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Sétima Edição - Junho / 2009 - MGA

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Editorial......................................................................03 03<br />

Conhecendo o <strong>MGA</strong>.........................................04 04<br />

Oração........................................................................05 05<br />

Bandeira Gay..........................................................06 06<br />

Conferência Nacional......................................07 07<br />

Marina Lima e Gal Costa<br />

Travesti faz parto na rua...............................08 08<br />

Quem...........................................................................09 09<br />

Discurso Presidente Lula...............................10 10<br />

Quem...........................................................................12 12<br />

Quem...........................................................................13 13<br />

Entrevista João Silvério Trevisan.............14 14<br />

Chega de Preconceito.....................................17 17<br />

Múltiplas Cores - Érika Kokay....................18 18<br />

Opinião......................................................................19 19<br />

Nota do PCdoB....................................................20 20<br />

Quem...........................................................................21 21<br />

Divórcio entre casal gay.................................22 22<br />

V Parada Gay de Alfenas...............................24 24<br />

Sargentos gays.....................................................26 26<br />

Quem...........................................................................28 28<br />

Quem............................................................................29 29<br />

50 - Oswaldo Braga.........................................30 30<br />

Personalidade........................................................31 31<br />

Propostas LGBT....................................................32 32<br />

Quem...........................................................................34 34<br />

Quem...........................................................................35 35<br />

Milton Cunha........................................................36 36<br />

Carta aberta à Claudia Leite.......................38 38<br />

Contos.........................................................................40 40<br />

Entrevista Luiz Mott..........................................42 42<br />

Código de Ética da Petrobrás....................45 45<br />

Quem............................................................................46 46<br />

Alerta Vermelho...................................................47 47<br />

O Movimento Gay de Alfenas e região sul<br />

de minas (nome oficial) foi criado em março<br />

de 2000 e registrado em maio de 2003.<br />

É uma Organização Não Governamental,<br />

sem fins lucrativos formada por voluntários<br />

sem nenhuma remuneração nos<br />

cargos e posições que ocupam. Sua missão<br />

é lutar por uma sociedade mais justa<br />

02<br />

Esta é uma publicação do <strong>MGA</strong> (Movimento<br />

Gay de Alfenas e região Sul de Minas)<br />

Av. São José, 185 - Centro - Alfenas - MG<br />

CEP: 37130.000 Telefax: (35) 3291-6253<br />

www.mga.org.br / mga@mga.org.br<br />

Fotos: André Pereira Novais<br />

Projeto Gráfico: Reinaldo Henrique Silva<br />

reinaldo_gilcav@hotmail.com<br />

Tiragem: 5000 exemplares<br />

Impressão: Gráfica Gilcav Ltda.<br />

Os artigos assinados são de total responsabilidade<br />

dos autores e não refletem, necessariamente,<br />

a opinião da diretoria do <strong>MGA</strong>.<br />

O conteúdo desta revista pode ser reproduzido<br />

desde que citada a fonte.<br />

Financiamento:<br />

Financiamento:<br />

e inclusiva que reconheça os direitos humanos<br />

e a diversidade de gays, lésbicas,<br />

bissexuais e transgêneros. Assim, a Associação<br />

propõe e constrói políticas de<br />

homo-inclusão, promove o reconhecimento<br />

e a visibilidade das diferentes expressões<br />

da homossexualidade e celebra<br />

o orgulho de viver a diversidade.


Bem vindos ao Mês do Orgulho!!!<br />

“Num tô” com tempo nem<br />

pra pensar se está tudo bem ou<br />

não. Você já se sentiu assim?<br />

Querer que a noite passe logo e<br />

amanheça o novo dia pra recomeçar<br />

a trabalhar e fazer as coisas<br />

direitinho, ver projetos se<br />

concretizando, idéias novas chegando,<br />

outras indo embora..<br />

Um movimento incessante nos<br />

bastidores da vida... Dar conta<br />

de tudo, e daí..Puf!! Cair na cama<br />

cansado, e ainda ter insônia!<br />

Ah, esse mês de junho que<br />

chega, trazendo a comemoração<br />

que tanto nos toca. <strong>Junho</strong><br />

acabou virando o mês de sentir<br />

(ainda mais) orgulho de ser, em<br />

todos os sentidos. Mês da Parada<br />

do Orgulho Gay de<br />

Alfenas...Sem dúvida será um<br />

belo espetáculo de cidadania,<br />

militância e generosidade, pois<br />

o <strong>MGA</strong> arrecadará alimentos<br />

para o corpo e para a alma, comida<br />

e livros que serão doados<br />

para a população mais carente.<br />

E, além disso, nesse dia, desfilaremos<br />

nossa diversa beleza nas<br />

ruas, que se iluminará em amores<br />

gays, lésbicos, trans, bis e<br />

simpatizantes. O arco-íris amanhecerá<br />

sobre a região sul de Minas<br />

e a tornará irremediavelmente<br />

bela! A sisudez cor de cinza<br />

de Alfenas ficará guardada<br />

para os outros dias do ano!<br />

Este ano, acontecerão paradas<br />

em mais de 100 cidades brasileiras<br />

para reforçar o nosso<br />

combate (constante e ininterrupto)<br />

ao preconceito. Em Alfenas,<br />

coincidentemente, e pela<br />

primeira vez, nossa marcha cai<br />

no DIA MUNDIAL DO ORGU-<br />

LHO LGBTT, exatamente no dia<br />

28 de junho. Na semana que<br />

antecede a parada, todas as<br />

atenções se voltam para Alfenas,<br />

com as festividades do Orgulho.<br />

Vai ter de tudo um pouco: Seminários,<br />

palestras, jogos, quadrilha,<br />

mostra de fotos, de teatro,<br />

feiras, eventos especiais e,<br />

claro, festa, muita festa. Não é<br />

por menos, turistas de todo o<br />

país tomam conta da cidade<br />

durante a semana para celebrar<br />

a diversidade e o amor que já<br />

ousam dizer o nome com todas<br />

as letras, especialmente na parada<br />

que acontece no domingo<br />

dia 28, na Praça da Matriz.<br />

Mas, embora já aconteça<br />

aqui uma das maiores paradas<br />

do Brasil, ainda falta muito para<br />

que sejamos de fato reconhecidos<br />

e respeitados em todas as<br />

instâncias da sociedade. Prova<br />

disso, é que, se não bastasse o<br />

“famoso delegado homofóbico”,<br />

que nos deu um pequeno<br />

aborrecimento ano passado,<br />

este ano um conselheiro tutelar<br />

de Alfenas, pelo simples fato de<br />

desconhecer nossas reivindicações<br />

e por puro preconceito levou<br />

a uma reunião do Conselho<br />

Tutelar a questão de que fossem<br />

contra nosso grandioso<br />

evento ser no centro da cidade.<br />

Este nobre senhor, ainda não conhece<br />

os direitos constitucionais<br />

que norteiam nossa sociedade<br />

e ele precisa aprender que MA-<br />

NIFESTÇÃO PÚBLICA nem de<br />

alvará necessita e o que fazemos<br />

ali na praça é um ATO CIVIL.<br />

Saiamos então às ruas em clima<br />

de festa. Mas também em<br />

clima de reivindicação dos nossos<br />

direitos. Só assim a igualdade<br />

plena um dia chegará. Nos<br />

vemos na Parada!<br />

Um feliz Mês do Orgulho! Ah,<br />

e também um ótimo Dia dos<br />

Namorados...<br />

Carinhos,<br />

Sander Simaglio<br />

03


Evangélicos se articulam<br />

para dominar Legislativo<br />

Relembrar Relembrar é é viver viver viver. viver viver<br />

Jaques.<br />

Coordenador político da Confederação<br />

Nacional dos Evangélicos,<br />

o pastor Ronaldo Fonseca<br />

mostra, com orgulho, o estatuto do<br />

partido que pretende criar como<br />

representação política da Assembléia<br />

de Deus. Seu alvo é o Legislativo.<br />

Fonseca adota uma linha de<br />

pensamento que coincide em muito<br />

com a exposta pelo bispo Edir<br />

Macedo, líder da Igreja Universal do<br />

Reino de Deus (Iurd), em seu último<br />

livro Plano de poder: Deus, os<br />

cristãos e a política – oportunamente<br />

lançado a poucas semanas do<br />

primeiro turno de votações das eleições<br />

municipais.<br />

– A potencialidade numérica<br />

dos evangélicos como eleitores<br />

pode decidir qualquer pleito eletivo<br />

– prega o bispo Macedo.<br />

A semelhança de idéias deixa<br />

clara a estratégia das diferentes denominações<br />

de igrejas evangélicas<br />

para recuperar sua bancada no Parlamento,<br />

fortemente abalada pelo<br />

escândalo dos sanguessugas – o<br />

esquema de fraudes em licitações<br />

na área da saúde desbaratado pela<br />

Polícia Federal, que culminou na<br />

prisão do ex-deputado Bispo Rodrigues,<br />

outrora responsável pela coordenação<br />

política da Iurd, mais<br />

uma série de parlamentares ligados<br />

à igreja. Na avaliação de estudiosos,<br />

o Parlamento é, para os evangélicos,<br />

uma fase necessária para<br />

cacifar sua bancada em direção a<br />

governos estaduais e, eventualmente,<br />

à Presidência da República.<br />

Boa Boa organização<br />

organização<br />

Mesmo depois da punição pelas<br />

urnas em 2006, a bancada<br />

evangélica é avaliada pelo Departamento<br />

Intersindical de Assessoria<br />

Parlamentar como um dos gru-<br />

04<br />

pos suprapartidários mais organizados<br />

do Congresso. Estão representadas<br />

no Parlamento a Universal,<br />

a Igreja do Evangelho Quadrangular,<br />

a Assembléia de Deus, a<br />

Sara Nossa Terra e a Igreja Batista.<br />

Têm presença forte nas comissões<br />

permanentes da Câmara, sobretudo<br />

na Comissão de Ciência e Tecnologia,<br />

Comunicação e Informática, que<br />

cuida, entre outros assuntos, das<br />

concessões para emissoras de rádio<br />

e televisão, assunto caro para a Iurd,<br />

que escolhe entre seus candidatos<br />

radialistas e donos de concessões de<br />

meios de comunicação.<br />

– Para eleger seus candidatos,<br />

toda a estrutura da igreja é acionada,<br />

sobretudo no caso da Iurd –<br />

explica o antropólogo da Universidade<br />

Federal do Rio Grande do Sul<br />

e especialista em religiões Ari Pedro<br />

Oro. Para ele, o desempenho do<br />

PRB, legenda com maior percentual<br />

de evangélicos no Congresso, é<br />

prova do poder do “carisma institucional”<br />

da Universal nas urnas.<br />

Política olítica no no púlpito<br />

púlpito<br />

– A Iurd inaugurou uma forma<br />

de fazer política que vem sendo copiada<br />

pelas demais denominações<br />

evangélicas e, mais recentemente,<br />

até mesmo pela Igreja Católica. Fazse<br />

política no púlpito, prega-se a fidelidade<br />

e o voto no candidato escolhido<br />

pela cúpula da Universal.<br />

As As outras outras igrejas igrejas a a<br />

a<br />

condenam, condenam, mas mas a a imitam.<br />

imitam.<br />

A Universal nega qualquer interferência<br />

na eleição de membros de<br />

sua comunidade. Por meio da assessoria<br />

de imprensa, a Iurd afirma<br />

que “não faz campanha política e<br />

tão pouco possui candidato”.<br />

“Membros ou freqüentadores<br />

que ingressam na carreira política<br />

o fazem por si só e assim, não so-<br />

frem nenhum tipo de influência da<br />

igreja em suas decisões” afirmou o<br />

presidente da área de Relações Institucionais<br />

da Iurd, Jerônimo Alves,<br />

por meio de nota.<br />

De acordo com o pastor Ronaldo<br />

Fonseca, contudo, é para escapar<br />

da influência do que chama de<br />

“máquina eleitoral” da Iurd que a<br />

Assembléia de Deus pretende percorrer<br />

caminho próprio na política<br />

ao apoiar a legenda ainda em gestação,<br />

o Partido Republicano Cristão<br />

(PRC). Na avaliação do pastor,<br />

futuro presidente do partido, será<br />

possível aproveitar uma brecha da<br />

legislação eleitoral que permite políticos<br />

migrarem para siglas recémcriadas<br />

sem sofrerem punição.<br />

– Neste cenário, será possível<br />

contar, já de início, com um corpo<br />

de 920 vereadores, nove deputados<br />

federais e 27 estaduais – acredita<br />

Fonseca. – É o suficiente para<br />

chegar em 2010 com uma máquina<br />

forte e competitiva, e com uma<br />

representação à altura da Assembléia<br />

de Deus.<br />

Sem Sem ar artífícios ar tífícios<br />

Fonseca afirma que não usará os<br />

mesmos “artifícios” que, de acordo<br />

com ele, seriam adotados pela Iurd<br />

para eleger seus parlamentares – a<br />

campanha nos púlpitos, na porta<br />

das igrejas, a escolha dos candidatos<br />

de cima para baixo, pela cúpula<br />

dos bispos e imposta aos fiéis.<br />

– A escolha de pessoas despreparadas<br />

acabou penalizando não<br />

só a Iurd como toda a comunidade<br />

evangélica – diz. – Foi esse o<br />

caso do Bispo Rodrigues. Vamos<br />

apostar em lideranças políticas autênticas,<br />

que emergem da comunidade<br />

por seus valores e seu talento,<br />

em vez de selecionar simplesmente<br />

entre quem tem mais influência<br />

entre o eleitorado.


Por Paulo Mariante<br />

A discussão que vem sendo travada<br />

em torno do Projeto de Lei -<br />

PLC - nº 122 de 2006, em tramitação<br />

no Senado Federal, tem revelado<br />

um aspecto nas argumentações<br />

dos fundamentalistas religiosos<br />

- e faço esta categorização porque<br />

seria injustiça tratar todos os<br />

evangélicos como fanáticos medievais<br />

- que tem passado desapercebido<br />

em muitas discussões.<br />

Não há nenhum dispositivo no<br />

Projeto de Lei - PLC - nº 122 de 2006<br />

que pretenda impedir a justa e legítima<br />

manifestação religiosa, até<br />

porque o direito à liberdade de culto<br />

e de expressão religiosa está plenamente<br />

garantido pela Constituição<br />

Federal, no artigo 5º, inciso VI<br />

: “é inviolável a liberdade de consciência<br />

e de crença, sendo assegurado<br />

o livre exercício dos cultos religiosos<br />

e garantida, na forma da lei,<br />

a proteção aos locais de culto e a<br />

suas liturgias”.<br />

Da mesma forma, a liberdade<br />

de manifestação do pensamento<br />

está garantida, pelo inciso IV do<br />

mesmo artigo 5º : “é livre a manifestação<br />

do pensamento, sendo<br />

vedado o anonimato”.<br />

O que os fundamentalistas religiosos<br />

parecem não entender - ou<br />

não querer entender - é que mesmo<br />

o princípio da liberdade de expressão,<br />

contido no inciso IV do artigo<br />

5º recém mencionado, não é<br />

um valor absoluto, acima de tudo e<br />

de todos. E que deve ser considerado<br />

à luz de outros dispositivos constitucionais,<br />

tais como o inciso III do<br />

artigo 1º, que proclama como um<br />

dos fundamentos da República Federativa<br />

do Brasil “a dignidade da<br />

pessoa humana”, bem como o inciso<br />

IV do artigo 3º da mesma Lei<br />

Maior da Nação, que afirma como<br />

um dos objetivos fundamentais da<br />

República “promover o bem de todos,<br />

sem preconceitos de origem,<br />

raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras<br />

formas de discriminação”.<br />

O Supremo Tribunal Federal, ao<br />

apreciar o Processo de “Habeas<br />

Corpus” HC 82424 / RS - RIO<br />

GRANDE DO SUL, proferiu uma<br />

decisão negando a ordem de “ha-<br />

beas corpus”, e vale à pena ler este<br />

Acórdão, do qual destacamos este<br />

trecho da Ementa :<br />

“13. Liberdade de expressão.<br />

Garantia constitucional que não se<br />

tem como absoluta. Limites morais<br />

e jurídicos. O direito à livre expressão<br />

não pode abrigar, em sua<br />

abrangência, manifestações de<br />

conteúdo imoral que implicam ilicitude<br />

penal. 14. As liberdades públicas<br />

não são incondicionais, por<br />

isso devem ser exercidas de maneira<br />

harmônica, observados os limites<br />

definidos na própria Constituição<br />

Federal (CF, artigo 5º, § 2º, primeira<br />

parte). O preceito fundamental de<br />

liberdade de expressão não consagra<br />

o “direito à incitação ao racismo”,<br />

dado que um direito individual<br />

não pode constituir-se em salvaguarda<br />

de condutas ilícitas, como<br />

sucede com os delitos contra a<br />

honra. Prevalência dos princípios da<br />

dignidade da pessoa humana e da<br />

igualdade jurídica.”<br />

Portanto, não há nada de repressivo<br />

contra quaisquer religiões, mas<br />

o proselitismo religioso que venha a<br />

incitar ao ódio e à intolerância poderá,<br />

sim, ser objeto de jurisdição por<br />

parte do Estado, e será o Judiciário<br />

que dará a palavra final.<br />

Como podemos ver, algo absolutamente<br />

democrático e muito diferente<br />

da propaganda leviana e<br />

mentirosa que vem sendo feita pelos<br />

fundamentalistas religiosos contra<br />

o PLC nº 122 de 2006. Não se<br />

pode confundir o direito de liberdade<br />

religiosa com o direito irrestrito<br />

de ofender e discriminar.<br />

Paulo aulo Mariante Mariante - - Advogado Advogado e e CoordenaCoordena-<br />

dor dor Adjunto Adjunto de de Direitos Direitos Humanos Humanos do<br />

do<br />

Identidade Identidade - - Grupo Grupo de de Ação Ação Ação P PPela<br />

PP<br />

elaelaCidaCida- dania dania LG LGTTB LG LGTTB<br />

TTB - - Campinas Campinas - - SP<br />

SP<br />

05


Do Pó Vieste...<br />

Por Luiz R. S. Oliveira<br />

Branca, Branca, Branca, Branca, Branca, brilho, brilho, brilho, brilho, brilho, brizola, brizola, brizola, brizola, brizola, pó, pó, pó, pó, pó,<br />

neve,neve,neve, neve, neve, coca; coca; coca; coca; coca; vários vários vários vários vários são são são são são os os os os os apeliapeliapeliapeliapeli- dos dos dos dos dos da da da da da cocaína, cocaína, cocaína, cocaína, cocaína, narcótico narcótico narcótico narcótico narcótico que que que que que<br />

tem tem tem tem tem flagelado flagelado flagelado flagelado flagelado a a a a a civilização civilização civilização civilização civilização e e e e e co co co----- co co<br />

locado locado locado locado locado cidades cidades cidades cidades cidades como como como como como o o o o o Rio Rio Rio Rio Rio de de de de de<br />

Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro à à à à à beira beira beira beira beira da da da da da barbárie. barbárie. barbárie. barbárie. barbárie. Res- Res- Res- Res- Restrita<br />

trita trita trita trita originalmente originalmente originalmente originalmente originalmente ao ao ao ao ao PP<br />

Peru PP<br />

eru eru eru eru e e e e e oo<br />

oo<br />

o<br />

Equador Equador Equador, Equador Equador,<br />

, , , a a a a a coca coca coca coca coca teve teve teve teve teve seu seu seu seu seu uso uso uso uso uso<br />

estimulado estimulado estimulado estimulado estimulado e e e e e disseminado disseminado disseminado disseminado disseminado pela pela pela pela pela<br />

Igreja Igreja Igreja Igreja Igreja Católica, Católica, Católica, Católica, Católica, que que que que que foi foi foi foi foi também também também também também<br />

aaa a a primeira primeira primeira primeira primeira no no no no no mundo mundo mundo mundo mundo a a a a a negocinegocinegocinegocinegoci- ar ar ar ar ar a a a a a droga. droga. droga. droga. droga.<br />

Há mais de 2.500 anos, tribos<br />

das regiões altas dos Andes<br />

mascam folhas de coca<br />

(Erythroxylon Coca) como antídoto<br />

para os efeitos das elevadas<br />

altitudes sobre o corpo humano.<br />

Planta sagrada para os<br />

Incas, inicialmente tinha seu<br />

uso restrito para fins medicinais<br />

ou religiosos pelos sacerdotes.<br />

Quando os espanhóis invadiram<br />

o Peru, os padres logo perceberam<br />

que o uso ritualístico<br />

das folhas pelos nativos seria<br />

um obstáculo à catequese e por<br />

isso, em 1569, conseguiram<br />

que a Santa Sé decretasse a erradicação<br />

da planta, sob a alegação<br />

de que ela tinha propriedades<br />

demoníacas.<br />

Nesse interim, entretanto, os<br />

invasores repararam que quando<br />

os índios - escravizados e trabalhando<br />

nas minas de prata de<br />

Potosi - mascavam as folhas, a<br />

produção aumentava. Começaram,<br />

então, a estimular o seu<br />

consumo clandestino e, estrategicamente,<br />

assumiram o monopólio<br />

da sua produção e distribuição,<br />

a despeito da proibição<br />

06<br />

católica. Em<br />

troca da sua<br />

própria coca, os índios<br />

se submeteram completamente<br />

aos espanhóis.<br />

Satisfeito com o êxito da exploração<br />

de prata no Peru, o Rei<br />

Felipe II, da Espanha, declarou<br />

que a coca era um produto benéfico<br />

para os nativos andinos.<br />

Tal consideração do soberano<br />

valorizou o valor das folhas a<br />

ponto de os conquistadores<br />

passarem a usá-las como moeda,<br />

em substituição ao ouro e à<br />

prata. Não sendo conveniente<br />

enfrentar o rei espanhol, a Igreja<br />

revogou a restrição à planta,<br />

mas impôs a cobrança de uma<br />

taxa de 10% sobre toda a coca<br />

produzida. Foi assim que a Igreja<br />

Católica Apostólica Romana<br />

tornou-se o primeiro “traficante”<br />

desta droga no mundo e<br />

mais uma vez aumentou o seu<br />

tesouro.<br />

Se antes da invasão espanhola<br />

o uso das folhas era restrito<br />

ao ritualístico e medicinal,<br />

agora, ao contrário, os padres<br />

estimulavam o consumo por<br />

toda a população nativa. Pelas<br />

mãos dos espanhóis, as plantações<br />

se espalharam pelo norte<br />

do Peru, Bolívia, parte do<br />

Chile e norte da Argentina. A<br />

movimentada Potosi, no século<br />

16, tinha uma população<br />

comparável às das maiores cidades<br />

da Europa, e o valor das<br />

folhas de coca consumidas<br />

anualmente na cidade equivaliam<br />

a meia tonelada de ouro,<br />

segundo cotação da época.<br />

No século 19, o alcalóide da<br />

coca - a cocaína - fazia parte<br />

de fórmulas medicinais. Suas<br />

propriedades anestésicas e estimulantes<br />

garantiram o sucesso<br />

de muitos remédios e geraram<br />

fortunas, a exemplo do vinho<br />

tônico de Angelo Mariani<br />

(Vin Mariani), no qual a Igreja<br />

tinha interesses. Esta bebida era<br />

consumida inveteradamente<br />

pelo Papa Leão XIII, que chegou<br />

a fazer anúncios enaltecendo<br />

suas qualidades e a condecorar<br />

o seu produtor com a medalha<br />

de ouro do Vaticano. O Vin<br />

Mariani levava a absurda quantidade<br />

de 250 mg de cocaína<br />

por litro; a Coca-Cola, que<br />

manteve o alcalóide em sua fórmula<br />

até 1923, não usava mais<br />

de 7 mg/litro.<br />

Próximo do século 20, a cocaína<br />

era um remédio para todas<br />

as doenças e foi usado por<br />

personalidades como Júlio Verne,<br />

Thomas Edison, Sigmund<br />

Freud, Sir Arthur Conan Doyle e<br />

Alexandre Dumas. Com a descoberta<br />

de suas propriedades<br />

narcóticas, seu uso foi legalmente<br />

restringido a partir de 1922.<br />

A cocaína deriva da folha do<br />

arbusto da coca, do qual existem<br />

variedades como a boliviana<br />

(huanaco), a colombiana<br />

(novagranatense) ou a peruana<br />

(trujilense). A planta possui 0,5%<br />

a 1% de cocaína e pode ser produtiva<br />

por períodos de 30 ou 40<br />

anos, com cerca de 4 a 5 colheitas<br />

por ano. O Peru é maior produtor<br />

mundial da planta.


A história da transexual Cíntia que,<br />

mesmo aprovada em concurso público,<br />

foi impedida de assumir o cargo<br />

Ela tem 1,62 m, 59 kg, 80 cm de busto<br />

e 68 cm de cintura. Costuma trabalhar<br />

de baby-look por baixo de um avental<br />

verde ou rosa, calças jeans e tênis. Os cabelos<br />

são loiros. Tingidos. Nas unhas das<br />

delicadas mãos, esmalte cintilante. Sombra<br />

prateada e batom cor-de-boca completam<br />

a maquiagem. Professora Cíntia já<br />

passou por cerca de 20 escolas estaduais<br />

com esse visual. Estava preparada para assumir<br />

o cargo efetivo neste ano, mas foi<br />

barrada por uma avaliação pericial que<br />

destacou seus “aspectos femininos, com<br />

brincos, sobrancelhas finas...”<br />

Cíntia, na verdade, é a transexual cearense<br />

Cícero Rigoberto Duarte Sales,<br />

38. Na última quarta-feira, a defensora<br />

pública Maíra Coraci Diniz, 26, entrou<br />

com um mandado de segurança com<br />

pedido de liminar para que Cíntia assuma<br />

o cargo de professora, função que<br />

exerce desde 18 de março de 2004 e<br />

para a qual foi aprovada em concurso<br />

público e nomeada pelo “Diário Oficial”<br />

do Estado de São Paulo em 22 de<br />

dezembro do ano passado.<br />

Esta é a primeira ação do gênero<br />

movida pela Defensoria Pública de São<br />

Paulo. Para Maíra, não há dúvida: Cíntia<br />

foi considerada não-apta para a função<br />

de professora estadual por homofobia.<br />

“Qual a pertinência em descrever os aspectos<br />

da aparência da professora, assumidamente<br />

transexual, num diagnóstico<br />

pericial?”, questiona a defensora. A 12ª<br />

Vara da Fazenda Pública concedeu liminar<br />

favorável para que a transexual assuma<br />

o cargo de professora, provisoriamente,<br />

até o mérito da ação ser julgado.<br />

O DPME (Departamento de Perícias<br />

Médicas do Estado) refuta que a decisão<br />

de considerar Cícero inapto para o ingresso<br />

no serviço público tenha sido tomada<br />

por razões homofóbicas. Por intermédio<br />

da assessoria de imprensa, o órgão divulgou<br />

nota reafirmando que o parecer<br />

se baseia em questões médicas. “Em respeito<br />

aos candidatos, o DPME mantém<br />

sigilo médico sobre o conteúdo das avaliações.”<br />

Em relação ao concurso feito<br />

pela transexual, informa que em torno<br />

de 10% dos aprovados também foram<br />

considerados inaptos.<br />

Piadinhas Piadinhas e e rebeliões<br />

rebeliões<br />

Nascido em Pentecoste (CE), Cícero<br />

descobriu que se sentia atraído por ho-<br />

mens aos 11 anos. No início da adolescência,<br />

percebeu que era mais que isso:<br />

“Estava no corpo errado”. Deixou o cabelo<br />

crescer, tirou sobrancelhas, mas escondeu<br />

da família que era gay. Aos 16,<br />

quando a mudança começou a se tornar<br />

evidente com as aplicações de hormônio<br />

feminino, não teve jeito. Os peitos<br />

cresceram, a voz afinou e a cintura e<br />

os quadris ganharam novos formatos,<br />

mais delineados.<br />

Cícero tinha 20 anos e morava em São<br />

Paulo quando passou a adotar a identidade<br />

de Cíntia. Ela ainda não fez a transgenitalização,<br />

como é chamada a cirurgia<br />

de mudança de sexo. O Ministério da<br />

Saúde considera transexual a pessoa com<br />

identidade de gênero diferente do biológico,<br />

independentemente de ter se submetido<br />

à operação.<br />

Formada em letras, com habilitação<br />

em português e inglês, e prestes a se formar<br />

em geografia no final do mês que<br />

vem, a professora passou a dar aulas no<br />

Estado. A primeira tarefa não foi fácil. Encarou<br />

uma classe com 30 internos reincidentes,<br />

entre 15 e 18 anos, da antiga unidade<br />

da Febem no Tatuapé.<br />

Professora Cíntia fez um esforço danado<br />

para voltar a ser Cícero. Cortou os<br />

cabelos, deixou a sobrancelha crescer,<br />

tudo para não dar pinta. Em vão. Alguns<br />

lhe chamavam de professora. Outros ficavam<br />

em dúvida. Queriam saber se<br />

quem estava diante do quadro-negro era<br />

homem ou mulher.<br />

Discreta e bem articulada, Cíntia se<br />

esquivava de dar uma resposta fechada<br />

aos adolescentes. Naquela unidade, ela<br />

conta que enfrentou rebeliões e chegou<br />

a se tornar refém numa delas.<br />

Em setembro de 2006, Cíntia se afastou<br />

do trabalho, vítima da síndrome do<br />

pânico. Após sete meses, estava apta<br />

novamente, conforme certificado de sanidade<br />

e capacidade física do próprio<br />

DPME de 16 de maio do ano passado.<br />

O que chamou a atenção da defensora<br />

pública Maíra foi o fato de o teor da<br />

avaliação ter mudado em menos de um<br />

ano. Quando a professora fez os exames<br />

de admissão definitivos, o laudo, de 8 de<br />

fevereiro deste ano, considerou a concursada<br />

não-apta para assumir a função.<br />

Vir Virtude Vir tude e e preconceito<br />

preconceito<br />

Depois de deixar a antiga Febem, a<br />

professora passou a dar aulas de português<br />

e geografia nas escolas estaduais<br />

Heróis da FEB e Professor João Borges, na<br />

zona leste, para sétima e oitava séries do<br />

ensino fundamental e primeiro e segundo<br />

anos do ensino médio.<br />

Diretoras das duas escolas fazem recomendações<br />

da professora. Nas cartas,<br />

ressaltam qualidades como “capacidade<br />

de iniciativa, criatividade, assiduidade,<br />

disciplina e autocontrole”. As avaliações<br />

e o atestado médico foram apresentados<br />

ao DPME. “Ninguém os considerou”,<br />

afirma Cíntia.<br />

Desde então, sem poder contar com<br />

o salário inicial de R$ 1.303 (por 30 horas<br />

semanais) de professora concursada, ela<br />

voltou a morar na casa de uma irmã. No<br />

momento, sustenta-se dando cinco aulas<br />

semanais, como temporária, numa<br />

escola estadual.<br />

Cíntia conta que comentários e insinuações<br />

de estudantes ou colegas não<br />

interferem em seu desempenho profissional.<br />

“O aluno tem que ter o interesse<br />

pelo aprendizado. Vai à escola para<br />

aprender. Essas são as minhas funções”,<br />

diz. “Minha vida particular não é de interesse<br />

público.”<br />

Ela já não esconde mais sua identidade<br />

de gênero. Quando apresenta seus<br />

documentos na secretaria das escolas em<br />

que vai dar aula, o nome de batismo é<br />

motivo de comentários do tipo: “Digitaram<br />

seu nome errado?” Cíntia explica<br />

que é transexual, mas não entra em detalhes.<br />

“Considero desnecessário colocar<br />

isso em discussão na escola. É um direito<br />

que tenho me preservar, uma estratégia<br />

de autodefesa.”<br />

Por enquanto, apesar de ter sido impedida<br />

de assumir a função efetiva como<br />

professora, Cíntia não pretende abandonar<br />

o ensino público. “O Estado até então<br />

havia me acolhido como sou. Será que<br />

todo transexual tem que ser cabeleireiro<br />

ou se prostituir?”<br />

07


Ator Gay assumido Sergio<br />

Britto recebe o Premio Shell<br />

Um dos poucos atores assumidamente Gays no Brasil, Sérgio Britto conquistou<br />

um dos mais importantes prêmios de sua carreira.<br />

O Prêmio Shell de Melhor Ator foi entregue na última terça, 10/03, na casa de<br />

espetáculos Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro.<br />

O ator foi homenageado pela sua interpretação teatral na peça dupla “A Última<br />

Gravação de Krapp” e “Ato Sem Palavras I”, ambas de Samuel Beckett.<br />

“Foi uma coisa nova para mim, porque (a diretora) Isabel Cavalcanti me reinventou,<br />

me virou do avesso, me disse: ‘Não precisa representar nada, pois você<br />

é o Krapp’. Tomei uma surra dela”, relatou o ator após receber o prêmio.<br />

Em “Última Gravação de Krapp” Sérgio interpreta um escritor obcecado<br />

por gravar os acontecimentos de sua vida para ter o prazer em escutá-los<br />

depois.<br />

No outro espetáculo, o ator interpreta um personagem perdido no<br />

deserto que procura incansavelmente por água.<br />

Em consonância com as discussões<br />

da Diretoria da ABGLT,<br />

da decisão da Assembléia (05/<br />

06/08), órgão máximo da<br />

ABGLT, e das determinações da<br />

I Conferência Nacional LGBT, realizada<br />

em Brasília de 5 a 8 de<br />

junho deste ano, a ABGLT recomenda<br />

a mudança e utilização<br />

da sigla LGBT, em substituição<br />

a GLBT, em todas as comunicações<br />

feitas por suas afiliadas,<br />

mídia e governo.<br />

Esta mudança se faz necessária,<br />

no momento, para garantir<br />

maior visibilidade ao segmento<br />

de lésbicas no ativismo brasileiro.<br />

Com isso, o movimento no<br />

Brasil segue tendências interna-<br />

08<br />

Central de Notícias Gays<br />

Assumidérrimo, Assumidérrimo, Sérgio Sérgio Britto Britto recebe<br />

recebe<br />

Prêmio Prêmio Shell Shell de de Melhor Melhor Ator<br />

Ator<br />

http://mixbrasil.uol.com.br<br />

http://mixbrasil.uol.com.br<br />

Associação Associação Brasileira Brasileira de de Lésbicas, Lésbicas, Gays, Gays, Bisse Bissexuais, Bisse xuais, T TTravestis<br />

T Travestis<br />

ravestis e e T TTranse<br />

TT<br />

ranse ransexuais ransexuais<br />

xuais (ABGL (ABGLT) (ABGL T)<br />

Nota oficial sobre<br />

o uso da siglaLGBT<br />

cionais que priorizam as lésbicas<br />

para combater os vários séculos<br />

de patriarcalismo e dominação<br />

masculina. São exemplos disso<br />

a International Lesbian and Gay<br />

Association (ILGA), a Lesbian and<br />

Gay Foundation, do Reino Unido,<br />

e a National Lesbian and Gay<br />

Journalists Association, dos Estados<br />

Unidos.<br />

Vale lembrar que os demais<br />

segmentos (G, B e Ts) são<br />

igualmente importantes na<br />

luta contra a homofobia e outras<br />

formas de discriminação.<br />

No entanto, no âmbito do movimento<br />

LGBT brasileiro, são as<br />

lésbicas as que se encontram<br />

com menor representação. No<br />

último encontro da ABGLT, por<br />

exemplo, realizado em Maceió,<br />

AL, em 2006, somente 6% das<br />

organizações presentes eram<br />

de lésbicas.<br />

Esta mudança coaduna-se<br />

também com outras ações,<br />

como o lançamento do Manifesto<br />

do Coletivo de Mulheres da<br />

ABGLT, que reuniu demandas de<br />

mulheres lésbicas, bissexuais e<br />

transexuais e visa, entre outros<br />

objetivos, garantir a incorporação<br />

do feminismo no cotidiano,<br />

nas formulações e nas prioridades<br />

da associação.<br />

Toni Reis<br />

Presidente residente da da ABGL ABGLT<br />

ABGL


Saindo do armário<br />

Fenômeno enômeno recente, recente, a a literatura literatura e eexplicitamente<br />

e explicitamente<br />

xplicitamente gay gay se se impôs impôs nas<br />

nas<br />

três três últimas últimas décadas, décadas, dentro dentro do do conte conte contexto conte xto de de liberação liberação se sexual se sexual<br />

xual<br />

Os autores atuais dão prosseguido não nconstitui exceção. Denmento<br />

à obra daqueles que, hotro do espírito da época, é um<br />

mossexuais ou não, falaram co- texto naturalista que narra a lirajosamente<br />

do “amor que não gação entre o negro Amaro, es-<br />

ousa dizer seu nome”.<br />

cravo fugido que se torna mari-<br />

A editora americana Triangle, nheiro, e o grumete Aleixo, que<br />

especializada em literatura gay, trabalha na mesma embarca-<br />

pediu a um grupo de intelectução. O livro é, portanto, duplaais<br />

e autores uma lista das 100 mente “transgressor”: amor en-<br />

melhores obras no gênero. Mestre homens, amor entre um nemo<br />

com absoluta e previsível gro e um branco. Amaro, que<br />

preponderância de americanos, tem 30 anos, domina Aleixo,<br />

obteve uma lista notável: come- que, com seus 15, ainda é quaçando<br />

com Morte em Veneza, se um menino.<br />

de Thomas Mann, passando por Caminha introduz ainda uma<br />

Em busca do tempo perdido, de prostituta, Carolina, que, seduzin-<br />

Marcel Proust, e chegando a O do Aleixo, cria um inusitado triân-<br />

Por Moacyr Scliar beijo da mulher-aranha, do argulo amoroso, que termina em<br />

gentino (que viveu no Brasil) tragédia quando Amaro mata<br />

NOEL NOEL MEMORIAL MEMORIAL LIBRAR LIBRARY, LIBRAR<br />

SHREVEPOR<br />

SHREVEPORT<br />

SHREVEPOR<br />

Manuel Puig, autores importantíssimos<br />

são citados: James Bal-<br />

Aleixo e é preso. Publicado no Reino<br />

Unido, na Alemanha, na Fran-<br />

Lord ord Byron Byron (1788-1824) (1788-1824)<br />

(1788-1824) dwin, Jean Genet, André Gide, ça, no México, em Portugal, o li-<br />

Virginia Woolf, E. M. Forster, vro teve grande repercussão.<br />

To get out of the closet, sair do Gore Vidal, Marguerite Yource- Mesmo obtendo êxito, con-<br />

armário, é uma expressão muito nar, Evelyn Waugh, Gertrude tudo, os autores homossexuais<br />

usada para designar a atitude de Stein, Truman Capote, Christo- passaram por situações difíceis.<br />

homossexuais que assumem sua pher Isherwood, Colette, Henry Na Cuba de Fidel Castro eram<br />

orientação. Esse processo, porém, James, Lezama Lima. A essa re- mal-vistos e isso originou um<br />

nunca foi fácil. A homossexualidalação poderíamos acrescentar os incidente lendário com o poeta<br />

de é reconhecida há milênios, nomes de Lord Byron, Walt Virgilio Piñera que, em certa oca-<br />

mencionada na Bíblia e em tex- Whitman, Allen Ginsberg, Garsião, teria se embrenhado com<br />

tos da Antigüidade clássica; mas, cía Lorca, Oscar Wilde, Arthur um rapazinho num milharal.<br />

apesar da tolerância grega em re- Rimbaud e Tennessee Williams. Avisada, a polícia cercou o local<br />

lação a ela, de maneira geral tra- No Brasil são listados, entre e surpreendeu os dois em flatava-se<br />

de transgressão e dificil- os escritores homossexuais, João grante. O policial que comandamente<br />

poderia ser abordada em do Rio (cuja sexualidade foi obva a operação perguntou a Piñe-<br />

texto, a não ser de forma críptica, jeto de muitas disputas), Pedro ra o que ele estava fazendo. “É<br />

camuflada, como acontece em Nava, Caio Fernando Abreu, uma espécie de reforma agrá-<br />

sonetos de Shakespeare. A litera- Walmyr Ayala. Há pelo menos ria”, respondeu o trêmulo poetura<br />

explicitamente gay é, portan- um clássico de nossa literatura ta. Dentro da abertura cubana,<br />

to, relativamente recente. A rigor, que aborda o tema da homos- isso possivelmente não aconte-<br />

só há cerca de três décadas o gêsexualidade: é O bom crioulo cerá mais. E como Fidel nos ganero<br />

se impôs dentro do quadro (1895), de Adolfo Caminha, esrantiu que os milharais cubanos<br />

de liberação sexual que permitiu critor que faleceu muito jovem, não serão transformados em bi-<br />

a muitas pessoas abordar o tema e autor de uma sombria obra, ocombustível, podemos esperar<br />

na ficção, na poesia, no ensaio. na qual o romance menciona- progressos reais.<br />

09


A Justiça de Mato Grosso acolheu<br />

recurso, no mínimo polêmico,<br />

de um cidadão que extirpou<br />

o pênis através de cirurgia e agora<br />

pleiteia ter o seu nome de homem<br />

mudado para outro mais<br />

condizente com a sua preferência<br />

sexual, além de ter, no registro<br />

de nascimento, alterado o sexo de<br />

“masculino” para “feminino”.<br />

Provido por maioria de votos<br />

da Segunda Câmara Civil do Tribunal<br />

de Justiça, o julgamento firmou<br />

entendimento que, ao comprovar<br />

a alteração do sexo via ato<br />

cirúrgico irreversível, impor a manutenção<br />

do nome do outro sexo<br />

à pessoa configura ato “cruel, sujeitando-a<br />

a uma degradação<br />

que não é consentânea com os<br />

princípios constitucionais”.<br />

Ao discorrer acerca da possibilidade<br />

jurídica do pedido, a relatora<br />

do Recurso de Apelação<br />

Cível, juíza substituta de Segundo<br />

Grau, Clarice Claudino da Silva,<br />

ressaltou um dos princípios<br />

fundamentais previstos na Constituição<br />

Federal. “Vê-se, pois, que<br />

o princípio da dignidade da pessoa<br />

humana inserto no art. 1º, III,<br />

da Carta Magna, é pilar dos direitos<br />

da personalidade e faz com<br />

que o indivíduo tenha direito à<br />

honra, à intimidade, à integridade<br />

e a uma vida justa e digna,<br />

merecendo ampla proteção do<br />

Estado. (...) Assim sendo, o direito<br />

do transexual de retificar o seu<br />

prenome encontra-se absolutamente<br />

alambrado pelos princípios<br />

que emanam do direito fundamental<br />

da dignidade da pes-<br />

10<br />

soa humana”, completou a magistrada.<br />

Nos autos, o autor pleiteou a<br />

reforma da decisão de Primeira<br />

Instância que julgou improcedente<br />

o pedido de alteração no registro<br />

de nascimento do seu prenome,<br />

e do seu sexo, de “masculino”<br />

para “feminino”. Em seus<br />

argumentos, sustentou que é admissível<br />

a retificação do registro<br />

para retratar a realidade, desconhecida<br />

à época de seu nascimento,<br />

de modo a harmonizar juridicamente<br />

seu estado fático e<br />

seus documentos, para garantir o<br />

exercício pleno de sua cidadania.<br />

O autor argumentou ainda o<br />

desencontro entre a sentença original<br />

e a ciência médica e jurídica,<br />

que o aponta como “transexual”.<br />

Demonstrou que sobre os<br />

aspectos médico-legais, há diversas<br />

características que diferenciam<br />

o transexualismo, do travestismo<br />

e do homossexualismo.<br />

Relatou que desde os seus primeiros<br />

anos de vida sentiu o descompasso<br />

entre o sexo que seu<br />

corpo apresentava e sua psiquê.<br />

Circunstância que o submetia a<br />

reiterados constrangimentos e<br />

desajustes, a ponto de buscar ajuda<br />

terapêutica, que culminou<br />

com a realização da cirurgia.<br />

De acordo com a juíza, atualmente,<br />

se entende por transexualismo<br />

a condição clínica em que<br />

se encontra um indivíduo biologicamente<br />

normal que, segundo<br />

sua história pessoal e clínica, e segundo<br />

o exame psiquiátrico,<br />

apresenta sexo psicológico in-<br />

compatível com a natureza do<br />

sexo somático. Portanto, segundo<br />

a relatora, o transexual tem<br />

uma auto-imagem invertida e por<br />

isso se sente diferente daquilo que<br />

fisicamente o representa.<br />

Em seu relatório a magistrada<br />

narrou uma série de artigos médicos,<br />

inclusive a Resolução publicada<br />

em 1997, pelo Conselho<br />

Federal de Medicina (1.482/CFM),<br />

autorizando cirurgias em transexuais<br />

em regime científico e experimental,<br />

exigindo prévio diagnóstico<br />

e tratamento por dois<br />

anos. Em 2002 essa resolução foi<br />

substituída por outra que reiterou<br />

as cirurgias no Brasil. A magistrada<br />

também colacionou ao seu<br />

voto estudos da psicologia que<br />

definiram as diferenças entre o<br />

transexualismo, homossexualismo<br />

ou bissexualismo.<br />

Quanto às provas do fato, a<br />

magistrada destacou constar nos<br />

autos documentos médicos comprovando<br />

a realização da cirurgia<br />

e a “invaginação da região perineal,<br />

compatível com neovagina”.<br />

Além disso, o laudo psicológico<br />

apontou uma clara identificação<br />

do autor no sentido feminino<br />

que reflete a experiência de<br />

gênero intrapsíquica vivenciada<br />

desde o período infantil.<br />

O Ministério Público em seu<br />

parecer opinou pelo provimento<br />

do recurso por não haver impedimentos<br />

legais para tal alteração.<br />

Também participaram da votação<br />

os desembargadores Donato Fortunato<br />

Ojeda (vogal) e Antonio<br />

Bitar Filho (revisor).


Polêmica<br />

França rança - - 25/3/09 25/3/09 - - 15h32 15h32 15h32 -<br />

-<br />

Mulher segura preservativos com<br />

a imagem do papa Bento XVI e a<br />

frase “eu disse não!”, em Paris. Os<br />

produtos foram confeccionados<br />

para criticar a postura do Pontífice<br />

de rejeitar o uso da camisinha<br />

para combater a aids em declarações<br />

dadas durante sua recente<br />

viagem ao continente africano.<br />

Sobre Preservativos e o Papa<br />

Não podemos permitir calados (especialmente<br />

nós, católicos brasileiros que por pesquisa do<br />

IBOPE somos 97% a favor do uso do preservativo<br />

como prevenção das DST - doenças sexualmente<br />

transmisíveis) que o Papa diga em alto e<br />

bom som que o distribuir preservativos não auxilia<br />

na prevenção da AIDS e ainda, que este líder<br />

religioso solicite a uma população tristemente atingida<br />

pela AIDS o não uso do preservativo - a Africa<br />

do Sul tem uma população de 10% de contaminados<br />

pelo vírus HIV, por exemplo.<br />

Isso é incorreto e irresponsável.<br />

Se o Papa bento VI - Ratzinger, quer pregar castidade,<br />

pureza, atitudes de sexo zero, celibato, isso<br />

é da sua linha religiosa, portanto, no mínimo, respeitamos.<br />

Mas dizer uma coisa completamente anti-científica,<br />

absurdo!<br />

Me sinto em plena Idade Média onde a Igreja<br />

punia aqueles cuja crença era que a terra girava<br />

em torno do sol o que foi comprovado mais tarde,<br />

lógico.<br />

Chega de erros sem questionamentos de todos.<br />

Será muito engraçado se daqui a mil anos<br />

algum Papa vier pedir "Perdão" por a Igreja Católica<br />

ter auxiliado doenças de cunho sexuais e reprodutivos<br />

a dizimarem a humanidade. Aconteceu<br />

isso a 4 anos quando o Papa João Paulo II se<br />

desculpou sobre os erros a 'Santa Inquisição'. para<br />

ele, representante mor dos fiéis, a mesma havia<br />

sido uma 'nódoa na história' e uma 'atitude cultural<br />

de autoritarismo'.<br />

O clamor deve ser pelo livre arbítreo, bioética<br />

e orientação correta - educando a nós<br />

todos sobre riscos e benefícios de uma sexualidade<br />

saudável ou não.<br />

Camisinha sim. Sempre.<br />

E mais: estímulo ao uso de todas elas,<br />

masculinas e femininas!<br />

Dra. Adélia Maria Batista de Souza<br />

Sexóloga Sexóloga - - Dessetóloga Dessetóloga - - Clínica Clínica Médica<br />

Médica<br />

Tel: el: 55-35-3265 55-35-3265 3059 3059 - - F FFax:<br />

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Brasil<br />

11


Os Políticos precisam ajudar a acabar<br />

com a violência contra Homossexuais<br />

Por Léo Mendes<br />

O Executivo, o Legislativo e o<br />

Judiciário brasileiro tem uma dívida<br />

enorme com o fim do preconceito,<br />

discriminação e violência<br />

vivenciados diariamente por<br />

milhões de cidadãs lésbicas, gays,<br />

bissexuais, travestis e transexuais-<br />

LGBT. A Fundação Perseu Abramo<br />

(www.fpa.org.br ) divulgou a<br />

primeira etapa da pesquisa “Diversidade<br />

Sexual e Homofobia no<br />

Brasil, intolerância e respeito às diferenças<br />

sexuais nos espaços públicos<br />

e privados” . A Pesquisa foi<br />

feita em parceria com a Fundação<br />

Rosa Luxemburg, da Alemanha.<br />

Ela foi feita em áreas urbanas<br />

de todos os estados, representando<br />

82% da população brasileira<br />

adulta.<br />

Um dado salta aos olhos. O<br />

número de brasileiros que declararam<br />

ter mais preconceito à homossexuais,<br />

que a negros e idosos<br />

é seis vezes maior.24% dos<br />

brasileiros disseram “ sim, nós temos<br />

preconceito contra<br />

Homossexuais”.Em outras pesquisas,<br />

apenas 4 % dos brasileiros<br />

admitiram “ sim, nós temos<br />

preconceitos contra negros e contra<br />

idosos”.A Falta de respeito dos<br />

meios de comunicação no trato<br />

com os personagens gays e lésbicos,<br />

especialmente em programas<br />

de humor e policial, o despreparo<br />

das Escolas de lidar com<br />

a homossexualidade, a falta de<br />

políticas públicas nas Prefeituras,<br />

Governos Estaduais e Federal para<br />

coibir a violência, além de uma<br />

cultura homofóbica ( de aversão<br />

a homossexuais) e finalmente a<br />

inexistência de leis federais para<br />

proibir a discriminação ou garantir<br />

direitos a cidadania LGBT tem<br />

levado a este quadro.<br />

Sem dúvida alguma as igrejas,<br />

tem sido, outras grandes responsáveis<br />

pelo alto grau de letalidade<br />

de Homossexuais no Brasil,<br />

a cada três dias um Gay, Lésbica<br />

ou Travesti é assassinado no<br />

país, de acordo com pesquisa do<br />

Grupo Gay da Bahia. Para 58%<br />

dos entrevistados, a Homossexualidade<br />

é pecado. 29% dos pesquisados<br />

acreditam que seja uma<br />

doença e que precisa ser tratada.<br />

23% acreditam que mulheres<br />

“viram “ lésbicas porque não conheceram<br />

homens.<br />

Só 1 % dos brasileiros maiores<br />

de 16 ANOS não tem preconceito<br />

contra homossexuais. A<br />

Falta de educação e de conhecimento<br />

sobre o tema grita. E daí a<br />

intolerância salta para a vida diária.<br />

Até hoje, muitos educadores,<br />

não sabem que a ciência reconhece<br />

a homossexualidade como<br />

uma orientação sexual e não uma<br />

escolha ou opção<br />

sexual.Funciona mais ou menos<br />

assim. Brasileiros acham que fulano<br />

é gay porque quer ser gay.<br />

Fulana é lésbica porque quer ser<br />

lésbica. Se eles tem o direito de<br />

escolher eu teria o direito de não<br />

gostar da escolha deles. Para estas<br />

pessoas, é preciso “gostar “ de<br />

negros, idosos, deficientes, pois,<br />

“diferente” dos homossexuais,<br />

elas não escolheram, não optaram<br />

em ser negros, idosos ou deficientes.<br />

O Brasil tem avançado um<br />

pouco em relação a intolerância,<br />

graças especialmente a luta diá-<br />

ria de milhares de ativistas de<br />

ONGs LGBT , que organizam desde<br />

apoios individuais a adolescentes<br />

homossexuais expulsos de<br />

casa até as construções das paradas<br />

do Orgulho LGBT , que levam<br />

milhões de pessoas para as<br />

avenidas. Mas ainda falta a parte<br />

dos Políticos. Hoje se um brasileiro<br />

gritar na rua “ negro safado”,<br />

“velho nojento”, “aleijado imprestável<br />

“, provavelmente será repreendido<br />

e até preso, mas se gritar<br />

“ mata o viado” será motivo de<br />

riso , sem nenhum mecanismo<br />

legal para coibir a prática que se<br />

reproduz de norte a sul no País.<br />

O Projeto de Lei 122/2006<br />

que está para ser votado no Senado<br />

Federal é um dos exemplos<br />

do descaso dos políticos com a<br />

violência no país. O Projeto visa<br />

punir ( assim como já faz com<br />

quem agride negros, evangélicos,<br />

mulheres, estrangeiros ...) a discriminação<br />

contra cidadãos LGBT.<br />

Esse é o momento para colocar o<br />

projeto em votação e aprová-lo.<br />

Por fim, Presidente da República,<br />

Governadores, Prefeitos,<br />

agentes públicos em geral são coniventes<br />

com a violência quando<br />

não colocam em prática políticas<br />

públicas definidas há quase um<br />

ano em conferências estaduais e<br />

nacional LGBT. A Própria população<br />

, na pesquisa já respondeu<br />

que políticas seriam prioritárias:<br />

Com 51%, apareceu em primeiro<br />

lugar a educação; a saúde<br />

veio em segundo, com 40%; e o<br />

mercado de trabalho em terceiro,<br />

com 33%. O campo da justiça ficou<br />

em quarto, com 27%; cultura<br />

com 18%.<br />

Léo Léo Mendes Mendes – – Jornalista, Jornalista, Jornalista, Bacharel Bacharel em<br />

em<br />

Direito Direito e e Secretário Secretário de de Comunicação Comunicação da<br />

da<br />

Associação Associação Brasileira Brasileira de de Gays, Gays, Lésbicas,<br />

Lésbicas,<br />

Bissexuais, Bissexuais, T TTravestis<br />

TT<br />

ravestis e e e TT<br />

Transexuais- TT<br />

ransexuaisransexuais-ABGLransexuais ABGL ABGLT ABGL<br />

liorcino@yahoo.com.br<br />

liorcino@yahoo.com.br<br />

13


O secretário de Justiça e Defesa<br />

da Cidadania do Estado de<br />

São Paulo, Luiz Antonio Marrey,<br />

se comprometeu em reunião na<br />

manhã do dia 27 de abril, a assinar<br />

um decreto criando a Coordenadoria<br />

LGBT dentro do órgão.<br />

Na reunião com representantes<br />

do Fórum Paulista LGBT,<br />

Marrey deixou a promessa de dar<br />

sua canetada friendly já nos próximos<br />

dias para que seja formada<br />

a equipe de atuação.<br />

A reunião teve como objetivo<br />

discutir as políticas públicas e<br />

ações em favor da cidadania<br />

LGBT e cobrar da Secretaria a implementação<br />

das dezenas de<br />

propostas aprovadas na Confe-<br />

14<br />

Secretaria de Justiça de SP vai<br />

criar Coordenadoria LGBT<br />

No dia 20 de abril, o Ministério<br />

da Educação deu parecer favorável<br />

ao pedido apresentado<br />

na última semana pelo funcionário<br />

público de Guarulhos, J.G.A,<br />

que brigava para que o órgão<br />

considerasse para cálculo de renda<br />

a relação que vive com seu<br />

companheiro.<br />

A ideia era garantir o direito<br />

a concorrer a uma bolsa do<br />

ProUni. O parecer foi elaborado<br />

por Ricardo Garroux, coordenação-geral<br />

de Relações Acadêmicas<br />

de Graduação do MEC, e<br />

obteve respaldo da Secretária da<br />

Educação Superior, Maria Paula<br />

Dallari Bucci.<br />

Garroux contou que levou em<br />

consideração os demais órgãos<br />

governamentais que já praticam<br />

rência Estadual, realizada em<br />

abril de 2008. Os militantes pretendem<br />

finalmente poder colocar<br />

em prática essas ações afirmativas<br />

por meio de um Plano<br />

Estadual, de uma Coordenadoria<br />

e de um Conselho.<br />

O primeiro passo será publicar<br />

e divulgar mais amplamente as<br />

resoluções da Conferência Estadual<br />

LGBT para que a população<br />

homossexual saiba quais são elas<br />

e quem será beneficiado com<br />

suas efetivações. Essas diretrizes<br />

aprovadas, assim espera a militância,<br />

devem ser usadas pelas várias<br />

secretarias estaduais para elaborarem<br />

um Plano Estadual de<br />

Políticas para a população LGBT.<br />

Considerada um primeiro passo<br />

rumo a esse plano, a criação<br />

da Coordenadoria LGBT da Secretaria<br />

de Justiça e Defesa da Cidadania<br />

de São Paulo já deu seus<br />

primeiros frutos com a promessa<br />

de Marrey de impulsionar as políticas<br />

para o segmento LGBT e sua<br />

disposição para um diálogo permanente<br />

com o movimento.<br />

Além disso, o secretário determinou<br />

ainda que a Secretaria<br />

viabilize um material de orientação<br />

contendo as resoluções<br />

da Conferência LGBT, a Lei<br />

10.948 e outros textos e artigos<br />

e uma relação de contatos dos<br />

órgãos que atendem a população<br />

homossexual.<br />

MEC reconhece relação Gay como entidade<br />

familiar para cálculo de renda no ProUni<br />

Por César Gomes*<br />

políticas que favorecem a população<br />

GLBT.<br />

“O Ministério do Trabalho, por<br />

exemplo, já concede ao estrangeiro<br />

parceiro de um Homossexual<br />

o direito a visto de trabalho<br />

no País”, lembra Garroux.<br />

No entanto, a principal base<br />

para que o caso de J.G.A tivesse<br />

um final feliz foi um parecer da<br />

Advocacia Geral da União, que<br />

em junho de 2008 reconheceu a<br />

União Civil Gay com o intuito de<br />

conceder benefícios previdenciários<br />

a servidores GLBTs do Rio<br />

de Janeiro.<br />

Ricardo Garroux fez questão de<br />

lembrar também que o MEC é um<br />

dos órgãos participantes do programa<br />

“Brasil Sem Homofobia”.<br />

“O MEC é um órgão que prima<br />

pela inclusão, não pela exclusão”,<br />

diz o coordenador-geral.<br />

Quando perguntado sobre a<br />

portaria que o MEC supostamente<br />

publicaria permitindo que<br />

pessoas na situação de J.G.A tivessem<br />

direito ao mesmo benefício,<br />

Garroux assegura que não<br />

há necessidade.<br />

Segundo ele, o artigo 6º da<br />

portaria normativa de número<br />

20, que trata do processo seletivo<br />

para o ProUni, já define o<br />

companheiro ou companheira<br />

do requerente como membro do<br />

grupo familiar, sem especificar o<br />

gênero das pessoas. “O que faltava<br />

era uma interpretação inclusiva<br />

do artigo”, diz Garroux.<br />

Tanto J.G.A quanto as Faculdades<br />

Integradas Torricelli,<br />

instituição escolhida pelo candidato<br />

a universitário para cursar<br />

Letras, já foram notificados<br />

da decisão.


Presidente do STF recebe<br />

ABGLT e aliados<br />

O presidente do Superior Tribunal<br />

Federal, ministro Gilmar<br />

Mendes, recebeu em audiência,<br />

no último dia 26 de março, Toni<br />

Reis, presidente da Associação<br />

Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais,<br />

Travestis e Transexuais<br />

(ABGLT).<br />

Na audiência Reis foi acompanhado<br />

pela senadora Fátima<br />

Cleide, membro da Frente Parlamentar<br />

pela cidadania LGBT e<br />

relatora do Projeto de Lei da Câmara<br />

122/2006 (que propõe a<br />

criminalização da discriminação<br />

homofóbica), junto com seus assessores<br />

Caio Varela e Mara Paraguassu;<br />

a desembargadora<br />

Maria Berenice Dias, que tem se<br />

notabilizado no país por decisões<br />

jurídicas que atendem as<br />

uniões homoafetivas; e o representante<br />

do programa Brasil<br />

Sem Homofobia da Secretaria<br />

Especial dos Direitos Humanos,<br />

Paulo Biagi.<br />

Segundo Toni Reis, “o Ministro<br />

foi muito receptivo às reivindicações<br />

apresentadas em relação<br />

à comunidade LGBT e o Judiciário,<br />

e afirmou que hoje mesmo<br />

iria conversar com o ministro<br />

Carlos Ayres Britto, relator da<br />

Arguição de Descumprimento<br />

de Preceito Fundamental (ADPF)<br />

nº 132/RJ, para definir uma<br />

agenda de apreciação da ação.<br />

O ministro comentou que é<br />

muito possível que no início do<br />

segundo semestre se coloque a<br />

matéria em votação.”.<br />

A ADPF 132/RJ foi apresentada<br />

ao STF pelo governador do<br />

Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, visando<br />

garantir que funcionários<br />

estaduais do Rio de<br />

Janeiro, vivendo<br />

em união estável<br />

homoafetiva, também<br />

possam ter<br />

todos os benefícios<br />

de licença, previdência<br />

e assistência<br />

decorrentes<br />

de união estável<br />

heterossexual,<br />

conforme previstos<br />

no Estatuto dos Servidores<br />

Públicos.<br />

A Argüição de Descumprimento<br />

de Preceito Fundamental<br />

é instrumento jurídico utilizado<br />

para evitar ou reparar lesão<br />

resultante de ato do poder público.<br />

“A posição progressista do<br />

governador do Rio foi atacada<br />

por ações judiciais contra atos<br />

que garantiram a previdência<br />

para casais homoafetivos”, diz a<br />

senadora Fátima.<br />

Na ocasião, Toni Reis entregou<br />

ao presidente do STF diversos<br />

documentos visando subsidiar a<br />

solicitação de apoio, incluindo o<br />

Compêndio de Legislação e Jurisprudência<br />

LGBTTT; Os Princípios<br />

de Yogyakarta; o Programa<br />

Brasil Sem Homofobia; os Anais<br />

da I Conferência Nacional LGBT;<br />

o artigo “37 direitos negados” [a<br />

casais homoafetivos], publicado<br />

na Revista Super Interessante em<br />

julho de 2004; e a Pesquisa Nacional<br />

Criminalização do preconceito<br />

ou da discriminação contra<br />

homossexuais, realizada pelo Instituto<br />

de Pesquisa do Senado Federal<br />

(DataSenado).<br />

A senadora Fátima Cleide relatou<br />

ao ministro que não há<br />

nenhuma lei federal que proteja<br />

a comunidade LGBT e que é<br />

preciso ter o apoio do Judiciário<br />

para que legislação desta natureza<br />

venha a se efetivar, tendo<br />

em vista o preconceito, a discriminação<br />

e a violência sofridos<br />

por essa comunidade.<br />

Maria Berenice Dias alertou<br />

que é preciso garantir que o Judiciário<br />

cumpra o papel social<br />

de preservar a justiça na sociedade<br />

brasileira, incluindo a comunidade<br />

LGBT, por meio de<br />

ações que defendam o Estado<br />

de Direito e a Constituição Federal.<br />

“Temos atuado no Judiciário<br />

por maior inclusão social.<br />

Os avanços já são grandes, e, a<br />

decisão em relação a esta ação<br />

é muito importante, é uma trilha<br />

aberta para a promoção de<br />

inclusão significativa de pessoas<br />

que são duramente discriminadas<br />

na sociedade”, afirmou a<br />

desembargadora.<br />

Contatos: Contatos:<br />

Contatos:<br />

Toni oni oni Reis, Reis, presidente presidente presidente da da da ABGL ABGL ABGLT ABGL ABGL<br />

(61) (61) 8181 8181 2196<br />

2196<br />

Léo Léo Mendes, Mendes, secretário secretário de de comuni- comunicomuni- cação cação da da ABGL ABGLT ABGL ABGL T (62) (62) 8405 8405 2405<br />

2405<br />

Gabinete Gabinete da da Senadora Senadora Fátima Fátima Clei- CleiCleide: de: de: (61) (61) (61) 3303 3303 2391 2391 2391 a a a 2397 2397<br />

2397<br />

15


A polêmica está lançada. A<br />

deputada Sueli Vidigal (PDT-ES)<br />

acaba de lançar Projeto de Lei<br />

que, se aprovado, irá proibir os<br />

bancos de sangue a perguntarem<br />

a orientação sexual do doador.<br />

Tal medida contraria a portaria<br />

da ANVISA que não permite<br />

HSH (Homens que fazem<br />

sexo com homens) e homossexuais<br />

que tenham tido relações<br />

sexuais recentes a doarem sangue<br />

no período de um ano.<br />

Em entrevista concedida ao<br />

site A Capa , a deputada diz que<br />

tal medida é “preconceituosa e<br />

discriminatória”. Ela afirma que<br />

em um país onde se tem problema<br />

com a demanda de sangue,<br />

tal portaria “não se justifica”.<br />

Sueli também diz que hoje<br />

há vários segmentos com comportamentos<br />

de risco e que todo<br />

mundo sabe que “o HIV não é<br />

detectado em exame simples”.<br />

Confira a seguir a entrevista.<br />

A A senhora senhora acredita acredita acredita que que há<br />

há<br />

umauma contradição contradição quando quando quando o o MiMi-<br />

nistério nistério da da Saúde Saúde diz diz que que não<br />

não<br />

há há há mais mais grupos grupos de de risco risco e e sim<br />

sim<br />

compor comportamentos compor tamentos de de de risco risco e, e, ao<br />

ao<br />

mesmo mesmo tempo, tempo, não não permite<br />

permite<br />

que que HSH HSH (Homens (Homens que que que sexo<br />

sexo<br />

comcomcom homens) homens) homens) que que que tiveram tiveram tiveram relarelarela- ções ções ções sexuais sexuais sexuais não não doem doem sangue<br />

sangue<br />

no no período período de de um um ano?<br />

ano?<br />

É um ato preconceituoso e<br />

discriminatório. Na verdade, se<br />

16<br />

“Proibir gays de doarem<br />

sangue é inadmissível”,<br />

diz deputada Sueli Vidigal<br />

Por Marcelo Hailer<br />

o país hoje enfrenta uma demanda<br />

diária de mais de mil e<br />

quinhentas bolsas de sangue e<br />

a gente acompanha através dos<br />

meios de comunicação as campanhas<br />

para convencimento<br />

dos cidadãos para doarem sangue,<br />

sabemos que a necessidade<br />

de manter os bancos de sangue<br />

abastecidos é permanente<br />

e a oferta é menor do que a procura.<br />

Portanto, não justifica a<br />

portaria da ANVISA (Agência<br />

Nacional de Vigilância Sanitária).<br />

E o objetivo do projeto de lei é<br />

salvar vidas, e que seja respeitada<br />

a vida e a opção (sic) sexual<br />

do cidadão.<br />

Há Há Há preconceito preconceito preconceito na na doação<br />

doação<br />

de de sangue sangue por por homossexuais?<br />

homossexuais?<br />

As pesquisas mais recentes já<br />

dão conta que existe outros<br />

segmentos da sociedade de<br />

modo igual de alto risco. O HIV<br />

não é detectado em exame<br />

simples e todos nós sabemos<br />

disso. Eu posso chegar lá e não<br />

declarar a minha opção sexual.<br />

É discriminatório em um país<br />

onde nós precisamos urgentemente<br />

trabalhar no sentido de<br />

melhorar a saúde, a qualidade<br />

de vida dos cidadãos... É inadmissível<br />

essa portaria da ANVI-<br />

SA proibir os homossexuais de<br />

doarem sangue.<br />

Esse Esse é é um um dos dos principais principais principais fa- fafatores tores tores para para a a a defasagem defasagem de de<br />

de<br />

sangue?<br />

sangue?<br />

Não diria pra você que a defasagem<br />

da oferta de sangue<br />

seja por conta disso. Acho que<br />

o apelo é forte para que as pessoas<br />

doem sangue, então se é<br />

para doar sangue, se é para realmente<br />

manter os bancos<br />

abastecidos, se o objetivo realmente<br />

é preservar a vida, eu<br />

não posso ter um ato dessa forma.<br />

Porque todo sangue que é<br />

colhido tem que se ver a vulnerabilidade<br />

dele. O sangue é<br />

avaliado. Então é discriminatório.<br />

Você imagina um cidadão<br />

de forma voluntária chegar ao<br />

local, com toda a boa vontade<br />

do mundo e de repente ‘você<br />

não pode porque você tem essa<br />

opção sexual’.<br />

A A senhora senhora acredita acredita na na apro-<br />

apro<br />

vação vação do do do projeto?<br />

projeto?<br />

Acredito na aprovação. Eu<br />

acredito na sensibilidade de homens<br />

e mulheres que foram<br />

para aquela casa de leis com o<br />

compromisso e responsabilidade<br />

de garantir os direitos de ir e<br />

vir dos cidadãos e garantir os direitos<br />

de uma população que<br />

realmente necessita de nós. Temos<br />

que estar sintonizados<br />

com ela.<br />

Caso Caso aprovado, aprovado, o o projeto projeto<br />

projeto<br />

temtem algum algum plano plano para para para acomacomacom- panhamento panhamento de de de aplicação aplicação<br />

aplicação<br />

dessa dessa medida?<br />

medida?<br />

Como é um projeto e todas<br />

as pessoas tem acesso, e tem


aqueles que acompanham,<br />

existe segmentos da sociedade,<br />

movimentos da sociedade<br />

civil que com toda a certeza estarão<br />

acompanhando. Cabe a<br />

nós legisladores apresentar o<br />

projeto, trabalhar na aprovação<br />

dele, mas o seu cumprimento<br />

já não cabe mais a mim.<br />

Lógico que, se eu tiver a oportunidade<br />

através do seu site,<br />

através dos meios de comunicação,<br />

eu vou pedir a população<br />

que nos ajude a fiscalizar.<br />

Em Em 2007, 2007, a a pesquisa pesquisa de de P PPro<br />

P ro-<br />

grama grama Nacional Nacional de de Combate Combate ao<br />

ao<br />

HIV/Aids HIV/Aids chamou chamou a a atenção<br />

atenção<br />

parapara o o grande grande aumento aumento de de ininfecçãofecção<br />

por por HIV HIV entre entre jovens jovens héhéhé- teros teros e e homossexuais. homossexuais. Como Como a<br />

a<br />

senhora senhora senhora obser observa obser va isso?<br />

isso?<br />

Observo que mais uma vez<br />

essa medida é preconceituosa.<br />

Por que discriminar o homossexual<br />

se tantos outros segmentos<br />

da nossa sociedade são de<br />

igual forma grupos de risco?<br />

Não me cabe dizer o motivo do<br />

aumento entre os jovens. Até<br />

porque acredito que a maior<br />

menção do HIV entre os jovens<br />

esteja entre os usuários de drogas,<br />

isso também é o que mais<br />

contribui com a violência do<br />

país, o que mais contribui para<br />

dizimar famílias e é também o<br />

que mais contribui para que<br />

nossos jovens fiquem em situação<br />

de vulnerabilidade.<br />

É É interessante interessante a a senhora senhora senhora to-<br />

to<br />

car car nisso, nisso, pois pois recentemente recentemente a<br />

a<br />

Secretaria Secretaria de de Saúde Saúde de de São São P PPaulo<br />

P aulo<br />

divulgou divulgou uma uma pesquisa pesquisa onde<br />

onde<br />

cerca cerca de de 93% 93% dos dos entrevistados<br />

entrevistados<br />

quequeque não não não possuem possuem possuem parceiros parceiros parceiros fifixosxos<br />

revelaram revelaram não não não usar usar usar camisicamisicamisi- nha nha nha por por estarem estarem sob sob o o efeito efeito de<br />

de<br />

drogas drogas e e álcool.<br />

álcool.<br />

Toda campanha é extrema-<br />

mente importante e positiva. Vai<br />

contribuir com ações positivas<br />

para melhorar a qualidade de<br />

vida. Tudo aquilo que vai contribuir<br />

para preservar a vida é importante<br />

que seja levantado esse<br />

apelo. Vimos um apelo forte que<br />

é a questão do sangue, temos<br />

cidadãos brasileiros a espera de<br />

sangue e de órgãos.<br />

Na Na mesma mesma pesquisa, pesquisa, 43%<br />

43%<br />

dos dos dos entrevistados entrevistados revelaram<br />

revelaram<br />

não não usar usar camisinha? camisinha? Qual Qual a a<br />

a<br />

sua sua opinião?<br />

opinião?<br />

Ainda é preciso fortalecer<br />

essas campanhas. Já que temos<br />

doenças sexualmente<br />

transmissíveis , temos que<br />

conscientizar cada dia mais os<br />

nossos jovens da necessidade<br />

de eles se precaverem.<br />

Mas Mas deputada, deputada, deputada, campanhas<br />

campanhas<br />

temos temos aos aos montes, montes, montes, acredita acredita que<br />

que<br />

é é necessário necessário repensar repensar repensar essas<br />

essas<br />

campanhas?<br />

campanhas?<br />

É preciso repensar o tipo de<br />

campanha. Eu sou mãe de um<br />

jovem, eles de repente não param<br />

perto de uma televisão e<br />

ficam prestando atenção em<br />

campanhas. Acho que tem<br />

que se repensar mesmo, tem<br />

que fazer campanhas dentro<br />

das escolas...<br />

... ... ... Os Os pais pais precisam precisam falar falar mais<br />

mais<br />

sobre sobre sexo sexo com com os os filhos?<br />

filhos?<br />

Existe um tabu, o diálogo é<br />

extremamente importante, ele<br />

norteia o cidadão na sociedade,<br />

no ambiente do trabalho.<br />

E você falar, ouvir, isso é importante<br />

demais, o poder do<br />

diálogo, da conversa, é extremamente<br />

positivo. É preciso<br />

que os pais tirem um tempo<br />

para dialogarem mais com os<br />

seus filhos. O mundo está extremamente<br />

necessitado de<br />

carinho, de afeto, de atenção.<br />

Precisamos desse tempo para<br />

os nossos filhos.<br />

17


Criado o primeiro conselho<br />

Estadual LGBT do Brasil<br />

O Governador de Goiás, Alcides<br />

Rodrigues (PP) criou o primeiro<br />

Conselho Estadual de<br />

Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis<br />

e Transexuais- LGBT do<br />

país. A demanda foi colocada<br />

na primeira conferência estadual<br />

LGBT de Goiás, ocorrida em<br />

maio de 2008. O Decreto do<br />

Governador foi publicado no<br />

Diário Oficial do Estado no dia<br />

22 de Janeiro de <strong>2009</strong>. Para Léo<br />

Mendes, Secretário de Comu-<br />

Se você você você você você é é Lésbica, Lésbica, Lésbica, Lésbica, Lésbica, Gay Gay, Gay , Bissexual, Bissexual, Bissexual, Bissexual, Bissexual, T TTravesti,<br />

T Travesti,<br />

ravesti, ravesti, ravesti, T TTransexual<br />

T Transexual<br />

ransexual ransexual ransexual e e Heterosimpatizantes Heterosimpatizantes Heterosimpatizantes Heterosimpatizantes Heterosimpatizantes entre entre entre entre entre nesta nesta nesta nesta nesta<br />

campanha campanha campanha campanha campanha de boicote boicote boicote boicote boicote a a rede rede rede de de cinemas cinemas cinemas cinemas cinemas CINEMARK. CINEMARK. CINEMARK. CINEMARK. CINEMARK.<br />

Esta Esta Esta empresa empresa empresa empresa empresa nor norte-americana, nor norte-americana,<br />

te-americana, te-americana, te-americana, Cinemark, Cinemark, Cinemark, Cinemark, Cinemark, fez fez uma uma uma uma uma doação doação doação doação doação de de 10 10 mil mil dólares dólares dólares dólares dólares para para para para para os<br />

os<br />

apoiadores apoiadores apoiadores apoiadores apoiadores da da proposta proposta proposta proposta proposta 8 8 que que baniu baniu baniu baniu baniu o o direito direito direito direito direito de de casais casais casais casais casais do do mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo sexo sexo sexo sexo sexo casarem casarem casarem casarem casarem na na Califór Califór Califór- Califór Califór<br />

nia-EU nia-EU nia-EUA. nia-EU nia-EU A.<br />

Para ara saber saber saber saber saber aonde aonde aonde aonde aonde tem tem Cinemark Cinemark Cinemark Cinemark Cinemark na na sua sua cidade, cidade, cidade, cidade, cidade, vá vá em em www www www.cinemark.com.br<br />

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financiar financiar financiar financiar financiar a a lestranshomofobia lestranshomofobia lestranshomofobia lestranshomofobia lestranshomofobia no no Mundo. Mundo. Mundo. Mundo. Mundo.<br />

18<br />

Por Léo Mendes<br />

nicação da Associação Brasileira<br />

de Gays, Lésbicas, Bissexuais,<br />

Travestis e Transexuais -<br />

ABGLT e coordenador do Grupo<br />

Eles Por Eles -GEE “ O Governo<br />

Alcides tem demonstrado<br />

que é possível fazer política<br />

com inclusão social de todos os<br />

setores da população. O Conselho<br />

é uma reivindicação nossa<br />

de 15 anos”.<br />

O Conselho será um órgão<br />

colegiado, de composição paritária,<br />

de caráter permanente,<br />

deliberativo e consultivo, com<br />

jurisdição em todo o território<br />

goiano, que tem por finalidade<br />

formular e propor, bem<br />

como fiscalizar, diretrizes para<br />

a ação governamental voltada<br />

à garantia dos direitos de lésbicas,<br />

gays, bissexuais, travestis<br />

e transexuais.<br />

O Conselho LGBT de Goi-<br />

ás contará com 12 (doze) representantes<br />

do poder público<br />

estadual, sendo um representante<br />

das entidades e órgãos<br />

públicos estaduais responsáveis<br />

por: políticas de diversidade<br />

de gênero e promoção<br />

da igualdade racial; assistência<br />

social e trabalho; educação;<br />

saúde; segurança pública;<br />

cultura; comunicação;<br />

planejamento e desenvolvimento;<br />

indústria e comércio;<br />

ciência e tecnologia; esporte;<br />

turismo. E outros 12 representantes<br />

da sociedade civil organizada<br />

LGBT.<br />

Liorcino Liorcino Mendes Mendes P PPereira<br />

P ereira FF<br />

Filho F ilho<br />

(Léo (Léo Mendes)<br />

Mendes)<br />

Jornalista Jornalista Jornalista P PProfissional<br />

P rofissional<br />

MTB/GO MTB/GO MTB/GO nº nº nº 7633 7633<br />

7633<br />

Goiânia Goiânia – – GO GO – – Brasil<br />

Brasil<br />

+ + 55 55 (62) (62) 8405 8405 2405<br />

2405<br />

liorcino@yahoo.com.br<br />

liorcino@yahoo.com.br<br />

Léo Mendes


Resultado de dois anos de debate,<br />

foi protocolado no dia 25 de<br />

março o Projeto de Lei nº 4914/<br />

<strong>2009</strong>, de União Estável entre pessoas<br />

do mesmo sexo. A ação é<br />

uma iniciativa da Associação Brasileira<br />

de Gays, Lésbicas, Bissexuais,<br />

Travestis e Transexuais (ABGLT)<br />

por meio do Projeto Aliadas, e da<br />

Frente Parlamentar pela Cidadania<br />

LGBT, com seus 247<br />

deputadas(os) e senadoras(es),<br />

nessa ação, representada pelos<br />

deputados federais José Genoíno<br />

(PT/SP), Raquel aquel aquel TT<br />

Teixeira TT<br />

eixeira (PSDB/<br />

(PSDB/<br />

GO); GO); Manuela Manuela D DD’Ávila<br />

D D’Ávila<br />

’Ávila (PCdoB/<br />

(PCdoB/<br />

RS); RS); Maria Maria Helena Helena (PSB/RR); (PSB/RR); Celso<br />

Celso<br />

Russomanno Russomanno Russomanno (PP/SP); (PP/SP); Ivan Ivan V VValen<br />

V alen<br />

te te (PSOL/SP); (PSOL/SP); F FFernando<br />

F ernando Gabeira Gabeira<br />

Gabeira<br />

(PV/RJ); (PV/RJ); Arnaldo Arnaldo F FFaria<br />

F aria de de Sá Sá (PTB/<br />

(PTB/<br />

SP); SP); Solange Solange Amaral Amaral (DEM/RJ);<br />

(DEM/RJ);<br />

Marina Marina Maggessi Maggessi (PPS/RJ); (PPS/RJ); Colber Colber Colbert Colber<br />

Mar Martins Mar tins (PMDB/BA); (PMDB/BA); e e P PPaulo<br />

P auloRuRu- bem bem Santiago Santiago Santiago (PDT/PE) (PDT/PE). (PDT/PE)<br />

A proposta do projeto foi finalizada<br />

durante o 2º Seminário de<br />

Advocacy do Projeto Aliadas, realizado<br />

pela ABGLT em parceria com<br />

a Secretaria Especial de Direitos Humanos<br />

da Presidência da República<br />

- SEDH, em Brasília, no último<br />

mês de novembro. Contou com a<br />

colaboração de representantes do<br />

movimento LGBT de todos os estados<br />

brasileiros, da diretoria da<br />

ABGLT, da Articulação Brasileira de<br />

Lésbicas, da Articulação Nacional<br />

de Travestis e Transexuais, da ABRA-<br />

GAY, E-jovem, além de outros especialistas<br />

representantes do movimento.<br />

“Esse é um projeto substitutivo<br />

ao da ex-deputada Marta<br />

Cidadania Cidadania Cidadania LGBT<br />

LGBT<br />

Protocolado projeto de lei<br />

que propõe União Estável<br />

entre pessoas do mesmo sexo<br />

Iniciativa Iniciativa da da ABGL ABGLT ABGL T e e da da da F FFrente<br />

F rente P PParlamentar<br />

PP<br />

arlamentar pela<br />

pela<br />

Cidadania Cidadania Cidadania LGBT LGBT foi foi protocolada protocolada em em Brasília<br />

Brasília<br />

Suplicy. Queríamos que esse expressasse<br />

diretamente a voz do<br />

movimento e reunisse em sua concepção<br />

as idéias de vários representantes<br />

da Frente”, relata Toni Reis,<br />

presidente da ABGLT.<br />

Reis também destaca que o<br />

projeto não se converterá em casamento.<br />

“O que queremos é a<br />

garantia de direitos civis, como herança<br />

e pensão”, explicou. Para o<br />

advogado da Comissão de Direitos<br />

Humanos da Ordem dos Advogados<br />

do Brasil do Rio de Janeiro,<br />

Roberto Gonçale, a aprovação<br />

da proposta vai resolver várias<br />

questões de direitos pendentes.<br />

O advogado Paulo Mariante,<br />

consultor jurídico da ABGLT, ressalta<br />

a importância desta nova<br />

proposição pelo fato de que ao<br />

invés de buscar a criação de um<br />

novo instituto jurídico – união ou<br />

parceria civil – trabalha com a<br />

equidade entre os direitos de heterossexuais<br />

e homossexuais, do<br />

ponto de vista da união estável.<br />

Para José Genoíno, integrante<br />

da Frente Parlamentar pela Cidadania<br />

LGBT, “foi fundamental a articulação<br />

da ABGLT e da Frente na<br />

proposição do projeto.”<br />

No projeto de lei da união estável,<br />

consta uma relação de países<br />

em que já é legalmente reconhecida<br />

a união entre pessoas do<br />

mesmo sexo, bem como um levantamento<br />

da Revista Superinteressante<br />

sobre leis brasileiras que<br />

não tratam de forma igualitária os<br />

casais homossexuais em relação<br />

aos casais heterossexuais.<br />

Contatos: Contatos:<br />

Contatos:<br />

ABGL ABGL ABGLT ABGL T - - Associação Associação Brasileira Brasileira de<br />

de<br />

Lésbicas, Lésbicas, Gays, Gays, Bissexuais,<br />

Bissexuais,<br />

Travestis ravestis e e e T TTransexuais<br />

T ransexuais<br />

Toni Reis<br />

Presidente residente da da ABGL ABGLT ABGL<br />

presidencia@abglt.org.br<br />

presidencia@abglt.org.br<br />

tonidavid@avalon.sul.com.br<br />

tonidavid@avalon.sul.com.br<br />

61 61 61 8181 8181 8181 2196 2196<br />

2196<br />

Léo Mendes<br />

Secretário Secretário Secretário de de Comunicação<br />

Comunicação<br />

da da ABGL ABGL ABGLT ABGL<br />

comunicação@abglt.org.br<br />

comunicação@abglt.org.br<br />

62 62 8405 8405 2405<br />

2405<br />

Roberto Gonçale<br />

Advogado, Advogado, Comissão Comissão de de Direitos<br />

Direitos<br />

Humanos Humanos Humanos da da OO<br />

OAB/RJ: OO<br />

AB/RJ: 21 21 9805 9805 0734<br />

0734<br />

Paulo Mariante<br />

Advogado Advogado e e consultor consultor jurídico jurídico da<br />

da<br />

ABGL ABGLT: ABGL : 19 19 9339 9339 4111<br />

4111<br />

19


Justiça define união homossexual<br />

Companheiro Companheiro de de e eex-militar<br />

e x-militar falecido falecido pode pode ganhar<br />

ganhar<br />

pensão pensão do do parceiro, parceiro, que que disputa disputa com com com filha<br />

filha<br />

Pela primeira vez em sua história,<br />

o Tribunal de Justiça do Distrito<br />

Federal (TJ-DF) julgará, na próxima<br />

semana, um processo sobre reconhecimento<br />

de união homoafetiva<br />

estável. A ação, que corre em segredo<br />

de justiça, foi movida pelo excompanheiro<br />

de um militar que faleceu<br />

em 2006, vítima de HIV. O<br />

militar recebeu uma indenização<br />

por ter contraído o vírus enquanto<br />

ainda estava no Exército. No processo,<br />

o ex-companheiro disputa<br />

com a filha do militar o direito à<br />

pensão por morte concedida pelo<br />

Exército. Em julho do ano passado,<br />

a juíza Luciana Maria Pimentel<br />

reconheceu a união homoafetiva<br />

estável entre os dois, mas o advogado<br />

da filha, que figura como ré<br />

na ação, recorreu da sentença. A<br />

juíza baseou sua decisão em depoimentos<br />

de pessoas que conviveram<br />

com o falecido. A ré, por sua<br />

vez, alega que os encontros do pai<br />

e seu parceiro eram casuais.<br />

Brigas pelo reconhecimento de<br />

novas entidades familiares baseadas<br />

em relação de afeto não são<br />

novas na Justiça brasileira, mas decisões<br />

que reconhecem a homoafetividade<br />

estável ainda são raras no<br />

país. Pioneiro nessa jurisprudência,<br />

o estado do Rio Grande do Sul começou,<br />

a partir de 2001, a permitir<br />

a tramitação deste tipo de processo<br />

na Vara da Família. Até então,<br />

ações movidas por homossexuais<br />

pela partilha de bens ao final da<br />

relação ou pelo direito ao patrimônio<br />

ou a pensão depois da morte<br />

de uma parceiro eram tratadas, exclusivamente,<br />

na Vara Civil, e como<br />

sociedade de fato.<br />

- A nova jurisprudência é uma<br />

mudança significativa porque trata<br />

de inclusão - afirma a advogada especializada<br />

em direito homoafetivo,<br />

Maria Berenice Dias. - Mesmo<br />

que a Constituição não faça men-<br />

20<br />

Luciana Abade<br />

BRASÍLIA<br />

BRASÍLIA<br />

ção expressa a união<br />

homoafetiva como<br />

entidade familiar, o juiz<br />

deve decidir por analogia.<br />

O que não dá é para<br />

extinguir a ação por impossibilidade<br />

jurídica do pedido.<br />

O advogado José Adilson Barbosa,<br />

que defende a filha do militar<br />

no processo a ser julgado na<br />

próxima semana, discorda:<br />

- Se o legislador quisesse, já teria<br />

feito essa modificação na reforma<br />

do Código Civil em 2003. Não<br />

o fez porque a sociedade não está<br />

preparada. E a lei não deve atender<br />

a minoria, mas a coletividade.<br />

Adilson acredita que o TJ-DF<br />

mudará a decisão de primeira instância<br />

que reconheceu a união homoafetiva<br />

estável. Mas acredita, também,<br />

que o caso chegará ao Supremo Tribunal<br />

Federal (STF) por se tratar de<br />

uma matéria constitucional.<br />

Em 2008, o Superior Tribunal de<br />

Justiça (STJ) confirmou a possibilidade<br />

jurídica de discutir ação sobre<br />

união homoafetiva no âmbito do<br />

Direito de Família. Os ministros não<br />

julgaram a procedência ou improcedência<br />

da ação - ou seja, não discutiram<br />

a legalidade ou não da união<br />

estável entre homossexuais -, mas a<br />

possibilidade jurídica do pedido.<br />

Extensão Extensão Extensão de de benefício<br />

benefício<br />

já já é é senso senso comum<br />

comum<br />

em em empresas<br />

empresas<br />

Estender os benefícios trabalhistas<br />

ao parceiro de mesmo sexo já<br />

faz parte da cultura de algumas<br />

empresas públicas e privadas. A<br />

Caixa Econômica Federal foi o primeiro<br />

banco público a validar a extensão<br />

dos benefícios. A única exigência<br />

é que se comprove legalmente<br />

que a união é estável. Entre<br />

os benefícios concedidos belo banco<br />

estão o plano de saúde para<br />

companheiro do mesmo sexo e os<br />

filhos, licença saúde para acompanhar<br />

cônjuge, transferência para<br />

outra cidade em função do cônju-<br />

ge, licença em caso de nascimento<br />

ou adoção de filho pelo companheiro<br />

e licença em caso de morte<br />

dos sogros. Em 2005, quando a<br />

empresa adotou essa política, a estimativa<br />

era que 10% dos funcionários<br />

que tivessem relacionamento<br />

estável fossem homossexuais. O<br />

quadro de funcionários conta com<br />

80 mil pessoas.<br />

- A extensão dos benefícios faz<br />

parte da política de valorização da<br />

pessoa que começamos a desenvolver<br />

em 2004 - afirmou Jetter Ribeiro<br />

de Souza, consultor de Recursos Humanos<br />

da Caixa. - Até o momento,<br />

cerca de 200 funcionários já pediram<br />

a extensão. Acreditamos que muitos<br />

outros ainda vão pedir. Mas, desde o<br />

início, sabíamos que a adesão seria<br />

lenta porque nem todos estão preparados<br />

para declarar sua orientação<br />

sexual. Os pedidos vão aumentar a<br />

medida que houver uma mudança<br />

cultural na sociedade.<br />

Para Maria Berenice, desembargadora<br />

aposentada do TJ-RS, essa<br />

mudança cultural pode acontecer<br />

logo devido a mobilização dos<br />

movimentos sociais:<br />

- A justiça levou 70 anos para<br />

reconhecer a existência de famílias<br />

extra-matrimoniais. Hoje temos famílias<br />

de mãe e filhos, só de irmãos<br />

e é reconhecida a união estável de<br />

um homem e uma mulher mesmo<br />

sem casamento oficial. A luta pelo<br />

reconhecimento da união homoafetiva<br />

deve ser mais rápida.<br />

O Banco do Brasil e o Banco<br />

Nacional de Desenvolvimento Social<br />

(BNDES) também já estendem<br />

os convênio de saúde dos funcionários<br />

ao parceiro do mesmo sexo.<br />

Em todos os ministérios a extensão<br />

passou a ser regra por meio da Portaria<br />

1.983/2006.(L.A.)


O casamento<br />

As As As As As vezes vezes vezes vezes vezes a a a a a vida vida vida vida vida nos nos nos nos nos prega prega prega prega prega peças. peças. peças. peças. peças. O O O O O impor impor importante impor importante<br />

tante tante tante é é é é é deixar deixar deixar deixar deixar prevalecer prevalecer prevalecer prevalecer prevalecer o o o o o amor amor amor, amor amor,<br />

, , , a a a a a gratidão, gratidão, gratidão, gratidão, gratidão, a a a a a fé fé fé fé fé até até até até até o o o o o último último último último último minuto. minuto. minuto. minuto. minuto.<br />

Que Que Que Que Que adianta adianta adianta adianta adianta darmos darmos darmos darmos darmos mais mais mais mais mais valor valor valor valor valor para para para para para os os os os os problemas, problemas, problemas, problemas, problemas, é é é é é melhor melhor melhor melhor melhor sermos sermos sermos sermos sermos otimistas otimistas otimistas otimistas otimistas sempre sempre sempre sempre sempre e e e e e focarmos focarmos focarmos focarmos focarmos nos nos nos nos nos vários vários vários vários vários caminhos caminhos caminhos caminhos caminhos<br />

disponíveis disponíveis disponíveis disponíveis disponíveis para para para para para a a a a a solução, solução, solução, solução, solução, mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo que que que que que essa essa essa essa essa não não não não não seja seja seja seja seja definitiva definitiva definitiva definitiva definitiva e e e e e a a a a a mais mais mais mais mais desejável. desejável. desejável. desejável. desejável.<br />

Que Que Que Que Que escolhamos escolhamos escolhamos escolhamos escolhamos sempre sempre sempre sempre sempre o o o o o melhor melhor melhor melhor melhor para para para para para nós nós nós nós nós e e e e e os os os os os nossos nossos nossos nossos nossos próximos próximos próximos próximos próximos mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo que que que que que isso isso isso isso isso não não não não não seja seja seja seja seja duradouro. duradouro. duradouro. duradouro. duradouro.<br />

Mas Mas Mas Mas Mas afinal... afinal... afinal... afinal... afinal... o o o o o que que que que que é é é é é definitivo definitivo definitivo definitivo definitivo nessa nessa nessa nessa nessa vida? vida? vida? vida? vida? Estamos Estamos Estamos Estamos Estamos aqui aqui aqui aqui aqui só só só só só se se se se se passsagem. passsagem. passsagem. passsagem. passsagem.<br />

Leia eia esse esse texto texto toda toda vez vez que que que estiver estiver estressado(a)<br />

estressado(a)<br />

estressado(a)<br />

com com o o relacionamento, relacionamento, quando quando quando tiver tiver ataques ataques de<br />

de<br />

raiva raiva por por por causa causa causa do do trabalho trabalho ou ou quando quando pensar<br />

pensar<br />

em em desistir desistir de de tudo...<br />

tudo...<br />

A A moça moça da da da foto foto se se se chama chama Katie Katie Katie Kirkpatrick, Kirkpatrick, de de 21 21 anos. anos. A AAo<br />

A<br />

lado lado dela dela está está o o noivo, noivo, Nick, Nick, de de 23. 23. 23. A A foto foto foi foi tirada tirada tirada pouco pouco pouco antes antes<br />

antes<br />

da da da cerimônia cerimônia de de casamento casamento dos dos dois, dois, realizada realizada em em em 11 11 de de de janeiro<br />

janeiro<br />

dedede 2005 2005 nos nos Estados Estados Unidos. Unidos. Katie Katie tem tem câncer câncer câncer em em estado estado termitermi-<br />

nal nal e e passa passa passa horas horas horas por por dia dia recebendo recebendo recebendo medicação. medicação. Na Na foto foto foto Nick<br />

Nick<br />

aguarda aguarda o o término término de de de mais mais uma uma destas destas destas sessões.<br />

sessões.<br />

Um Um acessório acessório inusitado inusitado na na festa festa foi foi o o tubo tubo tubo de de de oxigênio oxigênio usado<br />

usado<br />

por por Katie. Katie. Ele Ele acompanhou acompanhou a a noiva noiva em em toda toda a a cerimônia cerimônia e e na<br />

na<br />

festafesta também. também. O O O outro outro outro casal casal casal da da da foto foto foto são são são os os os pais pais pais de de de Nick, Nick, Nick, emociemociemoci- onados onados com com o o o casamento casamento casamento do do filho filho com com a a mulher mulher que que namorou namorou<br />

namorou<br />

desde desde a a a adolescência.<br />

adolescência.<br />

No No meio meio da da da festa festa Katie Katie tira tira um um tempo tempo para para descansar descansar. descansar descansar . A A dor<br />

dor<br />

a a a impede impede impede de de ficar ficar ficar de de de pé pé por por muito muito tempo. tempo.<br />

tempo.<br />

Apesar Apesar de de sentir sentir muita muita muita dor dor, dor , de de vários vários vários órgãos órgãos estarem estarem apre- apreapresentandosentando falência falência e e ter ter que que recorrer recorrer à à à morfina, morfina, Katie Katie levou levou levou adianadian-<br />

te te o o casamento casamento e e fez fez questão questão de de cuidar cuidar do do do máximo máximo de de detalhes. detalhes.<br />

detalhes.<br />

O O vestido vestido teve teve que que ser ser ajustado ajustado várias várias vezes, vezes, pois pois Katie Katie Katie perde<br />

perde<br />

peso peso peso todos todos todos os os os dias dias devido devido ao ao ao câncer câncer. câncer câncer<br />

Katie, Katie, sentada sentada em em uma uma cadeira cadeira de de de rodas rodas rodas e e e com com com o o o tubo tubo tubo de<br />

de<br />

oxigênio, oxigênio, ouve ouve o o marido marido e e os os amigos amigos cantarem cantarem para para ela.<br />

ela.<br />

Katie Katie morreu morreu 5 5 dias dias após após o o casamento. casamento. Esta Esta história história corre corre corre pela<br />

pela<br />

internet internet como como como sendo sendo real. real. Não Não duvido duvido da da veracidade, veracidade, pois pois as as as fo- fo<br />

tostos venceram venceram um um concurso concurso americano americano de de de jornalismo. jornalismo. De De qualqual-<br />

quer quer forma, forma, ver ver uma uma menina menina tão tão tão debilitada debilitada vestida vestida de de de noiva noiva e<br />

e<br />

com com um um sorrisão sorrisão nos nos lábios lábios faz faz a a a gente gente pensar pensar se se a a vida vida é é é mesmo<br />

mesmo<br />

tão tão tão complicada. complicada. PP<br />

Por PP<br />

or isso isso eu eu eu digo:<br />

digo:<br />

Dê Dê mais mais valores valores às às pessoas pessoas que que te te amam, amam, que que demostram demostram tal<br />

tal<br />

sentimento...a sentimento...a sentimento...a vida vida é é cur cur curta, cur cur ta, o o o amor amor pode pode estar estar ao ao teu teu lado, lado, nana-<br />

quela quela pessoa pessoa que que te te te quer quer tao tao bem, bem, que que se se se preocupa preocupa com<br />

com<br />

você...não você...não você...não deixe deixe deixe para para para amanhã amanhã amanhã para para para dizer: dizer: “eu “eu “eu te te te amo”!<br />

amo”!<br />

21


Na rotina profissional, não há<br />

nada mais natural do que colocar<br />

um retrato do companheiro na<br />

mesa de trabalho, mostrar o álbum<br />

de fotos das férias para os<br />

outros funcionários ou até mesmo<br />

ir às festas de confraternização<br />

acompanhado. Hábitos que<br />

causam constrangimento quando<br />

o parceiro em questão é do<br />

mesmo sexo. Mas que começam<br />

a ganhar espaço em escritórios<br />

dos mais diferentes setores. Empresas<br />

como Caixa Econômica<br />

Federal, Banco do Brasil, Petrobras<br />

e IBM adotaram as chamadas<br />

políticas de diversidade, que desenvolvem<br />

ações de inclusão, criando<br />

um ambiente onde as pessoas<br />

se sintam seguras para assumir<br />

o que são.<br />

“Não queremos forçar ninguém<br />

a ‘sair do armário’, mas<br />

queremos que os funcionários se<br />

sintam bem para fazer um bom<br />

trabalho”, explica Jeter Ribeiro,<br />

gerente nacional de Relacionamento<br />

com o Empregado da Caixa.<br />

Graças à política de combate<br />

à discriminação, Glauber Souza<br />

Oliveira, 27 anos, enfrentou as<br />

barreiras pessoais e tornou pública<br />

a sua orientação sexual. “A minha<br />

trajetória é atípica. Aqui, não<br />

preciso ficar gastando tempo para<br />

me esconder”, conta o analista<br />

pleno da Gerência Nacional de<br />

Políticas Sociais da Caixa.<br />

O respeito à diferença é insti-<br />

22<br />

Eles combinaram:<br />

acabou o preconceito<br />

tucionalizado na empresa pública<br />

desde 2006, quando foi criado<br />

o Programa de Diversidade, que<br />

promove ações voltadas não só<br />

ao público LGBT (Lésbicas, Gays,<br />

Bissexuais, Travestis, Transexuais e<br />

Transgêneros), como a mulheres,<br />

negros e deficientes físicos. Desde<br />

então, os benefícios previdenciários<br />

e o plano de saúde foram<br />

estendidos aos parceiros dos funcionários<br />

homossexuais.<br />

Mas foi em setembro do ano<br />

passado que a luta em prol da<br />

igualdade de gênero ganhou<br />

mais força com a criação da primeira<br />

Comissão Nacional LGBT<br />

de empregados da Caixa. “Esse foi<br />

um marco para o respeito à diversidade.<br />

Nosso objetivo é tornar<br />

o tema cada vez mais presente<br />

na empresa e fornecer subsídios<br />

ao correto atendimento, pela<br />

empresa, a esse segmento”, explica<br />

Mariana Tavares Miranda, de<br />

30 anos, coordenadora da comissão,<br />

composta por seis funcionários,<br />

sendo dois de Brasília: Mariana<br />

e Glauber.<br />

Cotidiano<br />

Assim como na Caixa Econômica,<br />

a inclusão de parceiros do<br />

mesmo sexo no plano de saúde<br />

da Petrobras e o acesso a outros<br />

benefícios refletem uma política<br />

de promoção de igualdade ampla,<br />

desenvolvida por um Comitê<br />

de Responsabilidade Social e uma<br />

Comissão de Diversidade. “Não<br />

adianta apenas conceder os benefícios.<br />

É preciso trazer o tema<br />

para o dia-a-dia da empresa por<br />

meio de palestras e eventos”, ressalta<br />

Eduardo Medrado, coordenador<br />

de Ambiência e Responsabilidade<br />

Social dos Recursos Humanos<br />

da estatal.<br />

Além do programa de assistência<br />

à saúde, o reconhecimento<br />

das uniões vale para o fundo<br />

de pensão dos empregados da<br />

Petrobras. Isso significa que, caso<br />

o Instituto Nacional de Segurida-<br />

de Social (INSS) conceda pensão<br />

por morte ao companheiro do<br />

empregado, a Petros, entidade de<br />

previdência complementar, pagará<br />

os benefícios de suplementação<br />

correspondentes.<br />

A estatal reconhece uniões homoafetivas<br />

desde 2007. Para adquirir<br />

os benefícios, é preciso apresentar<br />

os mesmos documentos<br />

exigidos dos heterossexuais e comprovar<br />

um período mínimo de dois<br />

anos de convivência com o parceiro<br />

ou apresentar declaração de<br />

união estável firmada em cartório.<br />

De acordo com Eduardo Medrado,<br />

76 pessoas aderiram ao programa<br />

de um total de 56 mil funcionários,<br />

sendo 28 mulheres e 48<br />

homens. Na Caixa Econômica, são<br />

200 beneficiados em um universo<br />

de 78 mil empregados.<br />

Os números, a princípio, parecem<br />

irrisórios. Mas para as empresas<br />

o que importa é o desafio<br />

de mudança cultural que a medida<br />

sugere, destaca Wania Santanna,<br />

consultora da Comissão de<br />

Diversidade e coordenadora da<br />

ouvidoria geral da Petrobras.<br />

“Muitas pessoas não se sentem<br />

seguras e confortáveis para aderir<br />

ao programa. Até porque isso<br />

implica assumir uma união estável.<br />

E, em muitos casos, não há<br />

um relacionamento maduro ou<br />

há o medo de se expor principalmente<br />

no trabalho”, explica.<br />

Mariana Tavares, coordenadora<br />

da Comissão LGBT da Caixa, foi<br />

casada há quatro anos e na época<br />

aderiu ao programa. Atualmente,<br />

namora Regina, há dois anos,<br />

e está em busca da estabilidade no<br />

relacionamento, mas ainda acha<br />

cedo para recorrer ao benefício.<br />

“Independentemente de a pessoa<br />

aderir ou não ao benefício, ele deve<br />

existir, é um direito. A pessoa pode<br />

assumir a relação ou não, assim<br />

como qualquer casal heterossexual”,<br />

argumenta.<br />

Fonte: onte: www2.petrobras.com.br<br />

www2.petrobras.com.br


Projeto Direito à Saúde<br />

da Mulher Negra<br />

É com muita alegria que entramos<br />

em contato para divulgar<br />

o site do Projeto Direito à Saúde<br />

da Mulher Negra – realizado em<br />

parceria entre a Conectas Direitos<br />

Humanos e o Geledés - Instituto<br />

da Mulher Negra, com apoio<br />

da União Européia.<br />

O projeto, que iniciou suas atividades<br />

em abril de 2007, tem<br />

como principal objetivo combater<br />

o racismo institucional e o sexismo<br />

nos Serviços de saúde pública.<br />

Acesse o site e saiba mais<br />

sobre a missão do Projeto, as atividades<br />

já realizadas, os próximos<br />

passos, a equipe, o conselho consultivo<br />

e muito mais! Além disso,<br />

há no site uma ampla base de<br />

dados sobre direitos humanos,<br />

saúde, gênero e raça com artigos<br />

e teses acadêmicas, matérias de<br />

jornais, cartilhas e o próprio material<br />

produzido pelo projeto, disponível<br />

para download.<br />

O endereço é:<br />

www.saudemulhernegra.org.br<br />

A A seguir seguir, seguir , um um breve<br />

breve<br />

resumo resumo do do site:<br />

site:<br />

Home/Sobre Home/Sobre o o Projeto<br />

Projeto<br />

Contém uma detalhada descrição<br />

do Projeto expondo os seus<br />

principais objetivos, local de atuação,<br />

material produzido e atividades<br />

desenvolvidas. Há também<br />

uma breve apresentação da equipe<br />

do Projeto, contendo um minicurrículo<br />

de cada uma das pessoas<br />

que trabalham (e que trabalharam)<br />

contratadas ou voluntariamente.<br />

Veja em http://<br />

www.conectas.org/saudemulhernegra/home/projeto<br />

Base Base de de Dados<br />

Dados<br />

Durante a pesquisa para a pro-<br />

Divulgação Divulgação do do site site<br />

site<br />

dução do material foram compilados<br />

artigos acadêmicos, dissertações<br />

e textos de legislação nacional<br />

e internacional com vistas<br />

a estruturar o banco de dados<br />

sobre direito à saúde da mulher<br />

negra. Foram compilados um total<br />

de 191 artigos sobre os temas<br />

raça, gênero e/ou saúde e 75 textos<br />

de documentos internacionais<br />

de proteção aos direitos humanos.<br />

É importante ressaltar que<br />

todo o material produzido pela<br />

equipe do projeto também está<br />

disponível em formato digital no<br />

banco de dados online. http://<br />

www.conectas.org/saudemulhernegra/home/textos<br />

Conselho Conselho Consultivo<br />

Consultivo<br />

Consultivo<br />

Contém uma breve apresentação<br />

de cada uma das conselheiras,<br />

com direcionamento para os<br />

seus respectivos currículos na Plataforma<br />

Lattes. Além disso, há<br />

links para o site das instituições em<br />

que trabalham, das quais são parceiras<br />

ou em que desenvolvem<br />

atividades. http://<br />

www.conectas.org/saudemulhernegra/home/conselho<br />

Parcerias arcerias<br />

Ao longo dos dois anos do<br />

Projeto algumas parcerias foram<br />

firmadas. Há no site uma lista com<br />

alguns dos parceiros e suas respectivas<br />

atuações. http://<br />

www.conectas.org/saudemulhernegra/home/parcerias<br />

Para maiores informações sobre<br />

o Projeto ou o site, entre em<br />

contato com a equipe pelos emails:<br />

Bruna Angotti (coordenadora)<br />

bruna.angotti@conectas.org ;<br />

Fabiane Oliveira (assistente de<br />

p r o j e t o s )<br />

fabiane.oliveira@conectas.org ;<br />

Suelaine Carneiro (pesquisadora)<br />

suelaine@geledes.org.br;<br />

Equipe Equipe do do projeto projeto Direito Direito à<br />

à<br />

Saúde Saúde da da Mulher Mulher Negra<br />

Negra<br />

Bruna Bruna Angotti Angotti<br />

Angotti<br />

Conectas Conectas Direitos Direitos Direitos Humanos<br />

Humanos<br />

Rua Rua P PPamplona,<br />

P amplona, 1197 1197 1197 casa casa 4<br />

4<br />

São São São P PPaulo<br />

P aulo - - SP SP 01405-030 01405-030 Brasil<br />

Brasil<br />

Tel el 5511 5511 5511 3884-7440 3884-7440<br />

3884-7440<br />

Fax ax 5511 5511 3884-1122<br />

3884-1122<br />

bruna.angotti@conectas.org<br />

bruna.angotti@conectas.org<br />

www www www.conectas.org<br />

www www .conectas.org l l<br />

l<br />

www www.conectassur<br />

www .conectassur<br />

.conectassur.org<br />

.conectassur .org<br />

23


Um beijo, dois encontros<br />

e um amor!<br />

Ativista Ativista LGBT LGBT LGBT há há 20 20 20 anos, anos, anos, fundador fundador fundador e e e coordenador coordenador da da P PParada<br />

P arada do do Orgulho Orgulho LGBT<br />

LGBT<br />

do do do Rio, Rio, Rio, é é é membro membro do do Grupo Grupo Arco Arco-Íris Arco -Íris de de Cidadania Cidadania Cidadania LGBT LGBT e e Superintendente<br />

Superintendente<br />

Estadual Estadual de de de Direitos Direitos Individuais, Individuais, Coletivos Coletivos e e e Difusos.<br />

Difusos.<br />

Fico pensando nas coisas que a homossexualidade e o movida não existia. Ele estava, com a<br />

já fiz e participei no movimento mento LGBT na mídia brasileira. colaboração de outros homosse-<br />

LGBT desde 1989. No último mês Lembro de uma matéria sobre vixuais, fundando a AGANI, Associ-<br />

de março fiz 20 anos de atuação olência contra homossexuais puação de Gays e Amigos de Nova<br />

no ativismo LGBT. Naquele ano blicada no mês de março de 1989 Iguaçu. Esses dois encontros me<br />

decidi participar do movimento de num jornal carioca que tinha a fazem iniciar o meu desejo pelo<br />

libertação gay, à época, chamado opinião do ativista do Grupo Gay atual ativismo LGBT.<br />

MHB - Movimento Homossexual da Bahia Luiz Mott, que era antro- Isso que relato só aconteceu<br />

Brasileiro. Procurava avidamente pólogo também. Fiquei muito após tomar consciência do meu<br />

informações em bibliotecas, livra- emocionado e feliz em saber que desejo por homens. Eu tinha 18<br />

rias e fiquei mais atento ao notici- existia um gay como ele, com ta- anos, quando outro jovem de<br />

ário de TV e jornais. Naquela épomanha coragem de assumir a ho- minha idade me roubou um beica<br />

poucas coisas circulavam sobre mossexualidade num ambiente jo. Naquele momento senti tudo<br />

tão hostil e ainda com a gana para mudar. Despertei-me para o de-<br />

cobrar providências das autoridasejo por homens e tive medo de<br />

des públicas para os sofrer rejeição da minha família e<br />

assassinatos homo- dos meus amigos. Nos meses sefóbicos<br />

no Brasil. guintes à minha descoberta, vivi<br />

Luiz Mott, foi o sentimentos embolados. Ora ale-<br />

meu primeiro engria, ora muito medo. Nada de<br />

contro que tive culpa, e sim tristeza por ter que<br />

com a temáti- largar os meus laços se eu quisesca<br />

do ativismo se viver feliz. Nessa época tentei<br />

gay. Um mês dois suicídios.<br />

depois co- Nessa mesma época participanheço<br />

outro va do movimento estudantil já há<br />

ativista gay que quatro anos. Aos quinze, conhe-<br />

me incentiva a parci militantes políticos trotskistas de<br />

ticipar do movimento uma corrente petista já extinta - a<br />

de emancipação ho- Convergência Socialista - e passo<br />

mossexual em processo de a integrar este grupo político, até<br />

criação por ele no município de os dezenove anos, participando<br />

Nova Iguaçu. Estava caminhando de vários cursos e encontros de<br />

pela praça do centro desse muni- formação que me estimularam<br />

cípio e recebo dele um lindo sorri- cada vez mais procurar informaso<br />

seguido de um “Boa noite” e ções sobre o movimento LGBT.<br />

depois me entregando um bole- Era um jovem feliz. Não via pretim<br />

mimiografado em papel carconceito em nada.<br />

bono com desenhos e textos ma- Na adolescência fui muito atinuscritos<br />

sobre o movimento que vo e aplicado na escola. Partici-<br />

estava fundando me convida a copava de tudo. Tinha muitos aminhecê-los.<br />

Refiro-me ao Eugênio gos bacanas, entre rapazes e<br />

Ibiapino, atual presidente do Gru- moças. Namorei meninas lindas,<br />

po 28 de <strong>Junho</strong>, que na época ain- e tinha com elas uma vida sexual<br />

24


(às escondidas, é claro!) muito<br />

prazerosa. Antes mesmo de tomar<br />

consciência de minha homossexualidade,<br />

eu já repreendia<br />

os meus “companheiros do movimento<br />

estudantil e do partido”<br />

quando via estes caçoando um<br />

homossexual. Acreditava, como<br />

ainda hoje, que só seria possível<br />

construir um mundo novo, se valores<br />

como liberdade, igualdade,<br />

respeito, amor, afeto livre e reconhecimento<br />

da diversidade fossem<br />

de fato parte da prática política<br />

de cada um.<br />

Na contramão de tudo isso, vivia<br />

numa família marcada pelo<br />

machismo, moralismo, fanatismo<br />

religioso, dores, num ambiente de<br />

extrema exclusão econômica. Minha<br />

família biológica que é baiana<br />

em 1977 se muda da cidade de Itabuna<br />

para o Rio de Janeiro, meus<br />

pais e treze filhos. Era o sonho de<br />

mudar a vida com o êxodo rural.<br />

O Partido Social Democrata<br />

(PSD) do México anunciou a<br />

candidatura de Miguel Antonio<br />

Galán, o primeiro político assu-<br />

Depois que saí da casa de meus<br />

pais, a minha vida foi se acertando.<br />

Já podia respirar melhor. Mas<br />

isso somente não bastava. Entrei<br />

com toda a minha energia no<br />

movimento de defesa de lésbicas,<br />

gays, bissexuais, travestis e transexuais<br />

por que percebi que o preconceito<br />

e a discriminação que eu<br />

estava sofrendo, outras pessoas<br />

também podiam estar vivenciando<br />

o mesmo e que era preciso uma<br />

atuação coletiva para a mudança<br />

da sociedade. Aos 19 anos, saí do<br />

movimento estudantil e de juventude,<br />

passando a me dedicar exclusivamente<br />

para o movimento<br />

LGBT. Até 1993 atuei em Nova<br />

Iguaçu. Em 1993 me passo a atuar<br />

no Grupo Arco-Íris. No mesmo<br />

ano, me apaixono pelo ativista<br />

gay Adauto Belarmino, que me<br />

caso em 1994, vivendo quatro<br />

anos de muito amor e companheirismo<br />

no ativismo.<br />

Central Central de de Notícias Notícias Notícias Gays<br />

Gays<br />

A luta pelos direitos de LGBT é<br />

a causa de nosso movimento. As<br />

nossas estórias, por sermos diferentes,<br />

na maioria dos casos, são<br />

marcadas a todo o momento por<br />

algum tipo de discriminação, rejeição<br />

ou violência. Harvey Milk,<br />

primeiro ativista gay eleito a vereador<br />

na cidade americana de São<br />

Francisco em 1978 nos convoca<br />

quando diz: “Se você não é livre<br />

para ser você mesmo, na questão<br />

mais importante de todas as<br />

atividades - a expressão do amor<br />

- então a vida em si mesma perde<br />

o seu sentido”. Por essa razão,<br />

convido você a participar do<br />

movimento LGBT.<br />

Cláudio Nascimento<br />

claudio.nascimentosilva@gmail.com<br />

claudio.nascimentosilva@gmail.com<br />

021 021 91449977 91449977<br />

91449977<br />

orkut: orkut: Cláudio Cláudio Cláudio Nascimento<br />

Nascimento<br />

Skype: Skype: cnascimentosilva<br />

cnascimentosilva<br />

cnascimentosilva<br />

MSN: MSN: cnsjequitiba@hotmail.com<br />

cnsjequitiba@hotmail.com<br />

Político assumido concorre ao<br />

cargo de prefeito na cidade<br />

mexicana de Guadalajara<br />

midamente<br />

Gay a postular o<br />

principal cargo<br />

na prefeitura de<br />

Guadalaraja.<br />

Indicado pelos<br />

colegas de partido<br />

e por diversas<br />

pessoas ligadas<br />

ao PSD, Galán<br />

terá que conquistar<br />

uma margem<br />

de votos significativa<br />

entre os 3 milhões de<br />

eleitores de Guadalajara, que votarão<br />

no próximo dia 5 de julho.<br />

Mesmo a candidatura de Ga-<br />

lán sendo considerada um evento<br />

histórico para a comunidade<br />

GLBT mexicana, pesquisas indicam<br />

que o político tem poucas<br />

chances.<br />

O PSD ocupa apenas 5 das<br />

500 cadeiras no Congresso. Além<br />

disso, o partido defende questões<br />

que enfrentam resistências por<br />

parte dos conservadores. como<br />

a descriminalização do aborto.<br />

César Gomes<br />

(19) (19) 9754 9754 0139 0139<br />

0139<br />

“...um “...um “...um sorriso sorriso negro, negro, um um um abraço<br />

abraço<br />

negro negro traz traz felicidade...<br />

felicidade...<br />

negro negro negro é é é a a a raiz raiz raiz da da da liberdade...” liberdade...”<br />

liberdade...”<br />

25


Na quarta-feira dia 28 de abril<br />

a atriz Lilia Cabral declarou em<br />

entrevista à Folha Online que o<br />

dilema de ter ou não ter um beijo<br />

gay no último capítulo da novela<br />

Duas Caras já lhe “encheu o<br />

saco”. Completou dizendo que<br />

“essa história (do beijo) torna<br />

tudo muito pequeno. O beijo é<br />

na intimidade. Acho que o que<br />

vale é a capacidade de se encontrar<br />

em outra pessoa e ser<br />

feliz. Isso tem muito mais valor<br />

humano do que simplesmente<br />

essa história de ter ou não beijo<br />

gay”.Se, por um lado, Lilia Cabral<br />

elege a intimidade como o<br />

lugar do beijo, por outro ela ignora<br />

o valor sócio-cultural da sua<br />

representação. A alcova pode ser<br />

um dos lugares que escolhemos<br />

para demonstrar nosso amor e<br />

nosso afeto, mas é o olhar do<br />

outro que confere a esse afeto<br />

valores positivos – que nos motiva<br />

a continuar a expressá-los –<br />

ou negativos – que nos causam<br />

acanhamento, interdição e dor.<br />

A alteridade diz que “todo o<br />

homem social interage e interdepende<br />

de outros indivíduos.<br />

Assim, a existência do `eu-individual´<br />

só é permitida mediante<br />

um contato com o outro (que<br />

em uma visão expandida se torna<br />

o Outro – a própria sociedade<br />

diferente do indivíduo). Des-<br />

26<br />

Por Lúcio Antunes<br />

sa forma, eu apenas existo a<br />

partir do outro, da visão do outro,<br />

o que me permite também<br />

compreender o mundo a partir<br />

de um olhar diferenciado, partindo<br />

tanto do diferente quanto<br />

de mim mesmo”.<br />

”Princípios de<br />

qualidade”<br />

Quando Ayrton Senna flamulava<br />

a bandeira do Brasil após<br />

suas vitórias, nos emocionávamos<br />

porque nos reconhecíamos<br />

nele, elevados a um lugar que<br />

almejávamos na visão do outro,<br />

nesse caso, o mundo inteiro.<br />

Agimos assim quando um atleta<br />

olímpico nos leva ao pódio,<br />

ou quando “somos reconhecidos”<br />

– em um caminho psíquico<br />

inverso – nos romances, filmes<br />

e novelas. Nenhum deles<br />

nos faria sentido se não pudéssemos<br />

encontrar ali uma identificação<br />

possível. Perderiam sua<br />

emoção, seu encanto, sua audiência.<br />

Desta forma, todos desejam<br />

se reconhecer na TV, no cinema,<br />

na arte; todos querem ser acolhidos<br />

no espelho público do<br />

simbólico, no grande olhar do<br />

outro, seja na representação da<br />

sua paixão, do seu sofrimento,<br />

dos seus sonhos e conquistas.<br />

No entanto, a proibição pela<br />

emissora na questão da exibição<br />

de um beijo entre pessoas que<br />

representam outros milhões verdadeiros<br />

nas suas legítimas aspirações,<br />

além da declaração de<br />

uma de suas representantes<br />

condenando esse tipo de afeto<br />

a uma obscura “intimidade”,<br />

confronta a idéia de uma sociedade<br />

baseada na alteridade<br />

onde, como diz Frei Betto, “só<br />

existe generosidade na medida<br />

em que percebo o outro como<br />

outro e a diferença do outro em<br />

relação a mim. Então, sou capaz<br />

de entrar em relação com<br />

ele pela única via possível porque,<br />

se tirar essa via, caio no colonialismo,<br />

vou querer ser como<br />

ele ou que ele seja como sou –<br />

a via do amor, se quisermos usar<br />

uma expressão evangélica; a via<br />

do respeito, se quisermos usar<br />

uma expressão ética; a via do reconhecimento<br />

dos seus direitos,<br />

se quisermos usar uma expressão<br />

jurídica; a via do resgate do<br />

realce da sua dignidade como<br />

ser humano, se quisermos usar<br />

uma expressão moral”.<br />

A emissora justifica sua censura<br />

declarando temer “prejuízos<br />

institucionais e comerciais” –<br />

como reportado por Daniel de<br />

Castro na Folha (11/05/2008) –<br />

e que a exibição da cena fere<br />

“princípios de qualidade” da


emissora. Diz ainda que pode<br />

“chocar” a audiência.<br />

Proposta Proposta Proposta da da alteridade<br />

alteridade<br />

alteridade<br />

Chocante é constatar a fraqueza<br />

ética de pessoas e instituições<br />

que se dizem chocadas<br />

com uma manifestação de afeto<br />

que elas mesmas legitimam<br />

somente para uma parte da população.<br />

Contudo, permitem a<br />

si mesmas distrair com cenas de<br />

violência descarada, exposição e<br />

grafismo sexuais apelativos, consumismo,<br />

escárnio do próximo<br />

e comportamentos vis. Uma fraqueza<br />

tão parcial pode ser alegada<br />

para justificar tal objeção?<br />

Um véu que esconde o temor<br />

de algo tão autêntico, verossímil<br />

e digno que sua simples admissão<br />

pode abrir definitivamente<br />

as comportas de uma grande<br />

represa criada por séculos de<br />

negação?<br />

O filme de Ang Lee O segredo<br />

de Brokeback Mountain não<br />

fez concessão alguma ao que a<br />

sociedade supostamente estava<br />

ou não preparada para ver. O diretor<br />

usou sensibilidade e talento<br />

para mostrar uma história de<br />

amor universal que contempla<br />

todos, revelando que “a experiência<br />

da alteridade (e a elaboração<br />

dessa experiência) leva-nos<br />

a ver aquilo que nem teríamos<br />

conseguido imaginar” e que<br />

“devemos especialmente reconhecer<br />

que somos uma cultura<br />

possível entre tantas outras, mas<br />

não a única”.Assim, relacionarse<br />

com o outro reconhecendo a<br />

legitimidade da sua expressão é<br />

a base de uma co-presença ética.<br />

José Roberto Goldim diz que<br />

a proposta da alteridade “rompe<br />

com a perspectiva autonomista<br />

e individual para remetêla<br />

a uma visão de rede social.<br />

Deixa de ter sentido a máxima<br />

`a minha liberdade termina<br />

quando começa a dos outros´,<br />

sendo substituída pela proposta<br />

de que a minha liberdade é<br />

garantida pela liberdade dos<br />

outros”.<br />

Mesquinhez Mesquinhez e e<br />

e<br />

fraqueza fraqueza ética<br />

ética<br />

Por outro lado, quando uma<br />

emissora comercial representa<br />

em uma obra de ficção a existência<br />

de certas entidades como,<br />

por exemplo, o relacionamento<br />

entre pessoas do mesmo sexo,<br />

não o faz de forma gratuita. A<br />

recusa em fazê-lo soaria como<br />

um indesejável atestado de atraso,<br />

falta de visão e esterilidade<br />

criativa. Então, em contraponto,<br />

deve haver uma responsabilidade<br />

maior que se sobreponha<br />

a interesses econômicos, por<br />

exemplo. Uma responsabilidade<br />

que se sobreponha ao simples<br />

argumento da tolerância, sobre<br />

a qual diz Saramago: “Tolerar a<br />

existência do outro e permitir<br />

que ele seja diferente ainda é<br />

muito pouco. Quando se tolera,<br />

apenas se concede, e essa<br />

não é uma relação de igualda-<br />

de, mas de superioridade de um<br />

sobre o outro. Deveríamos criar<br />

uma relação entre as pessoas, da<br />

qual estivessem excluídas a tolerância<br />

e a intolerância.”É por<br />

isso que o beijo gay, ou a sua<br />

discussão, não devia encher o<br />

saco de ninguém. Não basta<br />

tolerá-lo na alcova escura destinada<br />

ao medo e à feiúra. É necessário<br />

perceber a sua beleza,<br />

sob o sol e à luz porque é a beleza<br />

possível do outro, que não<br />

se recusa a celebrar a nossa.A<br />

lenda grega diz que Narciso causou<br />

muita dor aos seus admiradores<br />

porque reservava somente<br />

para si próprio o amor e a beleza.<br />

Acabou sucumbindo à morte<br />

triste e solitária em um lago de<br />

desespero. Mas se queremos ser<br />

belos, merecedores de justiça e<br />

amor, devemos desvendar nossa<br />

beleza despindo-a de seu egoísmo<br />

narcisista, onde só o nosso<br />

beijo é legítimo e belo, e assimilar<br />

a beleza do outro, para que<br />

não sucumbamos a um poço<br />

profundo de mesquinhez e indefensável<br />

fraqueza ética.<br />

27


O O O prefeito prefeito de de São São Sebasti- SebastiSebastião ão ão do do P PParaíso,<br />

P araíso, Mauro Mauro Lúcio Lúcio da<br />

da<br />

Cunha Cunha Zanin Zanin (DEM), (DEM), (DEM), recebeu<br />

recebeu<br />

no no no anfiteatro anfiteatro da da P PPrefeitura<br />

P refeitura<br />

Municipal Municipal daquela daquela cidade cidade a<br />

a<br />

equipeequipe do do projeto projeto <strong>MGA</strong> <strong>MGA</strong> ItineItine-<br />

rante.<br />

rante.<br />

Em Em solenidade, solenidade, marcada<br />

marcada<br />

para para às às 19:30H 19:30H 19:30H, 19:30H 19:30H , do do dia dia 27 27 de<br />

de<br />

janeiro,janeiro,janeiro, aconteceu aconteceu o o lançalançamentomento<br />

do do projeto projeto projeto que que leva leva prepreprevençãovenção às às DST/AIDS DST/AIDS na na popupopulaçãolaçãolação<br />

LGBT LGBT além além além de de informainforma-<br />

ções ções e e troca troca troca de de experiências<br />

experiências<br />

executadoexecutado pelo pelo <strong>MGA</strong> <strong>MGA</strong> e e e finanfinanfinan- ciado ciado pela pela Secretaria Secretaria Estadual<br />

Estadual<br />

de de Saúde Saúde de de Minas Minas Gerais.<br />

Gerais.<br />

28<br />

O O ponto ponto ponto focal focal do do projeto<br />

projeto<br />

naquele naquele núcleo, núcleo, Adriano Adriano R RRosa<br />

R osa<br />

dada Silva, Silva, Silva, organizou organizou a a cerimôcerimôniania<br />

que que contou contou com com a a presenpresenpresen- ça ça de de respresentantes respresentantes da da co- co<br />

munidademunidade gay gay local, local, funcionáfuncioná-<br />

rios rios públicos públicos municipais, municipais, ser servi- ser vi<br />

dores dores do do P PPrograma<br />

P rograma Municipal<br />

Municipal<br />

dede DST/AIDS DST/AIDS daquele daquele municímunicí-<br />

pio, pio, pio, V VVereador<br />

V ereador Maguila Maguila (PV), (PV), rere-<br />

presentando presentando o o o P PPoder<br />

P oder L LLegisla<br />

L egisla<br />

tivo tivo tivo daquele daquele município município e e o o V VVe<br />

VV<br />

ee reador reador Orijinho Orijinho Orijinho L LLeonel,<br />

L eonel,reprereprerepresentandosentandosentando o o município município município de de ItaIta-<br />

mogi, mogi, indicado indicado pela pela Secretaria<br />

Secretaria<br />

de de de Saúde Saúde daquele daquele município.<br />

município.<br />

Adriano Adriano Adriano R RRosa<br />

R osa abriu abriu o o o eveneven-<br />

to, to, dizendo dizendo da da da impor importância impor importância<br />

tância do<br />

do<br />

projetoprojeto para para aquela aquela comunidacomunida-<br />

de. de. A AAto<br />

A to seguinte seguinte o o o prefeito prefeito do do<br />

do<br />

município,município, agradeceu agradeceu a a presenpresençaça<br />

de de todos todos todos colocando colocando a a prepre-<br />

feitura feitura feitura à à disposição disposição disposição do do projeto.<br />

projeto.<br />

Durante Durante a a apresentação apresentação reali- realireali- zada zada por por Sander Sander Simaglio, Simaglio, vo- vo<br />

luntário luntário do do projeto, projeto, o o prefeito<br />

prefeito<br />

demonstroudemonstrou muito muito interesse interesse fafazendozendo<br />

perguntas perguntas e e tirando tirando dúdú-<br />

vidas vidas e e mais mais uma uma vez vez firmando firmando<br />

firmando<br />

compromisso compromisso com com a a população<br />

população<br />

gay gay daquela daquela cidade.<br />

cidade.<br />

Após Após Após a a explanação explanação explanação do do pro-<br />

pro<br />

jeto, jeto, o o prefeito, prefeito, mais mais mais uma uma uma vez,<br />

vez,<br />

emem uma uma demonstração demonstração de de ininteresseteresseteresse<br />

pela pela inclusão inclusão social social papa-<br />

rabenizou rabenizou rabenizou a a iniciativa iniciativa do do do <strong>MGA</strong>,<br />

<strong>MGA</strong>,<br />

reafirmandoreafirmandoreafirmando parceria parceria da da prefeiprefei-<br />

tura tura nos nos nos projetos projetos de de interesse<br />

interesse<br />

da da comunidade comunidade LGBT LGBT.<br />

LGBT


Reforma ortográfica e<br />

as palavras relacionadas<br />

às DST e Aids<br />

Nova Nova grafia:<br />

grafia:<br />

antirretroviral<br />

antirretroviral<br />

antituberculose<br />

antituberculose<br />

autocuidado<br />

autocuidado<br />

autoestima<br />

autoestima<br />

cefaleia<br />

cefaleia<br />

coinfecção coinfecção<br />

coinfecção<br />

comorbidade<br />

comorbidade<br />

contraindicação<br />

contraindicação<br />

espermatozoide<br />

espermatozoide<br />

gonorreia<br />

gonorreia<br />

hiperimune<br />

hiperimune<br />

intrauterino<br />

intrauterino<br />

multiexperimentado<br />

multiexperimentado<br />

multiexperimentado<br />

multissetorial<br />

multissetorial<br />

proteico<br />

proteico<br />

subdiagnosticar<br />

subdiagnosticar<br />

subnatureza<br />

subnatureza<br />

tiroide/tireoide<br />

tiroide/tireoide<br />

ureia<br />

ureia<br />

EXEMPL EXEMPLOS EXEMPL OS DE DE P PPAL<br />

P AL ALAVRAS AL AVRAS LIGAD LIGADAS LIGAD AS ÀS ÀS DST/HIV/AIDS<br />

DST/HIV/AIDS<br />

Continuam<br />

Continuam<br />

com com hífen:<br />

hífen:<br />

anti-HIV<br />

anti-HIV<br />

anti-inflamatório<br />

anti-inflamatório<br />

falso falso-negativo<br />

falso -negativo<br />

falso falso-positivo<br />

falso -positivo<br />

morbi-mor morbi-mor morbi-mortalidade<br />

morbi-mor morbi-mortalidade<br />

talidade<br />

não não-gonocócico<br />

não não-gonocócico<br />

-gonocócico<br />

não não-governamental<br />

não não-governamental<br />

-governamental<br />

nor nor norte-americano<br />

nor norte-americano<br />

te-americano<br />

pan-americano<br />

pan-americano<br />

pan-americano<br />

pós-teste<br />

pós-teste<br />

pré-natal<br />

pré-natal<br />

pré-teste<br />

pré-teste<br />

sub-região<br />

sub-região<br />

sul-americano<br />

sul-americano<br />

Continuam<br />

Continuam<br />

Continuam<br />

sem sem sem hífen:<br />

hífen:<br />

antiaids<br />

antiaids<br />

anticorpo<br />

anticorpo<br />

assintomático<br />

assintomático<br />

assintomático<br />

biossegurança<br />

biossegurança<br />

bissexual bissexual<br />

bissexual<br />

coordenação<br />

coordenação<br />

coordenação<br />

hemoderivado<br />

hemoderivado<br />

heterossexual<br />

heterossexual<br />

homossexual<br />

homossexual<br />

imunodeficiência<br />

imunodeficiência<br />

imunodepressão<br />

imunodepressão<br />

imunoprofilaxia<br />

imunoprofilaxia<br />

imunossupressão<br />

imunossupressão<br />

imunossupressão<br />

macrorregional<br />

macrorregional<br />

microrregional<br />

microrregional<br />

microrregional<br />

microbicida microbicida<br />

microbicida<br />

pandemia pandemia<br />

pandemia<br />

papilomavírus<br />

papilomavírus<br />

perinatal<br />

perinatal<br />

reexposição<br />

reexposição<br />

reintrodução<br />

reintrodução<br />

reintrodução<br />

soroconversão<br />

soroconversão<br />

soroconversão<br />

soroprevalência<br />

soroprevalência<br />

transexual<br />

transexual<br />

videoconferência<br />

videoconferência<br />

29


30<br />

Por Oswaldo Braga*<br />

Diferente das décadas passadas,<br />

quando o voluntariado era<br />

a base de um movimento social<br />

caracterizado por entidades filantrópicas<br />

em sua maioria, hoje,<br />

as organizações do terceiro setor<br />

se inserem no bolo da economia<br />

de mercado e disputam<br />

com as grandes empresas espaço,<br />

profissionais e recursos, de<br />

forma a garantir a qualidade dos<br />

seus serviços e produtos, sejam<br />

eles de “advocacy” ou de assistência<br />

direta ao seu público alvo.<br />

Ninguém quer se unir a perdedores<br />

e o tempo da improvisação<br />

e do amadorismo passou,<br />

inclusive para a sociedade civil<br />

organizada.<br />

Os empregos gerados pelas<br />

organizações não-governamentais<br />

passam a fazer diferença no<br />

cenário de escassez de oportunidades<br />

e se tornam uma alternativa<br />

sólida para engrossar o<br />

mercado de trabalho. O que já é<br />

uma realidade nos países da Europa<br />

e da América do Norte vem<br />

se tornando cada vez mais forte<br />

no Brasil, onde cerca de 250 mil<br />

organizações chegam a empregar<br />

cerca de 1,5 milhão de pessoas,<br />

sejam autônomos, celetis-<br />

Profissionais<br />

tas, estagiários, aprendizes, que<br />

se somam ao imprescindível e<br />

valoroso trabalho voluntário.<br />

Administradores, comunicadores,<br />

assistentes sociais, advogados,<br />

psicólogos, professores,<br />

médicos, produtores culturais e<br />

artistas têm encontrado nesse<br />

segmento uma grande oportunidade<br />

de desenvolverem um<br />

trabalho que, além de garantir<br />

seu sustento, é acrescido de uma<br />

realização pessoal que poucas,<br />

ou quase nenhuma empresa privada<br />

consegue. As atividades do<br />

terceiro setor se fundam numa<br />

causa, na defesa de bandeiras<br />

que garantem a sensação do<br />

dever cumprido, do mutirão social<br />

que constrói nossa nação.<br />

Com a militância LGBT isso<br />

não é diferente. Apesar da relutância<br />

de alguns puristas que ainda<br />

acreditam no romantismo da<br />

dedicação voluntária única e simples<br />

como alicerce da defesa dos<br />

direitos dos gays e promoção da<br />

sua inclusão social, uma parte<br />

significativa das ONGs que atuam<br />

nessa área já percebeu que<br />

as atividades de captação de recursos,<br />

relações públicas, conquista<br />

de espaço, legislações e<br />

inclusão no orçamento público<br />

exigem profissionais bem remunerados.<br />

A construção de uma<br />

nova imagem dos homossexuais<br />

não pode ser desenvolvida por<br />

amadores ou profissionais insatisfeitos<br />

com seus salários.<br />

Organizações vitoriosas e<br />

bem administradas, porém, não<br />

são uma exigência somente dos<br />

tradicionais financiadores, como<br />

o governo em suas três esferas -<br />

municipal, estadual ou federal -<br />

, mas dos grandes doadores internacionais<br />

e da iniciativa privada,<br />

preocupada com o seu balanço<br />

social de final de ano. Acima<br />

disso, porém, é uma exigência<br />

da comunidade LGBT, sempre<br />

crítica e fiscal atenta a uma<br />

boa aplicação dos recursos que<br />

são investidos na melhoria de<br />

suas condições de vida e nas<br />

conquistas de direitos e do respeito<br />

que nos tem sido negado<br />

há tantos anos.<br />

Camisinha sempre!<br />

www www.mgm.org.br<br />

www .mgm.org.br<br />

http://oswaldobraga.spaces.live.com<br />

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Homofobia na moradia<br />

universitária II da UFMG<br />

Na madrugada do último sábado, dia<br />

14 de março de <strong>2009</strong>, o estudante de Artes<br />

Visuais da Universidade Federal de<br />

Minas Gerais (UFMG) Fernando A. S. F.,<br />

foi vítima de violenta agressão física e verbal,<br />

de cunho homofóbico, praticada às<br />

portas da Moradia Universitária II da<br />

UFMG, onde reside. Tal agressão prosseguiu<br />

dentro da Moradia, sob os olhares<br />

dos seguranças universitários, que demoraram<br />

a intervir na situação.<br />

O estudante agredido procurou o<br />

Grupo Universitário em Defesa da Diversidade<br />

Sexual (GUDDS!) que vem a público<br />

pedir a mobilização da comunidade<br />

universitária, da sociedade civil organizada<br />

(em especial dos grupos do Movimento<br />

LGBT e do Movimento Estudantil de todo<br />

o Brasil) e de todas/os as/os cidadãs/ãos<br />

aos quais essa carta chegar, a fim de que<br />

providências sejam tomadas no tocante<br />

a esse caso explícito de violência homofóbica<br />

e no combate a outras manifestações<br />

homofóbicas que ocorrem dentro da<br />

Universidade Federal de Minas Gerais.<br />

Nesse sentido, pedimos que manifestos<br />

de repúdio a essa ação e à postura da segurança<br />

universitária sejam enviados ao<br />

Reitor da UFMG, o Prof. Ronaldo Tadêu<br />

Pena e à Presidente da Fundação Universitária<br />

Mendes Pimentel/FUMP (responsável<br />

imediata pela administração das Moradias<br />

Universitárias), a Profª. Rocksane de<br />

Carvalho Norton, conforme indicações<br />

presentes ao fim desta carta aberta.<br />

Na madrugada do dia 13 para o dia<br />

14 de março de <strong>2009</strong> (sexta para sábado),<br />

o estudante Fernando e duas amigas<br />

retornaram de táxi para a Moradia<br />

Universitária II da UFMG, onde residem.<br />

Distante apenas três passos do portão de<br />

entrada, Fernando foi atingido nas pernas<br />

por um chute, desferido pelas costas<br />

por outro estudante da UFMG e também<br />

morador da Moradia II, que estava acompanhado<br />

de sua namorada. Ao virar-se,<br />

Fernando foi novamente atingido, agora<br />

com um soco em sua boca. Essas agressões<br />

físicas eram acompanhadas por insultos<br />

homofóbicos como “viado” e “bicha”.<br />

Tais agressões continuaram mesmo<br />

dentro dos portões da Moradia Universitária<br />

II da UFMG, sob os olhares de dois<br />

agentes da segurança que acompanhavam<br />

tudo desde o início. Diante da imobilidade<br />

dos seguranças, uma das amigas<br />

de Fernando tentou socorrê-lo, pas-<br />

sando a ser também agredida: pela namorada<br />

do agressor que a agarrou pelos<br />

cabelos, e por ele próprio, que chutou suas<br />

costas. Apenas após a agressão à moça,<br />

os seguranças tomaram providências, segurando<br />

o estudante. Este, logo em seguida,<br />

deixou o local com sua namorada<br />

dizendo “vamos embora, já consegui o<br />

que eu queria” e proferindo mais ameaças.<br />

Além disso, nesse mesmo dia, o agressor<br />

fez declarações, a outros estudantes<br />

residentes na Moradia II, que demonstram<br />

sua rejeição a homossexuais, utilizando expressões<br />

como “nojo a homossexuais” e<br />

referindo-se de modo pejorativo ao apartamento<br />

no qual Fernando residia, chamando-o<br />

de “gaiola das loucas”, para dizer<br />

que lá só moram gays.<br />

Ressaltamos que durante todo o momento<br />

em que as agressões físicas ocorriam,<br />

o estudante e sua namorada insultavam<br />

Fernando com dizeres de depreciação<br />

e ofensa relacionados à homossexualidade,<br />

caracterizando motivações homofóbicas<br />

dos agentes. Outras pessoas<br />

presenciaram tais acontecimentos e confirmam<br />

os fatos relatados, dispondo-se a<br />

prestar depoimento judicialmente.<br />

Questionamos a (des)atenção dispensada<br />

pela UFMG na formação e instrução<br />

de seus profissionais de segurança,<br />

que assistiram e permitiram tamanha<br />

agressão homofóbica, intervindo apenas<br />

após a violência física ter se entendido a<br />

uma das moças presentes.<br />

Compreendemos que a agressão<br />

ocorrida não atinge somente ao Fernando<br />

e sua amiga. Ela se estende àqueles e<br />

àquelas que não são heterossexuais e que<br />

são juntamente inferiorizados pela reafirmação<br />

da homossexualidade no lugar da<br />

escória social. A violência homofóbica atinge<br />

também toda comunidade acadêmica<br />

que convive, há anos, com o preconceito<br />

presente em nosso dia-a-dia e nos<br />

trotes de recepção aos calouros de alguns<br />

cursos. É esse mesmo preconceito, legitimado<br />

pela permissividade institucional<br />

existente quanto às suas manifestações<br />

mais sutis ou tidas como inofensivas<br />

(como os trotes homofóbicos), que se materializa<br />

nessa agressão absurda.<br />

A Reitoria da UFMG recebeu essa denúncia<br />

formalizada pelo próprio estudante<br />

e pedidos de providências elaborados pelo<br />

GUDDS! e por outros órgãos dessa Universidade.<br />

Contudo, acreditamos que o<br />

apoio em massa da comunidade universitária,<br />

dos Movimentos Sociais e demais<br />

cidadãs/ãos é de essencial importância<br />

para que providências realmente eficazes<br />

sejam tomadas pela Administração Central<br />

da UFMG e pela Direção da Moradia<br />

Universitária II, no tocante a essa e outras<br />

manifestações homofóbicas, já que elas<br />

se repetem nos espaços dessa Universidade<br />

sem necessariamente ganharem visibilidade.<br />

É necessário que os fatos sejam<br />

apurados, e que ocorram medidas punitivas<br />

aos agressores e seus cúmplices.<br />

Por todo o exposto, convocamos todas<br />

e todos a somar esforços na solicitação<br />

de providências por parte dos órgãos<br />

competentes, encaminhando manifestos<br />

de repúdio à violência sofrida pelo estudante<br />

Fernando, à postura da segurança<br />

universitária e a toda forma de homofobia,<br />

às seguintes autoridades na UFMG:<br />

Profª. rofª. R RRocksane<br />

RR<br />

ocksane de de Car Carvalho Car valho Nor Norton Nor ton<br />

Presidente da Fundação Universitária<br />

Mendes Pimentel – FUMP<br />

(Fundação privada de apoio à UFMG<br />

responsável pelas Moradias Universitárias)<br />

Tel: (31)3213-7518 / (31)3274-6591<br />

(31) 3213-7448<br />

fump@fump.ufmg.br<br />

Av. Afonso Pena, 867 -<br />

20º e 21º andares - Centro<br />

Belo Horizonte, MG / CEP: 30130-002<br />

Prof rof rof. rof . RR<br />

Ronaldo R onaldo T TTadêu<br />

T adêu P PPena<br />

P ena<br />

Reitor da Universidade Federal de Minas<br />

Gerais – UFMG<br />

Tel: (31)3409-5000 / Fax: (31)3409-4188<br />

reitor@ufmg.br<br />

Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha<br />

Belo Horizonte, MG / CEP: 31270-901<br />

Indignad@s,<br />

Indignad@s,<br />

Grupo Grupo Universitário Universitário Universitário em em em Defesa Defesa Defesa da<br />

da<br />

Diversidade Diversidade Sexual Sexual / / GUDDS!<br />

GUDDS!<br />

guddsmg@gmail.com<br />

guddsmg@gmail.com<br />

http://guddsmg.wordpress.com<br />

http://guddsmg.wordpress.com<br />

41


_Desde _Desde 1980 1980 o o GGB GGB realiza realiza realiza pes- pes- pes- pes- pes-<br />

quisas quisas sobre sobre mor mor mortes mor tes de de de homossexuhomossexu-<br />

ais. ais. Há Há Há dois dois anos anos a a a Bahia Bahia lidera lidera o o<br />

o<br />

ranking. ranking. A A que que que o o senhor senhor atribui atribui essa<br />

essa<br />

liderança? liderança?<br />

liderança?<br />

O Brasil é um país contraditório<br />

no que se refere à sexualidade e a<br />

homossexualidade em particular.<br />

Atenção, eu sempre falei em homossexualidade<br />

e não homossexualismo,<br />

que foi abolido, já que o sufixo -ismo<br />

implicava em doença e desde 1985<br />

o Conselho Federal de Medicina disse<br />

que nada distingue a hetero da<br />

homossexualidade ou da bissexualidade.<br />

A homossexualidade no Brasil<br />

se apresenta de uma forma contraditória.<br />

O lado cor de rosa e glamouroso<br />

é representado pelas paradas,<br />

pela presença de gays e travestis na<br />

televisão, de cantoras que há rumor<br />

constante de que são lésbicas, mas<br />

que poucas são assumidas, enfim.<br />

Comparativamente a outros países<br />

da América Latina, a homossexualidade<br />

no Brasil é muito mais visível e<br />

exuberante do que no Chile, no Peru,<br />

no Equador. São Paulo tem a maior<br />

parada do mundo, com quase três<br />

milhões de pessoas, no Rio são 1 milhão<br />

e em Salvador, meio milhão. Na<br />

Bahia, há mais de 15 paradas pelo<br />

interior. O lado vermelho sangue é o<br />

do dia-a-dia. Os homossexuais expulsos<br />

de casa, insultados, espancados<br />

42<br />

Entrevista Entrevista Luiz Luiz Luiz Mott<br />

Mott<br />

“Sou imprescindível” - Parte II<br />

Tatiana Mendonça<br />

Margarida Neide<br />

na rua, discriminados pela polícia e<br />

sobretudo a violência física - que vai<br />

desde o golpe “Boa Noite, Cinderela”,<br />

que embebeda ou que faz com<br />

que os homossexuais se tornem reféns<br />

de golpes de exploradores - e sobretudo<br />

a que leva ao assassinato. A<br />

violência letal contra os homossexuais<br />

no Brasil é uma calamidade pública.<br />

O Brasil não é o país mais homofóbico<br />

do mundo - aqui não<br />

há leis anti-homossexuais,<br />

como no Egito, no Sudão,<br />

no Iraque - mas é o país<br />

onde há mais assassinato<br />

de homossexuais. Isso<br />

está documentado pela<br />

própria Associação Gay e<br />

Lésbica internacional. No<br />

Brasil, todos os anos, mais de 100 homossexuais<br />

são assassinados. O segundo<br />

lugar é o México, com 35 assassinatos<br />

por ano, e em terceiro lugar<br />

os Estados Unidos, com 25 assassinatos<br />

por ano, sendo que nos<br />

Estados Unidos as estatísticas são<br />

muito mais rigorosas e tem 100 milhões<br />

a mais que o Brasil. De modo<br />

que o Brasil carrega esse triste e vergonhoso<br />

estigma de ser o campeão<br />

de assassinato de homossexuais. Os<br />

gays representam 75% dos mortos,<br />

os travestis por volta de 23% e as lésbicas,<br />

2%. Em 2008 foram 122 casos<br />

documentados pelo GGB, através da<br />

imprensa, internet, TV, ou mensagens<br />

de testemunhas. Por exemplo, esse<br />

ano houve já dois assassinatos na<br />

Bahia que não sairam na imprensa,<br />

em lugar nenhum. De modo que nós<br />

também recebemos cartas e denúncias<br />

de casos que não foram documentados.<br />

Esse ano já temos 130<br />

casos até outubro, com certeza já<br />

passamos as cifras do ano passado.<br />

E, lastimavelmente a Bahia, que no<br />

ano passado teve 18 casos, esse ano<br />

já tem 20 assassinatos. Pernambuco<br />

era o campeão de assassinatos, mas<br />

nos últimos dois anos a Bahia ultrapassou.<br />

O risco de um gay nordestino<br />

ser assassinado é 85 vezes maior<br />

do que um homossexual do sul ou<br />

sudeste. O que se explica através do<br />

machismo, da própria violência generalizada<br />

da nossa região e quem<br />

sabe à afoiteza, ao risco que os pró-<br />

prios gays e travestis correm mais do<br />

que no sul, onde talvez sejam mais<br />

cautelosos em selecionar seus parceiros.<br />

Essas estatísticas são subnotificadas.<br />

Com certeza em vez de um assassinato<br />

a cada dois dias, o correto<br />

seria, se tívessemos acesso a todas os<br />

crimes praticados no Brasil, um assassinato<br />

por dia. Na Bahia, a média seria<br />

de um assassinato a cada 15 dias.<br />

_Como _Como _Como saber saber quais quais desses desses desses crimes<br />

crimes<br />

tiveram tiveram motivação motivação homofóbica?<br />

homofóbica?<br />

Nem todos os crimes têm uma<br />

conotação claramente ou explicitamente<br />

homofóbica, porém do mesmo<br />

modo como os negros apontam<br />

para o racismo institucional para explicar<br />

as mortes de negros e mestiços,<br />

assim também os homossexuais,<br />

quando são vítimas de um crime,<br />

mesmo que seja um michê, um garoto<br />

de programa que praticou latrocínio,<br />

com certeza ele foi inspirado pela<br />

homofobia cultural, na medida em<br />

que ele parte do pressuposto preconceituoso<br />

de que o gay é frágil, efeminado,<br />

socialmente mais vulnerável,<br />

que não vai ter nenhum vizinho que<br />

vai prestar socorro se ele gritar, testemunhas<br />

vão se recusar a depor, com<br />

medo de se envolver com um gay, um<br />

travesti, que são considerados marginais<br />

ou sub-categorias sociais. Desde<br />

a sua fundação o GGB produziu um<br />

texto: “Gay vivo não dorme com inimigo”<br />

em que ensinamos aos gays,<br />

travestis e lésbicas a se defenderem,<br />

para que não sejam a próxima vítima.<br />

Evitando levar desconhecidos pra casa,<br />

evitando demonstrações de desprezo<br />

ou de arrogância em relação aos seus<br />

parceiros, que muitas vezes são de<br />

classe social e econômica inferior e evitando<br />

também objetos dentro de casa<br />

que possam ser usados como armas,<br />

facas e etc.<br />

_O _O senhor senhor acha acha que que a a criação criação criação de<br />

de<br />

delegaciasdelegacias específicas específicas para para esse esse púpú-<br />

blico blico poderia poderia coibir coibir coibir ou ou solucionar solucionar de<br />

de<br />

maneira maneira mais mais mais rápida rápida rápida esses esses crimes, crimes, ou<br />

ou<br />

aa segregação segregação só só faz faz aumentar aumentar aumentar o o prepre-<br />

conceito?<br />

conceito?<br />

Há uma demanda por parte sobretudo<br />

das travestis e transsexuais,<br />

que socialmente vivem como mulhe-


es, de que sejam atendidas nas Delegacias<br />

Especiais para Mulheres, na<br />

medida em que são vítimas do mesmo<br />

preconceito, do machismo. Eu<br />

considero que é inviável a abertura<br />

de delegacias específicas para homossexuais<br />

porque implicaria em um<br />

grande investimento e, a não ser nas<br />

grandes capitais, a demanda não justificaria<br />

tal investimento. Sobretudo<br />

porque não existe uma consciência<br />

política por parte de grande parte das<br />

vítimas homossexuais de denunciarem,<br />

com medo de serem vítimas de<br />

novo preconceito e discriminação,<br />

que de vítimas se tornem réus, quando<br />

vão procurar fazer justiça. O que<br />

eu acho que é fundamental é que as<br />

delegacias da mulher ou as contra o<br />

racismo tenham pessoas especializadas<br />

em atender gays, travestis e lésbicas,<br />

para que possamos encaminhar<br />

nossas denúncias, evitando que<br />

a omissão e a impunidade reforçem<br />

a prática de novos crimes.<br />

_O _O que que o o senhor senhor achou achou da da cam- camcam- panha panha de de de Mar Marta Mar ta Suplicy Suplicy ter ter ter insinuainsinua-<br />

do do que que o o Kassab Kassab era era gay gay, gay , como como se se<br />

se<br />

issoisso fosse fosse diminuir diminuir de de alguma alguma mama-<br />

neira neira a a a ação ação ação dele dele como como político? político? A<br />

A<br />

Mar Marta Mar Mar ta que que inclusive inclusive já já já ganhou ganhou um<br />

um<br />

troféu troféu do do GGB, GGB, o o T TTriângulo<br />

T riângulo RR<br />

Rosa. RR<br />

osa.<br />

A polêmica da propaganda eleitoral<br />

de Marta Suplicy indagando sobre<br />

se o Kassab tem mulher e filhos<br />

repercutiu nacionalmente. Lideranças<br />

do movimento LGBT, inclusive do<br />

núcleo de petistas, protestaram. Alguns<br />

militantes históricos, como o<br />

próprio João Silvério Trevisan, criticaram<br />

gravemente Marta... Eu conhecendo<br />

Marta desde 1985, quando fui<br />

entrevistado pela TV Mulher, na TV<br />

Globo, e estando com ela várias vezes<br />

no Congresso Nacional, quando<br />

se tentava votar o projeto de parceria<br />

civil, conhecendo seus livros e suas<br />

declarações, eu jamais entenderia que<br />

houve conhecimento por parte dela<br />

dessa propaganda, feita por um marqueteiro,<br />

e que ela jamais teria autorizado<br />

ou inspirado uma propaganda<br />

homofóbica, porque estaria indo<br />

contra duas décadas de luta e contra<br />

seus princípios. De modo que eu fui,<br />

com outras lideranças do movimento,<br />

mais condescendentes, mais<br />

magnânimos, tivemos a alma grande,<br />

no sentido de exigir que ela pedisse<br />

perdão, reconhecesse que pi-<br />

sou na bola, mas isso não justifica tripudiar<br />

em cima de um currículo e<br />

méritos que são inegáveis. Aprendi<br />

com minha mãe a ser generoso e a<br />

perdoar.<br />

_E _E o o senhor senhor senhor já já pensou pensou em em se se ele- eleeleger ger ger a a algum algum cargo cargo cargo público?<br />

público?<br />

No final dos anos 80, cheguei a<br />

cogitar a idéia de me candidatar para<br />

deputado estadual, mas logo desisti,<br />

porque eu não tenho o perfil de um<br />

candidato. Eu não gosto de muito<br />

contato popular. Atualmente ando na<br />

rua olhando para o chão, para que<br />

as pessoas não venham me cumprimentar.<br />

Prefiro cada vez mais o anonimato,<br />

quando menos a mídia.<br />

Embora no meu túmulo que já está<br />

comprado no Campo Santo - aliás<br />

numa quadra muito boa, em que eu<br />

tenho como vizinhos membros da<br />

família de Antonio Carlos Magalhães<br />

e outros da burguesia baiana - pretendo<br />

que seja escrito: Luiz Mott,<br />

humanista e uranista. Uranista é um<br />

termo do século 19 que é sinônimo<br />

de homossexual. Preferi esse termo<br />

porque vai obrigar as pessoas a irem<br />

ao dicionário e vai ilustrar a cultura<br />

delas. E eu com temor de que se colocasse<br />

humanista e homossexual ou<br />

gay o meu túmulo pudesse ser alvo<br />

de depredação ou vandalismo... De<br />

modo que o depoimento que eu dou<br />

como decano do movimento homossexual<br />

- não sou o primeiro, há<br />

outros que estiveram antes de mim,<br />

estão vivos, mas que largaram a militância;<br />

eu desde 1980 até hoje não<br />

tive férias nem trégua na luta pelos<br />

direitos de cidadania dos homossexuais,<br />

por isso é um título que se conquista,<br />

não se é eleito decano - eu<br />

como decano me considero imprescindível,<br />

que são aqueles que lutam<br />

a vida toda, como no célebre poema<br />

de Brecht. O depoimento que eu dou<br />

é que não me arrependo um só minuto<br />

de ter assumido a minha verdadeira<br />

essência existencial. Para mim,<br />

parafraseando Jean Jeanet, esse célebre<br />

escritor francês homossexual, a<br />

homossexualidade foi uma graça. Ele<br />

dizia “pra mim a homossexualidade<br />

foi uma bênção”. Foi uma graça eu<br />

ter assumido. Pra mim foi fonte de<br />

alegria, felicidade e muita ajuda. Recebo<br />

cartas de centenas e centenas<br />

de gays e lésbicas que não se mataram<br />

e passaram a se aceitar e se tor-<br />

naram cidadãos de bem a partir do<br />

meu depoimento e do meu testemunho<br />

como um gay assumido. E que<br />

está muito bem documentado no<br />

meu livro “Crônicas de um gay assumido”,<br />

onde eu me torno um dos<br />

poucos homossexuais a escrever um<br />

livro na primeira pessoa narrando experiências<br />

pessoais, e utopias, e intimidades.<br />

_V _Vocês _V ocês se se arrependem arrependem de de não<br />

não<br />

terem terem apoiado apoiado L LLeo<br />

L eo Kret Kret Kret nas nas eleições eleições<br />

eleições<br />

para para a a Câmara Câmara Câmara Municipal? Municipal?<br />

Municipal?<br />

A Leo Kret frequentou durante três<br />

anos o projeto “Se Ligue”, do GGB,<br />

indo a mais de 100 reuniões. De<br />

modo que o que ela sabe hoje sobre<br />

direitos humanos, homossexualidade<br />

e AIDS, foi no GGB que aprendeu.<br />

As primeiras entrevistas, os primeiros<br />

vídeos, foram feitos na sede<br />

do GGB. O Marcelo Cerqueira chegou<br />

até a oferecer a ela uma roupa<br />

para que ela desfilasse certa vez e na<br />

parada de 2007 ela recebeu a faixa<br />

de fadinha e esteve no alto do trio<br />

principal. Porque nós sempre apoiamos<br />

e tentamos ensinar a Leo Kret a<br />

ser uma pessoa de respeito, com<br />

menos espalhafato e mais conteúdo.<br />

Mas jamais qualquer pessoa em sã<br />

consciência indicaria um jovem de 23<br />

anos, com pouca escolaridade e sem<br />

nenhuma formação política, para representar<br />

a comunidade homossexual<br />

na Câmara de Vereadores. Leo Kret,<br />

objetivamente, não tem o perfil de<br />

uma liderança comunitária, embora<br />

tenha recebido os 12 mil votos, sobretudo<br />

de pagodeiros e pessoas que,<br />

segundo a interpretação de inúmeros<br />

cientistas sociais com quem conversei,<br />

representa um voto não de<br />

protesto, mas de esculhambação,<br />

como em São Paulo as velhinhas elegeram<br />

Clodovil, não pelo fato de ele<br />

ter um projeto político dos homossexuais,<br />

mas porque muitos heterossexuais<br />

gostam do gay efeminado, espalhafatoso,<br />

palhacinho, etc. Eu tenho<br />

certeza que Leo Kret vai fazer um<br />

ótimo mandato. Basta que seus assessores<br />

copiem as 300 e tantas ações<br />

afirmativas aprovadas na conferência<br />

LGBT e que essas propostas sejam<br />

apresentadas e aprovadas. Mas nem<br />

os próprios assessores gays ou representantes<br />

do movimento LGBT da<br />

Bahia votaram em Leo Kret. Não fui<br />

apenas eu ou o GGB a dizer que ela<br />

43


não representa o movimento, mas<br />

vamos para a realidade que, eleita,<br />

estamos apoiando. Mas os candidatos<br />

que ofereciam propostas e projetos<br />

e um histórico de militância, Marcelo<br />

Cerqueira e Valquírima, do grupo<br />

Palavra de Mulher Lésbica, eram<br />

os candidatos sintonizados com a<br />

militância baiana.<br />

_V _Vocês _V ocês fizeram fizeram a a famosa famosa lista lista lista dos<br />

dos<br />

100 100 gays gays mais mais impor impor importantes impor impor tantes para para a<br />

a<br />

história história do do Brasil, Brasil, que que tem tem nomes nomes<br />

nomes<br />

como como Zumbi Zumbi e e Santos Santos Dumont. Dumont. Qual<br />

Qual<br />

é é a a relevância relevância de de uma uma lista lista como como essa,<br />

essa,<br />

por por por que que divulgar divulgar essa essa questão questão seria<br />

seria<br />

impor importante? impor tante?<br />

Os gays, lésbicas e travestis são<br />

vítimas de um complô do silêncio da<br />

historiografia oficial que nega a existência<br />

da homossexualidade entre<br />

VIPs ou que heterossexualiza VIPs<br />

homossexuais, como por exemplo a<br />

omissão da homossexualidade de<br />

Santos Dummont, o nosso grande<br />

herói nacional, ou a heterossexualização<br />

das cartas de Shakespeare. Isso<br />

mostra que sempre houve esse complô.<br />

E nós achamos que quanto mais<br />

homossexuais de destaque na sociedade<br />

se assumirem, estão fornecendo<br />

modelos para jovens homossexuais<br />

se inspirarem, e vai mostrar para a<br />

sociedade que é preconceito achar<br />

que gay é marginal, que é inferior, etc.<br />

É uma política de visibilidade para resgatar<br />

nossa história. Dai aos gays o<br />

que é dos gays. Estimulo que mais e<br />

mais pessoas saiam do armário, estimulo<br />

que mais e mais pesquisas históricas<br />

descubram quem pertence ao<br />

grupo daqueles que praticam o amor<br />

que não ousavam dizer o nome. Já<br />

que homossexualidade não é crime,<br />

não é doença e não é pecado, não é<br />

nenhum crime revelar a orientação<br />

sexual das pessoas. Perguntar não<br />

ofende, afirmar não ofende, sobretudo<br />

havendo pistas, rumores persistentes<br />

ou provas de que tais pessoas<br />

praticavam a homossexualidade.<br />

_Estava _Estava lendo lendo uma uma entrevista entrevista entrevista sua<br />

sua<br />

em em que que o o senhor senhor afirmou afirmou que que os os VIP VIPs VIP<br />

enrustidos enrustidos acabam acabam sendo sendo cúmplices<br />

cúmplices<br />

do do sofrimento sofrimento e e até até mor mor morte mor mor te de de jovens jovens<br />

jovens<br />

que que não não se se assumem. assumem. Não Não há há uma<br />

uma<br />

cer cer certa cer ta militância militância excessiva excessiva para para as as pespes-<br />

soas soas se se assumirem? assumirem? Isso Isso não não fere fere a<br />

a<br />

liberdade liberdade de de cada cada um um decidir decidir sair sair sair do<br />

do<br />

armário armário ou ou não? não? É É como como se se todos<br />

todos<br />

44<br />

tivessem tivessem tivessem que que levantar levantar bandeiras...<br />

bandeiras...<br />

Os negros querem até que a Cleópatra<br />

tenha sido negra. Uma pessoa<br />

que tenha 10% de fenótipo negro<br />

hoje em dia tem que se afirmar<br />

como afrodescendente. Eu quero<br />

trabalhar por uma sociedade futura<br />

em que a raça, o gênero, a orientação<br />

sexual sejam irrelevantes, que as<br />

pessoas valham pelo que são, pela<br />

sua honestidade, competência, simpatia.<br />

Mas nessa fase, considero que<br />

é muito importante que os negros<br />

que foram considerados feios digam<br />

que “Black is beautiful”, que os gays<br />

que foram considerados inferiores<br />

digam que têm orgulho de ser gay,<br />

e as mulheres tratadas como o sexo<br />

frágil, tenham a afirmação da sua<br />

condição de mulher. É uma estratégia<br />

temporária, provisória, assim<br />

como as cotas raciais. Eu inclusive<br />

defendo as cotas para homossexuais,<br />

porque se é para resgatar e para<br />

compensar injustiças históricas, ninguém<br />

mais que os homossexuais<br />

foram discriminados. Ser negro nunca<br />

foi crime, mas ser homossexual<br />

até o fim da Inquisição era considerado<br />

um crime de lesa-majestade.<br />

Até hoje nenhum negro ou deficiente<br />

físico é insultado em casa, ou<br />

expulso do lar devido à sua condição<br />

de minoria, mas os homossexuais<br />

vivem na clandestinidade e o<br />

preconceito e a violência começam<br />

em casa. Considero que é fundamental<br />

que mais e mais pessoas se<br />

assumam, e vou continuar nessa<br />

minha cruzada, resgatando a história<br />

dos homossexuais célebres e<br />

estimulando os vivos para que saiam<br />

do armário.<br />

_As _As cotas cotas que que o o senhor senhor defende<br />

defende<br />

seriam seriam implantadas implantadas nos nos mesmos mesmos<br />

mesmos<br />

moldes moldes que que as as as raciais? raciais? E E E seguiriam seguiriam o<br />

o<br />

padrão padrão de de 10%, 10%, que que é é a a média média média de<br />

de<br />

homossexuais homossexuais na na na população?<br />

população?<br />

Isso. Considero que nada justifica<br />

que as cotas sejam apenas para indíos<br />

e pobres e negros sendo que outras<br />

minorias sociais, como obesos e<br />

albinos e homossexuais, que sofrem<br />

igual discriminação, sejam discriminados<br />

em políticas afirmativas. Quanto<br />

à dificuldade de estabelecer quem é<br />

gay ou lésbica - travesti é fácil - é a<br />

mesma questão dos negros. Autoidentificação<br />

é suficiente para que a<br />

pessoa seja beneficiada.<br />

_V _Você _V _Você<br />

ocê já já já quis quis ser ser padre padre e e hoje<br />

hoje<br />

combate combate a a igreja igreja e e a a discriminação<br />

discriminação<br />

queque ela ela ela alimenta, alimenta, alimenta, tanto tanto a a igreja igreja cacatólicatólicatólica<br />

quanto quanto à à evangélica. evangélica. Há Há avanavan-<br />

ços ços nesse nesse segmento? segmento?<br />

segmento?<br />

Até os 18 anos meu ideal de vida<br />

era ser padre. Fui seminarista, noviço,<br />

estudante de filosofia na ordem<br />

dominicana, a mais intelectual e<br />

moderna, que se opôs ao golpe<br />

militar e foi até perseguida por conta<br />

disso. Ao entrar na universidade,<br />

na Faculdade de Filosofia da USP,<br />

conheci o marxismo. Ao ler o livro<br />

“A ideologia Alemã”, me tornei ateu,<br />

entendendo que o certo é que os<br />

homens criam os deuses à sua imagem<br />

e semelhança, e não o contrário,<br />

como nos era ensinado. E sobretudo<br />

quando me tornei um militante<br />

homossexual constatei que<br />

as igrejas, o judaísmo, o cristianismo,<br />

o islamismo e o protestantismo,<br />

sobretudo religiões fundamentalistas<br />

evangélicas, são a principal<br />

fonte de manutenção da homofobia.<br />

Nos púlpitos e nas televisões<br />

evangélicas é onde mais se divulga<br />

a intolerância e o preconceito contra<br />

os homossexuais. Sou incansável<br />

lutador contra o papa anterior e<br />

o Bento 16, que são os maiores inimigos<br />

dos homossexuais na modernidade,<br />

e contra os evangélicos que<br />

continuam associando homossexualidade<br />

ao diabolismo. Mesmo no<br />

candomblé - que embora seja uma<br />

religião muito aberta aos orixás hermafroditas,<br />

homossexuais, bissexuais<br />

- não tem um discurso explícito de<br />

defesa dos homossexuais, considerando<br />

que grande parte dos pais-desanto,<br />

mães-de-santo e filhos-desanto<br />

têm uma sexualidade aberta<br />

inclusive ao homoerotismo. Apesar<br />

de não ser anti-clerical sou fundador,<br />

em 1995, do grupo ateísta latino-americano.<br />

Meu manifesto ateísta<br />

foi o primeiro documento de militância<br />

de ateísmo no Brasil. Infelizmente,<br />

o grupo ateísta não cresceu<br />

tanto quanto o grupo gay. Ainda é<br />

um tema muito tabu, mas eu considero<br />

que é fundamental que as pessoas<br />

cresçam intelectualmente em<br />

relação ao ateísmo, porque eu vejo<br />

marxistas, doutores em filosofia e ciências<br />

humanas que são moderníssimos<br />

na questão da ciência e continuam<br />

infantis, acreditando em<br />

Deus, no diabo e na feitiçaria.


Secretaria de Saúde do Estado<br />

divulga pesquisa sobre o uso de<br />

preservativos em São Paulo<br />

Apesar Apesar das das campanhas, campanhas, campanhas, muita muita gente gente gente ainda ainda não não usa usa camisinha camisinha em em suas suas relações relações se sexuais se sexuais<br />

xuais<br />

Não há quem não ouviu alguma<br />

vez na vida que o preservativo<br />

é um acessório essencial na<br />

vida sexual contemporânea. Desde<br />

a década de 80, quando a epidemia<br />

da Aids pegou o mundo<br />

de surpresa, não se fala em outra<br />

coisa, quando o assunto é sexo.<br />

A camisinha passou nas duas últimas<br />

décadas a fazer parte da<br />

vida das pessoas - apesar da resistência<br />

e proibição da Igreja Católica,<br />

por exemplo, em condenar<br />

seu uso por motivos absurdos e<br />

sem propósito prático em pleno<br />

século 21.<br />

43% 43% admitiram admitiram que que não<br />

não<br />

usam usam camisinha camisinha com com com seus<br />

seus<br />

parceiros<br />

parceiros<br />

Mesmo com a campanha<br />

mundial que se faz diariamente<br />

para que o uso da camisinha seja<br />

um fato corriqueiro e natural entre<br />

as pessoas, nem todos pensam<br />

dessa forma e, pior, fazem<br />

uso desse pedaço de borracha<br />

que pode deixar doenças sexualmente<br />

transmissíveis fora de seu<br />

organismo.<br />

Pelo menos é a esta conclusão<br />

que chegou uma pesquisa<br />

realizada recentemente pela Secretaria<br />

de Saúde do Estado de<br />

São Paulo - que a princípio cuida<br />

do maior contingente populacional<br />

do País e, consequentemente,<br />

o mais afetado pelas DSTs.<br />

Uma pesquisa que, analisada<br />

como um microcosmo, pode ser<br />

vista como um estudo do País e<br />

também do mundo, na medida<br />

em que tais doenças continuam<br />

infectando pessoas pelo mundo<br />

afora, seja no Estado de São Pau-<br />

lo, na África, na China ou nos Estados<br />

Unidos e Europa.<br />

Segundo o estudo, cerca de<br />

43% dos quase 80 mil entrevistados<br />

declararam não usar camisinhas<br />

com os seus parceiros fixos.<br />

A confiança no parceiro foi o argumento<br />

apresentado pela maioria<br />

das pessoas que afirmaram<br />

dispensar a camisinha. No entanto,<br />

aqueles que não fazem do uso<br />

do preservativo um hábito com<br />

seu parceiro disseram usar a camisinha<br />

quando dão aquela pulada<br />

de cerca.<br />

O estudo inédito revelou ainda<br />

que 13% dos ouvidos não<br />

usam preservativo por não se sentirem<br />

confortáveis. Já 7% alegaram<br />

desconhecer os riscos das relações<br />

sexuais desprotegidas.<br />

O levantamento informa que<br />

23,5% dos 27mil que afirmam<br />

confiar no parceiro, revelaram ter<br />

tido relações sexuais com outras<br />

pessoas. Entre aqueles que não<br />

usam camisinha e que realizam<br />

sexo casual, 93% alegaram estar<br />

sob efeito de álcool ou drogas<br />

para abandonarem o preservativo<br />

na hora da transa.<br />

A pesquisa inédita foi realizada<br />

com pessoas que procuraram<br />

os Centros de Aconselhamento e<br />

Testagem para realizar exame de<br />

HIV entre os anos 2000 e 2007.<br />

No No carnaval carnaval de de de <strong>2009</strong>,<br />

<strong>2009</strong>,<br />

serão serão distribuídas distribuídas 77% 77% a<br />

a<br />

mais mais de de de camisinhas camisinhas camisinhas do<br />

do<br />

que que em em 2008<br />

2008<br />

Nesta semana, o Ministério da<br />

Saúde iniciou a distribuição de<br />

camisinhas para os Estados brasileiros<br />

destinados à prevenção de<br />

doenças sexualmente transmissíveis<br />

e Aids durante o carnaval.<br />

Esta é a primeira remessa de preservativos<br />

do ano e a quantidade,<br />

19,5 milhões, corresponde a<br />

77% a mais que no mesmo período<br />

do ano passado. Os preservativos<br />

começarão a chegar às<br />

Secretarias Estaduais de Saúde até<br />

o início da semana que vem, e de<br />

lá serão repassados às Secretarias<br />

Municipais que farão as distribuições<br />

às associações e organizações<br />

da sociedade civil que desenvolvem<br />

ações de proteção.<br />

Espera-se que a população,<br />

durante o carnaval e também em<br />

outros dias do ano, não esqueça<br />

que usar camisinha ainda é a única<br />

e mais segura forma de evitar<br />

a contaminação de doenças sexualmente<br />

transmissíveis.<br />

Fonte: onte: http://www http://www.cesargiobbi.com.br<br />

http://www .cesargiobbi.com.br<br />

45


46<br />

Por Leão Lobo<br />

O assunto é sério, pesado e<br />

urgente: pedofilia. Tenho certeza<br />

de que preocupa a todos os<br />

pais, mas também aos homossexuais.<br />

Por uma associação discreta<br />

na mídia, por conta do<br />

“politicamente correto”, mas insinuada.<br />

O que é pior.<br />

Todos nós homossexuais –<br />

que enfrentamos o preconceito<br />

da “peste gay” como foi chamada<br />

a AIDS na fase total de desconhecimento<br />

da doença no<br />

Brasil – não podemos, agora,<br />

adotar uma atitude de avestruzes”.<br />

Ou seja, enfiarmos a cabeça<br />

embaixo da terra e fingirmos<br />

que o assunto não tem nada a<br />

ver com a gente.<br />

Muito pelo contrário, mais<br />

uma vez devemos enfrentar essa<br />

questão, junto com toda a sociedade,<br />

porque ela é séria e exige<br />

muita reflexão.<br />

Pedofilia é uma doença que<br />

precisa de cura. Associada na<br />

mídia aos homossexuais, mas<br />

que atinge homens e mulheres,<br />

inclusive heterossexuais. E afeta,<br />

principalmente, nossas crianças<br />

– meninos e meninas, sobre-<br />

tudo as carentes socialmente –<br />

que não podem ficar a mercê de<br />

molestadores e estupradores.<br />

Essas pessoas precisam ser<br />

descobertas e tratadas por psicólogos<br />

sérios, como seres humanos<br />

que são. Não exibidas<br />

feito bichos raros na televisão,<br />

expostas como monstros e<br />

abandonadas à própria sorte em<br />

jaulas públicas para serem estupradas<br />

por outros monstros<br />

como vingança, tal qual apregoam<br />

certos políticos e apresentadores<br />

de televisão.<br />

Porque isso, senhores, não<br />

resolve o problema da violência,<br />

só faz aumenta-la e promovela.<br />

A questão da pedofilia só será<br />

resolvida com educação, na família<br />

e na escola. Mas, para isso,<br />

é preciso mais do que o discurso.<br />

É preciso vontade política.<br />

SITE:<br />

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.por taldoleaolobo.com.br

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