18.04.2013 Views

Download PDF — Crônicas Vampirescas -04 – A História do

Download PDF — Crônicas Vampirescas -04 – A História do

Download PDF — Crônicas Vampirescas -04 – A História do

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

sur<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> o homem começou a correr.<br />

Repetimos o jogo nos quatro quarteirões seguintes. Ele corria, parava, via<br />

que eu estava bem atrás dele. O suor porejava <strong>do</strong> seu corpo, encharcan<strong>do</strong> a roupa<br />

de baixo, a camisa sem manga. O teci<strong>do</strong> sintético e fino, molha<strong>do</strong> de suor, agora<br />

transparente, grudava na pele macia <strong>do</strong> peito.<br />

Finalmente ele chegou à miserável casa de cômo<strong>do</strong>s onde vivia e subiu<br />

corren<strong>do</strong> a escada. Eu estava no pequeno quarto <strong>do</strong> último andar quan<strong>do</strong> ele<br />

chegou. Antes que ele pudesse gritar, eu o abracei. O fe<strong>do</strong>r <strong>do</strong> cabelo sujo<br />

penetrou nas minhas narinas, mistura<strong>do</strong> com o cheiro áci<strong>do</strong> <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> da camisa.<br />

Mas agora não importava. Ele era uma fonte de intenso calor nos meus braços, um<br />

capão suculento, o peito arfan<strong>do</strong> contra o meu, o cheiro <strong>do</strong> sangue inundan<strong>do</strong><br />

meu cérebro. Eu o ouvi pulsan<strong>do</strong> nos ventrículos e nas válvulas e nas veias e<br />

artérias <strong>do</strong>lorosamente contraídas. Eu o lambi na carne tenra e vermelha sob os<br />

olhos.<br />

O coração dele, acelera<strong>do</strong>, estava a ponto de explodir <strong>—</strong> cuida<strong>do</strong>,<br />

cuida<strong>do</strong>, não o amasse. Cravei os dentes na pele seca e enrugada <strong>do</strong> pescoço.<br />

Ummm. Meu irmão, meu pobre e confuso irmão. Mas era saboroso, era muito<br />

bom.<br />

A fonte se abriu; sua vida era um esgoto. Todas aquelas velhas, aqueles<br />

velhos. Cadáveres ressequi<strong>do</strong>s flutuan<strong>do</strong> na corrente colidiram uns com os<br />

outros, sem senti<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> o corpo <strong>do</strong> homem amoleceu nos meus braços.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!