Genis Frederico Schmaltz Neto gfschmaltz@gmail.com Comer da ...
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que se alimenta <strong>da</strong> cegueira e o ensina a alimentar-se <strong>da</strong> morte. E o Paraíso se ressignifica em<br />
Kanto, a ci<strong>da</strong>de japonesa, ao mesmo tempo em que se estende para o mundo. “O mundo está<br />
podre”, diz Raito logo ao possuir o lápis. O que este Adão nipônico fez na<strong>da</strong> mais é do que tentar<br />
reorganizar o Paraíso, mas valendo-se dos artifícios que lhe tiraram de lá e deformaram sua<br />
visão.<br />
Considerações finais<br />
Sob o olhar do imaginário, tomamos a narrativa do anime exposta sob os detalhes de<br />
seu folder de divulgação e aferimos <strong>com</strong>o a questão <strong>da</strong> morte e do medo mostram-se por meio<br />
<strong>da</strong>s cores, dos símbolos e arquétipos. Por meio de uma análise que privilegia e se foca no duplo<br />
imperialismo do significante e do significado na imaginação simbólica, marcando o símbolo<br />
simbólico e constituindo a flexibili<strong>da</strong>de do simbolismo, apontado por Durand (1964:13),<br />
apreendemos as configurações simbológicas toma<strong>da</strong>s ao se integrarem os elementos <strong>da</strong><br />
narrativa e de sua representação gráfica.<br />
Ora, a morte configura-se de modo sintético no imaginário oriental, ao inteirar morte e<br />
vi<strong>da</strong>, enquanto o imaginário ocidental é heroico ou místico. A ausência do medo de sua presença<br />
e a que<strong>da</strong> causa<strong>da</strong> por ela tornam Raito um (anti) herói peculiar, que se atualiza <strong>com</strong>o Adão e<br />
sob a <strong>com</strong>panhia <strong>da</strong> serpente – o shinigami Ryuk – busca reordenar o paraíso segundo suas<br />
próprias convicções, resultando certamente em um fim não diferente do mito cristão: condenado<br />
pelos próprios atos - a maçã mordi<strong>da</strong>, o uso do caderno <strong>da</strong> morte – seu é o último nome escrito,<br />
sua é a última morte provoca<strong>da</strong>. E quem o escreve é o próprio Ryuk, enquanto pronuncia uma<br />
<strong>da</strong>s regras do death note. “No momento certo o shinigami deverá escrever o nome <strong>da</strong>quele que<br />
tocar o caderno, e este humano que dele fez uso não irá para o céu nem para o inferno... mas<br />
para o vazio”. E do vazio talvez não haja o que temer.<br />
Referências Bibliográficas<br />
BACHELARD, G. A poética do espaço. Trad. Joaquim Ramos. São Paulo: Abril Cultural, 1978.<br />
DURAND, G. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral. Trad.<br />
de Helder Godinho. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.<br />
_____________. A imaginação simbólica. Trad. Carlos Brito. Lisboa/Portugal: Edições 70, 1964.<br />
FUJIE, K. & KOMEN, D. Death Note: fatally fun facts. DH Publishing Inc, 2007