Quebra de confiança - Greenpeace
Quebra de confiança - Greenpeace
Quebra de confiança - Greenpeace
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Quebra</strong> <strong>de</strong> <strong>confiança</strong><br />
Como a indústria da pecuária na Amazônia continua ligada ao<br />
<strong>de</strong>smatamento, ao trabalho escravo e à invasão <strong>de</strong> terras indígenas<br />
Outubro 2011
ÍndICe<br />
3 Introdução<br />
Código Florestal<br />
4 Terra indígena Maraiwatse<strong>de</strong><br />
5 O raio-x do problema<br />
6 Assinatura do acordo<br />
7 Aos trancos e barrancos<br />
8 Compra <strong>de</strong> áreas<br />
embargadas, terra indígena e<br />
<strong>de</strong> fazenda com trabalho<br />
escravo<br />
9 O que o <strong>Greenpeace</strong> quer<br />
10 Referências<br />
2 | QUeBra De cOnFIanÇa<br />
© <strong>Greenpeace</strong> / Rodrigo Baleia<br />
IntrOduçãO<br />
após três anos <strong>de</strong> investigação, o <strong>Greenpeace</strong><br />
publicou, em 2009, um relatório que revelava o peso<br />
da pecuária no <strong>de</strong>smatamento da amazônia brasileira.<br />
“Farra do Boi na amazônia” mostrava como empresas<br />
nacionais e internacionais involuntariamente participam<br />
<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>struição. as três maiores companhias que<br />
processam carne e couro no Brasil – JBS/Friboi,<br />
Minerva e Marfrig – assinaram um acordo público em<br />
outubro <strong>de</strong> 2009 comprometendo-se a não comprar<br />
mais gado <strong>de</strong> fazendas com <strong>de</strong>smatamento recente ou<br />
que estivessem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> terras indígenas.<br />
Dois anos mais tar<strong>de</strong>, dados do Ministério público<br />
Fe<strong>de</strong>ral do Mato Grosso põem novos fatos sobre a<br />
mesa: apesar do compromisso assumido, a maior<br />
<strong>de</strong>ssas empresas continua comprando <strong>de</strong> fazendas<br />
com <strong>de</strong>smatamento ilegal, trabalho escravo e invasão<br />
<strong>de</strong> terras indígenas I .<br />
a investigação comprova que a JBS tem, pelo<br />
menos, 19 fornecedores que não estão <strong>de</strong> acordo<br />
com o compromisso assinado II . nessa publicação,<br />
apresentamos casos em que a JBS comprou gado <strong>de</strong><br />
proprieda<strong>de</strong>s localizadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> terras indígenas,<br />
que estão na lista <strong>de</strong> trabalho escravo do Ministério<br />
do Trabalho ou embargadas pelo Ibama. Todos os<br />
fornecimentos foram feitos entre Janeiro <strong>de</strong> 2011 e<br />
Maio <strong>de</strong> 2011.<br />
essas evidências <strong>de</strong>monstram quão frágil ainda é essa<br />
ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> carne e couro. Os consumidores<br />
que compram da JBS continuam sem garantias <strong>de</strong><br />
que seus produtos vêm <strong>de</strong> origem responsável, sem<br />
<strong>de</strong>smatamento ou uso <strong>de</strong> trabalho escravo.<br />
© <strong>Greenpeace</strong> / Rodrigo Baleia<br />
CódIgO<br />
FlOrestAl<br />
em parte, esse problema está relacionado com as<br />
discussões que estão em andamento no Brasil sobre o<br />
código Florestal. em 24 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2011, a câmara dos<br />
Deputados aprovou um projeto <strong>de</strong> Lei que po<strong>de</strong> impactar<br />
o compromisso que o Brasil assumiu globalmente <strong>de</strong><br />
reduzir suas emissões <strong>de</strong> cO2 por meio da redução<br />
<strong>de</strong> 80% do <strong>de</strong>smatamento até 2020. a proposta, que<br />
enfraquece imensamente a legislação ambiental, po<strong>de</strong><br />
tornar legal novos <strong>de</strong>smatamentos e conce<strong>de</strong>r uma<br />
anistia geral a antigas <strong>de</strong>rrubadas irregulares.<br />
Os efeitos do projeto <strong>de</strong> Lei, porém, não param aí.<br />
Se for aprovado, o texto também teria impacto nos<br />
compromissos assumidos pelos setores <strong>de</strong> gado<br />
e soja nos últimos anos, <strong>de</strong> excluir <strong>de</strong> sua lista <strong>de</strong><br />
fornecedores aqueles que continuam <strong>de</strong>smatando a<br />
amazônia. com o aumento das áreas que po<strong>de</strong>m ser<br />
abertas, mais produtos conectados a <strong>de</strong>smatamento<br />
entrariam no mercado. como consequência, os custos<br />
das empresas para garantir que sua produção é livre<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento – com sistemas <strong>de</strong> controle e<br />
monitoramento – seriam muito mais altos.<br />
Se aprovado no Senado, o projeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> alteração<br />
do código Florestal chega às mãos da presi<strong>de</strong>nte Dilma<br />
rousseff, que já se comprometeu publicamente a vetar<br />
qualquer dispositivo legal que aumente o <strong>de</strong>smatamento.<br />
As empresas comprometidas com esforços para o fim do<br />
<strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong>vem apoiar o compromisso <strong>de</strong> Dilma,<br />
e divulgar entre seus respectivos setores os impactos<br />
que as mudanças no código Florestal po<strong>de</strong>m ter em<br />
suas relações comerciais.<br />
<strong>Greenpeace</strong> | 3
terrA IndÍgenA MArAIwAtse<strong>de</strong><br />
“Antiga mata bonita”. O significado da palavra<br />
Maraiwatse<strong>de</strong> é a <strong>de</strong>finição precisa da Terra Indígena<br />
que nomeia. no entanto, no norte <strong>de</strong> Mato Grosso,<br />
na região conhecida como Vale do araguaia, o local<br />
que abriga cerca <strong>de</strong> mil índios Xavantes III é uma terra<br />
arrasada.<br />
O povo Xavante está acuado em 20% dos 165 mil<br />
hectares <strong>de</strong>marcados para ele IV . O restante permanece,<br />
há anos, nas mãos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s fazen<strong>de</strong>iros, em sua<br />
maioria, ligados à ativida<strong>de</strong> pecuária V . Foi para dar<br />
lugar aos bois que 80% do território foi <strong>de</strong>smatado VI VII .<br />
e os fazen<strong>de</strong>iros subiram cercas para impedir que os<br />
indígenas circulem em sua própria terra VIII .<br />
as condições precárias da al<strong>de</strong>ia contrastam com as<br />
fazendas espalhadas pela TI. enquanto a escassez<br />
<strong>de</strong> alimentos e <strong>de</strong> água limpa é regra na comunida<strong>de</strong>,<br />
enormes extensões <strong>de</strong> pastagem ocupam as áreas<br />
<strong>de</strong>smatadas para alimentar gado IX . a análise <strong>de</strong><br />
transporte <strong>de</strong> animais realizada pelo <strong>Greenpeace</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificou o fornecimento <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> 15 fazendas<br />
localizadas na TI, para frigoríficos da JBS, em 2011<br />
(pág. 8) X .<br />
a invasão das terras chegou a situações extremas. Os<br />
4 | QUeBra De cOnFIanÇa<br />
peixes que alimentam a população chegam <strong>de</strong> carro:<br />
com rios secos ou contaminados, os indígenas não<br />
pescam mais XI . periodicamente, um veículo carregado<br />
<strong>de</strong> peixes capturados a quilômetros <strong>de</strong> distância dali<br />
ven<strong>de</strong> o produto na al<strong>de</strong>ia. É assim também para a<br />
construção das malocas. Sem florestas ao redor,<br />
resta aos indígenas comprar paus, cipós e palhas no<br />
comércio fora dali XII .<br />
O abuso tem gerado inúmeros embates entre os<br />
Xavantes e os invasores. em inquéritos policiais sobram<br />
registros <strong>de</strong> casos que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o incêndio XIII <strong>de</strong> um<br />
ônibus escolar do povo a tentativas <strong>de</strong> homicídios.<br />
nos documentos, os fazen<strong>de</strong>iros locais são acusados<br />
<strong>de</strong> serem mandantes <strong>de</strong> uma tentativa <strong>de</strong> chacina XIV<br />
não só contra membros da al<strong>de</strong>ia, mas também <strong>de</strong><br />
agentes da FUnaI e <strong>de</strong> missionários indigenistas que<br />
atuam na região XV .<br />
Demarcada em 1993 e homologada em 1998 XVI , a<br />
Terra Indígena Maraiwatse<strong>de</strong> é o avesso do que a lei<br />
<strong>de</strong>termina para uma TI. no papel, a legislação é clara ao<br />
proibir “qualquer pessoa estranha aos grupos tribais<br />
(...), assim como ativida<strong>de</strong> agropecuária ou extrativa” XVII<br />
nas áreas reservadas a essas comunida<strong>de</strong>s. É o que<br />
mais se vê ali.<br />
O rAIO-x dO prObleMA<br />
Dono do maior rebanho comercial do mundo XVIII , há<br />
anos o Brasil festeja XIX a li<strong>de</strong>rança na exportação global<br />
<strong>de</strong> carne. por trás <strong>de</strong>sta festa, contudo, boa parte da<br />
amazônia foi abatida, resultado <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />
queimadas, <strong>de</strong>smatamento e ocupação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 69<br />
milhões <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> terras XX na pata do boi.<br />
Dos mais <strong>de</strong> 720 mil quilômetros quadrados que a maior<br />
floresta tropical brasileira per<strong>de</strong>u nos últimos 40 anos XXI ,<br />
61% XXII viraram pasto para gado. a expansão do gado<br />
na amazônia é um dos principais motivos que levaram<br />
o Brasil a figurar entre os cinco maiores emissores <strong>de</strong><br />
gases estufa no planeta XXIII .<br />
em junho <strong>de</strong> 2009, o relatório do <strong>Greenpeace</strong> “a farra<br />
do boi na amazônia XXIV ” <strong>de</strong>nunciou como boa parte<br />
da produção pecuária na amazônia está relacionada<br />
com <strong>de</strong>smatamento, invasões <strong>de</strong> terras indígenas e <strong>de</strong><br />
unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação, trabalho escravo e conflitos<br />
agrários. e como todos estes problemas espalham-se<br />
pela ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> custódia com origem na pecuária <strong>de</strong> corte<br />
e chegam ao prato, aos calçados, aos móveis, aos carros<br />
<strong>de</strong> cidadãos no Brasil e no mundo.<br />
A sOCIedA<strong>de</strong> se MObIlIZA<br />
pelA sOluçãO<br />
linha do tempo:<br />
• 1º <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2009 – <strong>Greenpeace</strong><br />
lança o relatório “Farra do Boi na amazônia”.<br />
O Ministério público Fe<strong>de</strong>ral do pará move ação<br />
bilionária contra a Bertin, 20 fazendas e 10 outras<br />
empresas ligadas à pecuária que atuam nas<br />
fronteiras <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição da amazônia XXV .<br />
• 10 <strong>de</strong> junho – Três gigantes da re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
supermercados brasileira – WalMart, carrefour<br />
e pão <strong>de</strong> açúcar – anunciam que vão cancelar<br />
contratos com fazendas envolvidas com<br />
<strong>de</strong>smatamento no pará XXVI .<br />
• 12 <strong>de</strong> junho – Banco Mundial (IFc)<br />
volta atrás num empréstimo <strong>de</strong> US$ 90 milhões<br />
que conce<strong>de</strong>ria à Bertin XXVII .<br />
• 22 <strong>de</strong> junho – Quarta maior<br />
comercializadora <strong>de</strong> carne do mundo, a<br />
Marfrig se compromete com uma moratória ao<br />
<strong>de</strong>smatamento na amazônia XXVIII .<br />
• 24 <strong>de</strong> junho – O braço brasileiro do<br />
Wal-Mart anuncia política XXIX <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento<br />
zero em sua ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fornecedores.<br />
• 22 <strong>de</strong> julho a 3 <strong>de</strong> agosto – nike XXX ,<br />
adidas XXXI , Timberland XXXII , clarks XXXIII e Geox<br />
anunciam que não comprarão mais couro da<br />
amazônia, a não ser que seus fornecedores<br />
apoiem uma moratória imediata na expansão do<br />
gado em cima da floresta amazônica.<br />
• 14 <strong>de</strong> agosto – Maior exportador <strong>de</strong><br />
couro do mundo e segundo maior exportador <strong>de</strong><br />
carne no Brasil, a Bertin assume compromisso<br />
pelo <strong>de</strong>smatamento zero na amazônia XXXIV .<br />
• 25 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2009 – JBS-<br />
Friboi, o maior exportador mundial <strong>de</strong> carne,<br />
anuncia que não irá mais comprar gado criado em<br />
áreas da amazônia <strong>de</strong>smatadas após 22 <strong>de</strong> julho<br />
<strong>de</strong> 2009 XXXV .<br />
• 5 <strong>de</strong> outubro – JBS, Bertin, Marfrig e<br />
Minerva se reúnem em evento na FGV, em São<br />
paulo, para anunciar publicamente XXXVI a adoção<br />
dos crITÉrIOS MÍnIMOS para OperaÇÕeS<br />
cOM GaDO e prODUTOS BOVInOS eM eScaLa<br />
InDUSTrIaL nO BIOMa aMaZÔnIa XXXVII .<br />
• 27 <strong>de</strong> outubro – JBS e Bertin fun<strong>de</strong>m<br />
suas operações.<br />
<strong>Greenpeace</strong> | 5
CrItÉrIOs MÍnIMOs pArA OperAçÕes COM gAdO e prOdutOs<br />
bOVInOs eM esCAlA IdustrIAl nO bIOMA AMAZÔnIA<br />
CRITÉRIOS MÍNIMOS PARA OPE-<br />
RAÇÕES COM GADO E PRODU-<br />
TOS BOVINOS EM ESCALA INDUS-<br />
TRIAL NO BIOMA AMAZÔNIA *<br />
Os critérios abaixo se aplicam para<br />
toda empresa <strong>de</strong> agronegócios que<br />
opera <strong>de</strong>ntro do bioma Amazônia, a<br />
partir <strong>de</strong> agora <strong>de</strong>nominada EMPRE-<br />
SA, e para toda e qualquer proprieda<strong>de</strong><br />
rural da qual a EMPRESA compre<br />
gado, bem como carne, couro<br />
e outros produtos e subprodutos<br />
pecuários. Esses critérios <strong>de</strong>vem ser<br />
cumpridos como uma pré-condição<br />
para qualquer compra ou contrato <strong>de</strong><br />
compra e em todas as operações relevantes<br />
da EMPRESA, suas afiliadas<br />
e subsidiárias. Os critérios não <strong>de</strong>vem<br />
ser usados para justificar futuros<br />
<strong>de</strong>smatamentos <strong>de</strong> qualquer tipo em<br />
qualquer outra região.<br />
1. DESMATAMENTO ZERO NA<br />
CADEIA DE SUPRIMENTO:<br />
Nenhum novo <strong>de</strong>smatamento para<br />
pecuária será aceito <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 05 <strong>de</strong><br />
outubro <strong>de</strong> 2009.<br />
a. num prazo <strong>de</strong> seis meses a partir da assinatura<br />
do compromisso <strong>de</strong> adoção <strong>de</strong>stes critérios,<br />
a eMpreSa se obriga a comprovar <strong>de</strong><br />
forma monitorável, verificável e reportável que<br />
nenhuma proprieda<strong>de</strong> rural fornecedora direta<br />
<strong>de</strong> bois para abate (fazenda <strong>de</strong> engorda) e que<br />
tenha <strong>de</strong>smatado no bioma amazônia após a<br />
data <strong>de</strong> referência <strong>de</strong>ste acordo faz parte <strong>de</strong><br />
sua lista <strong>de</strong> suprimento.<br />
b. num prazo <strong>de</strong> dois anos a partir da assinatura<br />
do compromisso <strong>de</strong> adoção <strong>de</strong>stes<br />
critérios, a eMpreSa se obriga a comprovar<br />
<strong>de</strong> forma monitorável, verificável e reportável<br />
que nenhum <strong>de</strong> seus fornecedores indiretos<br />
(tais como fazendas <strong>de</strong> cria e recria envolvidas<br />
na ca<strong>de</strong>ia produtiva da eMpreSa) e que tenha<br />
<strong>de</strong>smatado no bioma amazônia após a data<br />
<strong>de</strong> referência <strong>de</strong>ste acordo faz parte <strong>de</strong> sua<br />
lista <strong>de</strong> suprimento.<br />
c. em seis meses, a eMpreSa vai reavaliar,<br />
em conjunto com o <strong>Greenpeace</strong> e outros atores,<br />
as metas em relação aos fornecedores indiretos<br />
citadas no item 1.b.<br />
d. proprieda<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> for comprovada a ocorrência<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento no bioma amazônia<br />
após a data <strong>de</strong> referência <strong>de</strong>ste documento<br />
serão excluídas da lista <strong>de</strong> fornecedores da<br />
eMpreSa e só serão readmitidas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
comprovarem a reparação dos danos ambientais,<br />
assinatura <strong>de</strong> um Termo <strong>de</strong> ajuste<br />
<strong>de</strong> conduta (Tac), o pagamento <strong>de</strong> eventuais<br />
multas e in<strong>de</strong>nizações a elas aplicadas e o respeito<br />
à legislação ambiental em vigor, inclusive<br />
a fundiária.<br />
6 | QUeBra De cOnFIanÇa<br />
2. REJEIÇÃO À INVASÃO DE<br />
TERRAS INDÍGENAS E ÁREAS<br />
PROTEGIDAS:<br />
EMPRESA e seus produtos <strong>de</strong>vem<br />
ser isentos <strong>de</strong> envolvimento com<br />
invasão <strong>de</strong> terras indígenas e áreas<br />
protegidas por legislação fe<strong>de</strong>ral, estadual<br />
ou municipal.<br />
a. Fazendas acusadas pelo Ministério público<br />
Fe<strong>de</strong>ral (MpF) ou Fundação nacional do Índio<br />
(Funai) <strong>de</strong> invasão <strong>de</strong> terras indígenas, fazendas<br />
constantes das listas <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s<br />
embargadas pelo Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Meio<br />
ambiente e dos recursos naturais renováveis<br />
(Ibama) e aquelas proprieda<strong>de</strong>s autuadas por<br />
órgãos estaduais ou fe<strong>de</strong>rais por invasão <strong>de</strong><br />
áreas protegidas serão excluídas da lista <strong>de</strong><br />
fornecedores da eMpreSa, após a ciência<br />
inequívoca da eMpreSa <strong>de</strong>stas situações.<br />
estas fazendas somente serão readmitidas <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> comprovarem a reparação dos danos<br />
ambientais, assinatura <strong>de</strong> um Tac, o pagamento<br />
das multas e in<strong>de</strong>nizações a elas aplicadas<br />
e comprovarem o respeito à legislação<br />
em vigor por parte do Ministério do Trabalho e<br />
emprego (MTe), MpF, Funai, Ibama e outros<br />
órgãos envolvidos.<br />
3. REJEIÇÃO AO TRABALHO<br />
ESCRAVO:<br />
A EMPRESA <strong>de</strong>ve assinar e cumprir<br />
estritamente o Pacto Nacional <strong>de</strong><br />
Erradicação do Trabalho Escravo.<br />
a. Fazendas que forem autuadas por prática<br />
<strong>de</strong> trabalho escravo ou <strong>de</strong>gradante, a partir da<br />
ciência inequívoca da eMpreSa, serão excluídas<br />
da lista <strong>de</strong> fornecedores da eMpreSa<br />
por um período <strong>de</strong> dois anos e só serão readmitidas<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> comprovação <strong>de</strong> respeito à<br />
legislação em vigor por parte do Ministério do<br />
Trabalho e emprego (MTe) e pelo Ministério público<br />
Fe<strong>de</strong>ral (MpF), ou assinatura <strong>de</strong> um Tac.<br />
4. REJEIÇÃO À GRILAGEM E À<br />
VIOLÊNCIA NO CAMPO:<br />
a. a eMpreSa excluirá <strong>de</strong> sua lista <strong>de</strong> fornecedores<br />
diretos ou indiretos, a partir da ciência<br />
inequívoca da eMpreSa, aqueles produtores<br />
acusados por grilagem pelo Ministério público<br />
ou por Institutos <strong>de</strong> Terra fe<strong>de</strong>ral ou estaduais,<br />
ou comprovadamente envolvidos na<br />
promoção <strong>de</strong> conflitos agrários com base em<br />
<strong>de</strong>núncias do Ministério público. O retorno ao<br />
fornecimento dar-se-á a partir da assinatura <strong>de</strong><br />
um Tac ou o não acolhimento da <strong>de</strong>núncia.<br />
5. SISTEMA DE RASTREABILIDA-<br />
DE DE PRODUÇÃO MONITORÁ-<br />
VEL, VERIFICÁVEL E REPORTÁVEL<br />
Gado e produtos bovinos só po<strong>de</strong>rão<br />
ser fornecidos por fazendas ou<br />
grupos formalmente comprometidos<br />
com a adoção <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> rastreabilida<strong>de</strong><br />
confiável que, além das<br />
* Os limites dos biomas brasileiros são <strong>de</strong>finidos pelo IBGE. O mapa do IBGE<br />
está disponível em ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas/tematicos/mapas_murais/biomas.pdf<br />
exigências atuais, incluam claras exigências<br />
ambientais <strong>de</strong>stinadas a eliminar<br />
o <strong>de</strong>smatamento.<br />
a. nos prazos <strong>de</strong>terminados no item 1.a) e 1.b),<br />
a eMpreSa <strong>de</strong>ve obter <strong>de</strong> seus fornecedores<br />
diretos e indiretos os polígonos referenciados<br />
geograficamente com GPS <strong>de</strong> navegação <strong>de</strong><br />
suas proprieda<strong>de</strong>s rurais na escala a<strong>de</strong>quada,<br />
com clara <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> limites confrontantes e<br />
das áreas <strong>de</strong> uso e não uso, acompanhados<br />
<strong>de</strong> imagens recentes <strong>de</strong> satélite da área da fazenda.<br />
b. a eMpreSa tem <strong>de</strong> comprovar que seus<br />
fornecedores diretos disponham <strong>de</strong> cadastro<br />
ambiental rural em seis meses e/ou a licença<br />
ambiental em 24 meses, concedidos por órgão<br />
governamental estadual ou fe<strong>de</strong>ral responsável,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não haja impedimento <strong>de</strong> fazê-<br />
-lo por ação <strong>de</strong> terceiros.<br />
c. em prazo que não po<strong>de</strong> superar cinco anos,<br />
a eMpreSa preten<strong>de</strong> aceitar como fornecedores<br />
apenas os produtores rurais capazes <strong>de</strong><br />
provar a legalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus títulos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>.<br />
Todas as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem dispor <strong>de</strong><br />
imagens <strong>de</strong> satélite e os polígonos referenciados<br />
geograficamente com GPS <strong>de</strong> navegação<br />
mostrando áreas <strong>de</strong> uso, reservas legais e áreas<br />
protegidas.<br />
d. a eMpreSa <strong>de</strong>ve comprovar, <strong>de</strong> forma<br />
monitorável, verificável e reportável a origem<br />
<strong>de</strong> todos os produtos e subprodutos bovinos<br />
através <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> rastreabilida<strong>de</strong> confiáveis<br />
e internacionalmente aceitos, e que <strong>de</strong>smatamento,<br />
trabalho escravo, invasão <strong>de</strong> terras<br />
indígenas e <strong>de</strong> áreas protegidas não fazem<br />
parte <strong>de</strong> sua ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimento.<br />
e. a eMpreSa <strong>de</strong>ve comprovar o cumprimento<br />
dos compromissos previstos neste documento<br />
através <strong>de</strong> um sistema in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<br />
respeitável e internacionalmente aceito <strong>de</strong><br />
auditagem.<br />
6. IMPLEMENTAÇÃO DOS<br />
COMPROMISSOS NA CADEIA<br />
PRODUTIVA:<br />
A EMPRESA <strong>de</strong>ve informar seus<br />
fornecedores <strong>de</strong> todos os requisitos<br />
acima e <strong>de</strong>ixar claro que os que<br />
violarem os critérios não serão mais<br />
aceitos como fornecedores. Será<br />
constituída uma comissão para monitoramento<br />
e acompanhamento do<br />
protocolo aqui assinado objetivando<br />
analisar, estudar e corrigir os rumos<br />
do setor em prol do <strong>de</strong>smatamento<br />
zero. Para tanto, reunir-se-á a comissão<br />
mensalmente com representantes<br />
do setor, ONGs, clientes, sistema<br />
financeiro e governo.<br />
AOs trAnCOs e bArrAnCOs<br />
Des<strong>de</strong> o início, a implementação do acordo enfrentou<br />
problemas, atrasos e retrocessos. a formação <strong>de</strong> um<br />
grupo <strong>de</strong> monitoramento do acordo, por exemplo, não<br />
se concretizou. porém, o compromisso público assinado<br />
pelos frigoríficos <strong>de</strong>manda auditorias <strong>de</strong> suas operações<br />
como uma forma <strong>de</strong> contribuir para a transparência do<br />
acordo, incluindo a adoção do cadastro ambiental rural<br />
(car) das fazendas como critério <strong>de</strong> compra.<br />
para o <strong>Greenpeace</strong>, a única maneira <strong>de</strong>, num período <strong>de</strong><br />
seis meses, “comprovar <strong>de</strong> forma monitorável, verificável<br />
e reportável que nenhuma proprieda<strong>de</strong> rural fornecedora<br />
direta <strong>de</strong> bois para abate (fazenda <strong>de</strong> engorda) e que tenha<br />
<strong>de</strong>smatado no bioma amazônia após a data <strong>de</strong> referência<br />
<strong>de</strong>ste acordo faz parte <strong>de</strong> sua lista <strong>de</strong> suprimento”,<br />
seria mediante a adoção da obrigatorieda<strong>de</strong> do car,<br />
que obriga as fazendas a tornarem públicos os limites<br />
mapeados <strong>de</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s junto às secretarias <strong>de</strong><br />
meio ambiente <strong>de</strong> seus estados. essa medida também<br />
consta dos termos <strong>de</strong> ajustamento <strong>de</strong> conduta assinados<br />
por JBS (no pará XXXVIII , Mato Grosso XXXIX e, finalmente,<br />
relativo a toda a amazônia XL ), Marfrig (Mato Grosso XLI ) e<br />
Minerva (pará XLII ).<br />
para os fornecedores indiretos (aqueles que enviaram<br />
bois para outras fazendas, que por sua vez os ven<strong>de</strong>ram<br />
para os frigoríficos), o prazo seria <strong>de</strong> dois anos (outubro<br />
<strong>de</strong> 2011).<br />
Somente com o car seria possível cruzar dados <strong>de</strong> novos<br />
<strong>de</strong>smatamentos com o perímetro das proprieda<strong>de</strong>s,<br />
e posterior i<strong>de</strong>ntificação e multa dos responsáveis.<br />
Sem ele, a localização das fazendas, sua área e suas<br />
operações, bem como seus proprietários continuarão<br />
<strong>de</strong>sconhecidos da socieda<strong>de</strong>, do po<strong>de</strong>r público e dos<br />
clientes dos frigoríficos.<br />
no início <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010, seis meses após a adoção<br />
dos critérios, os frigoríficos não conseguiram apresentar<br />
a totalida<strong>de</strong> do mapeamento preliminar <strong>de</strong> seus clientes<br />
diretos, nem garantir a compra exclusiva <strong>de</strong> fazendas<br />
com car XLIII . na ocasião, porém, apresentaram avanços<br />
significativos em relação à montagem <strong>de</strong> um processo<br />
<strong>de</strong> monitoramento. Um novo prazo foi acordado pelos<br />
frigoríficos, seus clientes e o <strong>Greenpeace</strong>, para a exclusão<br />
total dos fornecedores diretos que <strong>de</strong>scumprissem<br />
o compromisso: 14 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2010. até lá, os<br />
frigoríficos adotariam um sistema <strong>de</strong> verificação <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>smatamento por meio <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas dos pontos <strong>de</strong><br />
curral das proprieda<strong>de</strong>s, que se mostrou ineficiente e <strong>de</strong><br />
difícil execução.<br />
De acordo com dados do Ministério público Fe<strong>de</strong>ral<br />
do Mato Grosso, entre janeiro <strong>de</strong> 2011 e maio <strong>de</strong> 2011,<br />
a JBS quebrou seu compromisso pelo menos 19<br />
vezes XLIV . empresas consumidoras que levam a sério<br />
sua responsabilida<strong>de</strong> socioambiental, portanto, não têm<br />
qualquer garantia <strong>de</strong> que produtos vindos da JBS estão<br />
a<strong>de</strong>quados a suas políticas internas.<br />
<strong>Greenpeace</strong> | 7
COMprA <strong>de</strong> áreAs eMbArgAdAs, terrA IndÍgenA<br />
e <strong>de</strong> FAZendA COM trAbAlhO esCrAVO<br />
FaZenDa FOrneceDOra<br />
FaZenDa DaMare<br />
FaZ. 2 IrMaOS<br />
FaZ. DOIS IrMaOS<br />
FaZ. eLO De OUrO<br />
FaZ. eSTreLa DO FOnTOUra<br />
FaZ. FUrnaS<br />
FaZ. MarUrUna<br />
FaZ. pOnTaLIna<br />
FaZ. rIacHO BOnITO<br />
FaZ. SILVa<br />
FaZ. SOMBra Da MaTa<br />
FaZ. TrIaneIra<br />
FaZ:MaTa VerDe<br />
FaZenDa aGUa FrIa<br />
FaZenDa caTUaBa DO<br />
FOnTOUra<br />
FaZenDa FOrneceDOra<br />
FaZenDa SaO LUcaS<br />
FaZenDa FOrneceDOra<br />
FaZ. SaO SeBaSTIaO Da<br />
GOIana<br />
FaZenDa VISTa aLeGre<br />
SITIO TOMaZeLI I<br />
8 | QUeBra De cOnFIanÇa<br />
MUnIcÍpIO<br />
FrIGOrÍFIcO<br />
SãO FÉLIX DO arÁGUaIa JBS - aGUa BOa<br />
aLTO BOa VISTa JBS - aGUa BOa<br />
SaO FeLIX DO araGUaIa JBS - aGUa BOa<br />
aLTO BOa VISTa JBS - aGUa BOa<br />
SaO FeLIX DO araGUaIa JBS - aGUa BOa<br />
SaO FeLIX DO araGUaIa JBS - aGUa BOa<br />
SaO FeLIX DO araGUaIa JBS - aGUa BOa<br />
SaO FeLIX DO araGUaIa JBS - Barra DO GarcaS<br />
aLTO BOa VISTa JBS - aGUa BOa<br />
aLTO BOa VISTa JBS - aGUa BOa<br />
SaO FeLIX DO araGUaIa JBS - Barra DO GarcaS<br />
JBS - aGUa BOa<br />
aLTO BOa VISTa<br />
JBS - aGUa BOa<br />
SaO FeLIX DO araGUaIa JBS - Barra DO GarcaS<br />
aLTO BOa VISTa JBS - aGUa BOa<br />
SaO FeLIX DO araGUaIa JBS - aGUa BOa<br />
MUnIcÍpIO<br />
rOnDOLanDIa<br />
MUnIcÍpIO<br />
SaO JOSe DO XInGU<br />
aLTa FLOreSTa<br />
nOVa BanDeIranTeS<br />
Total <strong>de</strong> animais fornecidos<br />
FrIGOrÍFIcO<br />
JBS - SaO JOSe DOS QUaTrO<br />
MarcOS<br />
Total <strong>de</strong> animais fornecidos<br />
FrIGOrÍFIcO<br />
JBS - Barra DO GarcaS<br />
JBS - aLTa FLOreSTa<br />
JBS - aLTa FLOreSTa<br />
Total <strong>de</strong> animais fornecidos<br />
nº De anIMaIS<br />
FOrnecIDOS<br />
(Jan 11 - Mai 11)<br />
85<br />
54<br />
72<br />
17<br />
18<br />
34<br />
51<br />
34<br />
180<br />
18<br />
24<br />
18<br />
18<br />
18<br />
36<br />
36<br />
713<br />
nº De anIMaIS<br />
FOrnecIDOS<br />
(Jan 11 - Mai 11)<br />
144<br />
144<br />
nº De anIMaIS<br />
FOrnecIDOS<br />
(Jan 11 - Mai 11)<br />
Fonte: Ministério público Fe<strong>de</strong>ral do Mato Grosso. Site acessado em 18/10/11: http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias/noticias-do-site/copy_of_pdfs/jbs_tabela_dados.pdf<br />
90<br />
120<br />
22<br />
232<br />
Total geral <strong>de</strong> animais fornecidos 1089<br />
nãO-cUMprIMenTO<br />
DO acOrDO De<br />
GaDO<br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
TI Maraiwatse<strong>de</strong><br />
nãO-cUMprIMenTO<br />
DO acOrDO De<br />
GaDO<br />
Trabalho escravo<br />
nãO-cUMprIMenTO<br />
DO acOrDO De<br />
GaDO<br />
embargo IBaMa<br />
embargo IBaMa<br />
embargo IBaMa<br />
O que O greenpeACe quer<br />
as ações listadas abaixo são essenciais para assegurar<br />
que produtos originados da pecuária na amazônia<br />
brasileira, particularmente das empresas citadas nesse<br />
relatório, estão livres <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento.<br />
Frigoríficos:<br />
• Que seja inteiramente cumprido e implementado pela<br />
JBS e outros signatários o acordo <strong>de</strong> 2009, “critérios<br />
mínimos para operações com gado e produtos bovinos<br />
em escala industrial no bioma amazônia”;<br />
• Que as relações comerciais com fazendas expostas<br />
neste relatório sejam imediatamente suspensas pela<br />
JBS e outros signatários do acordo;<br />
• Que a JBS e outros signatários produtores <strong>de</strong><br />
carne e couro brasileiros, em colaboração com seus<br />
clientes, criem e implementem uma metodologia <strong>de</strong><br />
monitoramento eficiente e transparente, e que esse<br />
processo seja auditado para a implementação dos<br />
compromissos;<br />
• Que a JBS e outros signatários do acordo do gado<br />
<strong>de</strong> 2009 apoiem publicamente leis fortes que aju<strong>de</strong>m a<br />
eliminar o <strong>de</strong>smatamento pela pecuária no Brasil.<br />
Empresas consumidoras:<br />
• precisam trabalhar com seus fornecedores para<br />
garantir maior transparência na comercialização <strong>de</strong> gado<br />
das fazendas para os frigoríficos, incluindo colaborar no<br />
Termo <strong>de</strong> Referência para as auditorias dos frigoríficos;<br />
• Implementar políticas <strong>de</strong> compra que contemplem<br />
critérios ambientais;<br />
• Que apoiem medidas legislativas no Brasil que<br />
legalizem/institucionalizem as conquistas do acordo<br />
assinado em 2009.<br />
Governo brasileiro:<br />
• Que evite mudanças no código Florestal cujas<br />
consequências sejam permitir o aumento do<br />
<strong>de</strong>smatamento ou a concessão <strong>de</strong> anistia a quem<br />
<strong>de</strong>smatou ilegalmente no passado;<br />
• Que tome, imediatamente, medidas administrativas<br />
para aumentar o registro das fazendas e seu<br />
licenciamento ambiental;<br />
• Que tome medidas imediatas para remover fazendas<br />
ilegais da Terra Indígena Maraiwatse<strong>de</strong>.<br />
© <strong>Greenpeace</strong> / Rodrigo Baleia<br />
<strong>Greenpeace</strong> | 9
eFerênCIAs<br />
[ I & II ] Site do Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral do Mato Grosso, acessado em 18/10/11: http://www.prmt.mpf.gov.br/noticias/carne-ilegal-mpf-notifica-maiorfrigorifico-do-mundo-por-<strong>de</strong>scumprir-acordo-pela-pecuaria-sustentavel.<br />
http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias/noticias-do-site/copy_of_pdfs/jbs_tabela_<br />
dados.pdf<br />
[ III ] Funai. Demografia, epi<strong>de</strong>mias e organização social: Os Xavante <strong>de</strong> Pimentel Barbosa (Etéñitépa),Mato Grosso. Avaiable: http://www.funai.gov.br/<br />
projetos/plano_editorial/pdf/rep2-1/cap_05.pdf<br />
[ IV ] World Wildlife Foundation - Indigenous peoples and conservation Organizations - experiences in collaboration. February 2000. avaiable at: http://www.<br />
worldwildlife.org/what/communityaction/people/partneringwith/WWFBinaryitem6048.pdf<br />
[ V ] World Wildlife Foundation - Indigenous peoples and conservation Organizations - experiences in collaboration. February 2000. avaiable at: http://www.<br />
worldwildlife.org/what/communityaction/people/partneringwith/WWFBinaryitem6048.pdf<br />
[ VI ] Socio enviromental Institute. povos Indigenas do Brasil. avaiable at: http://pib.socioambiental.org/caracterizacao.php?id_arp=4019<br />
[ VII ] Socio enviromental Institute. povos Indigenas do Brasil. avaiable at: http://pib.socioambiental.org/caracterizacao.php?id_arp=4019 <br />
[ VIII ] Indiginous national Foundation. Brasil Indigena.<br />
[ IX ] Socio enviromental Institute. povos Indigenas do Brasil. September 2011. avaiable at: http://pib.socioambiental.org/caracterizacao.php?id_arp=4019<br />
[ X ] Ministério público Fe<strong>de</strong>ral – procuradoria da república no Mato Grosso.<br />
[ XI ] World Wildlife Foundation - Indigenous peoples and conservation Organizations - experiences in collaboration. February 2000. avaiable at: http://www.<br />
worldwildlife.org/what/communityaction/people/partneringwith/WWFBinaryitem6048.pdf<br />
[ XII ] WWF - Indigenous peoples and conservation Organizations - experiences in collaboration. February 2000. avaiable at: http://www.worldwildlife.org/<br />
what/communityaction/people/partneringwith/WWFBinaryitem6048.pdf<br />
[ XIII ] ação civil pública 2207.01.00.05103 “ retirada dos posseiros da TI”. Ministério publico do estado do Mato Grosso; ação civil pública 95.00.00679-0.<br />
5 Vara da Justiça Fe<strong>de</strong>ral Mato Grosso.<br />
[ XIV ] ação civil pública 2207.01.00.05103 “ retirada dos posseiros da TI”. Ministério publico do estado do Mato Grosso; ação civil pública 95.00.00679-0.<br />
5 Vara da Justiça Fe<strong>de</strong>ral Mato Grosso.<br />
[ XV ] ação civil pública 2207.01.00.05103 “ retirada dos posseiros da TI”. Ministério publico do estado do Mato Grosso; ação civil pública 95.00.00679-0.<br />
5 Vara da Justiça Fe<strong>de</strong>ral Mato Grosso.<br />
[ XVI ] Ministry of Justice Ordinance no. 363 ratified by Presi<strong>de</strong>ntial Decree of December 11, 1998; Instituto Socioambiental. Povos Indigenas do Brasil.<br />
avaiable at: http://pib.socioambiental.org<br />
[ XVII ] Instituto Socioambiental. povos Indigenas do Brasil. avaiable at: http://pib.socioambiental.org<br />
[ XVIII ] United States Department of agriculture. Lifestock and poultry: World Market and Tra<strong>de</strong>. Octuber, 2010. avaiable at: http://www.fas.usda.gov/dlp/<br />
circular/2010/livestock_poultryfull101510.pdf<br />
[ XIX ] Ministry of agriculture. Brazil. September, 2011. avaiable at: http://www.agricultura.gov.br/animal<br />
[ XX ] national Institute for Space research. projeto prODeS: Monitoramento da Floresta amazônica Brasileira por Satélite. September 2011. avaiable at:<br />
http://www.obt.inpe.br/pro<strong>de</strong>s/in<strong>de</strong>x.html<br />
[ XXI ] national Institute for Space research Terra cLaSS : Levantamento <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> uso e cobertura da terra na amazônia (executive Summary).<br />
September 2011. avaiable at: http://www.inpe.br/cra/projetos_pesquisas/sumario_executivo_terraclass_2008.pdf<br />
[ XXII ] national Institute for Space research Terra cLaSS : Levantamento <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> uso e cobertura da terra na amazônia (executive Summary).<br />
September 2011. avaiable at: http://www.inpe.br/cra/projetos_pesquisas/sumario_executivo_terraclass_2008.pdf<br />
[ XXIII ] Ministry of Science and Technology. Inventário <strong>de</strong> emissões e remoções antrópicas <strong>de</strong> Gases do efeito estufa (comunicação nacional). December<br />
2005. avaiable at: http://www.mct.gov.br/upd_blob/0004/4199.pdf<br />
[ XXIV ] <strong>Greenpeace</strong> Brazil. Slaughtering the amazon. December 2009. avaiable at: http://www.greenpeace.org/international/en/publications/reports/<br />
slaughtering-the-amazon.<br />
[ XXV ] Ministério público Fe<strong>de</strong>ral, procuradoria da república no pará.<br />
[ XXVI ] abras, Brazilian association of Supermarkets, (12 June 2009), “Supermercados exigem carne sem <strong>de</strong>smatamento”, http://www.abras.com.br/<br />
clipping.php?area=20&clipping=7176<br />
[ XXVII ] BIc, Bank Information center, IFc withdraws loan from Brazilian cattle corporation, Bertin, http://www.bicusa.org/en/article.11258.aspx<br />
[ XXVIII ] Marfrig, comunicado ao Mercado – pecuária Legal, São paulo, 22 June 2009.<br />
[ XXIX ] Wal Mart, pacto pela pecuária, http://www.walmartsustentabilida<strong>de</strong>.com.br/pacto-sustentabilida<strong>de</strong>/<br />
[ XXX ] nike, nike Inc commits do Helping Halt amazon Deforestation, 22 July, 2009, http://www.nikebiz.com/media/pr/2009/07/22_amazonLeatherpolicy.html<br />
[ XXXI ] adidas, 27, July, 2009, Statement on the Sourcing of Leather from Brazil, http://www.adidas-group.com/en/sustainability/statements/2009/leather_<br />
sourcing_brazil_july_2009.aspx <br />
[ XXXII ] Timberland, Issues in earthkeeping part II, 29 July 2009, http://blog.timberland.com/corporate-social-responsibility/issues-in-earthkeeping-part-ii/<br />
[ XXXIII ] clarks, responsible management of clarks’ leather supply chain, http://www.clarks.co.uk/careers/aboutUsHome/LeatherSupply<br />
[ XXXIV ] <strong>Greenpeace</strong>, 12 aug 2009, após reunião com o <strong>Greenpeace</strong>, Bertin S.a. se compromete com o <strong>de</strong>smatamento zero, http://www.greenpeace.org/<br />
brasil/pt/noticias/bertin-segue-o-exemplo-do-marf/<br />
[ XXXV ] JBS S/a, compromissos com práticas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> Social e Sustentabilida<strong>de</strong>, http://www.jbs.com.br/_doc/compromissosJBS.pdf<br />
[ XXXVI ] <strong>Greenpeace</strong>, 05 October 2009, Marfrig, Bertin, JBS e Minerva se unem pelo Desmatamento Zero, http://www.greenpeace.org/brasil/pt/noticias/<br />
marfrig-bertin-jbs-e-minerva/<br />
[ XXXVII ] <strong>Greenpeace</strong>, 05 October 2009, critérios Mínimos para Operações Industriais com Gado no Bioma amazônia, http://www.greenpeace.org/brasil/<br />
pageFiles/4424/criterios-m-nimos-para-opera-2.pdf<br />
[ XXXVIII ] Ministério público Fe<strong>de</strong>ral – procuradoria da república no pará<br />
[ XXXIX ] Ministério público Fe<strong>de</strong>ral – procuradoria da república no Mato Grosso<br />
[ XL ] Ministério público Fe<strong>de</strong>ral – procuradoria da república no acre<br />
[ XLI ] Ministério público Fe<strong>de</strong>ral – procuradoria da república no Mato Grosso<br />
[ XLII ] Ministério público Fe<strong>de</strong>ral – procuradoria da república no pará<br />
[ XLIII ] <strong>Greenpeace</strong>, http://www.greenpeace.org/usa/en/news-and-blogs/news/brazilian-slaughterhouses-100405/<br />
[ XLIV] Site do Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral do Mato Grosso, acessado em 18/10/11: http://www.prmt.mpf.gov.br/noticias/carne-ilegal-mpf-notifica-maior-frigorificodo-mundo-por-<strong>de</strong>scumprir-acordo-pela-pecuaria-sustentavel.<br />
http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias/noticias-do-site/copy_of_pdfs/jbs_tabela_dados.pdf<br />
10 | QUeBra De cOnFIanÇa<br />
O <strong>Greenpeace</strong> é uma organização global<br />
e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte que promove campanhas<br />
para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o meio ambiente e a paz,<br />
inspirando as pessoas a mudarem atitu<strong>de</strong>s<br />
e comportamentos. nós investigamos,<br />
expomos e confrontamos os responsáveis<br />
por danos ambientais. Também <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos<br />
soluções ambientalmente seguras<br />
e socialmente justas, que ofereçam<br />
esperança para esta e para futuras gerações<br />
e inspiramos pessoas a se tornarem<br />
responsáveis pelo planeta.<br />
<strong>Greenpeace</strong> | 11
Outubro 2011<br />
publicado por <strong>Greenpeace</strong> Brasil<br />
rua alvarenga, 2331<br />
Butantã, 05509-006<br />
São paulo, Sp - Brasil<br />
www.greenpeace.org.br<br />
12 | QUeBra De cOnFIanÇa<br />
w5.com.br