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NERGAL E ERESHKIGAL

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Mundo Subterrâneo, mas eu exijo ser tratado como seu igual, deus e companheiro. Agora sou eu que vou<br />

até ela, abrindo todos os portais mais cerrados e tudo fazendo para ensinar uma lição à minha grande<br />

rainha e senhora do meu ardente coração!<br />

De imediato, Nergal cumpriu a sua palavra, pois começou a longa e árdua descida para o Mundo<br />

Subterrâneo. Desta vez, a cada portal, Nergal não mais pediu, mas exigiu passagem, em voz calma mas<br />

cheia de autoridade. Como quem chegou para ficar Nergal desceu, como um soberano, ciente de seus<br />

direitos e deveres, ele prosseguiu sem pestanejar, não ouvindo as provocações dos guardiões dos portais,<br />

os quais não cessaram de testar as reais intenções de Nergal. Pela primeira vez, o Deus da Guerra, o<br />

Beligerante Nergal ignorou provocações, não perdeu a paciência, manteve seu temperamento bravio sob<br />

controle para mais depressa chegar até Ereshkigal, onde quer que ela estivesse.<br />

No limiar de cada um dos Sete Portais, clamou Nergal:<br />

- Guardião do Portal! Que me seja concedida passagem! Aqui quem lhes fala é Nergal, o Deus da Guerra,<br />

que, entretanto, neste momento com ninguém quer brigar, somente exigir passagem, para no Mundo das<br />

Profundezas poder entrar. Eu desço por minha livre e espontânea vontade, eu escolho pelo desejo do meu<br />

coração e anseio da minha alma para Ereshkigal voltar. E agora, sem parar para discutir ou problemas<br />

causar, eu sigo em frente! Repito: quero o direito de passagem, sem confusões ou demoras, desde já.<br />

Tanta confiança valeu, realmente, a Nergal o direito de passagem. E à medida em que Nergal avançava,<br />

alegria e confiança entraram o coração do deus guerreiro. Seus pés passaram a correr pela antecâmara de<br />

Ereshkigal, correndo ele subiu as escadarias que levavam ao trono mais alto do Mundo Subterrâneo.<br />

Como de sempre, silenciosa, magnífica, lá estava sentada Ereshkigal. Ao vê-la novamente, o mundo parou<br />

e tudo fez sentido derepente. Surpreso e feliz, Nergal parou, e as palavras como torrente saíram de seus<br />

lábios, do seu coração, corpo e mente:<br />

- Eu voltei, adorada, agora para ficar, pois descobri que aqui, contigo é o meu lugar.<br />

Para Ereshkigal, o mundo também parou ao ver Nergal entrar, tudo voltando alegremente ao seu lugar ao<br />

ouvir o que ele tinha a lhe dizer ao chegar. Bom humor porém venceu a batalha de emoções que rugia<br />

dentro de Ereshkigal: antes de Nergal ter a paz dos braços dela, algo de rendição ele teria com certeza de<br />

mostrar!<br />

- Então voltaste para mim, meu deus.... de tua livre e espancada vontade?<br />

Ele já devia saber que Ereshkigal não iria recebê-lo imediatamente de braços abertos. Não sem alguma<br />

luta, algum esforço da parte dele. Mas ela realmente valia todas as batalhas. De fato, Ereshkigal era todos<br />

os troféus.<br />

- Eu por acaso te disse que não voltaria?<br />

- Não, como também não me disseste que irias partir.... retrucou Ereshkigal.<br />

O tom levemente irritado de Ereshkigal, sem dúvida uma de suas mais deliciosas características, era traído<br />

pelo sorriso que ela não tentava mais esconder. Nergal riu também, e não pôde mais resistir. Venceu os<br />

passos que faltavam para chegar até ela, mergulhou as mãos nas longas madeixas de ébano e selou-lhe os<br />

lábios com um beijo apaixonado.<br />

- Mesmo sabendo o quão impossível, autoritária e inflexível tu és, adorada, sim, eu voltei para ti, desta vez<br />

para não mais te deixar. Tens estado por tempo demais sozinha nas Grandes Profundezas, minha querida.<br />

Portanto, eu por aqui irei ficando. Contigo no Mundo Subterrâneo, não como espirito cativo, mas como teu<br />

consorte, para julgar os casos dos deuses e dos vivos ao teu lado. Mas antes de me aceitares, deixa-me<br />

fazer algo que deveria ter feito ao chegar. Não agora, mas da primeira vez que desci até ti.<br />

Nergal foi até os aposentos que havia compartilhado com Ereshkigal, em busca do trono que com suas<br />

mãos havia esculpido, o trono de madeira sagrada, e colocou-o ao lado do trono da Grande Rainha do<br />

Mundo Subterrâneo. Com a mais perfeita cortesia, ele sorriu para ela, e com um joelho ao solo, pediu-lhe<br />

formalmente a mão::

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