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“Sendo uma bailarina com intenso trabalho dedicado à
dança, sem gozar de férias ou descanso, meu corpo foi só
dança. O fato de estar sempre disponível para o trabalho
proporcionou-me ter um corpo privilegiado, nunca tendo
tido uma distensão ou qualquer machucado grave, tirando
meu acidente no início da carreira”, declara, lembrando,
ainda, as inúmeras apresentações que fazia, inclusive em
parceria com a dança popular brasileira: “já teve época em
minha vida de ter que fazer 16 a 18 espetáculos por mês,
entre clássicos e populares, como samba, com Carlinhos
de Jesus, a quem conheci em um encontro na Lapa, realizado
pela Globo; no intuito de juntar o clássico com o
popular, fizemos uma coreografia, vinheta de propaganda,
que deu o maior ibope; e, anos depois, o meu empresário
nos sugeriu fazer um trabalho juntos, foi quando, de novo,
harmonizamos o clássico com o popular, realizando um espetáculo
que foi sucesso por um bom tempo”.
Ana nunca deixou de tratar seu público com muito respeito
e com o seu carinho característico, fazendo o mesmo com
a imprensa, embora, no início de sua carreira, não havia
a facilidade dos meios de comunicação de hoje, era tudo
no boca a boca; se era bom, um indicava para o outro e,
aos poucos, ela foi conquistando toda a imprensa, dando a
mesma o devido respeito.
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“Tive a honra de trabalhar no Theatro Municipal do Rio de
Janeiro com grandes ícones da dança mundial como Nora
Esteves, Alice Colino, Cristina Martinelli, Aurea Hammerli,
e, também, que depois se juntou a nós, Cecilia Kerche, que
hoje é uma grande referência nacional; e aí, outras foram
chegando e se juntando ao grupo. Agradeço a todos que
trabalharam, e ainda trabalham, comigo; Dalal Achcar foi a
minha irmã mais velha, sempre me orientando nas minhas
viagens e coreografando para mim, o que é muito importante
para uma bailarina, ter um grande coreógrafo por trás.
Pelas contas do meu pai, eu tive mais de 100 partners, aos
quais agradeço igualmente. Com o carnaval, também já encerrei,
o último foi com o Francisco Timbó, em um enredo
que falava do Theatro Municipal. Hoje meu pai está fazendo
uma exposição que mostra tudo da minha vida e também
está escrevendo um livro”, conta Ana, que fez outros tantos
agradecimentos – não deu para colocar todos; vamos
aguardar o livro do seu papai para sabermos tudo desta
grande bailarina e maravilhosa pessoa.
Ana também se dedica a projetos sociais de dança, pois
acredita que incentivar as crianças é muito importante para
a formação delas – é um dos seus maiores objetivos atualmente;
um exemplo é o “Projeto Dançando para não Dançar”,
pelo qual ela e Paulo Rodrigues dançaram no Morro
do Cantagalo, só para a comunidade. Começaram com 50
alunos e hoje são mais de 800: “o aprendizado que a dança
leva para as crianças e suas famílias é fundamental para
a auto-estima, disciplina e socialização e, hoje, muitos já
estão se formando, isto é maravilhoso”, declara Ana.
Parabéns, Ana Botafogo!