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Boletim Marista Social Edição Especial 42

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Página 5<br />

V o l u m e 3 , e d i ç ã o 4 2<br />

A responsabilização do adolescente em conflito<br />

com a lei que lhe é atribuída com a imposição<br />

de uma medida socioeducativa tem como desdobramento<br />

a necessidade de se trabalhar a responsabilização<br />

no sentido pedagógico.<br />

A responsabilização do Adolescente<br />

Por Lauriene Queiroz - advogada e analista social e jurídica do IMAS<br />

Nesse sentido, a unidade responsável pela execução<br />

da medida socioeducativa imposta deve<br />

desenvolver um conjunto de ações capazes de<br />

ajudá-lo a se tornar um ser responsável. Para<br />

que a medida atinja seus efeitos, faz-se necessário<br />

que o adolescente compreenda o significado<br />

da mesma. Ele deve compreender que não<br />

esta cumprindo medida por causa do juiz, do<br />

promotor, da testemunha que o reconheceu,<br />

mas sim por causa de suas escolhas. A medida<br />

imposta precisa fazer sentido para que possa<br />

imprimir uma resignificaçao de valores. Talvez este seja o ponto central, ou melhor, inicial: o encontro com a<br />

verdade. Para alcançarmos esta verdade precisamos chegar ao coração deste adolescente. Neste aspecto, é fundamental<br />

o compromisso da equipe envolvida, que vai não só no cumprimento de horas de trabalho, mas de comprometer-se<br />

com a transformação do outro. Precisamos, portanto, ter identidade com a causa, esta precisa fazer<br />

sentido também para nós; pois somente aquilo que sai do coração é capaz de chegar ao coração do outro.<br />

A pergunta que devemos nos fazer todos os dias talvez seja esta: somos capazes de alcançar o coração de nossos<br />

adolescentes? Mas qual é o caminho? Honestamente, às vezes não temos um mapa nem do nosso coração, como<br />

querer saber o do outro? O que temos são sugestões que gostaríamos de partilhar, sem a pretensão de mudar opiniões,<br />

mas com a modesta pretensão de emprestar um olhar diferente acerca deste tema.<br />

A pergunta que devemos nos fazer todos os dias talvez seja esta: somos capazes de alcançar o coração de nossos<br />

adolescentes? Mas qual é o caminho? Honestamente, às vezes não temos um mapa nem do nosso coração, como<br />

querer saber o do outro? O que temos são sugestões que gostaríamos de partilhar, sem a pretensão de mudar opiniões,<br />

mas com a modesta pretensão de emprestar um olhar diferente acerca deste tema.<br />

Em primeiro lugar, precisamos conhecer o adolescente, sem julgamentos, além do ato infracional. O sabor da sua<br />

infância, suas preferências, aquilo que lhe encanta ou desencanta, aquilo que o faz sentir seguro ou inseguro.<br />

Em segundo, demonstrar que conhecemos de seu mundo infracional também, suas malandragens, suas gírias. Ou<br />

seja, a equipe precisa ser continuadamente capacitada. O assunto ato infracional não pode ser tratado como um<br />

tabu. O adolescente ao perceber que não nos encanta com seu mundo de fantasias, também percebe que não adianta<br />

mais se esconder atrás de máscaras. É como se estivéssemos dizendo para ele não venha me dizer que o trafico<br />

é fascinante porque te dá muito dinheiro, onde estão os seus amigos agora? Enquanto você esta jogando fora<br />

os melhores anos de sua vida, tem muita gente se enriquecendo às suas custas. Talvez Jesus diria : Acorda Lazaro!<br />

Em terceiro, precisamos ajudá-lo a compreender as conseqüências do ato praticado. E, olhando nos olhos, dizer:<br />

o que você fez foi sério, tem famílias que foram devastadas por sua causa, tem pais, mães, filhos que choram todos<br />

os dias por sua causa, pára de falar que foi por culpa do juiz, o culpado é você.<br />

www.marista.edu.br/social

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