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Onegin é um clássico que Ana
Botafogo sempre gostou e acreditou
que terminar com ele seria
fazer um laço de fita bonito nos
grandes clássicos.
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mesmo contratada pelo Guaira, continuei dançando sempre
como convidada de Dalal, indo para vários estados do Brasil.
Em julho de 79, Dalal criou o ballet Cinderela, na época do
auge da discoteca e a música da Donna Summer, que estava
em alta, era toda em cima da Cinderela, fizemos um trabalho
super inovador, onde Dalal usava sapateado, jazz, clássico
e eu tinha que dançar tudo, eu tinha que dançar com ponta,
sem ponta e entrava com fuetes clássicos e tudo mais, todo
o trabalho foi um sucesso. Logo depois houve uma mudança
de direção no Balé Guaíra, saindo Eric Valdo e entrando
Carlos Trincheiras e foi quando aproveitei e vim para o Rio
em definitivo, fiquei um ano e meio com Dalal na Associação
do Ballet do Rio de Janeiro, fiz teste e, em 81, entrei para o
Theatro Municipal, o que foi o grande sonho da garota sendo
se realizado".
Em 83, aconteceu o seu primeiro convite internacional, foi
com Fernando Bujone dançar na Venezuela, depois também
dançou em Cuba com as grandes mestras da Companhia de
Gisele Russef e Alice Alonso. Voltou a Inglaterra para dançar
no Royal Ballet do Londres uma temporada de três meses,
tendo se apresentado ainda por outras cidades da Inglaterra.
A partir de então, não parou mais; dançou pelo Brasil e pelo
mundo, dançando sempre grandes obras.
“Vivia-se em um tempo que tinha grandes preparações, eram
três, quatro meses de ensaios exaustivos com todo corpo de
balé e nada podia dar errado, era tudo dentro de uma rigidez
bem maior que a dos tempos atuais; na época, quando uma
professora ou coreógrafo falava, baixava-se a cabeça, era um
mundo em que o coitado do aluno, quando vacilava, tinha sua
mãe notificada pela professora, bons tempos em que a educação
era o primordial”, diz Ana.
Popularizar a dança sempre foi também um objetivo de Ana
Botafogo: "eu senti que a Dalal, assim como eu, tinha uma
grande vontade de popularizar a dança; foi a união certa, ela
sempre coreografando para mim, fazíamos espetáculos de
portas abertas, em praças, na Cinelândia, na praia com o Projeto
Aquarius, etc; tudo em busca de popularizar o balé, hoje
a dança já faz parte da nossa cultura".
Explicar todo o sucesso popular de Ana Botafogo é complicado,
requer analisar infinitas situações que podem suceder na
vida de um profissional, porém é visível que um dos fatores
importantes para este grande sucesso profissional foi muita
dança, durante seus 36 anos dedicados ao balé; isto é, Ana
não ficou parada esperando pelos acontecimentos, fez de sua
profissão sua vida, apesar de ter casado duas vezes, em momento
algum deixou os ensaios e o palco. Enquanto os teatros
entravam em recesso para seus descansos, reprogramações,
Ana, sem se considerar a maior ou a melhor, continuava
se apresentando, não só nos suntuosos teatros pelo mundo,
como também, sempre com toda sua simplicidade, nos mais
distantes e remotos municípios deste Brasil, levando sua arte
com amor e dedicação por cada lugar que passava.
AllDance Infok 09