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Aproveitamento de Materiais Resultantes de uma Demolição Selectiva

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2.4.8 Pedra<br />

<strong>Aproveitamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Materiais</strong> <strong>Resultantes</strong> <strong>de</strong> <strong>uma</strong> <strong>Demolição</strong> <strong>Selectiva</strong><br />

Os resíduos <strong>de</strong> pedra que resultam da <strong>de</strong>molição <strong>de</strong> edifícios provêm, essencialmente, <strong>de</strong><br />

construções realizadas em alvenaria <strong>de</strong> pedra. A alvenaria <strong>de</strong> pedra era muito utilizada<br />

anteriormente aos anos 30, a partir dos quais começou a ser utilizada, maioritariamente, a<br />

construção em betão. Ainda hoje po<strong>de</strong>m ser encontrados edifícios construídos em alvenaria <strong>de</strong><br />

pedra, principalmente em zonas rurais ou zonas históricas dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos.<br />

Deve ter-se em conta que o tipo <strong>de</strong> pedra utilizado nestes edifícios varia <strong>de</strong> acordo com a<br />

zona em que estes estão inseridos. Por exemplo, o granito, sendo a rocha mais abundante na<br />

região norte <strong>de</strong> Portugal, seria naturalmente o material mais utilizado na construção em pedra,<br />

enquanto que no sul <strong>de</strong> Portugal o calcário seria a rocha predominante nas edificações [Ruivo et<br />

al, 2004].<br />

Para que seja realizada <strong>uma</strong> caracterização rigorosa dos resíduos <strong>de</strong> pedra é crucial que<br />

exista informação acerca da zona, época e processo construtivo utilizado na obra.<br />

A pedra po<strong>de</strong> ainda ser utilizada noutras aplicações que não a alvenaria. A chamada rocha<br />

ornamental que, como o próprio nome indica, serve maioritariamente para efeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração,<br />

po<strong>de</strong> ser utilizada em revestimentos interiores e exteriores, pavimentação, peças <strong>de</strong> mobiliário e<br />

projectos arquitectónicos gerais, entre outros. Este tipo <strong>de</strong> material é retirado na fase do<br />

<strong>de</strong>smantelamento com relativa facilida<strong>de</strong> <strong>uma</strong> vez que, geralmente, é um material consi<strong>de</strong>rado<br />

acessível.<br />

2.4.9 <strong>Materiais</strong> perigosos<br />

Existem diferentes tipos <strong>de</strong> materiais que se po<strong>de</strong>m consi<strong>de</strong>rar perigosos e que se encontram<br />

nos resíduos <strong>de</strong> <strong>de</strong>molição. As características <strong>de</strong> perigosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado material<br />

po<strong>de</strong>m pren<strong>de</strong>r-se com a constituição do próprio material (como telhas <strong>de</strong> fibrocimento ou<br />

outros materiais que contenham alcatrão, amianto, chumbo, tintas, a<strong>de</strong>sivos, acumuladores,<br />

baterias, óleos minerais usados, ma<strong>de</strong>ira tratada e lâmpadas fluorescentes, entre outros), ou<br />

po<strong>de</strong>m ser concedidas a um <strong>de</strong>terminado material não perigoso pelo contacto <strong>de</strong>ste com<br />

substâncias perigosas, pelo que passa a ser consi<strong>de</strong>rado um resíduo perigoso.<br />

O contacto <strong>de</strong> substâncias perigosas com os materiais po<strong>de</strong> dar-se <strong>de</strong> várias formas, sendo as<br />

mais vulgares a exposição <strong>de</strong> um material a <strong>uma</strong> <strong>de</strong>terminada substância perigosa durante o seu<br />

tempo <strong>de</strong> vida ou o contacto dar-se durante a <strong>de</strong>molição. Quando um <strong>de</strong>terminado material<br />

incorpora um elemento construtivo com <strong>uma</strong> <strong>de</strong>terminada função e assim fica exposto ao<br />

contacto com substâncias perigosas durante o seu tempo <strong>de</strong> vida útil, é consi<strong>de</strong>rado um resíduo<br />

perigoso aquando da sua <strong>de</strong>molição. Exemplos <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> elementos são as chaminés <strong>de</strong><br />

fábrica, expostas durante anos a substâncias perigosas como gases tóxicos, passando as suas<br />

pare<strong>de</strong>s a ser consi<strong>de</strong>radas como material perigoso.<br />

Existem ainda os materiais que se tornam perigosos por contaminação durante a <strong>de</strong>molição,<br />

em que materiais perigosos como latas <strong>de</strong> tintas <strong>de</strong> chumbo entram em contacto com outros<br />

materiais, como o betão ou os materiais cerâmicos fragmentados [Lourenço, 2007].<br />

É ainda <strong>de</strong> referir que existem materiais que não são consi<strong>de</strong>rados perigosos até serem<br />

in<strong>de</strong>vidamente encaminhados para o seu <strong>de</strong>stino final. Por exemplo o gesso, sendo um material<br />

com elevado teor em sulfatos, po<strong>de</strong>rá gerar ácido sulfúrico quando <strong>de</strong>positado em aterro.<br />

Alg<strong>uma</strong>s ma<strong>de</strong>iras tratadas ou pintadas também po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas como um resíduo<br />

18 Dissertação <strong>de</strong> Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente – FEUP

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