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A PRISÃO DE SÃO BENEDITO e outras histórias Luiz ... - O Caixote

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a mulher de Alfredinho<br />

as glosas de seu Abel<br />

outra glosa<br />

A MULHER <strong>DE</strong> ALFREDINHO<br />

Alfredinho, quando não arranjava serviço, ficava sentado<br />

no batente da porta de casa jogando pulhas pras moças e se<br />

enxerindo com quem passava. A mulher dele ficava na sala,<br />

atracada à máquina de costura e ouvindo as más respostas que<br />

ele levava. De vez em quando, fazia um comentário:<br />

− Bem feito! Podia ficar sem essa.<br />

Ele coçava as canelas e cuspia no meio−fio.<br />

− Eita lote de rapariga!<br />

Uma tarde, ia passando o barbeiro a caminho do salão.<br />

Alfredinho veio acompanhando com seu olhar zombeteiro as<br />

passadas do oficial, até que ele cruzasse a sua porta. Coçou as<br />

canelas e deu um bocejo.<br />

− Só queria que o rio desse uma cheia e afogasse os<br />

cornos tudinho de Palmares.<br />

A mulher parou a costura e deu um muxoxo:<br />

− Tu te cala, Alfredinho; tu não sabe nadar...<br />

AS GLOSAS <strong>DE</strong> SEU ABEL<br />

Lembro−me bem dele subindo a ladeira da Coréia com<br />

seu passo miúdo e os olhinhos pregados no chão. Já velhinho,<br />

era uma presença afável e uma conversa mansa. Influente,<br />

prestigiado, transmitira aos filhos a energia, a alegria e a<br />

vontade de viver. Dele, quero falar apenas das glosas. Era só a<br />

gente dar o mote, que ele criava em cima, escrevendo num<br />

papel. A mais famosa foi sobre a prisão de São Benedito, mas<br />

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