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Após 36 aos de carreira, Ana botafogo concluiu que era hora
de parar e colocar um final nos grandes clássicos, como balés
com dois, três, quatros atos, que requerem muita dedicação e
total empenho. Onegin é um clássico que Ana Botafogo sempre
gostou e acreditou que terminar com ele seria fazer um
laço de fita bonito nos grandes clássicos. Ninguém contesta
isto, vai deixar saudades de suas majestosas apresentações,
porém só temos que agradecer. Muito obrigado por tudo, Ana!
Toda sua formação foi no Brasil; começou a estudar ballet
perto de casa, aos 11 anos, na academia Leda Yuki e, nessa
época, o sonho de todos os bailarinos era o Theatro Municipal
do Rio de Janeiro.
“Eu achava impossível entrar no Theatro Municipal, minhas
amigas mais adiantadas tentavam e não conseguiam; aos 18
anos, tranquei a faculdade, porque tive a oportunidade de viajar
para a França, morar com meus tios, aprender o francês
e estudar ballet e, por insistência da minha professora Ivone
Meier, fiz um teste para a Cia. Roland Petit e fui a única candidata
que passou”, conta Ana.
Apos ser escolhida para o corpo de baile da Cia. Roland Petit,
o ballet passou a ser um grande objetivo na sua vida, tendo,
inclusive, que se afastar da família para trabalhar no sul da
França. Morou por conta própria durante dois anos, o que,
naquela época era complicado, não havia internet e para falar
ao telefone, tínhamos que esperar horas até conseguir contato,
além de ser caríssimo – tudo longe da família, não foi uma
tarefa fácil.
Ainda na França, Ana foi contratada pelo coreógrafo Ben Stevenson
para dançar na Inglaterra, onde ficou trabalhando e
estudando por seis meses antes de retornar ao Brasil.
Já com experiência internacional e um grande talento natural,
em 1977, surgiu a oportunidade no Balé Teatro Guaíra, em
Curitiba, para fazer uma temporada em Giselle como papel
principal, foi quando, então, começou sua vida profissional
aqui no Brasil.
Após quatro meses em Curitiba, Ana viajou com Giselle para
algumas cidades do Brasil e no Rio estreou no Teatro João
Caetano com o Balé do Teatro Guaíra em grande performance.
E foi nessa época que conheceu Dalal Achcar, com quem
compartilhou uma grande amizade. Dalal, então, a convidou
para fazer um teste para dançar com Fernando Bujones quando,
após o teste e aprovação, fizeram apresentações pela Associação
do Ballet do Rio de Janeiro no Hotel Nacional.
Ana volta ao Ballet Guaíra, tendo sido contratada por dois
anos, mas sempre vindo ao Rio para suas apresentações
junto aos trabalhos de Dalal. Nessas idas e vindas, em 78,
a bailarina sofre grave acidente automobilístico, com a perda
total do carro, ficando mais de seis meses em recuperação,
"tive problemas no joelho e na coluna, foram momentos difíceis,
mas superados, acabou tudo bem, me recuperei e toquei
a vida, são 36 anos de contrato de trabalho", lembra Ana e
conta como foi sua entrada no Theatro Municipal do Rio de
Janeiro: "depois fui convidada por Dalal para uma temporada
popular na Praia de Botafogo, RJ, para interpretar Romeu e
Julieta, que foi lindo, e eu dancei com Luiz Carlos Nogueira;
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Ana
Botafogo