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4° cAÂ THE qM A pos de Aljubarrota, firmes e confiados somente no pro- vj/ prio esforço, derrotaram o exercito castelhano, cinco vezes mais numeroso, e salvaram a independencia da patria. Após estes veio uma e outra geração ousada que por sua coragem e perseverança affrontou os mares, descobriu e senhoreou terras ignoradas e tornou Portugal temido e respeitado. Onde está hoje essa herança dos predicados varonis que tanto nobilitaram a nação e exalçaram o nome portuguez ? As pallidas cores da anemia, em que no remanso da paz se diluiu a rebustez e o vigor d'outr ora, serão por ventura indicio de enfraquecimento moral ? Não; porque não é nos accidentes da estatura, mas sim no tecido delicado do nervo que reside o brio e a coragem. Subsiste na geração actual animo valoroso para desaggravar a patria offendida. Fortifiquemos pois pela união os esforços de todos; concentremos o pensamento na vindicta, e a desforra será completa, se proseguirmos com tenacidade e firmeza. Serra oMirabeau. A pirataria ingleza em frente de Buarcos 1566 C ÔRRIA a menoridade do senhor D. Sebastião e era o reino governado pela rainha D. Catharina. Nesse anno julgamos que não havia, ou não estava em Coimbra, alcaide-mór; porque foi o Conde de Tentúgal que mandou uma ordem a Coimbra para se acudir a Buarcos, a cujas aguas chegára uma grande armada de lutheranos para desembarcar as forças militares no porto d'aquella então importantíssima villa, que elle Conde tinha por el-rei. Esta ordem foi recebida em Coimbra pelas 11 horas da noite. O alferes-mór, que então era Jorge Barbosa, logo montou a cavallo e com a bandeira da cidade percorreu todas as ruas, fazendo um alarme tal, que sem demora se juntaram o povo, os estudantes e a nobreza. Guiados todos pelo estandarte conimbricense, sem demora chegaram a Buarcos, conseguindo assim que o desembarque não se effectuasse, fugindo mar em fóra a referida armada dos piratas lutheranos. D"este modo mostrámos mais uma vez, nós os portuguezes, que estamos promptos, logo á primeira voz, para defender a patria, quando o estrangeiro nos investe ou nos ultraja. Foi por esta occasião que acabou a grande casa d'armas do Mosteiro de Sancta Cruz; porque succedendo correr todo o povo a armar-se com ellas, as não restituiu quando recolheu á cidade. (Fragmento d'um capitulo manuscripto sobre a historia dos alcaides-móres de Coimbra.) çA. SYI. Seabra d'çAlbiiqiierqae. f Lisboa, rrarço de iS ZESesposta, SCISMEI tres dias, immerso No pedido que me fez De mandar-lhe posta em verso, Qualquer coisa, p'ra o perverso Do bilhostre — o tal inglef. E o meu Pégaso fugace, Que de bom nervo se ufana, Estacou, sem que topasse Com coisa a molde p'ra face Do citado safardana! Pensou muito ; emfim, dobrando A espinha em curva de foice, Disse o bruto venerando : — Lá vae isto p'ra o normando... E arrumou tremendo coice. Depois, em carreira infrene, Galgando campos e mattas, Co'a mais prudente hygiene Foi-se ás aguas do Hypocrene — Onde está lavando as patas... Tan-Tarantula. La causa de Portugal, frente á Inglaterra, no puede ser más justa, ni más noble. Y para hacerla más interesante á mis ojos, de su defensa se han encargado los estudiantes. No olvidaré nunca, que con motivo de mi discurso inaugural de la Universidad de Madrid en 1884, los estudiantes de la benemerita de Coimbra, hicieron causa comun conmigo y con los estudiantes madrilenos, que por defenderme fueron victimas de brutales agresores. Desde entonces, donde están los estudiantes, alli estoy yo con mi espiritu, y siempre muy á gusto; porque siempre les veo al frente de ideas progresivas y de sentimientos honrados. Si, queridos companeros; los estudiantes de Italia, respondiendo á compromisos que formaron al ponerse á mi lado para defender la libertad de la catedra, glorificaron la libertad dei pensamiento, levantando una estatua á Giordano Bruno. Los estudiantes franceses, afirmaron la Republica, al ser los primeros que se opusieron al movimiento vergonzoso que impulsaba á las masas, tras un Cesar de relumbron. Los estudiantes de Portugal, han salvado la honra de su patria. Sin su varonil actitud probablemente al excesso de Inglaterra hubiese sucedido tan solo una protesta diplomatica. En cuanto al iberismo, permitidme un recuerdo, seguramente olvidado en vuestra gloriosa patria. Siendo yo, allá por el ano 1862, como vosotros sois, estudiante, fundé y diriji un periodico que se intitulo la Revista Ibérica. <strong>Obra</strong> de muchachos, pasó sin determinadas marcadas corrientes en la opinion. Pero aquella fue la primera y quiza la única publicacion espanola, que temendo parte de su redaccion y colaboracion en Portugal, insertaba revistas periódicas, y artículos científicos
y literários en lengua portuguesa. Despues siendo hombre, fundé y diriji un diário politico que tuvo mucho eco y que se llamó la Republica Ibérica. Ni cuando muchacho, ni cuando hombre, pensé jamás en fusiones imposibles, ni en uniones denigrantes. Quisé y quiero, que los espanoles conoscan á Portugal y los portugueses á Espana, y que se aprecien y se estimen y se amen como buenos amigos, y aún como hermanos que fueron en otro tiempo. En mi, como veis, el iberismo posible es antiguo. Hacedme el favor, queridos estudiantes, de comunicarselo asi á vuestros colegas, y sabed todos que es vuestra: Madrid, 23 marzo 1890. SMiguel oMorayta. qAUÂTHESMA 4> E preciso que se ccmece a fazer justiça a Napoleão. Quando elle convidou a Europa a decretar o isolamento d'aquelle povo não era um conquistador; não era um general; era um clinico. Não viu na suppressão da Inglaterra senão o bem, a purificação da humanidade. Não que a doença fosse contagiosa, pois é exclusivamente aborígene; tanto que vivem d'ella indemnes os outros povos do mundo, mas por ser aggressiva e perigosa n'um povo prolífico e adaptavel ás condições climatéricas de quasi todas as latitudes. Quando Napoleão considerou que fizera injuria á nação, attribuindo-lhes os vicios constitucionaes dos seus governos, entregou-se, como Themistocles, á generosidade dos seus inimigos. Infeliz! tomou posse d'elle o governo e tratou-o. .. segundo a si! A nação ingleza nem o viu nem o ouviu. Tel-o-hia desejado na metropole. Era mais um consumidor. A doença do governo inglez apresenta symptomas geraes, mas tem alguns especialissimos que, por isso, O s documentos officiaes, ha séculos publicados em especialmente cumpre estudar. Entre estes offere- todas as chancelarias do mundo, teem declarado, sem cem-se á observação: — o requinte da sua innata fero- uma só nota contradictoria, a Inglaterra nossa amiga cidade e o esmero do estudadissimo desprimor com fiel e antiga alliada; e Portugal, com uma boa fé, que, que trata as suas victimas. Sir Hudson Lowe não foi se não abona a sua prudência, honra a sua probidade, um carcereiro, era um symbolo. Sir Hudson Lowe como tal a tinha, considerava e estimava. Felizmente apparece em toda a parte; reproduz-se, multiplica-se. cahiu a venda. Tarde, para repararmos as nossas O nome é que não é sempre a mesmo. perdas, que são muito grandes, mas ainda a tempo de John Buli é o povo, que assim se baptisou e assim tentarmos reivindicar a nossa dignidade. se ostenta, decorado pela alcunha que adoptou, e or- Quando agora, desvendados, olhamos em torno de gulhoso d'ella. nós e attentamos na realidade dos factos, quando, á Sir Hudson Lowe é o governo inglez. Um tem a luz serena e quieta da verdade, inventariamos o que brutalidade da força e a necessidade incohercivel, talvez nos resta ainda, comparando-o com o tantissimo que inconsciente, da investida; outro a mesquinharia do aleivosamente nos levaram, o sentimento que nos do- economo, que se educou a traficar por miúdo. Os mina é menos de pena pelo que nos falta, pois que seus processos tem muito de primitivo, e por isso os merecidamente o perdemos, do que de pasmo e dó ao inglezes sentem attracção pela Africa. contemplarmos a falta absoluta de senso moral que Quando se estudam os symptomas especiaes da amesquinha e abate os poderes públicos de tão grande enfermidade britannica, chega-se por vezes a duvidar nação:—a Inglaterra. da sua inteira responsabilidade. Comprehendemos agora melhor do que antes os Attenda-se, na analyse dos seus desprimores, a que seus dois notáveis pensadores: Thomaz Hobbes e Tho- elles começam pela própria Inglaterra! Divisa do seu maz Maltus. Hobbes, o amigo de Galileu e Descartes, orgulho: — John Buli, uma alcunha ridícula. .. João o philosopho que proclamava direito único, o da força, touro! e principio único de justiça, a vontade absoluta de quem Emblema do seu escudo:—um leopardo; —o assas- governa; e Maltus, o regularisador da procreação, o sino. cobarde que espreita o somno do homem para o moderador da paternidade, que chegaria com a sua victimar. lógica fria e cortante, á suppressão dos excedentes. Não escolheram o leão,— a féra—o rei; preferiram- Comprehendem-se agora melhor estes dois notáveis lhe o leopardo, — a féra contrabandista. pensadores:—eram inglezes de origem e viviam no Para adorno do seu elmo antepozeram ás pennas meio dos dirigentes inglezes. De arvore exótica, fructos da aguia a plumagem do abestruz; — o pernalto voraz selectos. que até engole pedras e metaes. Notável ingenuidade «O homem é mau por natureza», dizia Hobbes e em tudo isto! como para o inglez a Inglaterra é a humanidade, Tho- Para eternisar feitos ou acontecimentos memoráveis maz Hobbes operava in anima. .. britannica, e copiava se crearam em todos os povos titulos e ordens de no- do natural. breza e cavallaria. Na Inglatterra, não. Este estado morbido que pela sua diuturnidade A ordem do banho foi creada em fins do século xiv pôde julgar-se incurável, como politica, attenta a norma- por Henrique iv, para condecorar os trinta e seis esculidade que mantém, espanta as nações; como symptoma deiros que tomaram banho, com elle, na vespera de psychico, deslustra e entristece o genero humano. f ser sagrada a sua realeza. Não se deve crer que fosse
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