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Barbara Erskine<br />
investira muito tempo e energia, e já o via ao longe, com as suas mesas<br />
de mistura em cima do palco, a partir o recinto. Só teria de assegurar-<br />
-se de que ele também a via, acenar, levantar o polegar em jeito de reconhecimento,<br />
encolher os ombros para lhe mostrar que não era preciso<br />
dançar, coisa que de qualquer modo lhe parecia quase impossível no<br />
meio daquela multidão compactada, e depois sairia discretamente.<br />
Quando Dan desapareceu na direcção do bar, algures nos confins<br />
do átrio, um outro colega apareceu ao seu lado.<br />
– Olá, Jess! – Will Matthews fez uma careta ao ouvir o barulho.<br />
– Vamos ter problemas com os vizinhos. – Apontou para as portas do<br />
átrio com uma garrafa de cerveja loura meio vazia.<br />
Jess e aquele homem alto, louro e atraente tinham sido tema de<br />
mexericos durante a maior parte dos três anos em que ela dera a cadeira<br />
de Literatura Inglesa no Sixth Form College de North Woodley, no sul<br />
de Londres. A maior parte desses anos, mas não agora. Will era professor<br />
efectivo no departamento de História. Também treinava as equipas<br />
de basquetebol, squash e atletismo. De camisa azul, colarinho aberto,<br />
calças de ganga e cinto de rebite em couro amplamente trabalhado, ele<br />
atraía, reparou, vários pares de olhos lúbricos entre as suas alunas adolescentes.<br />
Jess e Will tinham sido um casal perfeito em muitos sentidos, mas<br />
sempre houvera algo entre os dois que não corria exactamente bem.<br />
A ambição de Will, talvez; a sua certeza – cortesia engendrada por uma<br />
mãe extremosa e duas irmãs mais novas – de que era irresistível; a tendência<br />
para presumir que o seu trabalho, a sua carreira, a sua visão do<br />
mundo tinham precedência sobre os dela; o paternalismo, talvez involuntário,<br />
com que via uma carreira no ensino da Literatura e o incontestável<br />
talento de Jess como aguarelista. Tudo isto lhe causara ressentimentos.<br />
Quando Will a convidara para ir viver com ele, ela descobrira<br />
que, acima de todas as arrelias, e por muito que gostassem um do outro,<br />
não suportava perder a sua independência. E nisto começara a descida<br />
escorregadia até à ruptura.<br />
Não existia outra mulher, pelo menos Jess nunca ouvira dizer que<br />
houvesse alguém. Fora simplesmente a recusa de Will em aceitar uma solução<br />
de compromisso e reconhecer a autonomia dela que se metera, por<br />
fim, entre os dois e destruíra a relação em duas ou três breves semanas,<br />
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