Os impactos da produção de cana no Cerrado e Amazônia ...
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atores sociais se conformariam<br />
em <strong>de</strong>sempenhar o papel que a<br />
eles fora <strong>de</strong>signado <strong>no</strong> projeto.<br />
Ao contrário do planejado,<br />
porém, o elemento que se imaginava<br />
viesse a constituir o fator<br />
primordial do <strong>no</strong>vo, o empreen<strong>de</strong>dor<br />
capitalista que, com seus<br />
recursos e mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> avança<strong>da</strong>,<br />
possibilitaria a interação <strong>de</strong><br />
todos os <strong>de</strong>mais, optou por revelar<br />
que sua face <strong>de</strong> perseguidor<br />
do lucro não se diferenciava<br />
<strong>de</strong> sua face concentradora <strong>da</strong><br />
proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> terra reduzi<strong>da</strong> à<br />
improdutivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> um lado,<br />
ou <strong>de</strong> explorador escravista, <strong>de</strong><br />
outro.<br />
Por que, raciocinaram os primeiros,<br />
imobilizar capitais nem<br />
sempre realmente existentes<br />
ou disponíveis, se era possível<br />
pleitear – e muitas vezes obter –<br />
que o Estado fornecesse crédito<br />
tendo como garantia os títulos<br />
por ele próprio outorgados, e<br />
com uma fiscalização praticamente<br />
inexistente ou posta em<br />
mãos <strong>de</strong> funcionários as quais<br />
sempre se podia ume<strong>de</strong>cer com<br />
agrados? Ou, por que fazê-lo, se<br />
era possível apenas manter os<br />
títulos <strong>de</strong> concessão, aguar<strong>da</strong>ndo<br />
que as pressões resultantes<br />
<strong>da</strong> presença do elemento huma<strong>no</strong><br />
<strong>de</strong>slocado obrigassem o Estado<br />
a fornecer a infra-estrutura<br />
necessária, aquela que pelos<br />
termos conveniados cabia como<br />
contraparti<strong>da</strong> ao capital?<br />
A negativa dos contemplados<br />
com as concessões <strong>de</strong> realizar os<br />
78 | <strong>Os</strong> <strong>impactos</strong> <strong>da</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>cana</strong> <strong>no</strong> <strong>Cerrado</strong> e <strong>Amazônia</strong><br />
investimentos compromissados<br />
implicou na manutenção<br />
inaltera<strong>da</strong> <strong>da</strong> vitória <strong>da</strong> dura<br />
reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> natureza sobre o<br />
agente huma<strong>no</strong>, e <strong>no</strong><br />
prolongamento <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> mão<strong>de</strong>-obra.<br />
Se a ausência <strong>de</strong> infraestrutura<br />
<strong>de</strong>sestimulava a i<strong>da</strong><br />
para a região na condição <strong>de</strong><br />
trabalhador agrícola, aqueles<br />
que se <strong>de</strong>ixavam seduzir pela<br />
promessa <strong>da</strong> “terra sem<br />
homens” não havia porque se<br />
submeterem ao trabalho<br />
assalariado, quando a vastidão<br />
<strong>da</strong> selva prometia a ca<strong>da</strong> um a<br />
parcela que julgasse necessária<br />
para seu esforço.<br />
Já por isso o que pu<strong>de</strong>sse ser<br />
a vertente avança<strong>da</strong> do capitalismo<br />
viu-se frente à dificul<strong>da</strong>-