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Aproveitamento de Materiais Resultantes de uma Demolição Selectiva

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3.3 Vidro<br />

<strong>Aproveitamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Materiais</strong> <strong>Resultantes</strong> <strong>de</strong> <strong>uma</strong> <strong>Demolição</strong> <strong>Selectiva</strong><br />

Antes <strong>de</strong> se recorrer a um processo <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong> vidro, <strong>de</strong>ve-se verificar se o vidro terá<br />

características que permitam a sua reutilização. Porém, a reutilização do vidro não é <strong>uma</strong> prática<br />

muito comum quando este está incluído nos RCD, <strong>uma</strong> vez que é muito difícil manter o vidro<br />

inócuo aquando da <strong>de</strong>molição <strong>de</strong> edifícios. A presença <strong>de</strong> vidro nos RCD misturados não é<br />

favorável <strong>uma</strong> vez que existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a sua presença diminuir a qualida<strong>de</strong> dos inertes<br />

quando estes são encaminhados para reciclagem.<br />

O vidro é um material reciclável, sendo comum a sua recuperação e reintegração no<br />

processamento e produção <strong>de</strong> vidro novo. No entanto, este <strong>de</strong>ve ser separado por cores “in situ”<br />

<strong>uma</strong> vez que o vidro incolor po<strong>de</strong>rá ser aplicado em fins mais diversos do que o vidro colorido ,<br />

não <strong>de</strong>vendo ser reciclados conjuntamente [Lourenço, 2007].<br />

Além da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reciclagem para fabrico <strong>de</strong> vidro novo, este po<strong>de</strong> ainda ser<br />

reaproveitado para outros fins que não aquele enunciado anteriormente. Alguns exemplos são a<br />

preparação <strong>de</strong> agregados para betão, a preparação <strong>de</strong> pavimentação <strong>de</strong> estradas com “asfalto<br />

cristalino” ou ainda incorporação no fabrico <strong>de</strong> isolamento <strong>de</strong> fibras <strong>de</strong> vidro, azulejos e ladrilhos.<br />

Na preparação <strong>de</strong> agregados para betão é possível utilizar resíduos <strong>de</strong> vidro <strong>de</strong>vido às suas<br />

características inertes. No entanto, <strong>de</strong>ve ter-se em conta que a presença <strong>de</strong>stes nos agregados<br />

po<strong>de</strong>rá diminuir a resistência mecânica do produto acabado. A utilização do vidro como “asfalto<br />

cristalino” para a pavimentação <strong>de</strong> estradas e pistas <strong>de</strong> aeroportos po<strong>de</strong>rá trazer vantagens <strong>uma</strong><br />

vez que este tipo <strong>de</strong> asfalto arrefece mais <strong>de</strong>vagar do que o asfalto corrente, permitindo <strong>uma</strong><br />

compactação mais a<strong>de</strong>quada, mesmo a baixas temperaturas [Lourenço, 2007]. Existem ainda<br />

estudos acerca da utilização <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> vidro em argamassas <strong>de</strong> revestimento. Estes inci<strong>de</strong>m<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> argamassas <strong>de</strong> substituição para rebocos <strong>de</strong> edifícios antigos com<br />

incorporação <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> vidro resultantes da indústria vidreira, tirando partido da sua<br />

composição e assim contribuindo para a obtenção <strong>de</strong> argamassas compatíveis com alvenarias<br />

antigas [Fragata et al, data <strong>de</strong>sconhecida].<br />

Existem alguns obstáculos à recuperação <strong>de</strong> vidro, po<strong>de</strong>ndo estes ser <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m técnica ou<br />

económica. Os obstáculos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m técnica pren<strong>de</strong>m-se com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> remoção dos<br />

contaminantes existentes, como os metais, plástico ou papel a juntar à ausência <strong>de</strong> tecnologias<br />

que realizem a separação do vidro automaticamente, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção<br />

h<strong>uma</strong>na. Envolver mão-<strong>de</strong>-obra na separação do vidro dos contaminantes po<strong>de</strong>rá ser complicado<br />

(diferentes tipos ou cores <strong>de</strong> vidro po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>rados contaminantes, assim como outros<br />

materiais) por razões <strong>de</strong> segurança. Os obstáculos económicos pren<strong>de</strong>m-se com os elevados<br />

gastos <strong>de</strong> energia na produção <strong>de</strong> vidro. Porém, é <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar que a produção <strong>de</strong> vidro<br />

reciclado envolve consumos energéticos menores (as temperaturas <strong>de</strong> fusão são menores<br />

quando são utilizados resíduos <strong>de</strong> vidro) do que a produção <strong>de</strong> vidro novo.<br />

A Vidrologic – Gestão <strong>de</strong> Resíduos e Ambiente, Lda , é <strong>uma</strong> empresa que se <strong>de</strong>dica à<br />

reciclagem <strong>de</strong> vidro proveniente da indústria automóvel e construção, em Portugal e na Galiza.<br />

Os resíduos <strong>de</strong> vidro recebidos são utilizados para criar matéria-prima, <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> Calcín,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser utilizada em sectores como o da cerâmica ou o da indústria vidreira. Esta empresa<br />

normalmente fornece contentores aos produtores <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> vidro e responsabiliza-se pela<br />

recolha dos mesmos. Porém, os resíduos <strong>de</strong> vidro <strong>de</strong>verão estar <strong>de</strong>vidamente separados <strong>de</strong><br />

contaminantes.<br />

30 Dissertação <strong>de</strong> Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente – FEUP

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