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Obra Completa

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22 CÂU^A THE SM A<br />

A vingança...<br />

PATRIA ! em tua frente passam hoje alterosos vapores<br />

de guerra, pejados de artilheria e de metralha, que<br />

parecem vulcões fluctuantes; — formidáveis couraçados<br />

de tal capacidade e tal potencia que transportam passageiros<br />

e marinheiros, a centos e a milhares.<br />

As tuas antigas caravelas são pirogas de par com<br />

estes monstros. Mas, ao sulco d'essas caravelas, assignalavam-se<br />

novos continentes e descobriam-se constellações<br />

novas emquanto que estes couraçados não assignalam<br />

nem descobrem coisa nenhuma — ou apenas<br />

assignalam muita arrogancia e descobrem muita piratagem.<br />

Pois bem : se taes couraçados pertencerem a gentes<br />

que ingratamente te aífrontam e brutamente te salteiam,<br />

Patria! ergue a cabeça e brada: «Nesse Cabo que eu<br />

dobrei e n'essa índia que eu venci, em vez da bandeira<br />

das quinas, trapeia agora o pavilhão dos que dormiam<br />

quando eu velava e trabalhava. Veio depois a cubica e<br />

arrebatou os meus trabalhos e o preço do meu sangue.<br />

Roubaram-me a fortuna, mas jamais me roubarão<br />

a gloria; e pouco importa o que é fugaz, quando se<br />

possue o que é eterno.»<br />

E, dizendo isto, estás vingada...<br />

Clives Mendes.<br />

« Ura feroce<br />

«Forza il mondo possiede, e fa nomarsi<br />

'«Dritto »<br />

N EL i655 1'armata condotta da William Penn, mentre<br />

fra Spagna e Inghilterra v'era pace, assaliva le colonie<br />

spagnuole delle Indie cccidentali e conquistava<br />

Giamaica.<br />

Oggi, colla stessa forza soggiogatrice delia giustizia,<br />

1'Inghilterra impone il suo volere al Portogallo, che risponde<br />

con quella dignità, che è la vendetta delle anime<br />

forti e libere.<br />

Ma chi ama 1'Inghilterra e ammira la sua storia gloriosa,<br />

e guarda agli instituti suoi, come alia piu salda<br />

guarentigia delia liberta umana, deve tristamente pensare<br />

alia violazione dei diritto, commessa dalla grande<br />

nazione.<br />

Imperocchè quando la forza si sostituisce alia ragione,<br />

e il volere brutale prende il luogo delia giustizia,<br />

le nazioni decadono e muorono.<br />

Venezia, febraio 1890.<br />

T. G. õMolmenti.<br />

As horas de crise nacional são sempre graves, menos<br />

talvez pelos resultados visíveis que delias possam<br />

provir, do que pelo facto de serem uma especie de f<br />

xj/ pedra de toque pela qual se aquilata o valor moral da<br />

nação em que sobrevéem.<br />

E Portugal sentiu dolorosamente a affronta que na<br />

sua fraqueza imprimiu uma nação egoista e poderosa, —<br />

uma nação que fez do egoismo o principal instrumento<br />

da sua grandeza e que fez da grandeza o auxiliar eficacíssimo<br />

do seu egoismo terrível.<br />

E sentir as affrontas é muito. Só as sentem e as<br />

percebem as nações que ainda não morreram!<br />

Não basta porém que tenhamos tido a clara e dolorida<br />

consciência d'uma humilhação injusta; é necessário<br />

que nos reunamos todos no sagrado empenho de<br />

reconstituir, na primitiva pureza heróica, uma nacionalidade<br />

corroida pelo mais perigoso e funesto virus, a<br />

descrença de si própria, o dissolvente scepticismo da<br />

sua própria razão e do seu proprio génio.<br />

A missão histórica que em phases anteriores da civilisação<br />

tinhamos a cumprir, cumpriram-na d'um modo<br />

sublime antepassados nossos.<br />

Hoje são outros os nossos deveres, outras as faculdades<br />

exigidas, outras as forças indispensáveis, a uma<br />

raça, a uma nação.<br />

Cumpramos esses deveres, adquiramos essas faculdades,<br />

tractemos de conquistar essas energias moraes<br />

que tanta falta nos estão fazendo.<br />

Só assim provaremos ao mundo, levemente sceptico<br />

a nosso respeito, que somos dignos de viver respeitados<br />

na integridade dos nossos direitos nacionaes.<br />

Maria çAmalia de Carvalho.<br />

Regenera-te ou morrerás<br />

A politica brutal de lord Salisbury não foi causa<br />

única do insulto que nos fez a Inglaterra-, também foi<br />

causa d 1 elle o nosso abatimento economico e moral-, a<br />

audacia do ministério britannico tornar-se-ia em cortezia<br />

ou benevolencia, se durante os cincoenta e seis annos<br />

da nossa vida constitucional tivessemos sido tão perseverantes<br />

na obrado engrandecimento da patria, como,<br />

depois do idtimatum, havemos sido fortes em indignados<br />

protestos.<br />

Que nos resta para evitar novos ataques á nossa<br />

honra e á nossa propriedade material ? Resta-nos substituir<br />

á intriga das facções a politica patriótica; á vil<br />

especulação a moralidade. O inimigo não está só na<br />

Gran-Bretanha ou n'outro qualquer paiz estranho; também<br />

está em todo o nosso territorio; e o peior, o mais<br />

traiçoeiro, o mais poderoso, não é o estrangeiro, é o<br />

portuguez; é o conjuncto dos nossos vicios; é elle que<br />

produziu syndicatos para enriquecimento de poucos á<br />

custa da nação; que traçou attrahentes programmas democráticos<br />

para depois serem escarnecidos ou despresados<br />

por aquelles mesmos que solemnemente juravam<br />

estar na realisação das suas doutrinas a salvação da patria;<br />

que tem persistentemente violado a consciência dos<br />

eleitores, já perseguindo-a, já corrompendo-a; que tem

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