Discurso de Posse - Academia de Letras da Bahia
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publicados, que o colocam na mesma linhagem <strong>de</strong> escrita do patrono,<br />
encontram-se Aplicações Industriais do Álcool, Fatos Econômicos, e Tendências<br />
Nacionais e Influências Estrangeiras.<br />
Suce<strong>de</strong>u-o um professor e filantropo: Alberto Francisco <strong>de</strong> Assis. Como o<br />
patrono e o fun<strong>da</strong>dor, igualmente não foi um literato. Mas foi um homem <strong>de</strong><br />
letras, por praticar a escrita didática. Era um estudioso <strong>da</strong> pe<strong>da</strong>gogia e <strong>da</strong><br />
História do Brasil, disciplina que ensinava. Sendo um professor primário,<br />
formou-se mais tar<strong>de</strong> em Direito e manteve-se professor. Lecionou na Escola<br />
Noturna <strong>da</strong> Vitória, no Instituto Normal <strong>da</strong> <strong>Bahia</strong>, do qual foi diretor, no Instituto<br />
Baiano <strong>de</strong> Ensino, que também dirigiu, no Educandário dos Perdões, no Colégio<br />
<strong>da</strong>s Mercês, no Colégio <strong>da</strong> Sole<strong>da</strong><strong>de</strong> e nas Sacramentinas. Homem <strong>de</strong> espírito<br />
e <strong>de</strong> ironia fácil, era reconheci<strong>da</strong>mente um homem bom, voltado para os amigos<br />
e com uma profun<strong>da</strong> preocupação social, em particular para com as crianças<br />
<strong>de</strong>ficientes visuais e carentes, interesse que o levaria a fun<strong>da</strong>r o Instituto <strong>de</strong><br />
Cegos <strong>da</strong> <strong>Bahia</strong>, mais tar<strong>de</strong> justamente chamado Instituto Alberto <strong>de</strong> Assis.<br />
Entre os seus trabalhos didáticos publicados em forma <strong>de</strong> livro, estão Vultos e<br />
Datas do Brasil, Nos Degraus <strong>da</strong> História e Fé e Civismo, este último alentado<br />
volume que alcançou na<strong>da</strong> menos que seis edições e mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil<br />
exemplares vendidos.<br />
A ele suce<strong>de</strong> Affonso Ruy <strong>de</strong> Souza. Aqui a bibliografia é vasta e <strong>de</strong>nsa,<br />
impregna<strong>da</strong> to<strong>da</strong> ela <strong>de</strong> larga e fun<strong>da</strong> baiani<strong>da</strong><strong>de</strong>, que se traduz sobretudo nos<br />
costumes e na história. Dão-se as mãos o teatrólogo e o historiador, fundidos e<br />
confundidos em inquestionável amor pela <strong>Bahia</strong>. Affonso Ruy assume a Ca<strong>de</strong>ira<br />
nº 12 aos quarenta e oito anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, com nome e obra feitos. Trazia, na<br />
bagagem do teatrólogo, além <strong>de</strong> uma fecun<strong>da</strong> atuação no teatro baiano, como<br />
ator, diretor, produtor e professor, <strong>de</strong>zenove textos teatrais, quinze <strong>de</strong>les já<br />
levados à cena. Ao recebê-lo em nome <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia, Aloysio <strong>de</strong> Carvalho Filho<br />
cita, com louvores, dois <strong>de</strong> seus trabalhos como autor teatral: Flor do Vício, a<br />
primeira peça a ser escrita, aos vinte e dois anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, e A Quinta Coluna,<br />
última a ser produzi<strong>da</strong> antes do seu ingresso nesta Casa. Itazil Benício dos<br />
Santos, ao sucedê-lo, iria lembrar, além <strong>de</strong> Flor do Vício, Uma Aventura, Por<br />
Meu Filho, Gente <strong>da</strong> Rua e Lolita. Affonso Ruy publicaria, ain<strong>da</strong>, como estudioso<br />
<strong>de</strong> teatro, resumi<strong>da</strong> porém preciosa História do Teatro na <strong>Bahia</strong>, do século XVI<br />
ao XX. Mas o historiador superaria, para a posteri<strong>da</strong><strong>de</strong>, o teatrólogo. Alguns <strong>de</strong><br />
seus livros tornaram-se <strong>de</strong> referência a todos aqueles que estu<strong>da</strong>m e produzem<br />
sobre a História <strong>da</strong> <strong>Bahia</strong>, particularmente a História <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Salvador.<br />
Dois <strong>de</strong>les, A História Política e Administrativa <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Salvador e a<br />
História <strong>da</strong> Câmara Municipal <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Salvador, encontram-se<br />
circunstancialmente vinculados aos festejos do quarto centenário <strong>de</strong>sta ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
o primeiro por ter sido publicado em 1949, e o segundo por ter merecido, por<br />
concurso, o Prêmio Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Salvador, instituído pela Câmara dos Vereadores<br />
<strong>da</strong> Capital, como parte <strong>da</strong>s comemorações dos quatro séculos. São ambos<br />
magníficos e alentados trabalhos <strong>de</strong> reconstituição histórica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong>