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NERGAL E ERESHKIGAL

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O conselheiro de Ereshkigal dirigiu-se então a toda assembléia:<br />

- Meus sinceros agradecimentos aos grandes deuses dos Mundos das Alturas, despediu-se Namtar. Não<br />

pude, porém, o deus que vim procurar aqui encontrar. Mas mesmo não tendo cumprido minha missão, devo<br />

à minha rainha imediatamente retornar.<br />

Namtar retirou-se em grande estilo para retornar `as Grandes Profundezas, seguindo de imediato até<br />

Ereshkigal para relatar o seu insucesso.<br />

- Minha Senhora, tudo fiz conforme me foi pedido: retornei aos céus de vosso pai, o Grande Deus do<br />

Firmamento, à Assembléia dos Anunaki para procurar Nergal. Mas por mais que procurasse em todos os<br />

locais sagrados e profanos, não pude encontrá-lo, apesar de ter olhado com atenção as faces de todos os<br />

deuses, os Anunaki das Alturas. Entretanto, devo dizer que dentre eles, havia um jovem deus que fez todo<br />

possível para me evitar, não me olhando nos olhos, parecendo nervoso e agitado. Mas a face que meus<br />

olhos cuidadosamente fitaram com certeza não era a do deus a quem nas alturas procurei.<br />

- Estavam mesmo todos os deuses presentes, Namtar? Inquiriu Ereshkigal.<br />

- Com toda a certeza, minha rainha.<br />

- Mas só um dentre eles estava nervoso e agitado... Este provavelmente era Nergal, com certeza em<br />

disfarce ou protegido por alguma ilusão para não ser reconhecido por você, meu fiel vizir e companheiro,<br />

raciocinou Ereshkigal. Mas não nos deixaremos dar por vencidos, pois minha forca agora Nergal vai ter de<br />

conhecer! Volte, Namtar e faca o possível e o impossível para trazer de volta Nergal até mim, sob qualquer<br />

disfarce, feição ou arte! Com certeza foi Enki, meu astuto irmão, que fez alguma mágica para a proteção de<br />

Nergal. Desta vez, caro conselheiro, seja todo olhos e ouvidos, para não ser enganado por magica, ilusão,<br />

ou qualquer outra arte! Parta já, neste momento, com o dom que lhe concedo de ver além das aparências,<br />

enxergar alem do invólucro de tudo e todos a essência!<br />

- Eu ouço e obedeço, minha senhora.<br />

Namtar fez uma profunda reverência e imediatamente desapareceu, retornando `as Esferas Superiores. De<br />

volta `a Assembléia, na presença de todos os Anunaki das Autoras, Namtar ergueu a voz para dizer::<br />

- Grandes deuses e deusas, Anunaki das Alturas, eu vos saúdo mais uma vez em nome de minha rainha, a<br />

toda-poderosa Ereshkigal das Grandes Profundezas! Eu subo até os grandes deuses e deusas com a<br />

missão de levar de volta ao Mundo Subterrâneo o deus que partiu sem se despedir de minha rainha, que<br />

abandonou o Mundo Subterrâneo da forma mais covarde e desgraciosa, tal qual um ladrão e criminoso,<br />

esgueirando-se na calada da noite, fugindo para não ser apreendido. Em nome de minha senhora, eu<br />

conclamo a Nergal, o deus da Guerra e de todas as doenças, para com coragem dirigir-se à presença de<br />

minha grande rainha! De onde estiver Nergal, o deus que amou e abandonou Ereshkigal, eu conclamo que<br />

a todos agora, de imediato apareça! Será que o deus que à minha senhora se apresentou já dela e do que<br />

compartilharam juntos se esqueceu? Sete dias e seis noites de amor, carinho e paixão nas Grandes<br />

Profundezas para ele nada significaram? Eu exijo em nome de minha senhora as devidas reparações!<br />

Nergal, deus da Guerra que um dia ao Mundo Subterrâneo por sua livre e espontânea vontade desceu,<br />

vossa presença é de novo exigida nas Grandes Profundezas, para todo e qualquer mal-entendido<br />

esclarecer. Ao comer e beber da mesa de minha senhora, sentar-vos ao lado dela, compartilhar do leito<br />

sagrado e impregná-la com sua semente, um elo entre o deus da guerra e a rainha do Mundo Subterrâneo<br />

foi de forma indelével criado. Em nome de minha rainha, da Grande Ereshkigal, eu conclamo Nergal, o deus<br />

da guerra, para tudo com minha deusa esclarecer!<br />

Nergal não pôde ficar indiferente às palavras de Namtar, ao discurso apaixonado do fiel ministro e<br />

conselheiro de Ereshkigal. Com alegre surpresa, o corajoso deus da guerra percebeu que estava disposto a<br />

se render incondicionalmente, corpo, mente, coração e espirito, à Ereshkigal, não apenas por um momento,<br />

mas por toda a eternidade e além! Com esta grande certeza, em passos longos e resolutos, Nergal foi até<br />

Namtar:<br />

- Não, Namtar, eu não me esqueci de Ereshkigal! Eu posso tê-la deixado, mas certamente sempre pretendi<br />

voltar ... quando tivesse certeza dos desígnios do meu coração, sem outros encorajamentos ou coação!<br />

Bem, irei provar uma coisa a Ereshkigal: ela ter-me-á como companheiro e consorte, mas não como um<br />

fantoche na palma da sua mão! Em verdade, em verdade eu afirmo que Ereshkigal pode ser a Soberana do

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