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Anais (ISBN 978-85-7192-814-5) - Instituto de Ciências Humanas ...

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VI Encontro Regional Sul <strong>de</strong> História Oral: Narrativas, Fronteiras e I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

AIDS, elucida a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> significações que a enfermida<strong>de</strong> produziu<br />

nestas últimas décadas.<br />

Assim, Marques conclui:<br />

Pensar o início dos anos 80, ou mesmo a década anterior a esse período, nos<br />

remete a um tempo sentido como longínquo, quando questões como qual<br />

seria o comportamento coletivo ante uma epi<strong>de</strong>mia não fazia parte da<br />

agenda científica da História do Presente ou da Saú<strong>de</strong> Pública. Esse tempo<br />

sentido, que é o tempo da história da AIDS na socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna, nos<br />

permite afirmar, ou preten<strong>de</strong>r, que o distanciamento temporal em relação<br />

ao objeto <strong>de</strong> pesquisa o qualifica e o legitima como objeto da História (2002,<br />

p.45).<br />

Como dimensiona Frank (1999), ter por <strong>de</strong>finição o tempo presente<br />

problematiza questões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m metodológica, sobretudo, na seleção <strong>de</strong><br />

fontes pertinentes, nesse sentido, nosso objetivo relaciona-se a utilização<br />

das fontes orais, contextualizando no âmbito das pesquisas do HIV/Aids.<br />

3. A AIDS E AS FONTES ORAIS<br />

Ainda que brevemente, temos por objetivo tematizar as fontes orais<br />

como metodologia <strong>de</strong> pesquisa, a fim <strong>de</strong> sistematizá-lo e situa-lo no<br />

âmbito da história do tempo presente. Tal perspectiva insere-se na<br />

“revolução” historiográfica <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada pelos teóricos as Escolas dos<br />

Annales, e dimensionam diferentes perspectivas quanto à pesquisa e à<br />

escrita histórica, e <strong>de</strong>notam as ambições <strong>de</strong> rupturas engendradas pelos<br />

historiadores em <strong>de</strong>trimento ao factulismo. Assim, os interesses voltam-se<br />

para os anônimos, seus modos <strong>de</strong> ver, sentir e pensar. Revitalizou-se a<br />

experiência individual, paralelamente, o político e o interesse pelo<br />

contemporâneo ganharam outras dimensões. Logo, assim como a microhistória,<br />

a importância da entrevista oral justifica-se pela plausibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ser via para a humanização da história, cuja abordagem “<strong>de</strong>ve permitir o<br />

enriquecimento da análise social, torna-la mais complexa, pois leva em<br />

conta aspectos diferentes, inesperados, multiplicados da experiência<br />

coletiva” (LEVI, 2000,p.72)<br />

Em contrapartida, como escreve Frank, a história oral é alvo <strong>de</strong><br />

freqüente <strong>de</strong>bate. Em primeiro lugar quanto a sua própria <strong>de</strong>nominação,<br />

uma vez que inconvenientemente indica uma história sob a ênfase da<br />

pesquisa Oral, “uma história militante, convencida sobre a superiorida<strong>de</strong><br />

490 [anais]

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