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comum aos jovens freqüentadores do lugar, moderna, ou seja, a maioria deles não utiliza mais botas, chapéus, fivelas. Antenado com as novas Tecnologias da Informação e da Comunicação, o novo sertanejo também é palco de acirradas discussões nas redes sociais (Orkut, Facebook, entre outras). As discussões são entre adeptos do movimento e jovens que se identificam com outros gêneros musicais, mas também, entre os adeptos que tentam explicar as origens e a tal “fórmula do sucesso”. Os próprios artistas do movimento utilizam-se das redes para um contato direto com seu público. Novas estratégias de marketing. Segundo Martín-Barbero (s.d.), o mercado transformou o jovem num paradigma do moderno, como permanente novidade, ou seja, por um lado, a juventude é convertida em sujeito de consumo de roupas, música, refrescos, de parafernália tecnológica e, de outro, esse mesmo jovem se produz mediante uma gigantesca e sofisticada estratégia publicitária que transforma as novas sensibilidades em matéria-prima de suas experimentações narrativas e audiovisuais, como a fragmentação do discurso e a aceleração das imagens. As rádios utilizando o velho telefone, mas também, a internet e as redes sociais, “recrutam” adeptos para o estilo através de prêmios que variam de ingressos para shows, CDs, camisetas, jantares com os ídolos etc. Algumas rádios especializaram-se no gênero como em São Paulo, que podemos destacar a Nativa FM, a Band FM e a Tupi FM. Nestas três rádios, as 10 músicas mais pedidas pelos ouvintes são de artistas do Sertanejo Universitário 7 . Alexandre Schiavo, presidente da Sony, explica que o novo sertanejo obtém 40% do faturamento da gravadora em vendagem de discos e shows e ainda, para ele “[...] O sertanejo é a verdadeira música popular do Brasil. É o gênero mais ouvido e comercializado hoje no país. [...]” (BITTENCOURT, 2010). Nesta mesma linha, José Antonio Éboli, presidente da Universal afirma que “[...] O sertanejo é hoje o artista que mais faz show no Brasil. Quando uma dupla estoura, chega a fazer quase uma apresentação por dia.[...]” (BITTENCOURT, 2010). Fim da Balada Apesar das diferentes e particulares contribuições dos jovens para as transformações que ocorrem nas sociedades e, também, no campo artístico, a universalidade dos sujeitos pode 7 Pesquisa realizada utilizando a internet nas páginas das rádios citadas em 03 de janeiro de 2012. Anais do XXI Encontro Estadual de História –ANPUH-SP - Campinas, setembro, 2012. 6
ser percebida através do imaginário social que ajudam a construir, não somente pelas músicas, mas por toda uma experiência de ações e atitudes: roupas, cabelos, ideologias ou falta delas, sugerindo padrões de comportamento e contribuindo para definir estereótipos, que se compõem como combinação de tipos e valores articulados ao processo de produção de subjetividade de contexto histórico e social, padrões que, efetivamente, circulam pela sociedade brasileira. Apesar de aparentemente algumas músicas deste novo sertanejo parecer apresentar quebra ou questionamento de tabus sociais, ao contrário do que se pode imaginar, apesar de tantas “novidades”, percebe-se que em algumas canções, reportagens e depoimentos, na maior parte das vezes, os jovens adeptos ou participantes do movimento musical não trazem comportamentos modernos ou emergentes, e sim, resquícios conservadores. Apesar de todas as críticas recebidas por especialistas e também, por boa parte da população brasileira, o novo Sertanejo Universitário aponta para algumas reflexões que são importantes. Por que os jovens identificam-se com as temáticas das músicas e também, com a mistura de gêneros encontrada nesta nova música? Como essas canções voltaram a ganhar destaque nas capitais das grandes cidades e deixaram de ser exclusivas de migrantes saudosistas e nostálgicos? A diversão na atualidade só é possível se estiver relacionada ao consumo exagerado de álcool? A exaltação da fluidez nas relações pessoais é uma característica somente dos jovens? Quando estes “universitários” irão se formar? Não se pretende aqui encerrar a discussão e sim, lançar luz a questões importantes do contemporâneo, pois o Sertanejo Universitário, assim como outros gêneros musicais adotados pelos jovens, ao envolver diferentes representações, leva à compreensão de como uma parcela da juventude busca a constituição de sua identidade, de grupo e individual, possibilitando a percepção, análise e compreensão das transformações que esses jovens passaram ou estão passando, desenvolvendo suas práticas sociais e, tendo como um dos elementos marcantes, o polimorfismo, isto é, a disponibilidade para assumir configurações multifacetadas. Desse modo, a pesquisa teve por intenção participar do debate da História sobre música e juventude, das contradições, da pluralidade, ou seja, acrescentar mais um olhar sobre o assunto. Buscou- se se distanciar das sedimentações, das cristalizações e dos preconceitos, apresentando uma pequena contribuição para tal debate, que ainda possui muitos aspectos a serem analisados. Referências Anais do XXI Encontro Estadual de História –ANPUH-SP - Campinas, setembro, 2012. 7
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