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A Princesa Guerreira - Planeta

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Barbara Erskine<br />

quente e convidativa, e todos aqueles jovens se divertiam. Talvez pu -<br />

desse mesmo soltar o cabelo. Dançou com Ashley, dançou com vários<br />

outros alunos e dançou com Brian Barker, o director do colégio. Por<br />

fim, já muito descontraída, dançou com Will – parecera-lhe um esforço<br />

demasiado grande rejeitá-lo. Bebeu o ponche de frutas de Dan. Depois,<br />

mais um pouco, com um shot extrapicante reservado ao pessoal! Tornou<br />

a dançar com Dan e, em seguida, com Ashley, uma última vez.<br />

Já era de madrugada quando a festa finalmente acabou, após a segunda<br />

visita da polícia.<br />

Ashley tinha ficado à espera dela à saída do átrio.<br />

Depois disso, Jess não se lembrava de nada. Preparando com mãos<br />

trémulas uma chávena de café, bebeu-o em pequenos goles, devagar.<br />

Quem teria convidado, já tão tarde, para um copo de vinho? Não tivera<br />

mais nenhuma relação depois de Will. Não se sentia atraída por ninguém,<br />

muito menos por algum dos seus colegas do colégio. Não agora.<br />

Não era o tipo de pessoa que levava um encontro casual para casa e acabava<br />

na cama com ele. E ninguém, absolutamente ninguém que ela<br />

conhecia, a teria ferido e deixado naquele estado.<br />

Puxando pela cabeça enquanto beberricava o resto do café, lembrou-se<br />

de ter visto Ash saltar do capô de um carro para o tejadilho e<br />

pôr-se a declamar, de punhos erguidos na direcção das estrelas. Shakespeare.<br />

Citara Shakespeare, esse rapaz que ela protegera e estimulara<br />

com tanto cuidado na sua sala de aula, que dirigia a sua própria trupe<br />

de actores de rua e que acalentava o sonho secreto de entrar na RADA 1 ,<br />

o sonho de ser actor num palco do West End, de desafiar as suas origens,<br />

o pai ausente, os irmãos drogados, assim confirmando a fé determinada<br />

e silenciosa que a mãe tinha nele. Ash gritara o discurso para o<br />

mundo ouvir e, no fim, rindo-se, saltara para o chão e fizera-lhe uma<br />

vénia cortês.<br />

– Deixe-me acompanhá-la a casa, Jess! – Parecia que estava a ouvir<br />

a voz dele, ressoando-lhe nos ouvidos.<br />

Depois, nada.<br />

A partir dali, as suas memórias tinham-se evaporado. O apartamento<br />

onde vivia ficava a meia hora a pé do colégio, mas ela não se lembrava de<br />

1 Academia Real de Artes Dramáticas. (N. da T.)<br />

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