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uma discussão teórico-metodológica sobre o uso da - Unesp

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MOREIRA, S.A.G.<br />

Uma <strong>discussão</strong> <strong>teórico</strong>-<strong>metodológica</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> “Cartografia Multimídia” para a formação de<br />

professores de geografia<br />

UMA DISCUSSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA SOBRE O USO<br />

DA “CARTOGRAFIA MULTIMÍDIA” PARA A FORMAÇÃO DE<br />

Considerações iniciais<br />

1° SIMPGEO/SP, Rio Claro, 2008<br />

ISBN: 978-85-88454-15-6<br />

PROFESSORES DE GEOGRAFIA<br />

Suely Apareci<strong>da</strong> Gomes Moreira 1<br />

O rápido desenvolvimento tecnológico que ocorreu, principalmente, a partir <strong>da</strong><br />

déca<strong>da</strong> de 1990, permitiu alterações que repercutiram nos diferentes seguimentos<br />

sociais. Essas alterações, engendra<strong>da</strong>s, <strong>sobre</strong>tudo, pelo surgimento <strong>da</strong>s novas<br />

tecnologias de comunicação e informação (TICs), especialmente, pelo <strong>uso</strong> do<br />

computador e <strong>da</strong> rede de Internet, impactaram o mundo do trabalho e as relações<br />

sociais, o que acabou por refletir direta ou indiretamente na Educação, de modo geral.<br />

Daí, ocorreu a necessi<strong>da</strong>de de se (re)pensar o papel <strong>da</strong> Escola, o que provocou o<br />

acirramento de debates acerca de sua função social no mundo contemporâneo. As<br />

preocupações abrangem tanto os objetivos, quanto os conteúdos e as formas de se<br />

ensinar. Isso contribuiu para a procura pela criação de ambientes de ensino-<br />

aprendizagem, onde o aluno possa ser estimulado a construir conhecimentos<br />

significativos acerca <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de sócio-espacial em diferentes escalas.<br />

As discussões direcionam para a busca de caminhos para a superação do modelo<br />

tradicional, ain<strong>da</strong> presente em muitas práticas pe<strong>da</strong>gógicas, intitula<strong>da</strong>s por Paulo Freire<br />

como “educação bancária”, entendi<strong>da</strong> como um ensino baseado na “transmissão de<br />

saberes” do professor para o aluno. No Brasil essas reflexões têm proporcionando<br />

significativas mu<strong>da</strong>nças de natureza <strong>teórico</strong>-<strong>metodológica</strong>s nos diferentes campos do<br />

saber. No ensino de Geografia, em particular, tem havido debates expressivos, porém<br />

ain<strong>da</strong> insuficientes para provocar alterações necessárias nos modos de ensinar-aprender.<br />

1<br />

Aluna regular (Doutorado) do Programa de Pós-Graduação em Geografia – UNESP – Rio Claro<br />

(Bolsista CNPq)<br />

Linha de Pesquisa: Território, Cultura, Ensino e Metodologias em Geografia.<br />

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Uma <strong>discussão</strong> <strong>teórico</strong>-<strong>metodológica</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> “Cartografia Multimídia” para a formação de<br />

professores de geografia<br />

Com isso, a ativi<strong>da</strong>de docente tem ca<strong>da</strong> vez mais se apresentado como <strong>uma</strong><br />

tarefa complexa. O fato é que a nova reali<strong>da</strong>de imposta pelo fácil acesso aos meios de<br />

comunicação de massa, como o rádio, a televisão, o computador, o telefone celular, a<br />

Internet, dentre outros, via de regra, muito apreciados pelas crianças e jovens em i<strong>da</strong>de<br />

escolar, modificou profun<strong>da</strong>mente os ambientes de ensino-aprendizagem.<br />

Segundo Moran (2008), a Educação que antes acontecia em espaços e tempos<br />

determinados como, escola, sala de aula, calendário escolar, estrutura curricular rígi<strong>da</strong>,<br />

pode ser favoreci<strong>da</strong> em diferentes espaços e tempos não-formais. Dessa forma, as TICs<br />

têm se apresentado como novas possibili<strong>da</strong>des de organização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des educativas<br />

formais ou informais, por meio do <strong>uso</strong> de diferentes linguagens de comunicação e<br />

expressão em que professores e alunos podem se apoiar para subsidiar a construção de<br />

conhecimentos.<br />

Assim, ensinar Geografia, também, tem se tornado <strong>uma</strong> tarefa ca<strong>da</strong> vez mais<br />

ampla, pois, além dominar os conhecimentos relativos aos conceitos/categorias<br />

inerentes ao ensino dessa disciplina, faz-se necessário selecionar e saber utilizar<br />

linguagens adequa<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> situação de ensino-aprendizagem. Uma <strong>da</strong>s linguagens<br />

mais utiliza<strong>da</strong>s no ensino de Geografia é, indubitavelmente, o mapa. Ele favorece a<br />

compreensão sócio-espacial, na medi<strong>da</strong> em que possibilita realizar estudos<br />

comparativos <strong>da</strong>s diferentes paisagens e territórios representados em várias escalas.<br />

Entretanto, essa nova reali<strong>da</strong>de tecnológica, à qual a socie<strong>da</strong>de está exposta, tem<br />

também modificado as relações entre as pessoas e os mapas. Se antes a maioria dos<br />

mapas era impressa, hoje eles se apresentam em meio eletrônico, e o usuário pode ain<strong>da</strong><br />

se apoiar na combinação de textos, gráficos, som, vídeo e animações para melhor<br />

compreender o espaço representado. Essa nova forma de representação e de<br />

comunicação <strong>da</strong> informação espacial está se tornando conheci<strong>da</strong> como Cartografia<br />

Multimídia, mas no Brasil seu conceito ain<strong>da</strong> é pouco compreendido, além de pouco se<br />

saber como utilizá-la para potencializar a construção de conhecimentos significativos<br />

acerca do mundo em que vivemos.<br />

Frente a estas questões, estamos desenvolvendo <strong>uma</strong> pesquisa cujo objetivo é<br />

discutir <strong>uma</strong> proposta <strong>teórico</strong>-<strong>metodológica</strong> para o <strong>uso</strong> eficiente <strong>da</strong> Cartografia<br />

Multimídia nos cursos de formação de professores de Geografia, na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de<br />

Ensino a Distância (EaD). Entendemos que o curso de Licenciatura em EaD difere<br />

muito de um curso presencial, <strong>uma</strong> vez que considera outras possibili<strong>da</strong>des de aprender,<br />

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Uma <strong>discussão</strong> <strong>teórico</strong>-<strong>metodológica</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> “Cartografia Multimídia” para a formação de<br />

professores de geografia<br />

pois o conhecimento é veiculado n<strong>uma</strong> mídia distinta <strong>da</strong>s relações presenciais, em que<br />

ocorre o estudo de textos, exposições orais, discussões entre professores e alunos, e<br />

outras ativi<strong>da</strong>des que acontecem na sala de aula.<br />

A EaD utiliza várias mídias como forma de comunicação, que podem<br />

possibilitar a construção autônoma e ilimita<strong>da</strong> do conhecimento. Não negamos o <strong>uso</strong> de<br />

tais recursos no ensino presencial, mas normalmente eles se apresentam como<br />

complemento. Entretanto, a EaD tem como suporte o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> tecnologia, que é único ou<br />

principal meio de comunicação, ou seja, o ensino depende <strong>da</strong> tecnologia (MOORE;<br />

KEARSLEY, 2007).<br />

Sabemos, pois, que em um curso presencial de formação de professores em<br />

Geografia não estão excluídos o <strong>uso</strong> de computador, de sites de busca para pesquisa na<br />

Internet, <strong>da</strong> utilização de mapas eletrônicos, do <strong>uso</strong> de SIG, inclusive. Porém, há um<br />

predomínio do <strong>uso</strong> de materiais impressos, especialmente do <strong>uso</strong> de mapas para<br />

promover a apreensão <strong>da</strong> organização espacial. A questão que se apresenta é que temos<br />

observado que o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> linguagem cartográfica tem sido reproduzido tal como acontece<br />

nos cursos presenciais na formação de professores de Geografia no Ensino a Distância.<br />

Isso possivelmente decorre do fato de que tenhamos um conhecimento superficial em<br />

relação ao <strong>uso</strong> e ao potencial <strong>da</strong> Cartografia Multimídia no ensino de Geografia.<br />

Neste sentido, acreditamos ser de fun<strong>da</strong>mental importância ampliar a <strong>discussão</strong><br />

<strong>sobre</strong> a formação docente, especialmente de professores de Geografia, considerando<br />

como meio de formação a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de a Distância, ao atentarmos para as<br />

potenciali<strong>da</strong>des e limitações <strong>da</strong> Cartografia Multimídia como <strong>uma</strong> linguagem que pode<br />

facilitar a compreensão dos conceitos geográficos, na medi<strong>da</strong> em que permite a<br />

interativi<strong>da</strong>de e favorece o entendimento <strong>da</strong> dinamici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> organização espacial.<br />

Entretanto, apesar de entendemos que a problemática desta pesquisa se apresenta<br />

no campo <strong>da</strong> investigação teórica, não pretendemos propor metodologias de ensino-<br />

aprendizagem, ou definir a institucionalização <strong>da</strong> Cartografia Multimídia como mais um<br />

conteúdo nos currículos de licenciatura, mas compreendê-la num sentido mais amplo,<br />

discutindo suas potenciali<strong>da</strong>des e limitações para formação de professores. É importante<br />

ressaltar, ain<strong>da</strong>, que a EaD não é o foco principal deste trabalho, mas é o meio pelo qual<br />

a Cartografia Multimídia pode ser trabalha<strong>da</strong> para a formação de professores.<br />

Nossas preocupações estão relaciona<strong>da</strong>s principalmente às seguintes questões:<br />

Qual a relação entre a Cartografia Multimídia e a EaD na formação de professores de<br />

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Uma <strong>discussão</strong> <strong>teórico</strong>-<strong>metodológica</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> “Cartografia Multimídia” para a formação de<br />

professores de geografia<br />

Geografia? Quais são os princípios <strong>da</strong> Cartografia Multimídia? Quais são os<br />

pressupostos que definem um curso de EaD para formação de professores? Quais as<br />

contribuições, os limites e as perspectivas para o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> Cartografia Multimídia na<br />

formação dos professores de Geografia? Quais as diretrizes para o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> linguagem<br />

cartográfica multimídia para a formação de professores de Geografia?<br />

Na tentativa de melhor compreender estas questões, delimitamos alguns<br />

objetivos específicos, quais sejam: Identificar as aproximações e os distanciamentos<br />

entre a Cartografia Multimídia e a EaD na formação de professores de Geografia;<br />

compreender os princípios <strong>da</strong> Cartografia Multimídia; analisar os pressupostos que<br />

definem um curso <strong>da</strong> EaD para a formação de professores; identificar as contribuições,<br />

os limites e as perspectivas para o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> Cartografia Multimídia na formação dos<br />

professores de Geografia; e discutir diretrizes para o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> Cartográfica Multimídia na<br />

formação de professores de Geografia em EaD.<br />

Dessa forma, estamos realizando <strong>uma</strong> pesquisa bibliográfica e documental de<br />

obras referentes à Cartografia Multimídia, à Formação de Professores e à Educação a<br />

Distância, acompanha<strong>da</strong> de discussões e reflexões no grupo de pesquisa ‘Geografia e<br />

Cartografia Escolar’ 2 , que estão nos auxiliando na fun<strong>da</strong>mentação e elaboração dos<br />

instrumentos de investigação e desenvolvimento <strong>da</strong> pesquisa. Posteriormente,<br />

realizaremos <strong>uma</strong> pesquisa direta e indireta, junto a professores que cursam Licenciatura<br />

em Geografia na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de EaD, com vistas a conhecer como acontece o ensino <strong>da</strong><br />

Cartografia nesta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de ensino. Por fim, pretendemos apresentar alg<strong>uma</strong>s<br />

recomen<strong>da</strong>ções que consideramos fun<strong>da</strong>mentais para a formação de professores de<br />

Geografia, no que se refere ao <strong>uso</strong> <strong>da</strong> Cartografia Multimídia.<br />

Na seqüência, <strong>uma</strong> breve <strong>discussão</strong> <strong>sobre</strong> os principais aspectos <strong>da</strong> Cartografia<br />

Multimídia e <strong>da</strong> Educação a Distância para <strong>uma</strong> melhor compreensão destas<br />

terminologias. Antes, consideramos necessário esclarecer a distinção entre os termos<br />

“tecnologia” e “mídia”, pois muitas vezes são entendidos erroneamente como<br />

sinônimos.<br />

Moore; Kearsley (2007, p. 7) explicam que “a tecnologia é o que constitui o<br />

veículo para comunicar mensagens e estas são representa<strong>da</strong>s em <strong>uma</strong> mídia”.<br />

Compreendi<strong>da</strong> dessa maneira, a tecnologia é o meio para suportar um ou mais tipos de<br />

2 Veja maiores informações <strong>sobre</strong> o Grupo de Pesquisa “Geografia e Cartografia Escolar” no endereço<br />

eletrônico: http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0330708LXB953B<br />

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Uma <strong>discussão</strong> <strong>teórico</strong>-<strong>metodológica</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> “Cartografia Multimídia” para a formação de<br />

professores de geografia<br />

mídias. Os quatro tipos de mídia existentes, segundo esses autores, são: a) texto – que<br />

podem ser distribuídos na forma impressa ou eletronicamente; b) imagens – fixas ou em<br />

movimento, que também podem ser distribuí<strong>da</strong>s na forma impressa ou eletronicamente;<br />

c) sons – quem podem ser distribuídos em CDs, fitas de áudio, por telefone ou on-line; e<br />

d) dispositivos. A tecnologia on-line pode dispor de to<strong>da</strong>s as formas de mídia<br />

simultaneamente.<br />

Alguns aspectos <strong>da</strong> Cartografia Multimídia<br />

O recente desenvolvimento <strong>da</strong> técnica <strong>da</strong> multimídia tem permitido aos<br />

cartógrafos e aos usuários de mapas a criação e o <strong>uso</strong> de apresentações de multimídia na<br />

Cartografia. Segundo estudos realizados por Cartwright (1999) o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> informática na<br />

produção, armazenamento e distribuição de mapas se intensificou, principalmente, a<br />

partir de 1970. O computador, nas déca<strong>da</strong>s anteriores, era usado basicamente para<br />

auxiliar no processo de produção de mapas em papel.<br />

Porém, os avanços na forma de armazenamento de <strong>da</strong>dos (CD-ROM/DVD) e a<br />

popularização <strong>da</strong> Internet (World Wide Web) durante os anos de 1980 e 1990,<br />

contribuíram para o que Peterson (1999) classifica como <strong>uma</strong> segun<strong>da</strong> on<strong>da</strong> de<br />

desenvolvimento <strong>da</strong> Cartografia na área de Multimídia. To<strong>da</strong>via, no decorrer <strong>da</strong> déca<strong>da</strong><br />

de 1990 e início deste século, com o acesso à Internet, houve <strong>uma</strong> democratização do<br />

acesso aos mapas.<br />

Atualmente há <strong>uma</strong> multiplici<strong>da</strong>de de leitores de mapas, que buscam o auxílio<br />

desta ferramenta, principalmente em meio digital, para finali<strong>da</strong>des distintas. Se antes os<br />

mapas proporcionavam informações tais como fluxo de transportes, migrações,<br />

fronteiras, localização de ci<strong>da</strong>des, rios e montanhas, entre outras, e eram utilizados<br />

principalmente para localizar pontos, determinar distâncias, estabelecer relações entre<br />

diversos fenômenos geográficos, hoje em dia eles possuem <strong>uma</strong> plurali<strong>da</strong>de de outras<br />

funções.<br />

Assim, são desenvolvidos e disponibilizados com o <strong>uso</strong> de recursos de<br />

“multimídia” que abrem caminhos para que o leitor estabeleça <strong>uma</strong> “conversa” com os<br />

mesmos, mu<strong>da</strong>ndo as relações entre o leitor e o mapa. Antes, eles eram organizados e<br />

impressos num formato preestabelecido, estático, sem que houvesse qualquer<br />

possibili<strong>da</strong>de de interativi<strong>da</strong>de. Com o avanço dos recursos tecnológicos, é possível que<br />

o leitor selecione as informações de acordo com seus interesses e necessi<strong>da</strong>des e interaja<br />

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com o mapa. Ou seja, são integrados recursos de multimídia à Cartografia, que<br />

permitem a animação e a interativi<strong>da</strong>de entre o leitor e o mapa (RAMOS, 2005).<br />

De acordo com Cartwright (1999) o desenvolvimento do termo “multimídia” se<br />

deu a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1970, e ain<strong>da</strong> não há consenso <strong>sobre</strong> o seu significado.<br />

Inclusive, os diversos seguimentos <strong>da</strong> indústria, como de filmes, jogos e brinquedos,<br />

computadores, entre outros, têm diferentes compreensões <strong>sobre</strong> o que constitui a<br />

multimídia. No entanto, em conformi<strong>da</strong>de com Peterson (1999, p. 127) “multimídia são<br />

as várias combinações de textos, gráficos, animação, som, e vídeo para os propósitos de<br />

melhorar a comunicação”, ou seja, é a integração de diversas formas de comunicação<br />

para veicular informações.<br />

Destarte, o <strong>uso</strong> do termo multimídia foi incorporado à Cartografia a partir de<br />

meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1980, e apresenta<strong>da</strong> como suporte a combinação de mapas com<br />

outras mídias (textos, figuras, vídeos, sons), visando representar o mundo de maneira<br />

mais realística (Peterson, 1999, p. 34). Esse autor argumenta que as diversas mídias<br />

podem “criar diferentes formas de expressão”. Dessa maneira, “um ‘mapa multimídia’<br />

pode ser construído em várias cama<strong>da</strong>s, ca<strong>da</strong> <strong>uma</strong> delas dirigi<strong>da</strong>s às necessi<strong>da</strong>des de<br />

diferentes usuários.”<br />

Neste sentido, o <strong>uso</strong> do computador tornou possível ao usuário mu<strong>da</strong>r sua<br />

relação com o mapa, na medi<strong>da</strong> em que este recurso permite a seleção e apresentação<br />

<strong>da</strong>s informações, a partir do que se deseja conhecer. Assim, o computador adicionou um<br />

componente conhecido como interativi<strong>da</strong>de, por meio do qual o usuário pode participar<br />

ativamente <strong>da</strong> seleção e apresentação de informação, saindo simplesmente na condição<br />

de um observador passivo, para ser alguém que seleciona e interfere na apresentação <strong>da</strong><br />

informação. Este recurso é conhecido como multimídia interativa (PETERSON, 1999).<br />

Seguindo esta lógica, a multimídia pode ser classifica<strong>da</strong> em dois tipos:<br />

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a não-interativa, em que um tema encadeia outro, como as páginas de um<br />

livro (nessa estrutura, é permitido ao usuário apenas o movimento de seguir<br />

adiante ou retroceder – esse tipo de multimídia é também chamado de línea);<br />

e a multimídia interativa, que alguns autores chamam de não-linear, em que<br />

o encadeamento dos temas não obedece necessariamente a <strong>uma</strong> seqüência<br />

predefini<strong>da</strong>. Um tema é apresentado, bem como todos os outros a ele<br />

relacionados, e o usuário ‘navega’ na informação de acordo com a sua<br />

necessi<strong>da</strong>de (RAMOS, 2005, p. 51).<br />

Portanto, a multimídia interativa se apresenta na forma de hipermídia, que são<br />

procedimentos não lineares de movimentação <strong>da</strong> informação, contrária à lógica do papel<br />

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professores de geografia<br />

impresso que direciona o leitor a se movimentar num sentido pré-estruturado. To<strong>da</strong>via,<br />

a multimídia e a hipermídia estão mu<strong>da</strong>ndo a maneira pela qual a informação é<br />

comunica<strong>da</strong>.<br />

Peterson identifica cinco princípios considerados básicos quando se trabalha<br />

Cartografia Multimídia:<br />

a) A insuficiência <strong>da</strong> Mídia de Papel: Entre as vantagens apresenta<strong>da</strong>s pela<br />

mídia em papel para a Cartografia, em relação à mídia em computadores, estão a<br />

facili<strong>da</strong>de de transporte e a capaci<strong>da</strong>de de suportar <strong>uma</strong> resolução espacial maior, além<br />

<strong>da</strong> longevi<strong>da</strong>de do papel ser maior que a mídia eletrônica. Entretanto, apesar do papel<br />

oferecer maiores vantagens à cartografia, ele é insuficiente para competir com a mídia<br />

interativa no que diz respeito a responder à essência <strong>da</strong> Cartografia – a representação e<br />

comunicação do mundo espacial e dinâmico.<br />

b) Problemas associados à distribuição de mapas em papel: Um dos aspectos<br />

mais importantes para o <strong>uso</strong> de mapas é a sua disponibili<strong>da</strong>de para <strong>uso</strong> <strong>da</strong>s pessoas em<br />

geral. A evolução <strong>da</strong> impressão de mapas facilitou o seu <strong>uso</strong>, <strong>da</strong> mesma maneira que a<br />

Internet pode acelerar muito mais a distribuição de mapas a um público ca<strong>da</strong> vez maior.<br />

Além disso, os mapas na Internet permitem a interativi<strong>da</strong>de, consentem ao usuário<br />

mu<strong>da</strong>r a perspectiva, a projeção ou o nível de detalhe.<br />

c) Problemas relacionados ao <strong>uso</strong> de mapas: Comprova<strong>da</strong>mente um dos<br />

maiores problemas relacionados ao <strong>uso</strong> de mapas está associado à falta de habili<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

população, ou seja, a falta de conhecimento específico em relação à sua linguagem de<br />

comunicação. A multimídia interativa se apresenta como <strong>uma</strong> solução para este<br />

problema, na medi<strong>da</strong> em que pode incorporar animação, que estimula o usuário a<br />

explorar métodos de representação alternativos que facilitem a compreensão do mundo.<br />

d) O valor intrínseco <strong>da</strong> Multimídia: Apesar de vários argumentos contrários ao<br />

valor <strong>da</strong> multimídia para melhorar a transferência de informação e conhecimento, esse<br />

autor se apóia na idéia de que a aquisição <strong>da</strong> informação é um processo ativo. Baseado<br />

nisso, acredita que ambientes interativos podem promover <strong>uma</strong> melhor aprendizagem,<br />

pois os usuários são capazes de explorar ativamente as informações de multimídia.<br />

e) A obrigação moral <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de cartográfica: Peterson discor<strong>da</strong> <strong>da</strong> idéia<br />

difundi<strong>da</strong> na Cartografia, de que a maioria <strong>da</strong>s pessoas não realiza nenhum tipo de<br />

análise espacial, portanto não precisam de mapas. Ele acredita que os mapas facilitam a<br />

compreensão do mundo e oferecem informações para toma<strong>da</strong> de decisões significativas,<br />

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professores de geografia<br />

sendo especialmente importantes para a participação democrática de todos. Desse modo,<br />

a Cartografia Multimídia representa um caminho para disponibilizar mapas para um<br />

número mais amplo de pessoas.<br />

Alguns aspectos <strong>da</strong> Educação a Distância<br />

Uma <strong>da</strong>s principais características <strong>da</strong> Educação a Distância é o fato de o<br />

processo ensino-aprendizagem ser mediado pelo <strong>uso</strong> de tecnologias e professores e<br />

alunos estarem separados espacial e/ou temporalmente. Segundo Moran (2002, p. 1),<br />

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ISBN: 978-85-88454-15-6<br />

É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente<br />

juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por<br />

tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também<br />

podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o<br />

telefone, o fax e tecnologias semelhantes.<br />

Portanto, os conceitos e conhecimentos que se espera que o aluno apren<strong>da</strong> são<br />

transmitidos por meio de um sistema de multimídia, pois o ensino se processa pelos<br />

mais diversos meios de comunicação, isolados ou combinados. Como exemplo, pode-se<br />

utilizar em material impresso distribuído pelo correio, transmissão via rádio ou TV, fitas<br />

de áudio ou de vídeo, redes de computadores, sistemas de teleconferência ou<br />

videoconferência, telefone, entre outros.<br />

Isto se apresenta como possibili<strong>da</strong>de ampla de aprendizagem, pois o aluno não<br />

dispõe somente de textos e explicações do professor, como acontece na educação<br />

presencial. Ele pode e deve ter acesso a textos, mas necessitam apoiar-se n<strong>uma</strong> mídia<br />

produzi<strong>da</strong>. Pressupõe-se que ele tenha <strong>uma</strong> ferramenta, <strong>uma</strong> plataforma para fazer as<br />

ativi<strong>da</strong>des à distância.<br />

A proposta de ensino-aprendizagem em EaD evidencia a interativi<strong>da</strong>de por<br />

meio <strong>da</strong>s diversas mídias utiliza<strong>da</strong>s como meio de comunicação. As tecnologias<br />

interativas deverem se constituir no cerne de qualquer processo de educação nesta<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de ensino a fim de que haja o intercâmbio e a interlocução maior de saberes<br />

entre todos os que estão envolvidos nesse processo.<br />

Outro aspecto que Moran (2002) destaca em relação ao Ensino a Distância é a<br />

mu<strong>da</strong>nça do conceito de curso e de aula. Estes, na educação presencial, acontecem em<br />

espaços e tempos determinados. Em EaD os espaços e tempos são flexíveis, e os<br />

momentos de ensino-aprendizagem são enriquecidos com as possibili<strong>da</strong>des<br />

proporciona<strong>da</strong>s pelas tecnologias interativas. Por meio delas devem ser criados<br />

ambientes para se receber e responder mensagens dos alunos, criar listas de <strong>discussão</strong> e<br />

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Uma <strong>discussão</strong> <strong>teórico</strong>-<strong>metodológica</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> “Cartografia Multimídia” para a formação de<br />

professores de geografia<br />

alimentar continuamente os debates e pesquisas com textos, páginas <strong>da</strong> Internet, entre<br />

outros. Segundo o autor,<br />

1° SIMPGEO/SP, Rio Claro, 2008<br />

ISBN: 978-85-88454-15-6<br />

Há <strong>uma</strong> possibili<strong>da</strong>de ca<strong>da</strong> vez mais acentua<strong>da</strong> de estarmos todos presentes<br />

em muitos tempos e espaços diferentes. Assim, tanto professores quanto<br />

alunos estarão motivados, entendendo "aula" como pesquisa e intercâmbio.<br />

Nesse processo, o papel do professor vem sendo redimensionado e ca<strong>da</strong> vez<br />

mais ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na<br />

instigante aventura do conhecimento. (MORAN, 2002, p. 2)<br />

Há, neste caso, um tutorial, quer dizer, um orientador com quem se possa<br />

esclarecer as dúvi<strong>da</strong>s, conversar, discutir idéias. Deve haver momentos presenciais ou<br />

não, em que o aluno expõe suas “desconfianças” e alguém o orienta no sentido de obter<br />

compreensões efetivas acerca do que se deseja conhecer.<br />

Outro aspecto interessante <strong>da</strong> EaD é o caráter de participação colaborativa,<br />

passando de modelos de ensino-aprendizagem predominantemente individuais para a<br />

ação colaborativa entre os alunos envolvidos. É inegável a importância <strong>da</strong> interferência<br />

ou a influência dos outros alunos na aprendizagem. Portando, devem acontecer foros,<br />

espaços onde o aluno, nessa plataforma à distância, possa acessar e ver as dúvi<strong>da</strong>s dos<br />

colegas, conversar, interagir com o grupo, ou seja, deve haver <strong>uma</strong> interação<br />

colaborativa entre os alunos. Neste sentido, Moran (2002, p. 2) alerta para o fato que,<br />

Educação a distância não é um "fast-food" em que o aluno se serve de algo<br />

pronto. É <strong>uma</strong> prática que permite um equilíbrio entre as necessi<strong>da</strong>des e<br />

habili<strong>da</strong>des individuais e as do grupo - de forma presencial e virtual. Nessa<br />

perspectiva, é possível avançar rapi<strong>da</strong>mente, trocar experiências, esclarecer<br />

dúvi<strong>da</strong>s e inferir resultados.<br />

Dessa maneira, o aprendizado em colaboração deve promover a inclusão e o<br />

senso de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de entre o grupo e facilitar a expressão dos diferentes pontos de<br />

vista, a fim de que todos consigam aprender.<br />

Considerações finais<br />

A Cartografia Multimídia se apresenta como <strong>uma</strong> nova mídia que podemos<br />

conduzir para um novo relacionamento entre mapas e pessoas, e entre pessoas e o<br />

mundo. Assim, o desenvolvimento de aplicativos direcionados ao ensino-aprendizagem,<br />

no caso do ensino de mapas, e a utilização dos recursos tecnológicos para a mediação do<br />

Ensino a Distância, abrirá caminho(s) para a reflexão, análise e o desenvolvimento de<br />

novas aplicações, talvez ain<strong>da</strong> mais adequa<strong>da</strong>s às reais necessi<strong>da</strong>des dos professores e<br />

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MOREIRA, S.A.G.<br />

Uma <strong>discussão</strong> <strong>teórico</strong>-<strong>metodológica</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> “Cartografia Multimídia” para a formação de<br />

professores de geografia<br />

alunos. Cabe explorar, refletir, e buscar entender quais as mais interessantes aplicações<br />

que podem ser feitas em Cartografia Multimídia para formação de professores de<br />

Geografia.<br />

Assim, em que aspecto a cartografia multimídia pode favorecer ou limitar o<br />

ensino de Geografia à Distância? Esta é ain<strong>da</strong> <strong>uma</strong> questão em busca de resposta.<br />

Ain<strong>da</strong> não é possível superestimar a importância dessa nova linguagem cartográfica no<br />

ensino de Geografia. Mas, podemos afirmar que os modelos de ensino pautados apenas<br />

em mapas impressos são insuficientes frente à reali<strong>da</strong>de tecnológica a qual a Educação a<br />

Distância está exposta.<br />

Os mapas no papel podem simplesmente representar um mundo estático, sem<br />

mu<strong>da</strong>nças e as representações mentais <strong>da</strong>í deriva<strong>da</strong>s limitavam nossa interação com a<br />

reali<strong>da</strong>de. Além disso, (PETERSON, 1999) alerta que esses modelos não podem ser<br />

usados, ou usados eficazmente, pela maioria <strong>da</strong>s pessoas – deixando analfabeto, no que<br />

diz respeito a mapas, um grande segmento <strong>da</strong> população.<br />

Reconhecemos que a Cartografia está passando por um processo de mu<strong>da</strong>nça<br />

expressivo. Portanto, novas definições e conceitos, a exemplo <strong>da</strong> palavra “mapa”,<br />

precisam ser (re)pensa<strong>da</strong>s. Para este autor, se o usuário não controla a apresentação <strong>da</strong><br />

informação, se não há interação e se não existe potencial para animação, isso não pode<br />

ser definido como sendo um mapa. O que chamamos de mapa atualmente são<br />

simplesmente elementos estáticos.<br />

Referências<br />

CARTWRIGHT, Willian. Development of Multimedia. In: CARTWRIGHT, Willian;<br />

PETERSON, Michael P.; GARTNER, Georg. (Org.) Multimedia Cartography.<br />

Berlin: Springer-Verlag, 1999. Cap. 2, p. 11-30.<br />

DRANSCH, Doria. Theoretical questions about Multimedia Cartography. In:<br />

CARTWRIGHT, Willian; PETERSON, Michael P.; GARTNER, Georg. (Org.)<br />

Multimedia Cartography. Berlin: Springer-Verlag, 1999. p. 41 – 50.<br />

FREUNDSCHUH, Scott M.; HELLEVIKS, Wesley. Multimedia Technology in<br />

Cartography and Geographic Education. In: CARTWRIGHT, Willian; PETERSON,<br />

1° SIMPGEO/SP, Rio Claro, 2008<br />

ISBN: 978-85-88454-15-6<br />

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MOREIRA, S.A.G.<br />

Uma <strong>discussão</strong> <strong>teórico</strong>-<strong>metodológica</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> “Cartografia Multimídia” para a formação de<br />

professores de geografia<br />

Michael P.; GARTNER, Georg. (Org.). Multimedia Cartography. Berlin: Springer-<br />

Verlag, 1999. p. 271-279.<br />

MORAN, José Manuel. O que é Educação a Distância? Disponível em:<br />

http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm. Acesso em 25/07/2008.<br />

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a Distância: <strong>uma</strong> visão integra<strong>da</strong>.<br />

Trad. Roberto Galman. São Paulo: Thomson Learning, 2007.<br />

PETERSON, Michael P. The Internet and Multimedia Cartography. In:<br />

CARTWRIGHT, Willian; PETERSON, Michael P.; GARTNER, Georg. (Org.).<br />

Multimedia Cartography. 2. ed. Berlin: Springer-Verlag, 1999. Cap. 3, p. 35 – 50.<br />

______. Elements of Multimedia Cartography. In: CARTWRIGHT, Willian;<br />

PETERSON, Michael P.; GARTNER, Georg. (Org.). Multimedia Cartography.<br />

Berlin: Springer-Verlag, 1999. p. 31-40.<br />

______. Multimedia and Hypermedia. In: PETERSON, Michael P. Interactive and<br />

Animated Cartography. Prentice-Hall, 1995. Cap. 7, p. 127-142.<br />

RAMOS, Cristhiane <strong>da</strong> Silva. Visualização Cartográfica e Cartografia Multimídia:<br />

Conceitos e tecnologias. São Paulo, Ed. <strong>Unesp</strong>, 2005.<br />

1° SIMPGEO/SP, Rio Claro, 2008<br />

ISBN: 978-85-88454-15-6<br />

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