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Download PDF — Crônicas Vampirescas -04 – A História do

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Desci vagarosamente os degraus e atravessei o elegante saguão com sua<br />

arte decô e seu encanto de página de revista. Era bom caminhar como um mortal,<br />

tocar nos puxa<strong>do</strong>res croma<strong>do</strong>s das portas de vidro, sair para o ar fresco. Caminhei<br />

para o norte em meio aos transeuntes <strong>do</strong> começo da noite, olhan<strong>do</strong> para os hotéis<br />

reforma<strong>do</strong>s e seus pequenos cafés.<br />

O movimento aumentou quan<strong>do</strong> cheguei na esquina. Na frente de um<br />

restaurante ao ar livre, câmaras de televisão gigantescas focalizavam suas lentes<br />

num trecho da calçada feericamente ilumina<strong>do</strong> por enormes lâmpadas brancas.<br />

Caminhões bloqueavam o tráfego, os carros diminuíam a marcha para satisfazer a<br />

curiosidade <strong>do</strong>s motoristas e passageiros. Apenas um pequeno grupo de pessoas<br />

jovens e velhas assistia sem grande entusiasmo, pois as câmaras de televisão e de<br />

cinema perto de South Beach não eram novidade para ninguém.<br />

Passei ao largo das luzes, temen<strong>do</strong> seu efeito na grande refletividade <strong>do</strong><br />

meu rosto. Quem me dera ser um daqueles mortais bronzea<strong>do</strong>s de sol, cheiran<strong>do</strong><br />

a dispendiosos óleos de praia e seminus com suas roupas vulgares de algodão. Virei<br />

a esquina. Outra vez procurei a presa. Ele estava corren<strong>do</strong>, a mente tão carregada<br />

de alucinações que mal conseguia controlar o passo.<br />

Não havia mais tempo.<br />

Com um leve impulso de velocidade, subi para os telha<strong>do</strong>s baixos. A brisa<br />

era mais forte, mais limpa. Mais suave o ruí<strong>do</strong> das vozes animadas, a música<br />

monótona <strong>do</strong>s rádios, o som <strong>do</strong> próprio vento.

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