA<br />

4<br />

Graduando em Zootecnia, UESB, Itapetinga.<br />

Introdução<br />

O processo de globalização da economia tem causado grandes mudanças em<br />

diversos setores do agronegócio. A produção de gado de corte no Brasil tem sido desafiada<br />

para estabelecer sistemas de produção que sejam capazes de produzir, de forma eficiente,<br />

carne de boa qualidade a baixo preço. Além disso, estes sistemas devem ser competitivos,<br />

sustentáveis e capazes de produzir animais para abate com menos de 42 meses de idade,<br />

que é a média nacional. (EUCLIDES et al., 2001).<br />

Sendo as pastagens a forma mais econômica e prática de alimentação de bovinos,<br />

torna-se, portanto, prioridade o aumento da utilização das forragens via otimização do<br />

consumo e da disponibilidade de seus nutrientes (GOMES JR. et al., 2002).<br />

O ganho de peso durante a fase de recria (crescimento) é considerado de grande<br />

importância na exploração de animais destinados ao abate, pois os ganhos de peso<br />

alcançados pelos bovinos jovens são de baixo custo e mais econômicos que aqueles<br />

obtidos em idades mais avançadas, devido às mudanças no metabolismo.<br />

Objetivou-se com esse trabalho avaliar o desempenho de novilhos castrados da raça<br />

Nelore no período da seca na fase de recria suplementados com diferentes fontes de<br />

nitrogênio.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi desenvolvido na fazenda Boa Vista, município de Macarani-BA e<br />

no laboratório de forragens da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Campus de<br />

Itapetinga, município de Itapetinga-BA no período de agosto a novembro de 2008, com<br />

duração de 84 dias. Foram utilizados 30 animais da raça Nelore com peso médio inicial de<br />

286 kg de peso vivo, em um delineamento inteiramente casualizado com 10 repetições por<br />

tratamento (T1 = suplemento com baixo NNP – 1% uréia convencional; T2 = suplemento<br />

com 6,5% de uréia convencional; T3 = suplemento com 5,7 % de uréia de liberação lenta e<br />

1,1% de uréia convencional).<br />

A taxa de lotação inicial foi de 1,4 UA/ha em um sistema de produção a pasto em<br />

pastejo continuo, em área experimental cultivada de Brachiaria brizanta de 13,3 ha divididos<br />

em três piquetes de áreas equivalentes. A disponibilidade média de pasto com base na<br />

matéria seca no inicio e término do experimento foi de 4,4 e 2,2 toneladas/ha,<br />

respectivamente. A proporção média de folha, caule e matéria morta foi de 17% e 14%; 40%<br />

e 56% e 43% e 30%, respectivamente, no inicio e termino do experimento.<br />

Os animais foram rotacionados a cada 28 dias para minimizar o efeito de pasto,<br />

sendo pesados no início e fim do período experimental após jejum total de 12 horas e<br />

também foram feitas pesagens intermediárias a cada 28 dias sem jejum para ajuste da<br />

suplementação. Os suplementos foram formulados para uma concentração de 36% de<br />

proteína bruta (PB) e 72% de nutrientes digestíveis totais (NDT), sendo distribuídos<br />

diariamente em comedouro não coberto coletivo, na quantidade de 0,3% do peso corporal<br />

com base na matéria seca, às 10 horas da manhã, a fim de minimizar a interferência de<br />

efeito substitutivo sobre o comportamento de ingestão de forragem (ADAMS, 1985). Os<br />

dados experimentais foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo<br />

teste Tukey, a 5% de probabilidade, utilizando o programa computacional SAEG (RIBEIRO<br />

JR., 2001).<br />

66


Resultados e Discussão<br />

O peso vivo inicial (PVI), peso vivo final (PVF), ganho médio por período e ganho<br />

médio diário (GMD), de acordo com os tratamentos, são apresentados na Tabela 1. O<br />

ganho de peso médio por período (14,80kg) foi maior (P0,05).<br />

Tabela 1. Peso vivo inicial (PVI), peso vivo final (PVF), ganho de peso total (GPT) e ganho<br />

médio diário (GMD) de bovinos nelore machos castrados suplementadas com fontes de<br />

nitrogênio<br />

Variáveis<br />

T1<br />

Tratamento<br />

T2 T3<br />

CV (%)<br />

PVI (kg) 282,00 289,00 287,50 -<br />

PVF (kg) 346,80 342,50 341,70 -<br />

GPT (kg) 64,80A 53,50B 54,20B 14,54<br />

GMD (kg) 0,77A 0,63B 0,64B 14,53<br />

T1 = suplemento com baixo NNP – 1% uréia convencional; T2 = suplemento com 6,5% de uréia convencional; T3<br />

= suplemento com 5,7 % de uréia de liberação lenta e 1,1% de uréia convencional.<br />

Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si (p>0,05) pelo teste Tukey.<br />

A suplementação protéica no período seco do ano permitiu GMD variando de 630 a<br />

770g/dia. O suplemento com baixo NNP (1% de uréia convencional) resultou em GMD<br />

superior aos suplementos com alto NNP, podendo ser considerado que o suprimento de aas<br />

provenientes do farelo de soja foi mais importante para o crescimento microbiano que os<br />

teores de NNP mais elevados, evidenciando não haver déficit de amônia no rúmen nas<br />

condições do tratamento 1.<br />

Conclusão<br />

A suplementação de novilhos nelore em pastagem de capim-brachiaria no período<br />

seco com farelo de soja e baixo nitrogênio não protéico resultaram em maiores ganhos de<br />

peso médio diário quando comparado ao suplemento contendo alta proporção de NNP,<br />

independente de ser de fonte convencional de uréia ou na forma de liberação lenta.<br />

Referências Bibliográficas<br />

ADAMS, D.C. Effect of time of supplementation on performance, forage intake and grazing<br />

behavior of yearling beef grazing Russian roildrygrass in the fall. Journal of Animal<br />

Science, v.61, n.4, p.1037-1042, 1985.<br />

EUCLIDES FILHO, K.; EUCLIDES, V. P. B.; FIGUEREDO, G. R. Eficiência bionutricional de<br />

animais Nelore e seus mestiços com Simental e Aberdeen Angus, em duas dietas. Revista<br />

Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 30, n. 1, p. 7782, 2001.<br />

GOMES JUNIOR, P.; PAULINO, M. F.; DETMANN, E. et al. Desempenho de Novilhos<br />

Mestiços na Fase de Crescimento Suplementados Durante a Época Seca. Revista<br />

Brasileira de Zootecnia, v.31, n.1, p.139-147. 2002.<br />

MALAFAIA, P.; CABRAL, L.S; VIEIRA, R.A.M. et al. Suplementação protéico-energética<br />

para bovinos criados em pastagens: aspectos teóricos e principais resultados publicados no<br />

Brasil. Livestock Research for Rural Development, v.15, n.12, p.33, 2003.<br />

RIBEIRO Jr.,J.I. Análises Estatística no SAEG (Sistema para Análises Estatística e<br />

Genéticas). Viçosa, MG: UFV, 2001.301p.<br />

Antonio Márcio Pereira da Silva - Fone:(77) 91913562 – email:amp.silva@hotmail.com<br />

67


ÍNDICES REPRODUTIVOS EM REBANHOS LEITEIROS NO MUNICÍPIO DE<br />

MAIQUINIQUE, BAHIA 1 .<br />

Amanda dos S. Faleiro 2 ; Sérgio A. de A. Fernandes 3 ; Dayana R. de Souza 2 ; Neomara B. de<br />

L. Santos 2 ; Thaiany T. Fonseca 2 .<br />

1<br />

Este projeto contou com financiamento parcial do Laticínio Rocha, Ltda. e pelo Grupo de Estudos em Leite<br />

(GEL) da UESB;<br />

2<br />

Graduanda em Zootecnia e Bolsista de Iniciação Científica (FAPESB e Voluntária da UESB);<br />

3<br />

Prof. Adjunto - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/UESB, Itapetinga/BA.<br />

Introdução<br />

O uso do enfoque sistêmico tem evoluído em diversas áreas da ciência, entre elas a<br />

agricultura. A análise sistêmica deve instrumentalizar o pesquisador, orientar os agentes<br />

sociais e as políticas públicas no sentido da construção de novos saberes, buscando<br />

fortalecer a multi e interdisciplinaridade. De acordo com Hostiou et al. (2006) os<br />

estabelecimentos leiteiros caracterizam-se por processos de construção diversos,<br />

apresentando assim, diferentes níveis de evolução. Dessa forma, a importância de se<br />

compreender essa evolução para que se possa implementar ações de pesquisa e técnicas<br />

adaptadas a essas situações, é fundamental, o que permitiria a formulação de estratégias<br />

de desenvolvimento desses sistemas.<br />

A demanda atual de leite brasileira é de mais de 35 bilhões de toneladas. Segundo Peixoto<br />

(2000) dentre todos os fatores que afetam a eficiência de um sistema de produção de leite,<br />

a reprodução se destaca. Qualquer fazenda deixará de ser eficiente se a vaca se<br />

reproduzir de maneira irregular. Entende-se por reprodução regular o estabelecimento de<br />

prenhez no máximo de 85 dias após o parto, com o objetivo de se obter intervalos entre<br />

parições próximos de 365 dias (12 meses). Baseado nesta premissa, a condução deste<br />

trabalho objetivou realizar o diagnóstico dos sistemas de produção de leite de fornecedores<br />

de leite de um laticínio da região de Maiquinique, Bahia.<br />

Material e Métodos<br />

A metodologia utilizada para realização desse trabalho foi baseada na aplicação de<br />

questionário individual com produtores de leite. Foram entrevistados 17 produtores ligados<br />

a um laticínio comercial da região de Maiquinique, no ano de 2007, que possuem tanques<br />

de resfriamento de leite. Os temas abordados, nas entrevistas foram relacionados aos<br />

atributos da propriedade, do produtor e de sua família. Para caracterizar a atividade leiteira,<br />

considerou-se o rebanho, produção leiteira, sanidade, reprodução, manejo alimentar e<br />

mão-de-obra das propriedades. Outros temas abordados na entrevista foram às fontes de<br />

informações técnicas utilizadas pelos produtores, perspectivas futuras em relação à<br />

pecuária de leite e a relação produtor/mercado.<br />

A classificação das propriedades para efeito comparativo se deu de acordo com produção<br />

de leite, e atendeu aos seguintes parâmetros: até 50 L de leite/dia pequenos, de 51 a 200 L<br />

de leite/dia médios, e maior que 200 L de leite/dia grandes. A análise dos dados obtidos<br />

com o questionário foi realizada através de análises unidimensionais, de acordo com Otani<br />

et al. (1996), que consistem na tabulação em separado das respostas a cada pergunta,<br />

cujos resultados são expressos em números absolutos ou percentuais (LUIZ E SILVEIRA,<br />

2000).<br />

Resultados e Discussão<br />

Ao se analisar os dados obtidos por meio do questionário observa-se que, entre os<br />

produtores de leite ligados ao laticínio comercial não existem pequenas propriedades,<br />

conforme classificação estabelecida. Assim, das 17 propriedades cujos proprietários foram<br />

68


entrevistados, 3 são classificadas como média e 14 como grande. Quanto ao percentual<br />

ideal de vacas em lactação (85%), ambos os estratos (médios e grandes produtores)<br />

encontram-se abaixo das recomendações, pois a média de vacas em lactação foi de 67,4%<br />

e 63,6%, respectivamente. A produção diária por vaca observada neste trabalho foi<br />

superior ao relatado por Barreto et al. (2007), cuja produção observada variou de 1,69 a<br />

2,02 Kg/leite/lactação. Uma vez que, nas médias e grandes propriedades, a produção<br />

diária foi de 5,08 e 6,05, respectivamente. A produção de leite é um processo repetitivo que<br />

se inicia a cada parto, e deve ser interrompido cerca de 2 meses antes da próxima parição.<br />

O longo intervalo entre partos (IP) nos rebanhos leiteiros caracteriza a baixa eficiência<br />

reprodutiva. O ideal seria uma vaca parir a cada 12 meses, a primeira condição para<br />

alcançar este objetivo é fazer com que a vaca apresente cio até 60 dias pós-parto. Partindo<br />

desta premissa, observou-se um bom IP nas médias (370 dias) propriedades. Já as ditas<br />

como grandes propriedades, não tiveram eficiência quanto a este parâmetro, pois<br />

apresentaram valores de 478 dias de IP.<br />

Quanto ao período de serviço (do parto até a próxima cobrição fértil) variou entre 100 e 208<br />

dias nas médias e grandes propriedades respectivamente, sendo que o ideal seria de 60<br />

dias. O período de descanso (intervalo entre as lactações) apresentou resultados de 75 e<br />

72 dias para médias e grandes propriedades respectivamente, sendo que o ideal seria de<br />

60 dias. Observa-se contradição entre os resultados encontrados, visto que o percentual de<br />

vacas em lactação é de 67,4% e de 63,3% (médios e grandes, respectivamente), e o IP de<br />

370 e 478 dias para médios e grandes, respectivamente, dessa forma, não é possível haver<br />

baixo percentual de vacas em lactação com IP próximos do ideal.<br />

Conclusões<br />

Os sistemas de produção estudados necessitam de planejamento para melhorar os<br />

indicadores zootécnicos, apenas as propriedades classificadas como médias se encontram<br />

próximas dos índices desejados.<br />

Bibliografia<br />

BARRETO, D.; NUNES, R.L.; FERNANDES, S.A. de A.; et al. Características estruturais<br />

dos sistema de produção de leite dos produtores ligados à Associação de<br />

Produtores de Leite de Itagiba, Bahia. Revista do Instituto de Laticínios “Cândido<br />

Tostes”, v. 62, n. 357, p. 451-458. 2007.<br />

HOSTIOU, N.; VEIGA, J.B.; TOURRAND, J. F. Dinâmica e Evolução de sistemas<br />

familiares de produção leiteira em Uruará, frente de colonização da Amazônia<br />

brasileira. Rev. de Economia Rural, v. 44, n. 02, p. 295-311. 2006.<br />

LUIZ, A. J. B.; SILVEIRA, M. A. da. Diagnóstico rápido e dialogado em estudos de<br />

desenvolvimento rural sustentável. Pesq. Agropec. Bras, v. 35, n. 1, p. 83-91, jan.<br />

2000.<br />

OTANI, M. N.; CARRIERI, A. de P.; ÂNGELO, J. A. Microbacia-piloto da córrego de<br />

São Joaquim, DIRA de Campinas, Estado de São Paulo: um estudo comparativo<br />

1988-94. Informações Econômicas, v. 26, n. 1, p. 47-60, jan. 1996.<br />

PEIXOTO, A. M.; MOURA, J. C. de; FARIA, V. P de. Bovinocultura leiteira;<br />

fundamentos da exploração racional. – 3.ed.- Piracicaba: FEALQ, 2000.<br />

Autor a ser contactado: Amanda dos Santos Faleiro<br />

Endereço: Rua Marechal Deodoro da Fonseca, n. 468. ITAPETINGA/BA. CEP-45700-000. Email:<br />

mandadsf@yahoo.com.br Fone: (77) 81352093<br />

69


INFLUÊNCIA DOS ESTÁGIOS PRODUTIVOS SOBRE O COMPORTAMENTO INGESTIVO<br />

DE VACAS ANELORADAS<br />

Iuran Nunes. Dias¹, Lenon Machado dos Santos¹, Daiane Lago Novais 1, 2 , Emmanuel Emydio Gomes Pinheiro³,<br />

Lourival Alves Caxias Neto 1, 2 , Evani Souza Strada 4<br />

¹Graduandos em Zootecnia Pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas- BA.<br />

²Alunos assistidos pelo Programa de Permanência/PROPAE/UFRB<br />

³Graduando em Medicina veterinária pela UFRB, Cruz das Almas-Ba<br />

4 Prof. Assistente do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas/UFRB, Cruz das Almas-BA<br />

Palavras-chave: alimentação, animal, novilha.<br />

Introdução<br />

O comportamento ingestivo dos ruminantes em pastejo pode ser caracterizado por<br />

três principais variáveis que são a alimentação, ruminação e ócio, que podem ser<br />

influenciadas por diversos fatores, como: ambiente e manejo (MACEDO et al., 2007).<br />

Atualmente têm se preocupado de forma expressiva em somar ganhos com a<br />

pecuária de corte, e uma das formas de se aumentar a produção é oferecer condições<br />

favoráveis aos animais. Para isto, torna-se de relevante importância conhecer as atividades<br />

e os hábitos alimentares dos mesmos.<br />

O estudo do comportamento animal, associado aos aspectos ecológicos e<br />

bioclimáticos, contribui para adequação do manejo e seleção de rebanhos, quando<br />

relacionados com a adaptação de um determinado animal ou espécie (MARQUES et al.,<br />

2007).<br />

O trabalho teve como objetivo avaliar a influência dos estágios produtivos sobre o<br />

comportamento ingestivo de vacas aneloradas.<br />

Matérias e Métodos<br />

O experimento foi realizado no setor de bovino de corte, do Centro de Ciências<br />

Agrárias, Ambientais e Biológicas da UFRB/Cruz das Almas/BA.<br />

Utilizou-se um total de 16 fêmeas aneloradas em distintos estágios produtivos (oito<br />

novilhas e oito vacas falhadas), distribuídas num piquete de 3,5 ha. O piquete em que os<br />

animais ficaram alojados era de Brachiaria decumbens com disponibilidade de forragem de<br />

2.600kg/ha e teor de matéria seca de 35%, aproximadamente.<br />

As observações foram feitas com duração de 48 horas entre os dias 12 e 14 no mês<br />

de Junho do ano de 2009, o dia foi divido em quatro períodos, sendo, PERI 06:10 às 12:00<br />

h; PERII 12:10 às 18:00 h; PERIII 18:10 às 00:00; PERIV 00:10 às 06:00 h, com intervalos<br />

de observações de 10 minutos.<br />

Os animais foram observados visualmente para coleta de dados, por duplas de<br />

observadores treinados, que se revesavam a cada duas horas de observação.<br />

As variáveis analisadas foram: alimentação (ALI), ruminação (RUMI), ócio (OCI), e as<br />

percentagens de tempo que o animal permaneceu ruminando deitado (PRUM) e em ócio<br />

deitado (POCI).<br />

O delineamento do experimento foi inteiramente ao acaso com dois tratamentos e<br />

oito repetições e as médias obtidas foram testadas pelo teste de F, para os tratamentos e de<br />

Tukey para os períodos, ao nível de 5% de significância utilizando-se o SAEG (2007).<br />

Resultados e discussões<br />

A Tabela 1 apresenta os resultados das atividades em função dos tratamentos. Os<br />

resultados da avaliação demonstraram que as vacas falhadas (VAF) apresentaram maior<br />

tempo de ingestão de alimento em relação às novilhas (NOV).<br />

O tempo utilizado pelas VAF na alimentação foi maior em relação as NOV, isso deve<br />

ter ocorrido em função do maior peso corporal dos animais do primeiro grupo. Todavia, a<br />

70


freqüência de alimentação foi maior para as NOV, este comportamento pode ser explicado<br />

pela dominância dos animais mais velhos sobre os mais novos.<br />

Tabela 1.Tempo de alimentação (ALIM), ruminação (RUMI) e ócio (OCI), percentagem do tempo ruminando<br />

deitada (PRUM), percentagem do tempo em ócio deitado (POCI), freqüência de alimentação (FALI), ruminação<br />

(FRUM) e ócio (FOCI) de vacas aneloradas em diferentes estágios de produção.(NOV) novilhas e (VAF) vacas<br />

falhadas em pastagem de Brachiaria decumbens<br />

Tratamento ALIM RUMI PRUM OCI POCI FALI FRUM FOCI<br />

NOV 1056,25 b<br />

1011,25 33,89 812,50 32,83 27,62 a<br />

35,37 43,75<br />

VAF 1182,50 a<br />

953,75 47,53 743,75 42,15 23,75 b<br />

35,00 40,00<br />

*C.V. (%) 6,75 8,29 10,62 6,01 13,10 11,76<br />

Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna, diferem entre si (P


INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO EM VACAS MESTIÇAS LEITEIRAS (3/8<br />

HOLANDÊS X 5/8 GIR)<br />

Rita Kelly Couto Brandão 1 , Marcelo Mota Pereira 1 , Antonio Jorge Del Rei 2 , Elenilda Alves da<br />

Silva 1 , Philipe Gazzoli Farias 1<br />

1 Graduando em Zootecnia – UESB<br />

2 Médico Veterinário, Prof. Dr. em reprodução animal - UESB<br />

Introdução<br />

Recentemente vários trabalhos utilizando diferentes protocolos de sincronização do estro<br />

vêm sendo praticados no Brasil com o objetivo de maximizar a fertilidade produtiva e<br />

reprodutiva da pecuária bovina de corte e leiteira. A sincronização envolvendo progestágenios,<br />

estrógenos, prostaglandina, gonadotrofinas e suas combinações, pode alcançar bons índices<br />

quando utilizada em espécies que apresentam manifestação estral, porem, ainda não atingem o<br />

grau de sincronia desejado, uma vez que o estro é manifestado por um período de cinco dias ou<br />

mais (KESLER e FÁVERO,1996; MARES et al., 1997 e SINGH,1998).<br />

Dentre os protocolos de controle farmacohormonal do ciclo estral, destaca-se a, utilização<br />

de progesterona sintética associada ao valerato de estradiol, o mesmo permite a inseminação<br />

artificial em tempo fixo (IATF), sem observação de estro. A associação de outros hormônios a<br />

esses protocolos, com o intuito de se otminizar os índices de gestação, foi estudada por<br />

Bartolomeu et al., (2001) e a Gonadotrofina Corônica eqüina (ECG) é uma dessas substâncias.<br />

Contudo, os resultados apresentam-se conflitantes quanto à sua eficiência em elevar as taxas<br />

de concepção e gestação nas vacas.<br />

Esse trabalho tem como objetivo de avaliar a eficácia do uso da ECG associada a um<br />

protocolo que utiliza progesterona sintética associada ao Valerato de Estradiol, sobre taxas de<br />

concepção em fêmeas mestiças leiteiras (3/8 Holandês x 5/8 Gir) e verificando se as taxas<br />

foram influenciadas pela presença ou não de um corpo lúteo (CL) detectável através da<br />

palpação retal.<br />

Matérial e Métodos<br />

No experimento foram utilizadas 51 vacas mestiças (3/8 Holandês x 5/8 Gir) e que foram<br />

distribuídas aleatoriamente em dois tratamentos.<br />

Nos animais do tratamento 1 (T1 n = 26), aplicou-se subcutânea na fase convexa da<br />

orelha em estagio aleatório do ciclo estral no dia oito (D0), um implante de silicone contendo<br />

3mg de Norgestomet (Crestar® Intervet-SP). Imediatamente após procedeu-se a administração<br />

intramuscular de uma solução contendo 3mg de Norgestoment e 5mg de Valerato de Estradiol.<br />

Nove dias depois (D9) os implantes foram retirados e os animais inseminados em tempo fixo<br />

aproximadamente 52 a 56 horas após (D11). Nos animais destinados ao tratamento 2 (T2 n =<br />

25), foi aplicada a mesma metodologia realizada no tratamento 1, exceto pelo fato de que os<br />

animais receberam 400 UI de ECG (Novormom® Scherinhg Ploungh-SP), intramuscular no<br />

momento da retirada dos implantes (D9). As inseminações foram realizadas pelo mesmo<br />

inseminador, e o diagnostico de gestação foi realizado 45 dias após a IATF, pela palpação retal<br />

e confirmação após 60 dias. Para avaliar a taxa de concepção entre os dois tratamentos,<br />

utilizou-se um estudo de dispersão de freqüência empregando-se o teste de Qui-quadrado.<br />

Resultados e discussão<br />

Na tabela 1 são observados os resultados obtidos após os tratamentos das 51<br />

vacas.<br />

Tabela 1. Resultados observados após os tratamentos<br />

72


Tratamentos Resultados %<br />

Tratamento 1 12/26 46,2<br />

Tratamento 2 12/25 48,0<br />

Os animais submetidos aos dois tratamentos não apresentaram diferenças estatísticas<br />

(P>0,05) quanto as taxas de concepção que foram respectivamente, 46,2% (12/26) e 48,0%<br />

(12/25) para os tratamentos T1 e T2. Esse resultado vem confirmar estudos anteriores como o<br />

de Kastelic et al., (1997), que também observaram que a administração do ECG não trouxe<br />

incrementos as taxas de prenhez.<br />

Esses autores concluíram que haveria um maior beneficio na aplicação do ECG, à<br />

retirada do implante, caso houvesse um grande percentual de vacas em anestro, durante o<br />

tratamento o que não ocorreu nesse experimento.<br />

Na tabela 2 são observados os resultados obtidos após os das vacas com corpo<br />

lúteo e sem apresentarem corpo lúteo.<br />

Tabela 2 Resultados observados após os tratamentos<br />

Tratamentos Resultados %<br />

Com corpo lúteo 13/31 42<br />

Sem corpo lúteo 09/20 45<br />

Verificou-se que não houve diferença entre as taxas de concepção dos animais que<br />

apresentavam um corpo lúteo (CL) palpável e os que não continham esta estrutura no dia zero<br />

(D0). Essas taxas para esses animais foram respectivamente de 42,0% (13/31) e 45,0%<br />

(09/20). Esses resultados não estão de acordo com os encontrados por Ribeiro Filho (2001) que<br />

verificou que a presença de um CL palpável afetou positivamente as taxas de prenhez.<br />

Conclusões<br />

Os resultados encontrados permitem concluir que a aplicação da ECG no momento da<br />

retirada dos implantes, faz-se desnecessária, pois não mostrou vantagem quando comparada<br />

ao tratamento que não utilizou, pelo menos em animais cíclicos. E a presença ou ausência de<br />

CL detectável no dia zero (D0), também não influenciou nesse experimento.<br />

Bibliografia<br />

Bartolomeu, C.C; Del Rei, A J M; Madureira, E.H. et al., Inseminação Artificial em tempo fixo<br />

com sincronização da ovulação em bubalinos utilizando-se CIDR-B, Crestar e Ovsynch. Revista<br />

Brasileira de Reprodução Animal V. 25, p. 334-336<br />

Kastelic, J.P; Olson, W.O; Martinez, M; Mapletoft, R.J; Machado,R. Sincronização do estro em<br />

bovinos Hereford-Angus com Crestar. Revista Brasileira de Reprodução Animal. V. 21, p.<br />

101-103, 1997.<br />

Kesler, D. J; Fávero, R.J. Estrus syncronization in beef females with morgestion in beef females<br />

with Norgestomet and Estradial Valerat II: Factors limiting and enhancing efficacy. Agripractice,<br />

V.17, n.1, 1996.<br />

Mares S.E; Peterson, L.A; Henderson,E.A; et al. Hertillity of beef herds inseminated by estrus or<br />

by time following Sincro-Mate (SMB) Treatment. Journal Animal Science. n.45 (suppl.1)<br />

p.185,1977.<br />

Ribeiro Filho, A. L Indução, sincronizada e resincronização do estro e da ovulação de vacas<br />

zebuínas. Belo Horizonte; UFMG Escola de Medicina Veterinária, 2001, p. 141(Tese de<br />

doutorado).<br />

Singh, N.K.U. Plasma progesterone profiles and fertility status of anestrus Zebu Cattle Treated<br />

with Norgestomet- Estradial – ECG redimen. Theriogenology. n.50, 1191<br />

Autor a ser contactado: Antonio Jorge Del Rei – Email – delrei@uesb br<br />

Endereço – Rod. BR 415, Km 1, 4570000 - Itapetinga, BA – Brasil<br />

73


INTERVALO ENTRE PARTOS DE BUFÁLAS LEITEIRAS MURRAH X MEDITERRÂNEO<br />

Julio Jaat Dias Lacerda 1 , Marcelo Mota Pereira 1 , Antonio Jorge Del Rei 2 , Perecles Brito<br />

Batista 3 , Aracele Prates De Oliveira 3<br />

1 Graduando em zootecnia – UESB – Itapetinga - Bahia<br />

2 Professor Adjunto do Departamento de Tecnologia Rural e Animal – UESB<br />

3 Zootecnista, mestrando em Produção Animal -UESB– Itapetinga - Bahia<br />

INTRODUÇÃO<br />

O rebanho bubalino mundial desempenha importante papel na produção de proteína<br />

de origem animal, especialmente nos países do terceiro mundo. Entre as características<br />

inerentes a espécie destaca- se: rusticidade, prolificidade, adaptabilidade, vida útil até os 15<br />

anos, precocidade, docilidade e elevada taxa de produtividade em leite, carne e trabalho,<br />

aliadas às taxas de natalidade superior a 80% e mortalidade inferior a 3% ao ano<br />

(MOREIRA et al., 1994).<br />

Existe uma grande escassez de informações quanto aos índices reprodutivos das<br />

raças de búfalos criadas no país. Segundo Hafez (1995), a avançada idade ao primeiro<br />

parto, os problemas relacionados à detecção do cio, o longo período seco nas fêmeas, bem<br />

como a perda de libido no macho, são os principais obstáculos ao aumento dos índices<br />

reprodutivos nos búfalos.<br />

O intervalo entre partos é muito importante tanto para produção de carne quanto para<br />

a produção de leite. Do ponto de vista econômico, o ideal é que esse intervalo seja igual a<br />

12 meses. Em bovinos, Faria; Corsi (1979) consideram que a prenhez deva ocorrer no<br />

máximo 85 dias após o parto, objetivando a obtenção de um intervalo entre partos próximo a<br />

365 dias. Em búfalas, alguns autores também consideram esse índice como um dos mais<br />

importantes parâmetros para se medir a eficiência reprodutiva, com uma média mundial da<br />

espécie ao redor de 14,5 meses (SAMPAIO NETO et al., 2001).<br />

O objetivo deste estudo foi determinar a média do intervalo entre partos das búfalas<br />

leiteiras criadas na fazenda Cabana da Ponte Agropecuária Ltda., sul da Bahia, bem como<br />

se seus valores estão dentro dos encontrados no Brasil.<br />

MATERIAL E METODOS<br />

Foram analisadas informações de 165 fêmeas de variadas idades da raça Murrah e<br />

Mediterrâneo, referentes a dados reprodutivos armazenados no programa Prodap<br />

Profissional 2006, coletados no ano de 2008 da Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária<br />

Ltda., situada na cidade de Itororó, sul da Bahia, coordenadas geográficas, 15º 18’14’’ de<br />

latitude sul e 40º12’20’’ de longitude WGr..<br />

Os animais foram criados extensivamente em pastagem de capim Braquiaria<br />

decumbens, águada natural e fornecimento de suplementação mineral. O sistema de<br />

acasalamento foi com monta natural a campo com a utilização da relação de 1 touro da raça<br />

Murrah para 40 vacas. As práticas de sanidade com respeito às vacinações, combate aos<br />

ectoparasitas e endoparasitas, entre outras, foram observadas de acordo a necessidade.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

As búfalas apresentam um período de gestação ao redor de 10 meses.<br />

Tabela 01 – Médias do Intervalo entre partos (IEP) das búfalas Murrah e Mediterrâneo,<br />

criadas na Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária Ltda.<br />

Características analisadas Média do ano de 2008<br />

Intervalo entre partos (IEP) 442<br />

74


O intervalo entre partos (IEP) observado foi de 442 dias, aproximadamente 14,73<br />

meses. Este resultado foi melhor do que o encontrado por Sampaio Neto et al., (2001), em<br />

trabalhos realizados com búfalos da raça Murrah no estado do Ceará, onde se verificou um<br />

IEP de 15 meses e Taneja (1999) , onde o mesmo relatou que as búfalas criadas na Índia<br />

apresentaram um IEP médio entre 15 e 16,7 meses.<br />

Contudo estão maiores que os valores encontrados por Cassiano et al., (2003), que<br />

estudando a influência de fatores ambientais e genéticos nas características fenotípicas de<br />

búfalo (Bubalus bubalis) das raças Carabao, Jafarabadi, Murrah, Mediterrâneo e do tipo<br />

Baio encontrou valores médios do intervalo entre partos (IEP) de 380,32 dias e Baruselli et<br />

al., (1993), em trabalhos com a finalidade de avaliar o IEP de um rebanho bubalino já<br />

estabilizado, a média do IEP foi de 375,6 dias.<br />

Zicarelli et al., (1997) afirmam que os búfalos, quando criados em localidades distantes<br />

da região equatorial, têm um comportamento reprodutivo influenciado positivamente pela<br />

diminuição de horas de luz do dia. No caso deste estudo, estes efeitos foram,<br />

provavelmente, causados pelas diferenças estacionais (estações seca e chuvosa bem<br />

definidas) que levam a alterações no suprimento de comida e conforto, já que a variação na<br />

quantidade de horas de luz por dia, durante todo o ano é muito pequena.<br />

CONCLUSÃO<br />

O Intervalo Entre Parto (IEP) encontrado esta dentro da média dos rebanhos criados<br />

no Brasil, salientando que a adoção de técnicas de suplementação na época seca bem<br />

como a adoção de um manejo reprodutivo mais qualificado, deverá diminuir esses índices.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

BARUSELLI, P. S.; OLIVEIRA, J. F. S.; MENDES, M. L. M.; JORGE, A. M.; FUJII, T.;<br />

PALAZZO, J. P. C. Diagnóstico da bubalinocultura do Vale do Ribeira. Campinas:<br />

Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, 1993. 16 p. (Documento Técnico, 94).<br />

Lisângela Aparecida Pinheiro Cassiano, Arthur da Silva Mariante, Concepta McManus, et al.,<br />

Caracterização fenotípica de raças bubalinas nacionais e do tipo Baio Pesq. agropec.<br />

bras., Brasília, v. 38, n. 11, p. 1337-1342, nov. 2003<br />

FARIA, V. P.; CORSI, M. Os índices zootécnicos na pecuária leiteira. In: SIMPÓSIO SOBRE<br />

PECUÁRIA LEITEIRA, 2., 1979, São José dos Campos. Anais... Campinas: Fundação<br />

Cargill, 1979. p. 40-61.<br />

HAFEZ, E. S. E. (Ed.). Reproduction in farm animals. 6th ed. Philadelphia: Lea & Febiger,<br />

1993. 573 p.<br />

MOREIRA, P.; COSTA, A. L.; VALENTIN, J. F. Comportamento produtivo e reprodutivo de<br />

bubalinos mestiços Murrah-Mediterrâneo em pastagem cultivada em terra firme, no Estado<br />

do Acre. Rio Branco: Embrapa- CPAF-Acre, 1994. 19 p. (Boletim de Pesquisa, 13).<br />

SAMPAIO NETO, J. C.; MARTINS FILHO, R.; LÔBO, R. N. B.; TONHATI, H. Avaliação dos<br />

desempenhos produtivos e reprodutivos de um rebanho bubalino no Estado do Ceará.<br />

Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, MG, v. 30, n. 2, p. 368-373, 2001.<br />

TANEJA, V. K. Dairy breeds and selection. In: FALVEY, L.; CHANTALAKHANA, C. (Ed.).<br />

Smallholder dairying in the tropics. Nairobi: International Livestock Research Institute,<br />

1999. 462 p.<br />

ZICARELLI, L. de F. C.; FRANCILLO, M.; PACELLI, C.; VILLA, E. E. Influence of<br />

insemination technique and ovulation time on fertility percentage in synchronized buffaloes.<br />

In: WORLD BUFFALO CONGRESS, 5., 1997, Caserta. Proceedings... Caserta: [s.n.], 1997.<br />

p. 732-737.<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

75


LEVANTAMENTO DA ESCARABEIDOFAUNA ASSOCIADOS ÀS FEZES BOVINAS EM<br />

PASTAGEM ARTIFICIAL E VEGETAÇÃO NATIVA DE CERRADO NA ÉPOCA CHUVOSA<br />

DO ANO<br />

Érica de Alcântara Câmara 1 , Danilo Gusmão de Quadros 2 , Felipe Rodrigo Santos Hordonho 1 ,<br />

Alberto Magalhães de Sá 1 , Daiana Nara Santos Oliveira 1<br />

1 Estudante de graduação de Engenharia Agronômica da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Campus IX<br />

2 Docente da UNEB – Campus IX. Professor da Universidade do Estado da Bahia – UNEB / Núcleo de Estudo e<br />

Pesquisa em Produção Animal (NEPPA). BR 242, km 4, s/n. Lot. Flamengo. Barreiras – BA. 47800-000. E-mail:<br />

uneb_neppa@yahoo.com.br Website: www.neppa.uneb.br<br />

INTRODUÇÃO<br />

Considerada praga mundial do gado bovino, presente em todo território nacional e na<br />

América do Sul, conforme enfatizado nos estudos de BIANCHIN & ALVES (2002), a moscados-chifres<br />

(Haematobia irritans) se tornou foco para diversos estudos de controle biológico,<br />

realizado hoje principalmente pelos besouros coprófagos conhecidos como “rola-bosta”.<br />

O besouro atua como competidor direto da mosca-dos-chifres se alimentando das<br />

fezes frescas dos bovinos que servem como berçário para as larvas da mosca. O enterrio<br />

das fezes realizado pelo besouro evita o desenvolvimento e a proliferação da H. irritans,<br />

promove a reciclagem dos nutrientes em formas assimiláveis a planta, promove a aeração<br />

do solo, diminui a rejeição da pastagem, incorpora matéria orgânica no solo e auxilia a<br />

rebrota do capim (RODRIGUES, 1989).<br />

O presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento populacional de<br />

coleópteros coprófagos capturados com a utilização de armadilhas passivas de queda<br />

iscadas com fezes bovinas, a fim de se comparar a sua ocorrência em pastagem artificial e<br />

em vegetação nativa de cerrado, na época chuvosa do ano.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

O experimento foi conduzido na zona rural da cidade de Barreiras, região do oeste<br />

baiano, de coordenadas geográficas 12° 09' 10" S 44° 59' 24" O e 452 m de altitude. Foram<br />

montadas oito armadilhas de queda, iscadas com fezes bovinas recentes, afastadas no<br />

mínimo 100 m uma das outras; metade delas em pastagem de capim-estrela-africana sob<br />

lotação contínua e o restante em vegetação nativa de cerrado.<br />

A armadilha foram montadas semanalmente entre 17h e 18h, sendo desmontada<br />

com a coleta dos besouros capturados entre 07h e 08h do dia seguinte, durante o período<br />

de 15/01/2009 a 16/06/2009, totalizando 23 semanas e 184 amostras. Logo após a coleta,<br />

os besouros foram encaminhados ao laboratório da Faculdade da Agronomia da UNEB para<br />

medição e acondicionamento em recipientes com álcool 70% identificados por local e data<br />

de coleta.<br />

Após a medição, os besouros capturados foram classificados em função de seu<br />

comprimento conforme FLECHTMANN et al. (1995a) em: pequenos (até 5,25mm), médios<br />

(5,26 a 10,00mm) e grandes (acima de 10,00mm).<br />

Os dados foram tabulados no programa Excel ® (Windows) e analisados quanto à<br />

frequência percentual de besouros capturados em relação ao seu tamanho.<br />

RESULTADO E DISCUSSÃO<br />

Capturou-se 1.138 besouros, 60% na área nativa de cerrado e 40% na pastagem. O<br />

uso de produtos químicos no tratamento dos animais, devido sua ação residual durante o<br />

período de avaliação provavelmente influenciou esse resultados. BIANCHIN & ALVES<br />

76


(2002) relataram que besouros em contato com as fezes de animais tratados com produtos<br />

do tipo “pour-on” apresentam alta mortalidade devido sua absorção sistêmica, diminuindo<br />

significamente a população de Scarabaeidae coprófago.<br />

Dos besouros capturados 769 (68%) eram pequenos, 60% na mata e 40% no pasto;<br />

165 (14%) eram médios, 28 e 72% para mata e pasto, respectivamente; e 204 (18%) eram<br />

grandes, 84% na mata e apenas 16% no pasto.<br />

Através de análise de massas fecais em campo, FLECHTMANN et al. (1995 b)<br />

concluíram que os besouros coprófagos classificados como grandes e médios são os<br />

principais responsáveis pela desestruturação/incorporação destas massas, a despeito da<br />

indiscutível supremacia numérica dos besouros pequenos, correspondentes aos<br />

endocoprídeos. Uma quantidade alta de endocoprídeos, eventualmente pode causar uma<br />

desestruturação de razoável intensidade numa massa fecal, mas as observações de campo<br />

indicam que esta não ocorre em velocidade suficiente para interferir no ciclo da mosca-doschifres.<br />

CONCLUSÃO<br />

A ocorrência de escarabeídeos em pastagens artificiais foi menor do que no cerrado<br />

nativo. Assim, o controle biológico da mosca-dos-chifres pelo besouros coprófagos só terá<br />

sucesso se estiver associado com outras práticas agroecológicas de controle de parasitos,<br />

ou com a utilização de antiparasitários seletivos.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

BIANCHIN I.; ALVES R.G.O. Mosca-dos-chifres, Haematobia irritans: comportamento e<br />

danos em vacas e bezerros Nelore antes da desmama. Pesquisa Veterinária Brasileira.<br />

v.22, n.8 p.109-113, 2002.<br />

FLECHTMANN, C. A. H.; RODRIGUES, S. R.; COUTO, H. T. Z. Controle biológico da<br />

mosca-dos-chifres (Haematobia irritans irritans) em Selvíria, Mato Grosso do Sul - 2: ação<br />

de insetos fimícolas em massas fecais no campo. Revista Brasileira de Entomologia, v.39,<br />

n.2, p.237-247, 1995 a.<br />

FLECHTMANN, C. A. H.; RODRIGUES, S. R.; COUTO, H. T. Z. Controle biológico da<br />

mosca-dos-chifres (Haematobia irritans irritans) em Selvíria, Mato Grosso do Sul – 4:<br />

comparação entre métodos de coleta de besouros coprófagos (Scarabaeidae). Revista<br />

Brasileira de Entomologia, v.39, n.2, p.259-276, 1995 b.<br />

RODRIGUES, L. R. A. Os besouros coprófagos em pastagens. In: SIMPÓSIO SOBRE<br />

ECOSSISTEMA DE PASTAGENS, Jaboticabal, 1989. Anais... Jaboticabal:FUNEP. 1989.<br />

p.97-133.<br />

Érica de Alcântara Câmara, Tel: (77) 8127- 3469 , eacamara2009@hotmail.com<br />

77


LEVANTAMENTO DE PLANTAS NATIVAS DO CERRADO COM POTENCIAL<br />

FORRAGEIRO<br />

José Avelino Cardoso 1 , Danilo Gusmão de Quadros 2 , Áurea Xavier de Souza 1 , Jamile da<br />

Silva Oliveira 1 , José Augusto Reis Almeida¹.<br />

1<br />

Estudante de graduação de Engenharia Agronômica da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) -<br />

Campus IX<br />

2<br />

Docente da UNEB – Campus IX. Professor da Universidade do Estado da Bahia – UNEB / Núcleo<br />

de Estudo e Pesquisa em Produção Animal (NEPPA). BR 242, km 4, s/n. Lot. Flamengo. Barreiras –<br />

BA. 47800-000. E-mail: uneb_neppa@yahoo.com.br Website: www.neppa.uneb.br<br />

INTRODUÇAO<br />

Com cerca de 2 milhões de km 2 e ocupando 13 estados brasileiros, além do Distrito<br />

Federal, o cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, atrás apenas da floresta Amazônica<br />

(EMBRAPA, 2008). Muitas espécies nativas do cerrado possuem potencial forrageiro e, por<br />

serem bem resistentes, elas persistem a longos períodos de estiagem, podendo ser utilizada<br />

na alimentação de bovinos.<br />

O uso de espécies nativas pode ser uma alternativa econômica para o aproveitamento<br />

sustentável da região. Varias são as espécies que possuem utilização regional e muitas delas<br />

enquadram em mais de um tipo de uso (madeireiro, medicinal, frutífero, ornamental, forrageiro<br />

etc). Entretanto, o usuário comum ainda é a população regional cuja atividade é<br />

essencialmente extrativista. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento das plantas<br />

nativas do cerrado com potencial forrageiro.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

O trabalho foi realizado em fazendas de pecuária dos municípios de Angical, Riachão<br />

das Neves, Wanderlei, Barreiras, São Desidério e Santa Rita de Cássia, na região oeste da<br />

Bahia.<br />

O primeiro passo para a realização do trabalho foi à elaboração de um questionário<br />

próprio, o qual foi aplicado para vaqueiros experientes. Em seguida procedeu-se a coleta<br />

das amostras das plantas com o auxilio de um podão e/ou tesoura de poda, coletando no<br />

mínimo quatro exemplares de cada espécie. Na ocasião da coleta foram anotadas algumas<br />

características que poderiam ser perdidas durante o processo de herborização.<br />

O material coletado foi herborizado e as exsicatas montadas constando uma ficha de<br />

identificação na parte inferior. O material foi identificado até os níveis de famílias, utilizandose<br />

de chaves de identificação taxonômicas. Posteriormente o material foi incluído no Acervo<br />

Botânico, o qual foi organizado segundo um sistema de classificação por ordem alfabética<br />

das Famílias.<br />

RESULTADO E DISCUSSÃO<br />

A maioria das plantas coletadas nas fazendas foi pertencente à família Fabaceae,<br />

família de ervas arbustivas, árvores ou lianas; folhas alternas, muito raramente opostas,<br />

geralmente compostas, com estipulas, às vezes transformadas em espinhos.<br />

As principais representantes da família Fabaceae encontradas foram: Amendoim<br />

Bravo (Arachis prostrata Benth.), o Jatobá (Hymenaea stigonocarpa Mart. ex. Hayne), a<br />

Jurema Preta (Mimosa tenuiflora Willd), o Mata pasto (Senna obtusifolia) e a Estilosantes<br />

(Stylosanthes spp.). No Brasil oito cultivares de Stylosanthes spp. foram liberados<br />

comercialmente no mercado. As espécies S. guianensis, S. capitata e S. macrocephala são<br />

as principais espécies com potencial de uso no Brasil. Atualmente encontra-se no mercado<br />

dois cultivares deste gênero, o cv. Mineirão e o cv. multilinhas Campo Grande (SILVA,<br />

2004).<br />

Foi relatado na revisão de ALMEIDA et al. (1998) que vestígios de folhas de Jatobá<br />

foram detectadas na extrusa de bovinos fistulados no esôfago.<br />

78


A Jurema Preta é uma das espécies que se instala em áreas recém abertas. Mesmo<br />

chegando a 4 metros de altura, ela suporta bem a poda porque rebrota com facilidade e<br />

fornece forragem aos animais (DIACONIA, 2006).<br />

O mata pasto é uma leguminosa herbácea, que ocorre a cada ano logo no início das<br />

chuvas. Apesar de não ser consumida verde é, segundo os relatos, bem apreciada quando<br />

está seca. A palatabilidade das plantas secas indica que pode ser utilizada também como<br />

feno, para diminuir a carência alimentar dos animais no período da seca (NASCIMENTO,<br />

2006).<br />

A Euphorbiaceae foi à família com o segundo número de espécies coletadas,<br />

caracterizadas botanicamente como plantas que apresentam caules e folhas latescentes.<br />

Dentre as principais, o Amendoim bravo ou planta de leite (Euphorbia heterophylla) foi<br />

relatada como muito apreciada pelos animais na seca, bem como erva curraleira (Croton<br />

goyzensis).<br />

A Convolvulaceae, familia de plantas volúveis, apresentaram espécies consideradas<br />

de alta aceitabilidade. Foram encontradas nessa família: a corda-de-viola (Ipomoea nil) e<br />

jitirrana (Merremia cissoides). Apesar do baixo percentual de matéria seca da forragem<br />

verde da jitirana, os percentuais de proteína bruta, resíduo mineral e extrato etéreo, além da<br />

produção de massa verde que credenciam essa espécie vegetal como uma boa forrageira<br />

(LINHARES et al., 2005).<br />

A principal planta da família Malvaceae (ervas com folhas alternas, simples e<br />

serreadas) encontrada foi a malvinha (Sida spinosa). Segundo os relatos, é uma planta<br />

muito consumida por bovinos e caprinos que cresce em vários tipos de solos, principalmente<br />

em pastagens superpastejadas.<br />

CONCLUSÃO<br />

Um número significativo de espécies dos cerrados com potencial forrageiro foi<br />

identificado no presente estudo. Contudo, mais pesquisas a respeito da ocorrência, o valor<br />

nutritivo e a presença de fatores anti-nutricionais dessas espécies precisam ser realizadas,<br />

para fornecer subsídios científicos à recomendação da utilização da vegetação nativa do<br />

cerrado para produção sustentável de bovinos.<br />

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

AMEILDA, S. P.; PROENÇA, C. E. B.; SANO S. M. et al. (Eds.) Cerrado: espécies<br />

vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA Cerrados, 1998. 464p.<br />

DIACONIA. Produção de forragens: Banco de proteínas [série criação animal]. Recife,<br />

PE: Diaconia, 2006. 25p.<br />

EMBRAPA. Cerrado: ecologia e flora. Brasilia, DF: Embrapa informações tecnológicas,<br />

2008. 2 v. (1.279).<br />

LINHARES, P.C.F.; MARACAJÁ, P.B.; SOUZA, A.H. Avaliação das qualidades forrageiras<br />

da jitirana (Merremia aegyptia) e seu potencial uso na alimentação animal. Revista de<br />

Biologia e Ciências da Terra, v.5, n.2, p. 01-06, 2005.<br />

NASCIMENTO, M.P.S.C.B.; NASCIMENTO, H.T.S.; OLIVEIRA, M.E. et al. Análise do<br />

crescimento e valor forrageiro de mata-pasto para a produção de feno. Revista Caatinga,<br />

v.19, n.3, p.215-220, 2006.<br />

SILVA, M. P. Estilosantes - Stylosanthes spp.. Fauna e Flora do Cerrado. EMBRAPA Gado<br />

de Corte, Campo Grande, Junho 2004. Disponível em: <<br />

http://www.cnpgc.embrapa.br/~rodiney/series/flora/estilo/estilosantes.htm >. Acesso em:<br />

11/07/2009<br />

José Avelino Cardoso, Tel.: (77) 9966-4676 E-mail: zeca.gbi@hotmail.com, 07/2009.<br />

79


LEVANTAMENTO DE PLANTAS TÓXICAS EM ANGICAL E RIACHÃO DAS NEVES -<br />

BAHIA<br />

Robson Santos da Silva 1 , Danilo Gusmão de Quadros 2 , Guilherme Augusto Vieira 3 , Joice<br />

Silva de Jesus 1 , Kelin Frizon 1 .<br />

1<br />

Discente. Universidade do Estado da Bahia - UNEB - Campus IX, Faculdade de Agronomia. Barreiras, BA,<br />

Brasil.<br />

2<br />

Docente. UNEB – campus IX. Faculdade de Agronomia - Núcleo de Estudo e Pesquisa em Produção Animal.<br />

www.neppa.uneb.br<br />

3 Docente. Curso de Medicina Veterinária da UNIME /Agronegócios da Faculdade Cairu<br />

INTRODUÇÃO<br />

Os prejuízos que as plantas tóxicas causam à pecuária são constantemente apontados<br />

em vários países do mundo. Há várias razões que levam os animais a ingerirem essas<br />

plantas nocivas, como a falta de pastagens adequadas e escassez de alimentos. A ingestão<br />

dessas ervas é responsável pelas intoxicações e morte dos mesmos (ANDRADE &<br />

MATTOS, 1968).<br />

Planta tóxica de interesse pecuário, a que é ingerida por animais domésticos de<br />

fazenda, em condições naturais, e causa danos à saúde ou morte, com comprovação<br />

experimental (TOKARNIA et al., 2000). As plantas que causam “morte súbita” são as mais<br />

importantes no Brasil, pois são responsáveis por metade das mortes causadas por plantas<br />

tóxicas no País, mesmo correspondendo a 20% das plantas tóxicas de importância na<br />

pecuária (CARVALHO, 2007). O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento das<br />

principais plantas tóxicas em fazendas nos municípios de Angical e Riachão das Neves,<br />

região de cerrados do oeste da Bahia.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

O trabalho foi conduzido nas fazendas Poço do Correio (Alt. 465m; S: 11° 58’ 57”, W<br />

44° 37’ 11” ), no município de Angical e na Fazenda Angico ( Alt. 536m; S: 11° 25’ 30”, W<br />

44° 56’ 56” ), no município de Riachão das Neves, ambas na região de cerrados do oeste da<br />

Bahia. As coletas foram balizadas pelo conhecimento empírico de vaqueiros experientes, os<br />

quais responderam a questionários, por meio de uma ficha padrão, contendo características<br />

botânicas, toxicidade e sintomatologia.<br />

Nas pastagens, foram coletadas cinco amostras de cada espécie, com auxílio de um<br />

podão e tesoura de poda. As plantas foram levadas ao Campus IX da UNEB para realização<br />

da herborização, inserindo o material coletado entre papel e papelão. Após fechamento, foi<br />

colocado em uma prensa de madeira e seco em estufa a aproximadamente 70ºC, pelo<br />

período necessário.<br />

Em seguida foram montadas as exsicatas, contendo um exemplar de cada espécie.<br />

A identificação das plantas tóxicas foi realizada com as chaves taxonômicas. O material foi<br />

incluído no acervo botânico da UNEB - Campus IX, sendo organizado segundo o sistema de<br />

classificação, por ordem alfabética das famílias.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Foi encontrado um significativo número de espécies e famílias de plantas tóxicas nas<br />

duas propriedades (Tabela 1). Em Angical foram identificadas: Barbatimão<br />

(Stryphnodendron obovatum Benth.), Tamboril (Enterolobium contortisiliquum Vell. Morong)<br />

ambas pertencente à família Leguminosae-Mimosoideae; Vaquetão (Thiloa glaucocarpa<br />

80


Eichl) da família Combretaceae; Fedegoso (Senna occidentalis L. Link) da família<br />

Leguminosae-Cesalpiniaceae. Em Riachão das Neves foram encontradas: Mamona (Ricinus<br />

communis L.) e Mandioca brava (Manihot tripattita Spreng Mull.) ambas pertencentes à<br />

família Euphorbiaceae, plantas estas consideradas tóxicas para bovinos.<br />

O surgimento dos sintomas provocados pela M. tripattita da quantidade e do tempo<br />

de ingestão, podendo provocar intoxicação aguda e/ou intoxicação crônica, através de sinais<br />

de pulso rápido e pouco perceptível, dispnéia, convulsões e meteorismo. Na intoxicação<br />

aguda por R. communis surgem sintomas de inquietação, andar desequilibrado,<br />

necessidade de se deitar após uma curta marcha, dificuldades ao se deitar, tremores<br />

musculares, sialorréia, eructação excessiva e recuperação ou morte rápida. Os sintomas de<br />

intoxicação por E. contortisiliquum se for curso agudo ocorre diminuição ou ausência<br />

completa de apetite, lassidão, apatia fezes extremamente diarréicas, escuras e fétidas e<br />

morte. Se curso crônico, apatia anorexia e mucosa ocular ictérica. A S. obovatum provoca<br />

constipação, fezes fétidas, diarréicas e com estrias de sangue, apatia, parada da ruminação,<br />

emagrecimento progressivo, tremores musculares, lacrimejamento, sialorréia e erosões na<br />

mucosa bucal. A S. occidentalis provoca náuseas, vômitos, cólicas, diarréia aquosa, às<br />

vezes diarréia mucosanguinolenta, sendo suas raízes abortivas (PEREIRA, 1992). A T.<br />

glaucocarpa provoca empanzinamento, parada da ruminação e edemas subcutâneos<br />

(BARG, 2004).<br />

CONCLUSÃO<br />

O estudo demonstrou que foi encontrada uma grande variedade de espécies de<br />

plantas tóxicas nas fazendas estudadas, nos municípios de Angical e Riachão das Neves,<br />

região dos cerrados baianos, que podem causar graves prejuízos à pecuária regional.<br />

Sugere-se um melhor manejo das pastagens, controle de ervas daninhas com aplicação de<br />

herbicidas e isolamento das áreas infestadas como medidas de combate às plantas tóxicas,<br />

além de dificultar o acesso dos animais aos locais infestados.<br />

REFERÊNCIAS<br />

ANDRADE, S. O.; MATTOS, J. R. de. Contribuição ao estudo de plantas tóxicas no<br />

estado de São Paulo, Instituto Biológico, p. 122, São Paulo, 1968.<br />

BARG, D. G. Plantas tóxicas. IBEHE/FACIS. Curso de Fitoterapia. Disponível em: <<br />

http://www.esalq.usp.br/siesalq/pm/plantas_toxicas.pdf> Acesso em: 14/07/2009.<br />

CARVALHO, A. V. Plantas Tóxicas que Causam Morte Súbita em Bovinos de Corte. São<br />

Paulo, julho, 2007. Disponível em: < http://www.beefpoint.com.br/<br />

?noticiaID=37796&actA=7&areaID=60&secaoID=183. >. Acesso em: 29/11/2008.<br />

PEREIRA, C. A. Plantas Tóxicas e Intoxicações na Veterinária. Goiânia: UFG. 1992. 279<br />

p.<br />

TOKARNIA, C. H.; DÖBEREINER, J.; VARGAS, P. V. Plantas Tóxicas do Brasil. Rio de<br />

Janeiro: Helianthus, 2000. 320 p. il.<br />

Robson Santos da Silva, (77) 8106-7479, nosboragro@yahoo.com.br<br />

81


Tabela 1 – Espécies de plantas tóxicas identificadas nos municípios de Angical e Riachão das Neves – BA e os<br />

principais sintomas de intoxicação em bovinos.<br />

Localidades<br />

Angical Riachao das Neves<br />

Espécies Sintomas Espécies Sintomas<br />

Barbatimao<br />

(Stryphnodendron<br />

obovatum Benth.)<br />

Tamboril<br />

(Enterolobium<br />

contortisiliquum Vell.<br />

Morong)<br />

Vaquetão<br />

(Thiloa glaucocarpa<br />

Eichl)<br />

Fedegoso<br />

(Senna occidentalis L.<br />

Link)<br />

Provoca constipação, fezes<br />

fétidas, diarréicas e com estrias<br />

de sangue, apatia, parada da<br />

ruminação, emagrecimento<br />

progressivo, tremores<br />

musculares, lacrimejamento,<br />

sialorréia e erosões na mucosa<br />

bucal.<br />

Se for curso agudo ocorre<br />

diminuição ou ausência<br />

completa de apetite, lassidão,<br />

apatia fezes extremamente<br />

diarréicas, escuras e fétidas e<br />

morte. Se curso crônico, apatia<br />

anorexia e mucosa ocular<br />

ictérica.<br />

Provoca empanzinamento,<br />

parada da ruminação e edemas<br />

subcutâneos.<br />

Provoca náuseas, vômitos,<br />

cólicas, diarréia aquosa, às<br />

vezes diarréia<br />

mucosanguinolenta, sendo<br />

suas raízes abortivas.<br />

82<br />

Mamona<br />

(Ricinus<br />

communis L.)<br />

Mandioca<br />

brava<br />

(Manihot<br />

tripattita<br />

Spreng Mull.)<br />

Intoxicação aguda surge<br />

sintomas de inquietação,<br />

andar desequilibrado,<br />

necessidade de se deitar<br />

após uma curta marcha,<br />

dificuldades ao se deitar,<br />

tremores musculares,<br />

sialorréia, eructação<br />

excessiva e recuperação ou<br />

morte rápida.<br />

Intoxicação aguda e/ou<br />

intoxicação crônica, através<br />

de sinais de pulso rápido e<br />

pouco perceptível, dispnéia,<br />

convulsões e meteorismo.


METODOLOGIA DOS ASPECTOS DO COMPORTAMENTO INGESTIVO DE VACAS<br />

LEITEIRAS A PASTO<br />

Daniele Soares Barroso1, Hermógenes Almeida de Santana Júnior 1 , Marcelo Mota Pereira 1 ,<br />

Daniel Lucas Santos Dias 1 , Danilo Ribeiro de Souza 2<br />

1 Graduando em Zootecnia<br />

2 Zootecnista, mestrando em Produção Animal<br />

Introdução<br />

O estudo do comportamento ingestivo é importante para um melhor entendimento dos<br />

efeitos dos alimentos disponibilizado aos animais. No entanto, para o desenvolvimento desses<br />

estudos são necessárias metodologias eficientes, com boas acurácias e que apresente uma<br />

considerável facilidade de condução. Sendo assim, o número de observações ideal utilizada<br />

para o estudo dos aspectos do comportamento de bovinos no Brasil é variado e/ou elevado,<br />

com isso várias pesquisas devem ser feitas nesse objetivo, com o intuito de padronizar o<br />

método de coleta de dados e diminuir as exigências de mão-de-obra.<br />

Objetivou-se identificar o número de observações mais adequadas para estudo dos<br />

aspectos do comportamento ingestivo de vacas leiteiras a pasto, quando comparados com<br />

quatro observações por turno.<br />

Material e métodos<br />

O experimento foi desenvolvido na Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária, em<br />

Itapetinga-Bahia, no período de 13 de janeiro de 2009 a 10 de março de 2009. Foram utilizadas<br />

16 vacas, com grau de sangue 5/8 Holandês X 3/8 Zebu, com peso corporal médio de 500 kg,<br />

distribuídos Inteiramente ao Acaso (DIC), em dois tratamentos e oito repetições:<br />

Tratamento controle = sem administração; Tratamento rbST = com administração de 500<br />

mg de Somatotropina bovina recombinante (rbST) por animal.<br />

Foi realizado o pastejo rotacionado em Brachiaria brizantha adubado periodicamente<br />

(3x no período das águas), a suplementação foi realizada entre ordenhas, em área provida de<br />

cobertura, piso de cimento, área de sol. As vacas foram ordenhadas mecanicamente em<br />

ordenha do tipo passagem com 16 x 2 . A pesagem do leite foi realizada em medidor<br />

automático digital de dois em dois dias.<br />

A suplementação foi composta por: milho moído 4,31 kg, farelo de soja 2,70 kg, sal<br />

mineral 0,20 kg, com base na matéria seca, calculado para mantença e produção de 25 quilos<br />

de leite por dia (NRC, 2001).<br />

O comportamento animal foi avaliado no 28º dia, sendo observados visualmente a cada<br />

10 minutos (SILVA et al., 2008), por dois períodos de nove horas e 30 minutos horas (05:30 as<br />

15:00), totalizando 19 horas de observação.<br />

Registrou-se o tempo médio gasto por bolo ruminado e o número de mastigações por<br />

bolo, em quatro turnos de observações (manhã, tarde, noite e madrugada), com uma (1R), duas<br />

(2R), três (3R) ou quatro (4R) repetições por turno e por animal, totalizando 80, 160, 240 e 360<br />

observações, respectivamente. Após a obtenção dos resultados das diversas variáveis<br />

testadas, todas foram comparadas com as médias de quatro repetições. Calculou-se o número<br />

de bolos ruminados por dia, velocidade de mastigação, tempo gasto por mastigação e o número<br />

de mastigações por dia.<br />

Foi utilizado o delineamento experimental em unidades de medidas repetidas, em<br />

arranjo fatorial 2 x 4 (com ou sem administração de rbST e quatro números de repetições por<br />

observação). Para análise dos dados coletados no experimento, foi utilizado o Sistema de<br />

83


Análises Estatísticas e Genéticas – SAEG, e os resultados foram interpretados estatisticamente<br />

por meio de análise de variância e Tukey a 5% de probabilidade.<br />

Resultados e Discussão<br />

TABELA 1 - Valores do número mastigações por bolo (NMB), tempo por bolo (TB), números de<br />

bolos ruminados por dia (NBRD), velocidade de mastigação (VM), tempo por mastigação (TM) e<br />

o número de mastigações por dia (NMD), com uma (1R), duas (2R), três (3R) e quatro (4R)<br />

observação por turno, em vacas leiteiras a pasto.<br />

ITEM OBSERVAÇÕES POR TURNO CV 1 (%)<br />

1R 2R 3R 4R<br />

NMB 50,4 50,4 49,1 48,5 14,7<br />

TB (mim) 52,9 52,9 51,3 50,5 13,1<br />

NBRD 0,95 0,96 0,96 0,96 7,1<br />

VM (número por minuto) 1,06 1,05 1,05 1,05 7,5<br />

TM (mim) 2900 2910 2830 2802 18,6<br />

NMD 258 257 266 275 17,1<br />

1 Coeficiente de variação.<br />

Os valores de NMB, TB, NBRD, VM, TM e NMD não diferiram estatisticamente entre os<br />

diferentes números de observação por turno, quando comparados com quatro repetições por<br />

turno. Com isso, verifica-se que com uma observação por turno para verificação dos aspectos<br />

do comportamento ingestivo, os resultados não diferenciam. Presumindo-se que essa<br />

semelhança estatística com o aumento das repetições é oriunda do momento em que esses<br />

dados são coletados, pois as repetições são colhidas em um mesmo período de ruminação, e<br />

consequentemente de um mesmo conteúdo ruminal.<br />

No estudo do comportamento ingestivo, o maior custo para sua execução é a<br />

quantidade de mão-de-obra necessária para um número de observações adequado. Sendo<br />

assim, tais resultados são de grande valia para a viabilização de estudos relacionados ao<br />

comportamento animal, pois permite a utilização de um menor número de observações por<br />

turno, diminuindo, consequentemente a exigência de mão-de-obra.<br />

Não foi encontrado nenhum estudo semelhante na literatura para realizar uma<br />

comparação. Com isso, deverá ser realizados mais estudos de metodologia dos aspectos do<br />

comportamento ingestivo com o intuito de verificar quantidade de avaliações que são realmente<br />

essenciais, com a finalidade de facilitar a condução de pesquisa com comportamento.<br />

Conclusões<br />

Para estudo dos aspectos do comportamento ingestivo de vacas leiteiras a pasto podem<br />

ser feitos em até uma observação por turno, sem interferir nos valores das variáveis analisadas.<br />

Bibliografia<br />

NRC - NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of dairy cattle. 7.ed.<br />

Washington, D.C.: National Academy Press, 2001. 381p.<br />

SILVA, R.R. PRADO, I.N. CARVALHO, G.G.P. et al. Efeito da utilização de três intervalos de<br />

observações sobre a precisão dos resultados obtidos no estudo do comportamento ingestivo de<br />

vacas leiteiras em pastejo. Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 2, p. 319-326. 2008.<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

84


METODOLOGIA PARA O ESTUDO DO COMPORTAMENTO INGESTIVO DE VACAS<br />

LEITEIRAS A PASTO<br />

Murilo de Almeida Meneses 1 , Hermógenes Almeida de Santana Júnior 1 ,Marcelo Mota Pereira 1 ,<br />

Roberio Rodrigues da Silva 2 , Daniele Soares Barroso 1<br />

1 Graduando em Zootecnia<br />

2 Professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB – Pós Doutorado<br />

Introdução<br />

Uma das novas tecnologias que podem ser utilizadas para a obtenção de ganhos em<br />

produtividade em rebanhos leiteiros é a utilização da somatotropina bovina recombinante (rbST)<br />

para vacas em lactação. A resposta à utilização de rbST em vacas leiteiras se refere a<br />

aumentos de 10 a 15% na produção de leite (ETHERTON & BAUMAN, 1998)<br />

O sistema de criação de bovinos a pasto é caracterizado por uma série de fatores e suas<br />

interações podem afetar o comportamento ingestivo dos animais, comprometendo o seu<br />

desempenho e consequentemente, a viabilidade da propriedade (PARDO et al., 2003).<br />

Objetivou-se identificar os intervalos de tempo mais adequados para estudo do<br />

comportamento ingestivo de vacas leiteiras a pasto, quando comparados com a escala de 10<br />

minutos de intervalo entre observações.<br />

Material e métodos<br />

O experimento foi desenvolvido na Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária, em<br />

Itapetinga-Bahia, no período de 13 de janeiro de 2009 a 10 de março de 2009. Foram utilizadas<br />

16 vacas, com grau de sangue 5/8 Holandês X 3/8 Zebu, com média de produção de 24 quilos<br />

de leite, distribuídos Inteiramente ao Acaso (DIC), em dois tratamentos e oito repetições:<br />

Tratamento controle = sem administração; Tratamento rbST = com administração de 500 mg de<br />

Somatotropina bovina recombinante (rbST) por animal.<br />

Foi realizado o pastejo rotacionado em Brachiaria brizantha adubado periodicamente<br />

(3x no período das águas), a suplementação foi realizada entre ordenhas, em área provida de<br />

cobertura, piso de cimento, área de sol. As vacas foram ordenhadas mecanicamente em<br />

ordenha do tipo passagem com 16 x 2. A pesagem do leite foi realizada em medidor automático<br />

digital de dois em dois dias.<br />

A suplementação foi composta por: milho moído 4,31 kg, farelo de soja 2,70 kg, sal<br />

mineral 0,20 kg, com base na matéria seca, calculado para mantença e produção de 25 quilos<br />

de leite por dia .<br />

O comportamento animal foi avaliado no 28º dia. As variáveis comportamentais<br />

estudadas foram: pastejo, ruminação, ócio e permanência no cocho. O comportamento foi<br />

observados visualmente a cada 10 minutos SILVA et al., (2008), por dois períodos de nove<br />

horas e 30 minutos horas (05:30 as 15:00), totalizando 19 horas de observação.<br />

Cada animal foi observado em três escalas diferentes: 10, 20 e 30 minutos de intervalo,<br />

a fim de identificar o tempo destinado às atividades em cada uma das escalas. Após a obtenção<br />

dos resultados das diversas variáveis testadas, todas foram comparadas com a escala de 10<br />

minutos de intervalo.<br />

Foi utilizado o delineamento experimental em unidades de medidas repetidas, em<br />

arranjo fatorial dois por três (com ou sem administração rbST e três escalas de intervalo).<br />

Para análise dos dados coletados no experimento, foi utilizado o Sistema de Análises<br />

Estatísticas e Genéticas – SAEG, e os resultados foram interpretados estatisticamente por meio<br />

de análise de variância e Tukey a nível de 0,05 de probabilidade.<br />

85


Resultados e Discussão<br />

TABELA 1- Valores dos tempos de pastejo, ócio, ruminação e permanência no cocho com três<br />

intervalos de observação, em vacas leiteiras a pasto.<br />

ITEM (mim) INTERVALO DE OBSERVAÇÃO 1 CV 2 (%)<br />

10 20 30<br />

PASTEJO 142 143 134 16,6<br />

ÓCIO 263 227 232 24,7<br />

RUMINAÇÃO 280 306 322 20,4<br />

COCHO 35 B 44 A 31 B 13,7<br />

1<br />

Intervalo de tempo em minutos.<br />

2<br />

Coeficiente de variação.<br />

Os tempos de pastejo, ruminação e ócio não apresentaram diferenças estatísticas entre<br />

o tratamento sem ou com administração da rbST (P>0,05). Já para o tempo de permanência no<br />

cocho houve diferença estatística entre os intervalos de observações de 10 e 30 minutos com o<br />

de 20 minutos de intervalo de observação (P


ORDENHA MECÂNICA X ORDENHA MANUAL: COMPARAÇÃO ENTRE OS VALORES<br />

DE CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS (CCS) E CONTAGEM BACTERIANA TOTAL<br />

(CBT)<br />

Marcelo Mota Pereira 1 , Perecles Brito Batista 2 , Sibelli Passini Barbosa Ferrão 3 , Daniel<br />

Lucas Santos Dias 1 , Aracele Prates de Oliveira 2<br />

1 Graduando em Zootecnia<br />

2 Zootecnista, Mestrando em Produção Animal<br />

3 Professor Adjunto do Departamento de Tecnologia Rural e Animal - UESB<br />

Introdução<br />

No Brasil, a produção de leite, como os outros segmentos da atual sociedade, é uma<br />

atividade cada vez mais competitiva. Portanto, é importante quantificar e qualificar os fatores<br />

que podem influenciá-la, buscando ganhos efetivos na quantidade e qualidade do leite<br />

produzido, na tentativa de suprir a demanda nacional.<br />

A contagem de células somáticas (CCS) do leite pode variar segundo diversos fatores,<br />

como idade do animal, estádio de lactação, estresse, época do ano e nutrição, mas o fator<br />

mais preocupante é a presença de mastite no rebanho.<br />

Paralelamente à IN-51, diversas indústrias iniciaram programas de valorização da<br />

qualidade do leite, por meio do pagamento diferenciado de acordo com os resultados das<br />

análises de composição (gordura, proteína e sólidos totais), contagem de células somáticas<br />

(CCS) e contagem bacteriana total (CBT) (CASSOLI et al., 2005). Com isso, os produtores<br />

podem obter cerca de 10 a 20% de receita adicional, o que pode ser considerado um<br />

incentivo significativo.<br />

O presente estudo foi desenvolvido no intuito de avaliar o impacto do tipo da ordenha<br />

(manual ou mecânica) sobre os resultados de CCS e CBT e da qualidade do leite obtido na<br />

fazenda Cabana da Ponta Agropecuária ltda.<br />

Material e Métodos<br />

Este estudo foi realizado no período de novembro de 2008 a maio de 2009, no curral<br />

da sede Cima onde o leite é ordenhado de forma manual e na sala de ordenha da sede do<br />

confinamento, onde o leite é ordenhado mecanicamente no sistema duplo 16, em foco na<br />

Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária Ltda., município de Itororó, sul da Bahia.<br />

Em cada sistema de ordenha foram ordenhadas vacas mestiças holandesas x zebu<br />

com variados graus de sangue, em estagio de lactação entre 15 e 280 dias. Os animais<br />

foram ordenhados duas vezes ao dia com bezerro ao pé. A rotina da ordenhas começava<br />

com o ordenhador soltando o bezerro para que ocorra a liberação do leite pelas vacas , logo<br />

após o ordenhador retirava o bezerro para realização do teste da caneca de fundo preto e<br />

pré-dipping, com a imersão dos quartos mamários em solução de iodo . Em seguida os tetos<br />

eram secos com papel toalha.<br />

Foram realizadas 04 amostras mensais no tanque de resfriamento e estocagem de<br />

cada sistema (ordenha manual e mecânica) na fazenda Cabana da Ponte, seguindo os<br />

padrões recomendados pelo Laboratório de Fisiologia da Lactação, da Clínica do Leite,<br />

ESALQ/USP, e encaminhadas no dia para determinação da contagem de células somáticas<br />

CCS por citometria de fluxo, por intermédio do equipamento Somacount 300®, da Bentley<br />

Instruments, Incorporation e contagem bacteriana total (CBT) foi realizada no equipamento<br />

Bactocount (Bentkey Instruments).<br />

Para analise estatística dos dados utilizou-se o programa SAEG – Sistema de Análises<br />

Estatísticas e Genéticas (RIBEIRO JR, 2001), bem como os resultados foram interpretados<br />

estatisticamente por meio de análise de variância e teste F a 5% de probabilidade.<br />

Resultados e Discussão<br />

Na tabela 1 estão apresentados os valores médios de CBT e CCS das amostras<br />

obtidas em ordenha manual e mecânica no período de novembro de 2008 a maio de 2009.<br />

87


TABELA 01 - Valores médios obtidos para Contagem de Células Somáticas (CCS) e<br />

Contagem Bacteriana Total ( CBT) de amostras de leite obtidas em sistema de ordenha<br />

manual e mecânica.<br />

Ordenha<br />

Manual<br />

Ordenha<br />

mecânica<br />

88<br />

CV (%)<br />

CBT<br />

103.937<br />

27.429<br />

69,830 0,00014<br />

CCS 536.250 312.357 34,442 0,00031<br />

CV = coeficiente de variação; P = significância.<br />

Verificou-se que o CBT diferenciou estatisticamente apresentando valores médio para<br />

CBT de 103.937 células/ml para leite ordenhado manual, valor bem abaixo dos demonstrado<br />

por Guerreiro et al.(2005) que avaliando a influência da adoção de diferentes técnicas<br />

profiláticas de higiene e limpeza, durante o manejo de produção, na qualidade<br />

microbiológica de leite, apresentou índice de contaminação ao redor de 3.000.000<br />

células/ml em leite obtido com ordenha manual .<br />

Para CCS, o leite ordenhado mecanicamente foi de 312.357 células/ ml, valores estes<br />

inferiores aos apresentados por Machado et al. (2000) avaliaram 4.785 amostras de leite de<br />

tanques para CCS de rebanhos localizados nos Estados de São Paulo e no Sul de Minas<br />

Gerais e registraram média e desvio-padrão amostral de 549.00 células/mL.<br />

De acordo com NORO (2004), a qualidade do leite é reflexo de diversas práticas<br />

adotadas durante a ordenha, manutenção e limpeza dos equipamentos e utensílios, prática<br />

de manejos dos animais, descarte de animais com problemas e cuidados sanitários.<br />

Os resultados comprovam que apesar de sempre serem ordenhados da mesma forma<br />

e com cuidado ligado a higiene, a ordenha mecânica apresentou valores menores<br />

comprovando a obtenção do leite de forma mais higiênica e de melhor qualidade.<br />

Conclusão<br />

A ordenha mecânica apresentou valores menores tanto de CBT quanto de CCS,<br />

evidenciando a obtenção de um leite de melhor qualidade microbiológica.<br />

Bibliografia<br />

CASSOLI, L. D.; MACHADO, P. F.; RODRIGUES, A. C. A valorização da qualidade.Boletim<br />

do Leite, ano 11, n. 137, p. 3, novembro de 2005.<br />

GUERREIRO., P. K., MACHADO.,M. R. F., ;BRAGA., G. C. et al. Qualidade microbiológica<br />

de leite em função de técnicas profiláticas no manejo de produção, Ciência<br />

Agrotecnologia, Lavras, v. 29, n. 1, p. 216-222, jan./fev. 2005<br />

MACHADO, P.F.; PEREIRA, A.R.; SARRÍES, G.A. Composição do leite de tanques de<br />

rebanhos brasileiros distribuídos segundo sua contagem de células somáticas. Revista<br />

Brasileira de Zootecnia, v.29, n.6, p.1883-1886, 2000.<br />

NORO,G. Fatores ambientais que afetam a produção e a qualidade do leite em rebanhos<br />

ligados a cooperativas gaúchas. 2004. 92f. Dissertação (Mestrado Ciências Veterinárias) -<br />

Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, UFRGS, Porto Alegre.<br />

RIBEIRO JR., J.I. Análises Estatísticas no SAEG (Sistema de análises estatísticas).<br />

Viçosa,: UFV, 2001. 301 p.<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

P


PESO E RENDIMENTO DE CARCAÇA DE NOVILHOS NELORE<br />

SUPLEMENTADOS COM SAL MINERAL OU PROTEINADO EM PASTAGEM DE<br />

Brachiaria brizantha 1<br />

WEIGHT AND CARCASS YIELD OF NELORE STEERS RECEIVING MINERAL OR<br />

PROTEIN SUPPLEMENTS IN PASTURE OF BRACHIARIA BRIZANTHA<br />

Paulo José Presídio Almeida 2 , Danilo Ribeiro de Souza 2 , Fabiano Ferreira da<br />

Silva 3 , Guilherme Augusto Vieira da Silva 4 , Daniel Lucas Santos Dias 5<br />

1<br />

Parte da dissertação do segundo autor.<br />

2<br />

Mestrando em Zootecnia pela UESB. Bolsista CNPq e CAPES; AGIPec- Consultoria Agropecuária;<br />

3<br />

Professor do Curso de Zootecnia da UESB;<br />

4<br />

Professor do Curso de Medicina Veterinária da UNIME;<br />

5<br />

Graduando em Zootecnia pela UESB.<br />

Palavras – chave: suplemento, engorda, carcaça<br />

Introdução<br />

A pecuária de corte no Brasil é feita quase que exclusivamente a pasto, onde se tem<br />

como base forragem do gênero Brachiária sp. e animais de origem zebuína, sendo a<br />

raça Nelore a mais difundida. Porem a comercialização de animais para abate exige<br />

peso de carcaça e grau de acabamento, onde segundo ARBOITTE et al. (2004), existe<br />

relação positiva entre peso de carcaça e rendimento de carcaça e grau de<br />

acabamento e rendimento de carcaça. Uma vez que os níveis nutricionais da pecuária<br />

de corte brasileira têm sido baixos, principalmente pelos custos de produção, o que<br />

implica abates tardios, menor velocidade no giro do capital e influência nas<br />

características das carcaças (BRONDANI et al., 2000). O incremento de nutrientes<br />

específicos como energia, proteína, minerais e vitaminas poderão elevar o ganho de<br />

peso e a qualidade da carcaça destes animais. Objetivou-se estudar o efeito da<br />

suplementação protéica sobre o peso e rendimento de carcaça em novilhos Nelore,<br />

terminados em pastagem.<br />

Materiais e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na Fazenda Boa Vista, município de Macarani, Bahia, no<br />

período de 26 de agosto de 2006 a 24 de fevereiro de 2007. Foram utilizados 18<br />

novilhos da raça Nelore com 26 meses de idade e peso vivo médio de 371,5 kg<br />

distribuídos em dois tratamentos: T1 - suplementação mineral e T2 – suplementação<br />

protéica de baixo consumo até a terminação. Foram utilizados quatro piquetes de<br />

Brachiária brizantha com 6,5 hectares cada. Enquanto dois piquetes estavam<br />

ocupados os outros dois permaneciam vazios por 28 dias. Todos os animais tinham<br />

livre acesso à sombra, água e mistura mineral ou suplemento. Os animais foram<br />

pesados no início e fim do período experimental após jejum total de 12 horas e foram<br />

feitas pesagens intermediárias a cada 28 dias. Foi considerado como ponto de abate o<br />

momento em que os animais atingiram o peso médio de 480 kg. A escolha deste peso<br />

foi feita em função do peso adulto da raça utilizada no experimento. Os animais foram<br />

abatidos no frigorífico BERTIN seguindo o fluxo normal de abate. Foi retirada a seção<br />

de costelas, para mensurar o peso da carcaça fria (PCF), o peso da carcaça quente<br />

(PCQ), o rendimento de carcaça quente (RCQ), o rendimento de carcaça fria (RCF).<br />

Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com dois<br />

tratamentos e nove repetições por tratamento. As variáveis estudadas foram avaliadas<br />

por meio de análise de variância, pelo Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas -<br />

SAEG (UFV, 2001) e utilizou-se o teste F em nível de 5% de significância.<br />

Resultados e Discussão<br />

Não houve efeito (P>0,05) sobre peso vivo final (PVF), peso de carcaça quente (PCQ),<br />

peso de carcaça fria (PCF), rendimento de carcaça quente (RCQ) e o rendimento de<br />

89


carcaça fria (RCF). A alta disponibilidade de forragem devido à utilização da pastagem<br />

vedada, à baixa taxa de lotação e um maior índice pluviométrico ocorrido durante a<br />

fase da seca do experimento, permitiu a seleção das folhas pelos animais,<br />

consequentemente os que receberam apenas sal mineral obtiveram ganhos diários<br />

que permitiram chegar ao abate nas mesmas condições que os suplementados com<br />

proteinado. Resultados semelhantes aos observados por SILVA (2008), trabalhando<br />

com animais de valor genético e condições ambientais semelhante, fornecendo<br />

suplementação de 0, 0,3, 0,6 e 0,9% do peso vivo também não encontrou diferenças<br />

destas variáveis.<br />

Tabela 1 – Peso vivo final (PVF), peso da carcaça quente (PCQ), peso da carcaça fria (PCF),<br />

rendimento de carcaça quente (RCQ) e rendimento de carcaça fria (RCF), em<br />

função da suplementação dos tratamentos sal mineral ou proteinado com seus<br />

respectivos coeficientes de variação (CV) e probabilidade (P).<br />

Item Sal Mineral Proteinado CV P<br />

PVF (Kg) 470,11a 470,33a 7,074 ns<br />

PCQ (Kg) 249,88a 248,87a 6,853 ns<br />

PCF (Kg) 255,68a 252,22a 6,532 ns<br />

RCQ (%) 53,32a 52,88a 3,195 ns<br />

RCF (%) 54,50a 53,60a 3,460 0,33151<br />

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na mesma linha diferem pelo teste F (P


PRESENÇA OU AUSÊNCIA DO BEZERRO SOBRE O COMPORTAMENTO INGESTIVO<br />

DE FÊMEAS ANELORADAS EM PASTAGENS<br />

Jeane Lucardia dos Santos Dantas 1, 2 , Jossimara Neiva de Jesus 1, 2 , Emmanuel Emydio 2 , Luis Henrique Almeida<br />

de Matos 1 , Evani Souza Strada 3<br />

1 Graduandos em Zootecnia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia/CCAAB, Cruz das Almas - BA.<br />

² Alunas Assistidas pelo Programa de Permanência da PROPAAE/ UFRB.<br />

3 Graduando em Medicina Veterinária pela UFRB/CCAAB, Cruz das Almas - BA.<br />

4 Prof. Assistente do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas/UFRB, Cruz das Almas - BA.<br />

Palavra-chave: ócio, pastejo, ruminação.<br />

Introdução<br />

Gestão profissional, adubação, manejo de pastagens, conhecimento do processo<br />

produtivo, controle zootécnico, comportamento, conforto e bem estar animal, são requisitos<br />

básicos para conquistar uma eficácia econômica na produção de bovinos em pastagens<br />

(Marques et al., 2006).<br />

Tais fatores e suas interações podem afetar negativamente o comportamento ingestivo<br />

dos ruminantes, levando uma decadência nos indicies produtivo e reprodutivo da<br />

propriedade.<br />

O estudo do comportamento ingestivo é uma ferramenta fundamental para maximizar a<br />

produção e por conseqüência, o desempenho da propriedade, elevando assim os níveis<br />

zootécnicos da mesma.<br />

Assim, objetivou-se com esse trabalho analisar o comportamento ingestivo de vacas<br />

com e sem bezerros ao pé em Cruz das Almas, Ba.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi realizado no Setor de Bovinocultura de Corte, no Centro de<br />

Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas da UFRB, Cruz das Almas/BA, com duração de<br />

dois dias, em junho de 2009.<br />

Separou-se 16 vacas aneloradas em estágios reprodutivos distintos (vacas com e<br />

sem presença do bezerro) para utilização no ensaio.<br />

A área ocupada por esses animais era de 3,5 ha com disponibilidade de forragem de<br />

2.600Kg/ha, em pastagem Brachiaria decumbens e teor de matéria seca (MS) de,<br />

aproximadamente, 35%.<br />

As vacas foram submetidas à observação visual para coleta de dados. As observações<br />

foram divididas em quatro períodos (PERI = 06:10-12:00 h; PERII =12:10- 18:00 h; PERIII =<br />

18:10- 00:00 h e PERIV= 00:10-06:00 h) e um intervalo de 10 minutos entre as observações.<br />

As variáveis observadas, em minutos, foram: alimentação (ALI), ruminação (RUM) e ócio<br />

(OCI), e calculada a percentagem de tempo que o animal permaneceu ruminando deitado<br />

(RUD), em ócio deitado (OCD), a freqüência de alimentação (FAL), freqüência de ruminação<br />

(FRU) e freqüência de ócio (FOC), sendo a freqüência determinada como o número de<br />

intervalos de ingestão, ruminação e ócio. Para as observações noturnas foram utilizadas<br />

lanternas com o intuito de minimizar os efeitos da alteração das condições normais das<br />

atividades de pastejo.<br />

A análise foi feita com revezamento de avaliadores, anteriormente, treinados e as<br />

anotações efetuadas em etograma específico.<br />

O esboço experimental foi inteiramente casualizado com dois tratamentos e oito<br />

repetições e as médias obtidas foram testadas pelo teste de F, para os tratamentos e de<br />

Tukey para os períodos, ao nível de 5% de significância utilizando-se o SAEG (2007).<br />

Resultados e Discussão<br />

91


Observou-se que o tempo gasto nas atividades: alimentação, ruminação e ócio foram<br />

semelhantes entre os tratamentos não havendo diferença significativa (Tabela 1).<br />

Resultados como esse foi encontrado por Dias et. al. (2009) quando avaliaram o<br />

comportamento ingestivo de fêmeas aneloradas em estágios reprodutivos distintos sob<br />

mesma condição de pastejo.<br />

Tabela 1: Tempo de alimentação (ALI), ruminação (RUM) e ócio (OCI), percentagem do tempo ruminando<br />

deitada (PRUD), percentagem do tempo em ócio deitado (POCD), freqüência de alimentação (FAL), ruminação<br />

(FRU) e ócio (FOC) de vacas aneloradas com e sem bezerro ao pé em pastagem de Brachiaria decumbens.<br />

Tratamento ALI RUM PRUD OCI POCD FAL FRU FOC<br />

Vaca Falhada 1246,25 1007,50 38,78 743,75 37,67 31,25 a<br />

33,87 39,75<br />

Vaca com Bezerro 1182,50 953,75 47,53 626,25 42,16 23,75 b<br />

35.00 40,00<br />

*C.V. (%) 8,87 7,76 16,67 10,86 10,72 11,12<br />

Médias seguidas de letras diferentes na coluna, diferem entre si (P


PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA DAS CULTIVARES DE Brachiaria EM RESPOSTA A<br />

ADUBAÇÃO FOSFATADA NO ESTABELECIMENTO<br />

Alexsandro Cotrim Pimentel Ribeiro da Costa 1 , George Hilton Cruz Reis 2 , Carlos Alberto<br />

Alves de Oliveira Filho, Camila Maida Albuquerque Maranhão 3 , Paulo Bonomo 3<br />

1 Graduando(a) em Zootecnia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB-BA;<br />

2 Mestrando em Zootecnia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB-BA;<br />

3 Professor(a) do Curso de Zootecnia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB-BA.<br />

Introdução<br />

Ao se considerar o estabelecimento de pastagens, a baixa disponibilidade de fósforo nos<br />

solos tropicais brasileiros tem sido relevante limitação de produção. O fósforo participa de<br />

um grande número de compostos nas plantas, essenciais em algumas vias metabólicas e<br />

nos processos de transferência de energia. O seu suprimento adequado, desde o início do<br />

desenvolvimento vegetal, é importante para a formação das partes reprodutivas.<br />

A deficiência de fósforo destaca-se como uma das maiores restrições para a pecuária,<br />

considerando-se que as pastagens são relativamente mais exigentes em fósforo que as<br />

culturas anuais, em razão da maior produção de massa seca, extração e exportação de<br />

nutrientes (Goedert & Lobato, 1984).<br />

O presente estudo teve como objetivo avaliar a produção e teor de matéria seca de<br />

cultivares de Brachiaria em resposta a adubação fosfatada.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi conduzido no setor de forragicultura e pastagem na Universidade<br />

Estadual do Sudoeste da Bahia, Itapetinga, Bahia. O ensaio foi conduzido em esquema<br />

fatorial 4x4, sendo três cultivares de Brachiaria brizantha (cv. Marandú, cv. MG-5 e cv. MG-<br />

4) e uma Brachiaria decumbes cv. Basilisk em resposta a quatro níveis de fósforo (0, 75,<br />

150, 225 de P2O5 Kg.ha -1 ), O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados com três<br />

repetições. As unidades experimentais possuía área útil de coleta de 9 m 2 (3m x 3m) com<br />

corredores de 1m. A adubação fosfatada foi realizada no momento da semeadura, em linha<br />

próximo as sementes, utilizando o super fosfato simples como fonte de fósforo. A<br />

semeadura foi realizada em linha.<br />

Tabela 1. Análise química da amostra de solo retirada do local do experimento<br />

mg/dm 3<br />

Cmol /dm 3<br />

pH P K +<br />

Ca 2+ Mg 2+<br />

Al 3+<br />

H +<br />

S.B T V M.O<br />

5,8 5,0 0,09 3,6 3,2 0,1 2,3 6,8 9,3 74 19<br />

O corte de uniformização foi realizado 60 dias após a semeadura, a uma altura de 10 cm da<br />

superfície do solo. Os cortes experimentais, para coleta de material para análise de<br />

produção de matéria seca, foram realizados a cada 45 dias, a uma altura de 15 cm da<br />

superfície do solo. A realização dos cortes foi no intervalo de 21 de Março a 21 de Junho.<br />

As amostras foram coletadas, identificadas, pesadas e levadas à estufa de 105°C, por 24<br />

horas para determinação da matéria seca definitiva.<br />

Os resultados referentes à média de três cortes foram submetidos à análise de variância,<br />

testados a 5% de probabilidade. A interação foi desdobrada, ou não, de acordo com a<br />

significância e o efeito do fósforo foi avaliado por análise de regressão por polinômios<br />

ortogonais. Os cultivares foram comparados pelo teste F, utilizando-se o programa<br />

estatístico - Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG).<br />

Resultados e Discussão<br />

93<br />

*g/dm 3


Não houve interação (P>0,05) entre as cultivares avaliados e os níveis de fósforo para a<br />

produção de matéria seca (PMS). Para as doses de fósforo utilizadas, não houve resposta<br />

(P>0,05) quando adubadas com doses crescentes. O fósforo apresenta baixa mobilidade no<br />

solo além de pouco tempo de disponibilidade para a planta, logo após a sua aplicação<br />

(Cecato et al. 2004). Segundo Nascimento et al. (2002) trabalhando com níveis de calagem<br />

e fontes de fósforo na produção do capim Tanzânia, observou-se que a ausência de<br />

adubação levou a queda de produtividade das pastagens, porém a aplicação isolada de<br />

fósforo, não foi suficiente para expressão do potencial da forrageira.<br />

Tabela 2 - Produção de matéria seca (PMS) das cultivares de Brachiaria em resposta a<br />

adubação fosfatada durante o outono.<br />

Cultivar<br />

Doses de Fósforo (P2O5 kg/.ha)<br />

0 75 150 225 Média Equação<br />

Produção de Matéria Seca (kg/ha)<br />

Basilisk 719,65 746,42 1010,13 896,55 843,19ª<br />

Marandu 585,78 583,96 422,8 470,12 515,67 b<br />

MG4 728,7 596,74 583,04 616,33 631,20 b<br />

MG5 627,99 645,51 733,56 727,44 683,63 ab<br />

Média 665,53 643,16 687,38 677,61 Y=668,42<br />

CV (%) 27,68<br />

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem pelo teste Tukey 5% de probabilidade<br />

Os cultivares apresentaram diferenças quanto à produção de matéria seca (P


PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA DE CULTIVARES DE Brachiaria EM RESPOSTA A<br />

ADUBAÇÃO FOSFATADA NO VERÃO<br />

Alexsandro Cotrim Pimentel Ribeiro da Costa 1 , George Hilton Cruz Reis 2 , Elisangela Oliveira<br />

Cardoso 1 , Camila Maida Albuquerque Maranhão 3 , Paulo Bonomo 3<br />

1 Graduando(a) em Zootecnia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,UESB-BA;<br />

2 Mestrando em Zootecnia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,UESB-BA;<br />

3 Professor do Curso de Zootecnia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB-BA.<br />

Introdução<br />

No Brasil geralmente as pastagens são cultivadas em solos de baixa fertilidade com<br />

reduzida disponibilidade de fósforo, sendo que depois do nitrogênio, o fósforo é o nutriente<br />

mais limitante à produção das plantas forrageiras, sendo de fundamental importância,<br />

principalmente no estabelecimento, estimulando a formação e o crescimento das raízes.<br />

Além do tipo de solo e da baixa fertilidade, as condições climáticas adversas afetam<br />

negativamente a qualidade nutritiva das forrageiras, limitando o consumo de nutrientes e<br />

não atendendo às exigências do animal. No estabelecimento de uma pastagem, deve-se dar<br />

atenção à adubação fosfatada, cujas doses, para os diferentes sistemas de produção,<br />

dependem da disponibilidade de fósforo, que varia conforme a textura do solo e o teor de<br />

fósforo remanescente (Cantarutti et al., 1999b).<br />

O presente estudo teve como objetivo avaliar a produção de matéria seca de cultivares de<br />

Brachiaria em resposta a adubação fosfatada.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi conduzido no setor de forragicultura e pastagem na Universidade<br />

Estadual do Sudoeste da Bahia, Itapetinga, Bahia. O ensaio foi conduzido em esquema<br />

fatorial 4x4, sendo três cultivares de Brachiaria brizantha (cv. Marandú, cv. MG-5 e cv. MG-<br />

4) e uma Brachiaria decumbes cv. Basilisk em resposta a quatro níveis de fósforo (0, 75,<br />

150, 225 de P2O5 Kg.ha -1 ), O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados com três<br />

repetições. As unidades experimentais possuía área útil de coleta de 9 m 2 (3m x 3m) com<br />

corredores de 1m. A adubação fosfatada foi realizada no momento da semeadura, em linha<br />

próximo as sementes, utilizando o super fosfato simples como fonte de fósforo. A<br />

semeadura foi realizada em linha de acordo com recomendação para cada cultivar.<br />

O corte de uniformização foi realizado 60 dias após a semeadura, a uma altura de 10 cm da<br />

superfície do solo. Os cortes experimentais, para coleta de material para análise de<br />

produção de matéria seca, foram realizados a cada 45 dias, a uma altura de 15 cm da<br />

superfície do solo. A realização dos cortes foi no intervalo de 21 de dezembro a 21 de<br />

março.<br />

As amostras foram coletadas, identificadas, pesada e levadas à estufa de 105°C, por 24<br />

horas para determinação da matéria seca definitiva.<br />

Os resultados foram submetidos à análise de variância, testados a 5% de probabilidade. A<br />

interação foi desdobrada, ou não, de acordo com a significância e o efeito do fósforo foi<br />

avaliado por análise de regressão. Os cultivares foram comparados pelo teste F, utilizandose<br />

o programa estatístico - Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG).<br />

Resultados e Discussão<br />

TABELA-1 Produção de matéria seca de cultivares de Brachiaria em resposta a adubação<br />

fosfatada no verão.<br />

Doses de Fósforo (P2O5 kg/.ha)<br />

Cultivar 0 75 150 225 Média Equação<br />

Produção de Matéria Seca (kg/ha)<br />

Basilisk 1784,6 1084,7 1606,2 1366,2 1460,4A<br />

95


Marandu 1142,7 1070,1 1097,0 1187,1 1124,2B<br />

MG4 1319,8 1494,8 1134,7 1415,3 1341,1AB<br />

MG5 1577,8 1476,7 1241,2 1318,7 1403,6A<br />

Média 1456,2 1281,6 1269,8 1321,8 =1332,348<br />

CV (%) =15,669<br />

Letras iguais em coluna não diferem entre se pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.<br />

A interação entre doses de fósforo e cultivares não foi significativa (P>0,05) para a produção<br />

de matéria seca (PMS) no verão.<br />

O uso da adubação fosfatada não apresentou efeito (P>0,05) para a variável PMS.<br />

Elevados níveis de fósforo, podem não proporcionar efeitos devido à sua baixa mobilidade<br />

no solo e ao pouco tempo de disponibilidade para a planta, logo após a sua aplicação, pode<br />

se tornar em não lábil, tornando-se indisponível a planta. Além da baixa disponibilidade de<br />

fósforo, o uso de fertilizações fosfatadas complica-se pelo fato desses solos apresentarem<br />

elevada capacidade de adsorção do fosfato e acidez, fato que proporciona a transformação<br />

do fósforo solúvel em água em formas não-disponíveis para planta, como o fosfato de ferro<br />

e o fosfato de alumínio (Büll et al., 1997; Nakayama et al., 1998).<br />

Na tabela 1, as cultivares de Brachiaria apresentaram diferenças (P


PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICA DO LEITE DE BÚFALAS, CRIADAS NA REGIÃO DE<br />

MAIQUINIQUE – BAHIA<br />

Thaiany T. Fonseca*¹; Sérgio A. de A. Fernandes²; Josué de S. Oliveira³; Amanda dos S.<br />

Faleiro¹; Dayana R. de Souza¹.<br />

1 Graduanda em Zootecnia e Bolsista de Iniciação Científica (FAPESB e Voluntária da UESB);<br />

2 Prof. Adjunto - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/UESB, Itapetinga/BA.<br />

3 Mestrando em Engenharia de Alimentos/UESB<br />

Introdução<br />

Nos últimos anos tem sido realizado um intenso trabalho visando à implantação definitiva da<br />

bubalinocultura no Brasil. Havendo um aumento crescente na criação desses animais,<br />

principalmente para a produção leiteira, em decorrência das características físico-químicas<br />

peculiares do seu leite (NADER FILHO, 1984; MESQUITA et al., 2002). O leite de búfala em<br />

relação ao de outras espécies apresenta alta qualidade nutricional, por possuir elevados<br />

teores de proteína, gordura e minerais como cálcio e fósforo, proporcionando maior<br />

rendimento industrial na fabricação de produtos derivados.<br />

Os dados encontrados a respeito da composição do leite de búfalas são muito variados, pois<br />

diversos são os fatores que influenciam na proporção de seus componentes. Diante da<br />

escassez de estudos que caracterizem o leite de búfalas, objetivou-se neste trabalho<br />

determinar as propriedades físico-químicas do leite de búfalas em diferentes fases de<br />

lactação, criadas na região de Maiquinique – Bahia.<br />

Material e métodos<br />

Foram coletadas três amostras compostas de leite de búfalas, oriundas de 24 animais das<br />

raças Jafarabadi e Murrah, sob condições de pastejo, em diferentes fases de lactação<br />

caracterizando o início, meio e final da lactação. As amostras foram coletadas na Fazenda<br />

Boa Nova na região de Maiquinique, sudoeste da Bahia e imediatamente encaminhadas sob<br />

refrigeração até a Clínica do Leite (ESALQ – Piracicaba – SP). Os resultados obtidos foram<br />

analisados a partir do delineamento inteiramente casualizado pelo teste Tukey a 5% de<br />

probabilidade.<br />

Resultados e Discussão<br />

Conforme mostra na tabela, não houve interação entre a fase de lactação nos resultados de<br />

pH, acidez (p0,05). Resultados semelhantes ao<br />

encontrado por FARIA (2002). Onde o potencial de Hidrogênio (pH) está inversamente<br />

relacionado aos valores da acidez Dornic, ou seja, quanto maior o pH, menor será a acidez.<br />

Para os resultados de gordura, ST, SNG, lactose, proteína, não houve interação (p>0,05).<br />

Porém a concentração de proteína foi maior no início da lactação. Estes resultados estão de<br />

acordo com os obtidos por FARIA (2002) e FERNANDES et al. (2005), onde foram<br />

encontrados os menores teores de proteína no quinto mês da lactação e maior, no primeiro<br />

mês da lactação. Este fenômeno pode está relacionado com a produção leiteira, pois à<br />

medida que a produção se eleva, o teor de proteína diminui devido ao efeito da diluição.<br />

97


Lactação<br />

Parâmetros Início Meio Final<br />

Potencial de 6,89A 6,82A 6,87A<br />

Hidrogênio (pH)<br />

Acidez (º Dornic) 14,0A 15,2A 15,9A<br />

Crioscopia (º H) -0,535A -0,539A -0,542A<br />

Densidade (g/mL) 1,0351A 1,0357A 1,0352A<br />

Gordura (%) 5,71A 6,14A 6,26A<br />

Proteína (%) 4,34A 4,00B 4,06AB<br />

Lactose (%) 5,05A 5,19A 5,13A<br />

ST (%) 16,39A 16,56A 16,60A<br />

SNG (%) 10,51A 10,41A 10,35A<br />

Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha para fase de lactação, não diferem entre si (p>0,05) pelo<br />

teste Tukey.<br />

Conclusões<br />

As análises físico-química evidenciou as características presentes no leite de búfalas,<br />

assegurando com isso um maior rendimento industrial e um produto final de qualidade.<br />

Referências<br />

NADER FILHO, A., et al. Estuda da variação do ponto crioscópico do leite de búfala.<br />

Reev.do Inst. Cândido Toste. 39(234), 1984. Juiz de Fora-Mg.<br />

MESQUITA, ET AL. Qualidade físico-química e microbiológica do leite cru bubalino.Goiânia:<br />

Ed. da UFG, 2002.<br />

FARIA, M. H.; TONHATI, H.; CERON MUNOZ, M.; DUARTE, J.M.C.; VASCONCELLOS, B.<br />

F. Características do leite de búfalas ao longo da lactação. Revista do Instituto de Laticínios<br />

Cândido Tostes, n°324, v.54, p. 2-7, 2002<br />

FERNANDES, S. A. A.; MATTOS, W. R.; MATARAZZO, S. V.; TANHATI, H.; OTAVIANO, A,<br />

R.; LIMA, ª L. F.; RUIZ PESCE, M. L. Avaliação da produção e qualidade do leite de<br />

rebanhos de São Paulo. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, n°346/347, v.60,<br />

p. 53-58, 2005.<br />

Autor a ser contactado: Thaiany Teles Fonseca<br />

Endereço: Rua Marechal Deodoro da Fonseca, n. 468. ITAPETINGA/BA. CEP-45700-000.<br />

Email: thaianytelles10@hotmail.com Fone: (75) 8145-0453<br />

98


QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE LEITE CRU ORDENHADO MANUALMENTE<br />

Rita kelly Couto Brandão 1 , Marcelo Mota Pereira 1 , Perecles Brito Batista 2, Philipe Gazzoli<br />

Farias 1 , Antonio Jorge Del Rei 3<br />

1 Graduando em Zootecnia - UESB<br />

2 Zootecnista, mestrando em Produção Animal<br />

3 Médico Veterinário, Prof. Dr. em reprodução animal - UESB<br />

INTRODUÇÃO<br />

O mercado consumidor dos produtos de origem animal tem-se mostrado cada vez<br />

mais exigente no que se refere ao preço e à qualidade dos produtos que consome. E para<br />

que essas exigências sejam alcançadas, as indústrias devem ser rigorosas quanto à<br />

composição e o aspecto higiênico-sanitário do leite que chega à plataforma de recepção.<br />

A composição do leite é avaliada por meio de análise laboratorial para determinação<br />

dos teores de gordura, proteína, lactose e sólidos totais.<br />

Os mamíferos secretam o leite como uma forma de alimentar suas crias. É um dos<br />

alimentos mais completos, devido a seus valores nutritivos e energéticos e a sua<br />

composição físico-química. Por séculos, o homem tem utilizado o leite dos animais<br />

domésticos como vacas, búfalas, cabras e ovelhas como fonte de nutrientes importantes em<br />

sua dieta. De acordo com Harding (1995), o leite de vaca contém cerca de 87% de água,<br />

3,9% de gordura, 3,2% de proteínas, 4,6% de lactose e 0,9% de minerais e vitaminas. As<br />

suas características físico-químicas são importantes para a determinação do valor nutritivo,<br />

do processamento industrial e da remuneração ao produtor.<br />

A globalização de mercados, em função da grande e variada oferta de produtos<br />

lácteos importados, induziu o consumidor brasileiro a tornar-se mais exigente em relação à<br />

qualidade dos produtos oferecidos. A indústria, por sua vez, tem se modernizado e exigido<br />

do produtor um leite de melhor qualidade, na tentativa de tornar-se mais competitiva.<br />

O presente estudo objetivou avaliar se a qualidade do leite tipo C cru produzido<br />

verificando se estão dentro dos padrões estabelecidos pela Instrução Normativa 51, para os<br />

parâmetros de gordura, proteína, sólidos não gordurosos e lactose.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Este trabalho foi realizado no período de janeiro a dezembro de 2007, no curral da<br />

sede do Confinamento na Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária Ltda., município de<br />

Itororó, sul da Bahia.<br />

O rebanho é composto por vacas mestiças holandesas x zebu com variados graus de<br />

sangue, em estágio entre 10 e 280 dias de lactação. Os animais foram ordenhados no<br />

sistema de ordenha manual com bezerro ao pé, com duas ordenhas diárias, e operações de<br />

ordenha higiênica.<br />

Foram coletadas 03 amostras mensais no tanque de resfriamento e estocagem da<br />

sede do confinamento na fazenda Cabana da Ponte, seguindo os padrões recomendados<br />

pelo Laboratório de Fisiologia da Lactação, e acondicionadas em frascos com conservante<br />

bronopol, sendo remetidas no mesmo dia para a Clínica do Leite, ESALQ/USP, para<br />

determinação dos teores de extrato seco desengordurado, gordura, lactose e proteína por<br />

citometria de fluxo, por intermédio do equipamento Somacount 300®, da Bentley<br />

Instruments, Incorporation.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

A composição química do leite, para teores médios de gordura, proteína, lactose e<br />

sólidos não gordurosos, obtidas no período de janeiro a dezembro de 2007 encontram-se na<br />

Tabela 1. A porcentagem de gordura foi de 3,81 %. Em estudo realizado em Pernambuco<br />

Lima et al., (2006), verificaram teor médio de 3,56%. O teor médio de proteína foi de 3,25 %.<br />

99


Quando comparado com os valores na literatura, é superior aos encontrados por, Lima et at.<br />

(2006), de 3,06%. O teor médio de lactose foi de 4,44%. Valores médios mais elevados<br />

foram observados por Lima et al., (2006), de 4,48%. Com relação ao teor de sólidos não<br />

gordurosos, o valor médio encontrado foi de 8,62%, valores menor que o encontrado por<br />

Dias (2009), trabalhando com vacas leiteiras no Sul da Bahia.<br />

Na tabela 1 são observadas as médias dos resultados obtidos após as analises físicoquímicas<br />

do leite do curral da sede do Confinamento.<br />

Tabela 1. Resultados observados nas analises físico-químicas.<br />

2007 jan fev mar mai jun ago set out nov dez media<br />

GORDURA 3,77 3,56 3,78 4,32 3,5 3,58 3,86 3,65 4,34 3,73 3,81<br />

PROTEÍNA 3,43 3,29 3,47 3,35 3,27 3,01 3,14 3,15 3,15 3,19 3,25<br />

LACTOSE 4,27 4,26 4,42 4,4 4,39 4,43 4,51 4,58 4,61 4,5 4,44<br />

ESD 8,68 8,46 8,99 8,68 8,58 8,32 8,6 8,64 8,64 8,63 8,62<br />

A propriedade avaliada se encontra acima dos padrões mínimos exigidos pela IN – 51,<br />

quanto a composição físico-química das amostras de leite analisada, demonstrando que<br />

implantação de medidas de intervenção nos processos de obtenção e armazenamento do<br />

leite cru e a aplicação de programas de boas práticas são alternativa para melhoria dos<br />

processos, bem como um rigoroso programa e planejamento alimentar, afeta diretamente a<br />

qualidade da matéria prima produzida.<br />

CONCLUSÃO<br />

O leite produzido nesta propriedade está acima dos valores mínimos exigidos pela IN<br />

51, demonstrando a qualidade da meteria prima.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

Dias, D. L. S., Pereira, M. M., Del Rei, A. J. et. al. COMPOSIÇÃO DO LEITE CRU<br />

PRODUZIDO EM PROPRIEDADE RURAL NO SUL DA BAHIA COM ORDENHA<br />

MECANICA NO ANO DE 2009, Anais do I Encontro de Qualidade de Leite da Bahia,<br />

Maio de 2009,Itapetinga – Bahia<br />

BRASIL. Ministério de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução<br />

Normativa no 51, de 18 de setembro de 2002. Regulamentos Técnicos de Produção,<br />

Identidade e Qualidade do Leite tipo A, do Leite tipo B, do Leite tipo C, do Leite Pasteurizado<br />

e do Leite Cru Refrigerado e o Regulamento Técnico da Coleta de Leite Cru Refrigerado e<br />

seu Transporte a Granel, 2002.<br />

HARDING, F. Compositional quality: milk quality. Glasgow: Blackie Academic<br />

Professional, 1995. 165p.<br />

Lima et al., 2006. Contagem de células somáticas e análises físico-químicas e<br />

microbiológicas do leite cru tipo c produzido na Região Agreste do Estado de Pernambuco.<br />

Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.73, n.1, p.89-95, jan./mar.<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

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QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE LEITE CRU ORDENHADO MANUALMENTE E<br />

REFRIGERADO<br />

Daniele Soares Barroso 1 , Marcelo Mota Pereira 1 , Aracele Prates De Oliveira 2 , Perecles<br />

Brito Batista 2 , Rita Kelly Couto Brandão 1<br />

1 Graduando em zootecnia – UESB – Itapetinga - Bahia<br />

2 Zootecnista, mestrando em Produção Animal<br />

INTRODUÇÃO<br />

A globalização de mercado tornou o consumidor brasileiro mais exigente com a<br />

qualidade dos produtos oferecidos. Com a modernização da indústria laticinista, que passou<br />

a exigir do produtor um leite de melhor qualidade, foram implementadas normas nacionais<br />

de padrão de qualidade de leite pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e<br />

pela Normativa 51 (IN 51), por intermédio do Programa Nacional de Melhoria da Qualidade<br />

de Leite (BRASIL, 2002), com vistas ao estabelecimento de critérios para a produção,<br />

identidade e qualidade do leite. Isto gerou a implementação de melhorias como a coleta do<br />

leite cru refrigerado e seu transporte a granel (MARTINS, 2004).<br />

A obtenção do leite de vacas sadias, em condições higiênicas adequadas, e o seu<br />

resfriamento imediato a 4ºC são as medidas fundamentais e primárias para garantir a<br />

qualidade e a segurança do leite e seus derivados.<br />

Neste estudo foi avaliada a qualidade higiênico-sanitária do leite cru obtida na<br />

propriedade Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária ltda., estado da Bahia, avaliando se a<br />

mesma está dentro dos limites máximo estabelecido de 10 6 UFC/mL de aeróbios mesófilos<br />

em leite cru refrigerado (BRASIL, 2002), da IN51.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Este trabalho foi realizado no período de janeiro a dezembro de 2008, no curral da<br />

sede do Confinamento na Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária Ltda., município de<br />

Itororó, sul da Bahia.<br />

O rebanho é composto por uma média de 380 vacas mestiças holandesas x zebu com<br />

variados graus de sangue, em estágio entre 10 e 280 dias de lactação. Os animais foram<br />

ordenhados no sistema de ordenha manual com bezerro ao pé, com duas ordenhas diárias,<br />

e operações de ordenha higiênica.<br />

As amostras de leite foram coletadas mensalmente no tanque de resfriamento e<br />

estocagem da sede do confinamento na fazenda Cabana da Ponte, seguindo os padrões<br />

recomendados pelo Laboratório de Fisiologia da Lactação, da Clínica do Leite, ESALQ/USP,<br />

e encaminhadas para determinação dos teores de extrato seco desengordurado, gordura e<br />

proteína por citometria de fluxo, por intermédio do equipamento Somacount 300®, da<br />

Bentley Instruments, Incorporation.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

De acordo com Noro (2004), a qualidade do leite é reflexo de diversas práticas<br />

adotadas durante a ordenha, manutenção e limpeza dos equipamentos e utensílios, prática<br />

de manejos dos animais, descarte de animais com problemas e cuidados sanitários.<br />

Na tabela 1 são observadas as médias dos resultados obtidos após as análises das<br />

amostras leite de vacas da propriedade Cabana da Ponte – Itororó, no ano 2008.<br />

Tabela 1. Resultados observados das amostras de leite cru de vacas mestiças holandesas x<br />

zebu.<br />

2008 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Media<br />

CBT<br />

(mil 22 32 1628 20 143 397 82 1692 10 17 226 129 366,50<br />

UFC/ml)<br />

101


Os valores médios observados no período de janeiro a dezembro de 2008, foram de<br />

366.500 UFC/ml, valores que estão abaixo dos apresentados por (CASSOLI & MACHADO,<br />

2007) na Argentina, em que encontrou mediana de CBT ao redor de 70 mil UFC/m e<br />

Mutukumira et al., (1996) constataram contagens inferiores a 100 UFC/mL em sete das 10<br />

amostras analisadas . Contudo estão acima dos valores observados por Desmasures et al.,<br />

(1997), ao avaliarem 20 propriedades leiteiras, foi de 6,9 x 10 1 UFC/mL de leite,Sabois et al.,<br />

(1991) avaliaram 17 propriedades e verificaram contagens superiores a 1.000 UFC/mL em<br />

todas as amostras e Arcuri et al., (2006) verificaram adesão de 83% ao requisito<br />

estabelecido pela IN 51 para aeróbios mesófilos e contagem média de coliformes acima de<br />

1,0×10 3 UFC/mL em sete rebanhos.<br />

Para que a qualidade do leite seja melhorada, é importante investir na conscientização<br />

e no treinamento de pessoal, visando melhoria da higiene de produção e adequada limpeza<br />

de utensílios e equipamentos.<br />

CONCLUSÃO<br />

Os valores encontrados estão dentro das exigências da Instrução Normativa – 51. O<br />

que evidencia que a sanidade da glândula mamária e a higiene de ordenha são medidas<br />

eficazes para obtenção de uma matéria-prima dentro dos padrões estabelecidos.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

ARCURI E.F.; BRITO M.A.V.P.; BRITO J.R.F. et al., Qualidade microbiológica do leite<br />

refrigerado nasfazendas. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. v.58,<br />

n.3, p. 440-446, 2006.<br />

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa no. 051,<br />

de 18 de setembro de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, 20 set. 2002. Seção 1, p.13-<br />

22.<br />

CASSOLI, L. D.; MACHADO, P.F. Impacto de programas de valorização da qualidade sobre<br />

a CBT. Boletim do Leite, n. 156, p. 4, julho de 2007.<br />

DESMASURES, N.; OPPORTUNE, W.; GUEGUEN, M. Lactococcus spp., yeasts and<br />

Pseudomonas spp. on teats and udders of milking cows as potential sources of milk<br />

contamination. International Dairy Journal, v.7, p.643- 646, 1997.<br />

MARTINS, M.C. Competitividade da cadeia produtiva do leite no Brasil. Revista de Política<br />

Agrícola, v.13, n.3, p.38-51, 2004.<br />

MUTUKUMIRA, A.N.; FERESU, S.B.; ABRAHANSEN, R.K. Chemical and microbiological<br />

quality of raw milk produced by smallholder farmers in Zimbabwe. Journal of Food<br />

Protection, v.59, n.9, p.984-987, 1996.<br />

NORO.G. Fatores ambientais que afetam a produção e a qualidade do leite em rebanhos<br />

ligados a cooperativas gaúchas. 2004. 92f. Dissertação (Mestrado Ciências Veterinárias)<br />

- Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, UFRGS, Porto Alegre.<br />

SABOIS, A.; BASILICO, J.C.; SIMONETTA, A. Microbiological quality of raw milk: incidence<br />

of aerobic and anaerobic spore-forming bacteria, yeasts and fungi. Revista Argentina de<br />

Lactologia, v.3, n.5, p.79-90, 1991.<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

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QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO LEITE DE BÚFALAS CRIADAS NA REGIÃO DE<br />

MAIQUINIQUE – BA<br />

Thaiany T. Fonseca*¹; Sérgio A. de A. Fernandes²; Amanda dos S. Faleiro¹; Neomara B. de<br />

L. Santos¹; Dayana R. de Souza¹.<br />

¹Graduanda em Zootecnia e Bolsista de Iniciação Científica (FAPESB e Voluntária da UESB);<br />

²Prof. Adjunto - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/UESB, Itapetinga/BA.<br />

Introdução<br />

A utilização do leite de búfala é cada vez mais difundida, devido sua alta qualidade<br />

nutricional e por possuir elevados teores de proteína, gordura e minerais como cálcio e<br />

fósforo, que são responsáveis pelo maior rendimento industrial, permitindo assim, que se<br />

aponte o leite bubalino como uma alternativa viável para ser utilizado. Apesar do elevado<br />

valor nutritivo, de sua importância tecnológica e do crescimento de sua exploração no país,<br />

poucos estudos têm sido realizados a respeito da sua composição física, química e<br />

microbiológica, sendo estas informações de extrema importância para assegurar a<br />

qualidade final dos produtos lácteos, Onde é praticamente impossível melhorar as<br />

propriedades de um derivado, se o número de microrganismos inicialmente presentes no<br />

leite in natura é elevado (HÜNH et al., HÜNH; FERREIRO; MOURA CARVALHO, 1982).<br />

Considerando os fatores destacados, objetivou-se determinar a qualidade microbiológica do<br />

leite de búfalas em diferentes fases de lactação, criadas na região de Maiquinique – Bahia.<br />

Material e métodos<br />

Foram coletadas três amostras compostas de leite de búfalas, oriundas de 24 animais das<br />

raças Jafarabadi e Murrah, sob condições de pastejo, em diferentes fases de lactação<br />

caracterizando o início, meio e final da lactação. As amostras foram coletadas na Fazenda<br />

Boa Nova na região de Maiquinique, sudoeste da Bahia e imediatamente encaminhadas sob<br />

refrigeração até o laboratório da Indústria de Laticínios Palmeira dos Índios S.A<br />

(Valedourado – Itapetinga-BA). Onde a contagem de células somáticas foi realizada por<br />

citometria fluxométrica no aparelho Somacount 300. E a contagem bacteriana total foi<br />

determinada mediante leitura de absorção de luz infravermelha, utilizando-se o equipamento<br />

Bentley 2000. E redutase com solução de azul de metileno. Os resultados obtidos foram<br />

analisados a partir do delineamento inteiramente casualizado pelo teste Tukey a 5% de<br />

probabilidade.<br />

Resultados e Discussão<br />

De acordo com os resultados demonstrados na tabela, não houve diferença (p>0,05), para<br />

os valores da redutase, Contagem Bacteriana Total e Contagem de Células somáticas, para<br />

as fases de lactação. Comparando com as normas da Instrução Normativa nº 51 que<br />

estabelece de forma quantitativa a contagem bacteriana total (CBT), que são números de<br />

unidades formadoras de colônia de bactérias por mililitros de leite (UFC/mL). Onde o limite<br />

deve ser 1,0 x 10 6 e para contagem células somáticas (CCS) 1,0 x 10 6 . Comparando com os<br />

resultados encontrados por Terramochia (2001), após análise do leite de búfalas, constatou<br />

que CCS até 2,0 x 10 5 não interfere no processo de coagulação. Assim, os resultados<br />

positivos obtidos para a qualidade microbiológica no leite de búfalas durante os três estágios<br />

de lactação pode ser explicado pela maior presença de moléculas protetoras do teto, como<br />

queratina, lactoferrina e lactoperoxidase. Os resultados referentes a redutase encontram-se<br />

nos limites permitidos, sendo que o tempo para descoloração é inversamente proporcional<br />

ao número de germes presentes no leite, onde segundo LÜCK (1987), está diretamente<br />

ligado com o tempo de refrigeração e higiene local.<br />

103


Lactação<br />

Parâmetros Início Meio Final<br />

Redutase (minutos) 312A 347A 347A<br />

Contagem Bacterina 34.667A 18.333A 35.833A<br />

Total (UFC/mL)<br />

Contagem 87.167A 46.667A 64.000A<br />

Somáticas<br />

Médias Seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha para fase de lactação, não diferem entre si (p>0,05) pelo<br />

teste Tukey.<br />

Conclusões<br />

As amostras do leite de búfalas analisadas estão dentro dos padrões microbiológicos<br />

permitidos, garantindo assim, um produto final de boa qualidade, atendendo as exigências<br />

dos consumidores.<br />

Referências<br />

HÜNH, S.; FERREIRO, L.; MOURA CARVALHO, L. O. et al. Estudo comparativo da<br />

composição química do leite de zebuínos e bubalinos. Belém: EMBRAPA-CPATU, 1982.<br />

INSTRUÇÃO NORMATICA 51, disponível em: www.esalq.usp.br/departamentos/ lan/pdf/<br />

InstrucaoNormativa51.pdf. Acessado em 14 de Julho 2009.<br />

TERRAMOCHIA S, BARTOCCI S, TRIPALDI C, DANESE V. Difficoltà alla coagulazione del<br />

latte di Búfala :caracteristiche fisico-quimiche e sanitarie. In: Congresso Nazionale<br />

sull’Allevamento del Búfale, 1, 2001,Salerno. Annali... Salerno: [s.n.], 2001. p. 256-259<br />

LÜCK, H. Control de la calidad de la industria Lactologica. In: Robinson, R.K., ed<br />

Microbiologica Lactologica. Zaragoza, Acribia 1987. v.2. p.255-94<br />

Autor a ser contactado: Thaiany Teles Fonseca<br />

Endereço: Rua Marechal Deodoro da Fonseca, n. 468. ITAPETINGA/BA. CEP-45700-000.<br />

Email: thaianytelles10@hotmail.com Fone: (75) 8145-0453<br />

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SAZONALIDADE DE PARTOS EM BUFÁLAS LEITEIRAS MURRAH X MEDITERRANEO<br />

CRIADAS EM SISTEMAS EXTENSIVO NO SUL DA BAHIA<br />

Marcelo Mota Pereira 1 , Antonio Jorge Del Rei 2 , Sérgio Augusto De Albuquerque Fernandes 2 ,<br />

Márcio Dos Santos Pedreira 2 , Perecles Brito Batista 3<br />

1 Graduando em zootecnia – UESB – Itapetinga - Bahia<br />

2 Professor Adjunto do Departamento de Tecnologia Rural e Animal - UESB<br />

3 Zootecnista, mestrando em Produção Animal<br />

INTRODUÇÃO<br />

A criação de bubalinos tem demonstrado ser um mercado emergente, devido a<br />

superioridade econômica que pode apresentar em relação a outros ruminantes domésticos,<br />

principalmente no que diz respeito á fertilidade, longevidade, eficiência de conversão<br />

alimentar, rusticidade e adaptação às variadas condições climáticas e manejo. contribuindo<br />

de maneira significativa na economia mundial. Este fato pode ser verificado pelo intenso<br />

crescimento nas taxas de produção de carne e leite registrados nos últimos 10 anos pela<br />

Food and Agriculture Organization - FAO (12,4 e 28,3%, respectivamente; FAO, 2005).<br />

Os búfalos, quando criados em localidades distantes da região equatorial, têm um<br />

comportamento reprodutivo influenciado positivamente pela diminuição de horas de luz do<br />

dia (Zicarelli, 1994). Pode-se dizer que os búfalos são poliéstricos estacionais de dias<br />

curtos, semelhantemente aos ovinos e caprinos, apresentando aumento da atividade<br />

reprodutiva nos meses de outono e do inverno.<br />

O trabalho teve como objetivo avaliar se búfalas mestiças criadas na Fazenda Cabana<br />

da ponte Agropecuária Ltda. apresentavam sazonalidade de partos.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Foram analisados dados de 176 partos, das fêmeas das raças Murrah x Mediterraneo,<br />

provenientes de um sistema de produção leiteira da Fazenda Cabana da ponte<br />

Agropecuária Ltda., situada no Município de Itororó – Bahia no período de Janeiro a<br />

dezembro do ano de 2008, coordenadas geográficas, 15º 18’14’’ de latitude sul e 40º12’20’’<br />

de longitude WGr. De acordo ao histórico pluviométrico da propriedade ocorreram<br />

precipitação de 993 mm durante o ano de 2007.<br />

Os animais foram criados exclusivamente em pastagens de Brachiaria decumbens,<br />

dividido em piquetes com cerca elétrica, sem receberem nenhum tipo de suplementação no<br />

período seco. Os animais foram ordenhados manualmente com bezerro ao pé sempre no<br />

período das 05:00 horas. O sistema de acasalamento utilizado foi o de monta natural a<br />

campo, na proporção de um touro para 40 búfalas.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

FIGURA 1 – Distribuição dos partos das fêmeas das raças Murrah x Mediterraneo ocorridos<br />

no período de janeiro a dezembro do ano de 2008 na Fazenda Cabana da ponte<br />

Agropecuária Ltda.<br />

105


A FIGURA 1 mostra a distribuição de partos ao longo de 12 meses, ocorrendo 83%<br />

dos partos nos meses de fevereiro a maio, havendo maior concentração no mês de Março<br />

com 26,1 %.<br />

ZICARELLI (1994) considera o búfalo uma espécie com preferências sazonais de<br />

atividade reprodutiva, com muitos dos partos acontecendo de julho a dezembro no<br />

hemisfério norte (Itália, Índia, Venezuela) e de janeiro a março no hemisfério sul (Brasil).<br />

As búfalas apresentam um período de gestação ao redor de 10 meses, a sazonalidade<br />

de partos observada correspondem as cobrições férteis ocorridas nos meses mais chuvosos<br />

e de menor insolação, o que caracteriza a búfala como sendo estacional de dia curto.<br />

BARUSELLI et al. (1993), encontrou forte tendência das búfalas parirem durante um<br />

curto período do ano. Os resultados encontrados estão de acordo aos relatados por outros<br />

autores: BARUSELLI (2004), em trabalho de revisão estudando o comportamento<br />

reprodutivo de búfalas no Estado de São Paulo, relatou maiores concentrações de partos<br />

nos meses de fevereiro a abril (mais de 80%),RIBEIRO NETO et al. (2006), avaliando a<br />

sazonalidade de búfalas mestiças das raças Murrah e Mediterrâneo, submetidas ao sistema<br />

de manejo da CPAFRO-EMBRAPA, Rondônia, encontrou resultados de com 90% dos<br />

partos ocorrendo nos meses de janeiro a junho, o que dá suporte ao resultado aqui obtido,<br />

entretanto, de amplitude maior (seis meses) e SAMPAIO NETO et al. (2001) que avaliando<br />

os desempenhos produtivo e reprodutivo de um rebanho bubalino no estado do Ceará,<br />

relatou concentração de partos nos meses de janeiro a junho com 79,3 %.<br />

MONTIEL-URDANETA et al. (1997), trabalhando com informações de búfalas<br />

mestiças das raças Murrah, Mediterrâneo, Jafarabadi e Nili-Ravi, na Venezuela, observaram<br />

que 82,77% dos partos ocorreram nos meses de setembro a dezembro, mostrando também<br />

que ocorre uma sazonalidade com época bem diferenciada de estacionalidade.<br />

CONCLUSÃO<br />

As búfalas mestiças, criadas na Fazenda Cabana da Ponte, Sul da Bahia, apresentam<br />

sazonalidade de partos, com concentração nos meses de fevereiro a maio.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

AGENOR COSTA RIBEIRO NETO, SEVERINO BENONE PAES BARBOSA, RICARDO<br />

GOMES DE ARAÚJO PEREIRA et al. Sazonalidade de Partos em Búfalas Mestiças das<br />

Raças Murrah x Mediterrâneo no Estado de Rondônia; ZOOTEC 2006 - 22 a 26 de maio de<br />

2006.<br />

BARUSELLI, P.S. Manejo reprodutivo de bubalinos: São Paulo: Instituto Zootecnia -<br />

Estação Experimental de Zootecnia do Vale do Ribeira, 1993. 46p. Monografia<br />

BARUSELLI, P. S. Reprodução em búfalos. Disponível em:<br />

. Acessado em 02.08.2004.<br />

Food And Agriculture Organization – FAO. FAOSTAT: Agriculture data. Disponível em:<br />

http://faostat.fao.org/faostat/collections. Acesso em: 30/04/2005.<br />

MONTIEL-URDANETA, N.; ROJAS, N.; ANGULO, F.; HERNÁNDEZ, A.;ZULETA, J.;<br />

CAHUAO, N.; TORRES, I. 1997. Efecto de algunos factores ambientales sobre La<br />

estacionalidad em los partos em búfalas. Arch. Latinoam. Prod. Anim., v.5 (Supl. 1),p 423-<br />

425.<br />

SAMPAIO NETO, J.C.; MARTINS FILHO, R.: LÔBO, N.R.B.; et al.. 2001. Avaliação dos<br />

desempenhos produtivo e reprodutivo de um rebanho bubalino no Estado do Ceará. Revista<br />

Brasileira de Zootecnia, v. 30, n. 2., p.368-373. ZICARELLI, L. 1994. Management in<br />

different environmental conditions. Buffalo J., 2:17-38 (Suppl.).<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

106


TAXA DE CONCEPÇÃO DE VACAS MESTIÇAS LEITEIRAS COM ESTRO SINCRONIZADO<br />

REUTILIZANDO IMPLANTES DE NORGESTOMET E INSEMINADAS EM HORA MARCADA<br />

Philipe Gazzoli Farias 1 , Marcelo Mota Pereira 1 , Antonio Jorge Del Rei 2 , Elenilda Alves da Silva 1 ,<br />

Rita kelly Couto Brandão 1<br />

1 Graduando em Zootecnia – UESB<br />

2 Medico Veterinário, Prof. Dr. em reprodução animal - UESB<br />

Introdução<br />

A pecuária leiteira no Sudoeste da Bahia se caracteriza pela criação semi-extensiva e,<br />

conseqüentemente, com baixos índices produtivos e reprodutivos. O principal responsável por<br />

estes baixos índices são as vacas com cria ao pé devido à baixa fertilidade no período pósparto.<br />

Estes fatores levam a um aumento do intervalo entre partos, o que se reflete diretamente<br />

no numero de crias desmamadas e, conseqüentemente, na rentabilidade da atividade pecuária<br />

leiteira. O anestro pós-parto é o principal problema reprodutivo em vacas com cria ao pé<br />

resultado em perdas para atingir um intervalo desejável entre partos de 12 meses Escobar at<br />

al., (1982). A inseminação artificial (I. A.) no Brasil não tem apresentado avanços significativos,<br />

apesar de suas vantagens, sendo que somente 5% do rebanho efetivo se reproduz através<br />

desta técnica, baseada no total de doses de sêmen comercializadas. Protocolos de<br />

sincronização do ciclo estral que possibilita a I A das fêmeas sem a necessidade do<br />

acompanhamento dos sinais de estro, tem apresentado resultados satisfatórios em fêmeas<br />

bovinas (Mares 1977).<br />

Realizou-se o presente estudo objetivando verificar a eficiência da utilização do<br />

Norgestomet no protocolo (Crestarº Lab. Intervet, SP) e reutilização dos implantes na<br />

sincronização dos estros com inseminação em horários pré determinados sobre a taxa de<br />

concepção de multíparas cruzadas (Bos Taurus x Bos Indicus).<br />

Materiais e Métodos<br />

O estudo foi conduzido em uma propriedade de produção leiteira, localizada no<br />

município de Macarani, região do Sudoeste do estado da Bahia. Utilizaram-se 102 vacas<br />

multíparas mestiças (3/8 Holandês x 5/8 Gir), lactantes com escore corporal médio de 2,5<br />

(escala 1 a 5). Segundo preconizado por Ferreira; Torres; (1993). Todos os animais eram<br />

ordenhados através de ordenhadeira tipo balde ao pé, estes com produção media de 12,4 Kg<br />

de leite / dia. Os animais devidamente identificados com brincos auricular, foram divididos<br />

aleatoriamente em dois grupos de 51 fêmeas cada, respectivamente (G1, Crestar novo, e G2<br />

Crestar reutilizado) e manejados conjuntamente em pastagem de (Brachiatia brizanta CV.<br />

Marandu),recebendo sal mineralizado (Fosbovi Reprodução, Tortuga-SP) e demais praticas de<br />

manejo de acordo preconizado com a rotina da propriedade, os animais utilizados no estudo<br />

apresentavam, em media 109,5 ± 28,7 dias pós parto. No protocolo utilizado o implante novo<br />

(Crestar® ,3mg de Morgestomet, implatado sub cutâneamente na face externa da orelha, no<br />

mesmo momento aplicou-se por via intramuscular, uma solução contendo 5mg de Valerato de<br />

Estradial associação a 3 mg de Margestomet (D0). Após nove dias (D9) os implantes foram<br />

removidos e as inseminações realizadas entre 52 a 56 horas após (D11). No protocolo de<br />

reutilização os implantes utilizados aproximadamente 30 dias e conservados em refrigerador,<br />

foram novamente aplicados auricularmente como no tratamento anterior, quando se aplicou por<br />

via intramuscular 2mg de Benzoato de Estradiol (Estrogin® -SP) D0. Decorrido nove dias (D9)<br />

os implantes foram renovados e aplicados 500mg de Prostaglandina (Ciosin®- Scheringh<br />

Plough -SP) via intramuscular (D9). Procedeu-se nova aplicação de 1 mg de Benzoato de<br />

107


Estradiol 24 horas após a retirada dos implantes (D10). As inseminações foram realizadas 30<br />

horas após aplicação do Benzoato de Estradiol (D11)<br />

Resultados e Discussões<br />

Na tabela 1 são observados os resultados obtidos após os tratamentos das 102<br />

vacas multiparas<br />

Tabela 1. Resultados observados após os tratamentos<br />

Tratamentos Resultados %<br />

Grupo 1 ( Crestar novo) 27/51 54,94<br />

Grupo 2 ( Crestar reutilizado) 25/51 49,01<br />

A taxa de concepção observada no G1 (Crestar novo) foi de (27/51; 54,94%) e no G2<br />

(Crestar reutilizado) de (25/51;49,01%) (P>0,05) evidenciando a eficiência da reutilização dos<br />

implantes de Crestar® (Norgestomet)<br />

A taxa de concepção observada no G1 (Crestar novo) foi similar aos resultados<br />

relatados por (Kesler Fávero, 1996, Singh ,1998, Kaste li cet al ,1977, Bartolomeu et<br />

al.2001),corroborando com os resultados.<br />

Conclusão<br />

A não diferença observada entre os grupos (G1 e G2) sugere que a reutilização dos<br />

implantes no esquema apresentados deve ser praticado, uma vez que apresentou resultados<br />

similares. A taxa de concepção apresentava no G 2 (Crestar reutilizado) Demonstrou-se<br />

satisfatória apesar de um percentual menor em relação ao G1 (Crestar novo), sem<br />

comprometer as taxas de concepção final.<br />

Referência Bibliográfica<br />

Bartolomeu, C.C; Del Rei ,A J M; Madureira, E.H. et al., Inseminação Artificial em tempo fixo<br />

com sincronização da ovulação em bubalinos utilizando-se CIDR-B, Crestar e Ovsynch. Revista<br />

Brasileira de Reprodução Animal V .25, p. 334-336<br />

Escobar ,F.J; Galina,H.C; Fernandezbaca, S; Jará, S.L; Estúdio de la actividade reproductiva<br />

postparto em vacas cebú, criollas y F1 (cebúy Holsten). Ammveb (Ed.) Resumens: VIII<br />

Concreso Naconal de Buiatria,1982,p.213-248.<br />

Ferreira,A.M; Torres, C. A. Perda de peso corporal e cessação da atividade ovariana luteinica<br />

cíclicavacas mestiças leiteiras. Pesquisa agropecuária Brasileira, V 28, n.3,p.411-418, 1993.<br />

Kastelic, J,P; Olson, W,O Martinez, M ; Mapletoft, R.J ;Machado ,R . Sincronização do estro em<br />

bovinos Hereford-Angus com Crestar. Revista Brasileira de Reprodução Animal. V. 21, p.<br />

101-103,1997.<br />

Kesler, D. J; Fávero, R.J. Estrus syncronization in beef females with morgestion in beef females<br />

with Norgestomet and Estradial Valerat II: Factors limiting and enhancing efficacy. Agripractice,<br />

V.17, M.1, 1996.<br />

Mares S.E; Peterson, L.A; Henderson,E.A; et al. Hertillity af beef herds inseminated by estrus or<br />

by time following Sincro-Mate (S M B) Treatment. Journal Animal Science.M 45 (suppl.1)<br />

p.185,1977.<br />

Singh, N.K.U. Plasma progesterone profiles and fertility status of anestrus Zebu Cattle Treated<br />

with Norgestomet- Estradial – E.C.G redimen. Theriogenalogy. M.50,1191<br />

Autor a ser contactado: Antonio Jorge Del Rei – Email – delrei@uesb br<br />

Endereço – Rod. BR 415, Km 1, 4570000 - Itapetinga, BA – Brasil<br />

108


UTILIZAÇÃO DA SOMATROTOPINA BOVINA RECOBINANTE EM VACAS HOLANDESAS:<br />

ASPECTOS DO COMPORTAMENTO INGESTIVO<br />

Philipe Gazzoli Farias 1 , Marcelo Mota Pereira 1 , Hermógenes Almeida De Santana Júnior 1 ,<br />

Daniel Lucas Santos Dias 1 , Rita Kelly Couto Brandão 1<br />

1 Graduando em zootecnia – UESB – Itapetinga - Bahia<br />

Introdução<br />

O estudo do comportamento ingestivo dos ruminantes, pode nortear a adequação de<br />

práticas de manejo que venham a aumentar a produtividade e garantir o melhor estado sanitário<br />

e longevidade aos animais (FISCHER et al., 2002).<br />

Uma das novas tecnologias que podem ser utilizadas para a obtenção de ganhos em<br />

produtividade em rebanhos leiteiros é a utilização da Somatotropina recombinante bovina<br />

(rbST) para vacas em lactação. A resposta à utilização de rBST em vacas leiteiras se refere a<br />

aumentos de 10 a 15% na produção de leite (ETHERTON & BAUMAN, 1998).<br />

Objetivou-se verificar o efeito da administração da Somatrotopina bovina recombinante<br />

(rbST) em vacas Holandesas sobre os aspectos do comportamento ingestivo.<br />

Material e métodos<br />

O experimento foi desenvolvido na Fazenda Cabana da Ponte Agropecuária ltda., em<br />

Itapetinga-Bahia, no período de 13 de janeiro de 2009 a 10 de março de 2009. Foram utilizadas<br />

16 vacas, com grau de sangue 5/8 Holandês X 3/8 Zebu, com peso corporal médio de 500 kg,<br />

com média de produção de 24 quilos de leite, distribuídos Inteiramente ao Acaso (DIC), em dois<br />

tratamentos e oito repetições: Tratamento controle = sem administração; Tratamento rbST =<br />

com administração de 500 mg de Somatotropina bovina recombinante (rbST) por animal.<br />

Foi realizado o pastejo rotacionado em Brachiaria brizantha adubado periodicamente<br />

(3x no período das águas), a suplementação foi realizada entre ordenhas, em área provida de<br />

cobertura, piso de cimento, área de sol. As vacas foram ordenhadas mecanicamente em<br />

ordenha do tipo passagem com 16 x 2 . A pesagem do leite foi realizada em medidor<br />

automático digital de dois em dois dias.<br />

A suplementação foi composta por: milho moído 4,31 kg, farelo de soja 2,70 kg, sal<br />

mineral 0,20 kg, com base na matéria seca, calculado para mantença e produção de 25 quilos<br />

de leite por dia (NRC, 2001).<br />

O comportamento animal foi avaliado no 28º dia. As variáveis comportamentais<br />

estudadas foram: pastejo, ruminação, ócio e permanência no cocho. O comportamento foi<br />

observados visualmente a cada 10 minutos (SILVA et al., 2008), por dois períodos de nove<br />

horas e 30 minutos horas (05:30 as 15:00), totalizando 19 horas de observação.<br />

Registrou-se o tempo gasto e o número de mastigações por bolo. Posteriormente foi<br />

calculado o número de bolo ruminado, a velocidade de mastigação, tempo por mastigação e o<br />

número de mastigação total, sempre considerando o período de coleta de dados (9 horas e 30<br />

minutos).<br />

Para análise dos dados coletados no experimento, foi utilizado o Sistema de Análises<br />

Estatísticas e Genéticas – SAEG, e os resultados foram interpretados estatisticamente por meio<br />

de análise de variância e Tukey a nível de 0,05 de probabilidade.<br />

Resultados e Discussão<br />

TABELA 1 - Valores do número mastigações por bolo (NMB), tempo por bolo (TB), números de<br />

bolos no período (NBP), velocidade de mastigação (VM), tempo por mastigação (TM) e o<br />

109


número de mastigações no período (NMP) em vacas leiteiras a pasto com ou sem<br />

administração de rbST.<br />

ITEM TRATAMENTO CV 1 (%)<br />

CONTROLE rbST<br />

NMB 50,4 49,5 11,8<br />

TB (minutos) 53,3 51,3 13,3<br />

NBP 237 292 29,6<br />

VM (número por minuto) 0,95 0,98 13,1<br />

TM (minutos) 1,06 1,05 13,2<br />

NMP 11736 14239 24,3<br />

1 Coeficiente de variação.<br />

O número de mastigação por bolo ruminado, tempo por bolo ruminado, número de bolo<br />

ruminado no período, velocidade de mastigação, tempo de mastigação e o número de<br />

mastigação no período não apresentaram diferenças estatísticas entre o tratamento sem ou<br />

com administração da rbST (P>0,05). Com isso, fica demonstrado que a administração de rbST,<br />

provoca aumento na produção de leite, podendo alterar qualquer outra variável a ser estudada,<br />

desde que não seja as avaliadas no presente estudo.<br />

Na literatura já é consolidado que a aplicação de rbST altera a curva de lactação, sendo<br />

que o pico de lactação aumentado e estendido por maior períodos de tempo, resultando em<br />

maiores persistência da lactação e de produção de leite. No entanto, no presente estudo<br />

verificou-se que não houve alteração nos aspectos do comportamento ingestivo, o que<br />

provavelmente não alterou o consumo. Entretanto, há uma hipótese de que a rbST aumenta a<br />

produção leiteira através da mobilização do tecido adiposo, com isso os animais destinados a<br />

administração de rbST devem possuir de bom à ótimo escore corporal, pois irão diminuir ao<br />

longo da lactação sua reserva energética, o que poderá provocar conseqüências indesejáveis<br />

ao sistema de produção como maior intervalo parto/estro, maior retorno de estro, maior<br />

intervalo entre partos, produção de bezerros debilitados, partos dificultosos, entre outros.<br />

Não foi encontrado nenhum estudo semelhante para que fosse possível realizar um<br />

paralelo ao presente estudo. Sobretudo, mais pesquisas nessa linha devem ser realizadas para<br />

uma possível consolidação dos resultados encontrados neste estudo.<br />

Conclusões<br />

A administração de somatrotopina bovina recombinante não altera os aspectos do<br />

comportamento ingestivo de vacas Holandesas.<br />

Bibliografia<br />

ETHERTON, T.D.; BAUMAN, D.E. Biology of somatotropin in growth and lactation of domestic<br />

animals. Physiol. Rev., v.78, p.745-761, 1998.<br />

FISCHER, V. et al., Padrões da distribuição nictemeral do comportamento ingestivo de vacas<br />

leiteiras, ao inicio e ao final da lactação, alimentadas com dieta à base de silagem de milho.<br />

Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.5, p.2129-2138, 2002.<br />

NRC - NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of dairy cattle. 7.ed.<br />

Washington, D.C.: National Academy Press, 2001. 381p.<br />

SILVA, R.R. PRADO, I.N. CARVALHO, G.G.P. et al., Efeito da utilização de três intervalos de<br />

observações sobre a precisão dos resultados obtidos no estudo do comportamento ingestivo de<br />

vacas leiteiras em pastejo. Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 2, p. 319-326. 2008.<br />

Autor a ser contactado: Marcelo Mota Pereira – Email – motinha03@bol.com.br<br />

Endereço – Rua Itambé, nº 438, bairro camacã Itapetinga – Bahia – CEP – 45700-000<br />

110


UTILIZAÇÃO DA URÉIA PROTEGIDA NO SUPLEMENTO SOBRE OS PERÍODOS<br />

DISCRETOS NO COMPORTAMENTO INGESTIVO DE BOVINOS A PASTO<br />

George Abreu Filho 1* , Hermógenes Almeida de Santana Júnior 1 , Pablo Texeira Viana 1 ,<br />

Elisangela Oliveira Cardoso 1 , Antônio Márcio Pereira Santos 2<br />

1 Graduando em Zootecnia/UESB.<br />

2 Doutorando em Zootecnia PPG/UESB.<br />

Palavras-chaves: bovino, etologia, nitrogênio<br />

Introdução<br />

O comportamento ingestivo é de fundamental importância para a avaliação de<br />

uma dieta, possibilitando ajustes no manejo alimentar para se obter maior consumo e<br />

melhor desempenho animal (MENDONÇA et al., 2004). O manejo nutricional é um dos<br />

principais fatores a ser considerado na produção de bovinos de corte, pois se sabe<br />

que a alimentação é responsável pela maior parcela dos custos da atividade. Dessa<br />

forma, a substituição parcial ou total de fontes de proteína verdadeira pelo nitrogênio<br />

não-proteíco (NNP) tem sido foco de várias pesquisas. Objetivou-se verificar o efeito<br />

da utilização da uréia protegida ou convencional no suplemento de bovinos sobre os<br />

períodos discretos no comportamento ingestivo.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi conduzido na fazenda Boa Vista, Maiquinique, Bahia. Foram<br />

utilizados 30 novilhos da raça Nelore, castrados, com média de 22 meses de idade e<br />

peso corporal médio de 325 kg. O experimento teve duração de 84 dias, de agosto à<br />

novembro de 2008. Os animais foram mantidos em sistema de produção a pasto, em<br />

pastejo continuo de Brachiaria brizantha cv Marandú em área de 20 há.<br />

Os animais foram aleatoriamente alocados em cada um dos tratamentos<br />

abaixo: T1- Baixo NNP = Animais recebendo suplemento com baixo Nitrogênio Não-<br />

Proteíco (NNP) – 1% uréia;T2- URC = Animais recebendo suplemento com 6,5% de<br />

Uréia Convencional; T3- URP = Animais recebendo suplemento com 5,7 % de Uréia<br />

Protegida e 1,1% de Uréia Convencional.<br />

Os suplementos foram distribuídos diariamente, em comedouro não coberto<br />

coletivo na quantidade de 0,3% do peso vivo com base na matéria seca após as 10<br />

horas. Todos os animais tiveram livre acesso à sombra e água fresca.<br />

A avaliação do comportamento animal foi realizada, visualmente, no 42º dia de<br />

experimentação, por dois observadores treinados em sistema de revezamento para<br />

cada tratamento, sendo os mesmos, posicionados estrategicamente de forma a não<br />

incomodar os animais.<br />

As variáveis comportamentais estudadas foram: pastejo, ruminação, ócio e<br />

comendo no cocho (COCHO). Para o registro do tempo gasto em cada uma das<br />

atividades descritas acima, os animais serão observados a cada 10 minutos (SILVA et<br />

al., 2008), por um período de 24 horas.<br />

A discretização das séries temporais foi feita diretamente nas planilhas de<br />

coleta de dados, com a contagem dos períodos discretos de pastejo, ruminação, ócio<br />

e cocho.<br />

O delineamento estatístico foi inteiramente casualizado (DIC), com três<br />

tratamentos e 10 repetições. Os resultados foram interpretados estatisticamente por<br />

meio de análise de variância e teste Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o<br />

Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG.<br />

Resultados e Discussão<br />

111<br />

1


TABELA 1 - Valores do número de períodos de pastejo (NPP), ócio (NPO),<br />

ruminação (NPR) e permanência no cocho (NPC) e dos tempos por período de<br />

pastejo (TPP), ócio (TPO), ruminação (TPR) e cocho (TPC), em novilhos Nelore<br />

suplementados a pasto.<br />

TRATAMENTO CV<br />

ITEM<br />

1<br />

Baixo NNP URC URP<br />

NPP 6,0 C 7,2 B 8,6 A 16,7<br />

NPO 15,1 A 13,2 B 12,5 B 9,7<br />

NPR 9,5 B 11,5 A 10,5 AB 12,4<br />

NPC 1,0 B 2,6 A 1,9 A 41,0<br />

TPP (minutos) 92,9 A 86,1 A 64,0 B 14,0<br />

TPO (minutos) 32,6 34,5 29,2 28,6<br />

TPR (minutos) 39,6 A 27,6 B 44,7 A 21,1<br />

TPC (minutos) 31,0 B 26,1 B 45,8 A 27,9<br />

Médias seguidas pela mesma letra, na linha, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey a 5%<br />

de probabilidade.<br />

1 Coeficiente de variação.<br />

O valor de NPP no URP foi maior (P


VALOR CULTURAL DE SEMENTES COMERCIAIS DE Brachiaria spp. NO COMÉRCIO<br />

DE BARREIRAS – BA<br />

José Augusto Reis Almeida¹; Danilo Gusmão de Quadros²; Gabriela Petry Gallois¹; Roldi<br />

Anderson B.M.C. de Souza¹; Daiana Silva da Rocha¹.<br />

1<br />

Graduando em Engº Agronômica pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Campus<br />

IX.<br />

² Professor da Universidade do Estado da Bahia – UNEB / Núcleo de Estudo e Pesquisa em<br />

Produção Animal (NEPPA). BR 242, km 4, s/n. Lot. Flamengo. Barreiras – Ba. 47800-000.<br />

E-mail: uneb_neppa@yahoo.com.br Website: www.neppa.uneb.br<br />

INTRODUÇÃO<br />

Capins do gênero Brachiaria spp. são os mais plantados no País, sendo bastante<br />

utilizados na cria, recria e engorda dos bovinos de corte. Adaptam-se às mais variadas<br />

condições de solo e clima, ocupando espaço cada vez maior nos cerrados, com vantagens<br />

sobre outras espécies, devido a proporcionar produções satisfatórias de forragem em solos<br />

com baixa a média fertilidade (SOARES FILHO, 1994).<br />

A expansão de novas áreas e a reforma de pastagens provocou o aumento da<br />

demanda por sementes de gramíneas forrageiras, estimulando a busca de sementes com<br />

maior índice de pureza e germinação (ANDRADE, 1994). Com a análise da pureza, obtémse<br />

a porcentagem de sementes puras e de impurezas, logo, uma boa semente apresenta<br />

grande porcentagem de sementes puras. A germinação refere-se à capacidade da semente<br />

dar origem a uma plântula normal sob condições favoráveis. Com base nos resultados das<br />

analises de pureza e de germinação, calcula-se o valor cultural, que representa a<br />

porcentagem de sementes puras viáveis (CARVALHO & NAKAGAWA, 2000). Considerando<br />

a importância da qualidade da semente no estabelecimento de pastagens, este trabalho<br />

objetivou avaliar o valor cultural de sementes comerciais de quatro espécies de Brachiaria<br />

spp. disponíveis no mercado de Barreiras – BA.<br />

METODOLOGIA<br />

O trabalho foi conduzido no município de Barreiras – BA, na Universidade do Estado<br />

da Bahia – UNEB, Campus - IX. Foi realizado um levantamento das marcas comerciais de<br />

sementes de Brachiaria disponíveis no comércio local, coletando em cada estabelecimento<br />

uma quantidade de 500g de sementes, para posterior análise. O ensaio teve cinco<br />

repetições para cada uma das dez marcas comerciais, levando em consideração quatro<br />

espécies de Brachiaria spp. (B. brizantha, B. dictyoneura, B. humidicola e B. decumbens).<br />

O material obtido foi transportado para o laboratório de sementes da UNEB -<br />

Campus – IX, onde foram realizadas as análises de pureza e viabilidade para germinação<br />

(teste do Tetrazólio) (BRASIL, 1992). Os dados obtidos foram utilizados no cálculo do VC,<br />

obtido pela formula: VC = (% pureza x % viabilidade) / 100.<br />

Os dados foram submetidos à análise de variância segundo delineamento<br />

inteiramente casualizado e as médias comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de<br />

probabilidade.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

As sementes de Brachiaria humidicola Marca Boi Gordo diferiu (P


Tabela 1 – Percentual de pureza, viabilidade e valor cultural de sementes comerciais de<br />

gramíneas forrageiras comercializadas em Barreiras – BA.<br />

Gramínea forrageira Marca comercial Pureza (%) Viabilidade (%) Valor Cultural (%)<br />

Brachiaria brizantha cv. Xaraés Boi Gordo 56,7 cd 41,6 ab 24,0 b<br />

Brachiaria brizantha MG4. Sementes Majes 55,2 d 23,0 cd 13,0 b<br />

Brachiaria humidicola Boi Gordo 100 a 50,0 ab 50,0 a<br />

Brachiaria brizantha cv. Marandu Paso Ita 55,8 d 17,4 de 10,0 b<br />

Brachiaria dictyoneura. Paso Ita 67,1 bc 10,0 de 7,00 b<br />

Brachiaria decumbens Boi Gordo 58,3 bcd 18,8 cde 11,0 b<br />

Brachiaria brizantha cv. Marandu Sementes Majes 55,3 d 4,80 e 3,00 b<br />

Brachiaria brizantha cv. Marandu Cana Branca 36,5 e 16,6 de 6,00 b<br />

Brachiaria brizantha cv. Marandu Boi Gordo 67,9 b 32,2 bc 22,0 b<br />

Brachiaria brizantha cv. Marandu Sementes Brachman 38,8 e 15,0 de 6,00 b<br />

Média geral (%) 59,2 22,9 15,2 b<br />

Coeficiente de Variação (%) 7,78 30,15 39,6 b<br />

• Médias seguidas de letras iguais na mesma coluna não diferem pelo Teste de Tukey (5%)<br />

As demais marcas de sementes e espécies avaliadas não diferiram entre si (P>0,05)<br />

(Tabela 1), não obstante, tiveram VC médio abaixo de 44,2%, obtido por MARTINS et. al<br />

(1998), ao armazenar sementes de Brachiaria brizantha por 12 meses.<br />

As marcas comerciais tiveram VC analisado menor ao indicado na embalagem, com<br />

redução média 59%, na data do ensaio, consequentemente para manter a quantidade de<br />

SPV recomendada seria necessário o aumento da taxa de semeadura. Provavelmente a<br />

data de realização do trabalho ao final da época chuvosa, contribuiu para o envelhecimento<br />

das sementes, considerando que as empresas colocam as sementes no mercado no início<br />

da época chuvosa. Segundo CARVALHO & NAKAGAWA (2000), a idade da semente<br />

influencia a sua viabilidade de germinação, pois o envelhecimento promove a deterioração<br />

irreversível e inevitável independente das condições do meio.<br />

CONCLUSÃO<br />

Na época em que foram realizadas as análises, as sementes comercializadas em<br />

Barreiras, em geral, estiveram abaixo do prescrito na etiqueta de garantia, considerando que<br />

todas as sementes eram fiscalizadas, o que pode comprometer a formação de pastagens se<br />

utilizada a taxa de semeadura recomendada. O eventual aumento da taxa de semeadura<br />

para compensar o baixo valor cultural das sementes acarretaria em maior dispêndio<br />

financeiro.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ANDRADE, R. P. Tecnologia de produção de sementes de espécies do gênero Brachiaria.<br />

In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 11, Piracicaba. Anais... Piracicaba:<br />

FEALQ, p. 49- 66. 1994.<br />

CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4 ed.<br />

Jaboticabal: FUNEP. 2000. 588p.<br />

MARTINS L. et. al. Valor cultural de sementes de Brachiaria brizantha durante o<br />

armazenamento. Revista Brasileira de Sementes, v. 20, n. 1, p. 60-64, 1998.<br />

SOARES FILHO, C. V. Recomendação de espécies e variedades de Brachiaria para<br />

diferentes condições. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 11, Piracicaba.<br />

Anais... Piracicaba: FEALQ. 1994. p. 25- 46.<br />

Autor. José Augusto Reis Almeida. Tel. (77) 8124 8272. Email: gutoja21@hotmail.com 07/2009<br />

114


VARIAÇÃO DO LUCRO DE NOVILHOS NELORE SUPLEMENTADOS A PASTO<br />

SOBRE DIFERENTES VALORES DE VENDA DA ARROBA DO BOI GORDO 1<br />

George Abreu Filho 2* , Hermógenes Almeida de Santana Júnior 2 , Robério Rodrigues<br />

Silva 3 , Alyson Andrade Pinheiro 2 , Ivanor Nunes Prado 3<br />

1 Projeto financiado pelo Banco do Nordeste do Brasil – BNB.<br />

2 Graduando em Zootecnia/UESB.<br />

3 Professor Titular DEBI/UESB.<br />

Palavras-chaves: bovino, economia, lucratividade<br />

Introdução<br />

A cada ano, o agronegócio brasileiro consolida sua importante posição na<br />

economia, como resultado do avanço tecnológico, do incremento na produtividade e<br />

da ocupação de novas áreas (FERNANDES et al., 2007). Segundo Paulino et al.<br />

(2004), a suplementação de bovinos em pastejo é uma das principais estratégias para<br />

a intensificação dos sistemas primários regionais. Objetivou-se avaliar o efeito da<br />

variação do lucro de novilhos nelore a pasto com quatro níveis de suplementação<br />

sobre diferentes valores de venda da arroba do boi gordo.<br />

Material e Métodos<br />

O experimento foi desenvolvido na Fazenda Boa Vista, Macarani/Bahia entre os<br />

meses de agosto de 2006 e fevereiro de 2007. A parte de campo foi implantada numa<br />

área de Brachiaria brizantha cv. Marandú. Foram utilizados 40 novilhos da raça Nelore<br />

com peso inicial médio de 373,7 + 14,9 kg e 26 meses de idade distribuídos em<br />

delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e dez repetições: SM<br />

= sal mineral; C3% = 0,3% de suplementação energética e protéica; C6% = 0,6% de<br />

suplementação energética e protéica e C9% = 0,9% de suplementação energética e<br />

protéica. O concentrado teve como ingredientes o milho, farelo de soja, uréia e sal<br />

mineral. Foi realizada uma simulação, com os resultados do experimento, observandose<br />

apenas a variação no preço da arroba da carne, mantendo constante o custo de<br />

produção dos tratamentos.<br />

Os indicadores analisados foram: Preço de venda em reais por arroba – Preço<br />

médio da arroba de boi gordo (R$ 56,60), comercializada no estado da Bahia no ano<br />

de 2007, conforme Anualpec (2008), com variação de quatro pontos, apenas para<br />

mais, considerando que o preço da arroba está com valorização continua, podendo<br />

somente ocorrer incremento no valor da carne, foi considerado cada ponto como R$<br />

10,00; Renda bruta em reais por animal – O valor da arroba multiplicado pelo peso de<br />

abate (16@); Custo total em reais por animal – Valor médio da cabeça do boi magro<br />

(R$ 580,00), comercializado no estado da Bahia no ano de 2007, conforme Anualpec<br />

(2008), somado ao valor real dos custos durante o período do experimento.<br />

Para realizar as análises econômicas e dos custos de produção em diferentes<br />

sistemas de suplementação, utilizou-se estatística descritiva com auxílio de planilhas<br />

do Programa Excel.<br />

Resultados e discussão<br />

A renda bruta, em todos os tratamentos (SM, C3%, C6% e C9%), aumentou<br />

proporcionalmente com o aumento do valor de venda da arroba. Sendo o aumento de<br />

58,6%, tanto para o valor da arroba quanto para a renda bruta. Está variação do valor<br />

da arroba durante o ano é provocado pela variação na disponibilidade de forragem, e<br />

consequentemente, variação na oferta de animais para abate.<br />

O lucro em reais por animal (R$/animal) apresentou uma máxima de R$ 924,17<br />

para o SM com arroba de R$ 96,60 e um menor lucro de R$ 198,19 para o C9% com<br />

R$ 56,60. Isso ocorreu devido ao menor custo que é o sistema de criação sem<br />

suplementação concentrada, consumindo apenas sal mineral, ocorrendo uma<br />

115


diminuição crescente do lucro do SM para o C9%. Mesmo assim, o C9%, que<br />

apresentou o menor lucro, só passaria a causar prejuízo com valor da arroba abaixo<br />

do valor de custo por arroba, que foi de R$ 44,21.<br />

Após busca na literatura não foi encontrado nenhum trabalho semelhante para<br />

que fosse possível fazer um paralelo entre os estudos. Com isso, sugeri-se mais<br />

discussões sobre o assunto.<br />

TABELA 1. Variação do valor de venda da arroba dos novilhos e seu efeito sobre a<br />

renda bruta (R$/animal) e o lucro (R$/animal e R$/arroba).<br />

PREÇO DE<br />

RENDA<br />

VENDA<br />

BRUTA (R$)<br />

(R$/@)<br />

CUSTO TOTAL LUCRO<br />

(R$/ANIMAL) (R$/ @) (R$/ANIMAL) (R$/@)<br />

SM<br />

56,60 905,60<br />

284,17 17,77<br />

66,60 1065,60 444,17 27,77<br />

76,60 1225,60 621,43 38,83 604,17 37,77<br />

86,60 1385,60 764,17 47,77<br />

96,60 1545,60 924,17 57,77<br />

C3%<br />

56,60 905,60<br />

252,19 15,76<br />

66,60 1065,60 412,19 25,76<br />

76,60 1225,60 653,41 40,84 572,19 35,76<br />

86,60 1385,60 732,19 45,76<br />

96,60 1545,60 892,19 55,76<br />

C6%<br />

56,60 905,60<br />

219,25 13,70<br />

66,60 1065,60 379,25 23,70<br />

76,60 1225,60 686,35 42,90 539,25 33,70<br />

86,60 1385,60 699,25 43,70<br />

96,60 1545,60 859,25 53,70<br />

C9%<br />

56,60 905,60<br />

198,19 12,39<br />

66,60 1065,60 358,19 22,39<br />

76,60 1225,60 707,41 44,21 518,19 32,39<br />

86,60 1385,60 678,19 42,39<br />

96,60 1545,60 838,19 52,39<br />

Conclusão<br />

O aumento do valor da arroba proporcionou maiores lucros por animal, e<br />

consequentemente por arroba.<br />

Bibliografia<br />

ANUALPEC 2008. Anuário da Pecuária Brasileira. São Paulo: FNP Consultoria e<br />

Comércio, 2008. 380p.<br />

FERNANDES, A.R.M.; SAMPAIO, A.A.M.; HENRIQUE, W. et al. Avaliação econômica<br />

e desempenho de machos e fêmeas Canchim em confinamento alimentados com<br />

dietas à base de silagem de milho e concentrado ou cana-de-açúcar e concentrado<br />

contendo grãos de girassol. Revista Brasileira de Zootecnia v.36, n.4, p.855-864,<br />

2007.<br />

PAULINO, M.F.; FIGUEIREDO, D.M.; MORAES, E.H.B.K. et al. Suplementação de<br />

Bovinos em pastagens: uma visão sistêmica. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE<br />

GADO DE CORTE, 4.,2004, Viçosa, MG. Anais...Viçosa, MG: Universidade<br />

Federal de Viçosa, 2004. p.93-144.<br />

*Autor: George Abreu Filho (77) 8125 – 6530 E-mail: georgeabreu16@hotmail.com<br />

116


VIGOR DE SEMENTES DE Brachiaria brizantha cv. Marandu COMERCIALIZADAS EM<br />

BARREIRAS – BA<br />

José Augusto Reis Almeida¹; Danilo Gusmão de Quadros²; Alberto Magalhães de Sá¹, José<br />

Avelino Cardoso¹; Sammi Nascimento dos Santos¹.<br />

1<br />

Graduando em Engº Agronômica pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Campus<br />

IX.<br />

² Professor da Universidade do Estado da Bahia – UNEB / Núcleo de Estudo e Pesquisa em<br />

Produção Animal (NEPPA). BR 242, km 4, s/n. Lot. Flamengo. Barreiras – Ba. 47800-000.<br />

E-mail: uneb_neppa@yahoo.com.br Website: www.neppa.uneb.br<br />

INTRODUÇÃO<br />

Todo setor sementeiro, incluindo o de forrageira, já se encontra em uma nova fase<br />

de transição por conta da “Lei de Sementes” (lei nº 10.711, Sistema Nacional de Sementes e<br />

Mudas, BRASIL, 2003), que vem regulamentando todo o setor, desde a produção até a sua<br />

comercialização. Com esta legislação, vários itens foram alterados e, principalmente, o<br />

controle de qualidade da semente (certificação), função exclusiva de órgãos públicos, agora<br />

pode ser efetuado também por intuições privadas.<br />

A região oeste da Bahia apresenta um rebanho de 1,5 milhões de cabeças de<br />

bovinos (IBGE, 2008), a maior parte criado em sistemas de pastagens, sendo Barreiras, o<br />

maior centro comercial de sementes de forrageiras para região.<br />

Considerando a grande necessidade de sementes comerciais na região oeste da<br />

Bahia, devido à formação de novas áreas e a reforma de pastagens, bem como a influência<br />

da qualidade das sementes no sucesso da implantação da pastagem, este trabalho teve<br />

como objetivo avaliar o vigor de sementes de Brachiaria brizantha cv. Marandu<br />

comercializadas de Barreiras – BA.<br />

METODOLOGIA<br />

O trabalho foi conduzido no município de Barreiras – BA, na Universidade do Estado<br />

da Bahia – UNEB, Campus - IX. Foi feito um levantamento das sementes de Brachiaria<br />

brizantha cv. Marandu disponíveis no comércio local, coletando em 5 estabelecimentos<br />

comerciais uma quantidade de 500g de sementes, por amostra. O material obtido foi<br />

transportado para o laboratório de sementes da UNEB - Campus – IX, onde foram<br />

realizadas as análises. Após homogenização da amostra, 100 sementes foram contadas e<br />

pesadas em balança analítica com 4 casas decimais, realizando 5 repetições para cada uma<br />

das seis marcas coletadas (tratamentos).<br />

O vigor da semente está relacionado ao seu peso assim como o estabelecimento de<br />

pastagens está correlacionado ao vigor da plântula. Para avaliar o vigor das plântulas foi<br />

realizado o teste de germinação na caixa areia, com 2 repetições para cada tratamento. A<br />

semeadura foi realizada em bandejas plásticas de dimensões 37x 23,5 x7 cm. Cada bandeja<br />

teve 5 cm preenchido com areia lavada e autoclavada a 125ºc por 48h. Em seguida, as<br />

sementes foram dispostas em 3 linhas nas profundidades 1, 2 e 3 cm, sendo colocadas 20<br />

sementes por linha. Após 30 dias, as plantas foram cortadas rente ao solo e levadas à<br />

estufa a 105ºc por 24h para obtenção da massa seca (MS). A MS obtida nas três linhas<br />

foram somadas e calculada a média por plântula (mg/plântula).<br />

Os dados foram submetidos à análise de variância segundo delineamento<br />

inteiramente casualizado e as médias comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de<br />

probabilidade.<br />

117


RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

O peso de 100 sementes do lote1 das marca semente Majes, seguidas das sementes<br />

Paso Ita e do lote de sementes da marca Boi Gordo, obtiveram as melhores médias<br />

(P0,05)<br />

(Tabela 1).<br />

Os resultados de vigor de plântula obtidos neste trabalho foram semelhantes aos<br />

observados por SÁ et al. (2009), em sementes de B. brizantha cv. Marandu colhidas no<br />

campo de produção.<br />

Segundo ORTOLANI & USBERTI (1981), os principais problemas que afetam o<br />

resultado de analises de gramíneas forrageiras são a homogeneidade dos lotes e sua<br />

amostragem e a obtenção da amostra de trabalho.<br />

CONCLUSÃO<br />

A marca da semente é um parâmetro relevante que deve ser considerado quando se<br />

procura sementes vigorosas para garantir o bom estabelecimento da pastagem. Para o<br />

produtor, o apoio de instituições de ensino e pesquisa nas análises de suas sementes pode<br />

contribuir para o ajuste da taxa de semeadura, considerando, entre outros fatores, o vigor<br />

das plântulas.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

BRASIL, Ministério da agricultura, pecuária a abastecimento. Sistema Nacional de<br />

Sementes e Mudas, Lei nº 10.71,1 Brasília, 2003.<br />

EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Brachiaria<br />

brizantha cv. Marandu. EMBRAPA Gado de Corte. Campo Grande (Folder). 1985.<br />

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Efetivo do rebanho<br />

por estados e municípios. Disponível em: www.ibge.gov.br>. Acesso em: 20/03/2009.<br />

ORTOLANI, D.B.; USBERTI, R. Problemas de análises em sementes de espécies de<br />

gramíneas forrageiras. Revista Brasileira de Sementes, v.03, n.2, p. 79-92, 1981.<br />

SÁ, A.M.; QUADROS, D.G; BEZERRA, A.R.G. et al. Germinação e vigor de plântulas de<br />

dois cultivares de Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf originárias de sementes<br />

colhidas manualmente e mecanicamente no oeste baiano. In: REUNIÃO ANUAL DA<br />

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 46. Maringá, 2009. Anais... Maringá: SBZ.<br />

2009. (CD-ROM)<br />

Autor. José Augusto Reis Almeida. Tel. (77) 8124 8272. Email: gutoja21@hotmail.com 07/2009<br />

118

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