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Os impactos da produção de cana no Cerrado e Amazônia ...

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44 | <strong>Os</strong> <strong>Os</strong> <strong>impactos</strong> <strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>cana</strong> <strong>no</strong> <strong>no</strong> <strong>Cerrado</strong> e <strong>Amazônia</strong><br />

atendidos por mês com problemas <strong>de</strong> sutura,<br />

dores <strong>no</strong> corpo ou câimbras.<br />

No município <strong>de</strong> Barra do Bugre fica instala<strong>da</strong> a<br />

usina Barraalcool, on<strong>de</strong> houve uma greve dos<br />

cortadores em 2007, para reivindicar melhores<br />

salários. Outro problema é a péssima condição dos<br />

alojamentos. Muitos trabalhadores dormem <strong>no</strong><br />

mesmo espaço, em beliches e colchões <strong>de</strong> má<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, com poucos banheiros, sem higiene.<br />

Mesmo assim, o valor do aluguel é muito alto.<br />

Em um galpão <strong>de</strong> uma antiga serralheria, on<strong>de</strong><br />

estavam hospe<strong>da</strong>dos 60 trabalhadores vindos do<br />

Piauí e <strong>da</strong> Bahia, ca<strong>da</strong> um pagava R$ 30,00 reais por<br />

mês, somando um aluguel <strong>de</strong> R$ 1.800,00 reais. <strong>Os</strong><br />

trabalhadores dormiam em beliches, extremamente<br />

próximos um do outro e praticamente sem condições<br />

para se movimentarem. Havia apenas três banheiros<br />

em condições precárias. A usina <strong>de</strong>sconta o valor<br />

do aluguel diretamente do salário. Isso significa<br />

que os proprietários dos alojamentos têm uma<br />

relação direta com a empresa. Em quatro outros<br />

alojamentos visitados, as condições eram as<br />

mesmas. Nenhum trabalhador quis <strong>da</strong>r entrevista<br />

porque são proibidos pela empresa.<br />

No distrito <strong>de</strong> Chumbos, a 34 quilômetros <strong>de</strong><br />

Poconé, está localiza<strong>da</strong> a Usina Alcoopan, que<br />

paralisou suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na safra passa<strong>da</strong> por<br />

<strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> trabalho escravo. Em entrevista para<br />

o <strong>no</strong>ticiário local MT-TV, a procuradora do<br />

Ministério Público do Trabalho, Rosimere Lobo,<br />

afirma que foi constatado frau<strong>de</strong> <strong>no</strong>s acordos<br />

trabalhistas, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção do meioambiente<br />

e <strong>da</strong> digni<strong>da</strong><strong>de</strong> dos trabalhadores. O<br />

Procurador do Trabalho, Eduardo Angarten,<br />

<strong>de</strong>nuncia as jorna<strong>da</strong>s exaustivas, nas quais a média<br />

diária é cortar 20 tonela<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>cana</strong>, causando<br />

inclusive mortes <strong>de</strong> trabalhadores.<br />

<strong>Os</strong> cortadores <strong>de</strong> <strong>cana</strong> afirmam que o salário<br />

que recebem não é suficiente nem mesmo para<br />

voltar para casa, pois a maioria é migrante do<br />

<strong>no</strong>r<strong>de</strong>ste. A Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalhadores na<br />

Agricultura (FETAGRI) explica que é difícil<br />

encontrar mão-<strong>de</strong>-obra local porque o trabalho é<br />

muito pesado. Um grupo que veio do Maranhão

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