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ONTEM, HOJE E AMANHÃ: - CRMV-MG

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1- Introdução<br />

A mastite pode ser considerada como um fator de grande<br />

impacto na pecuária leiteira seja qual for o sistema de produção<br />

adotado, não somente pela alta prevalência, como<br />

também pelos altos custos nos tratamentos normalmente<br />

adotados (Oliver e Jayarao, 1997). Além da queda na produção<br />

e na qualidade do leite produzido, pode haver também<br />

descarte de leite, aumento da mão de obra e do número<br />

de descartes involuntários em virtude das lesões definitivas<br />

na glândula mamária (Reneau, 1993). Dentro<br />

deste contexto, as mastites causadas por Staphylococcus<br />

coagulase negativos (CNS) tem sido freqüentemente associadas<br />

a casos subclínicos podendo ser consideradas as<br />

principais responsáveis pelas quedas na produção leiteira,<br />

com perdas em torno de 8,7% durante a lactação, segundo<br />

Timms e Schultz (1987).<br />

CNS são os principais causadores de infecções intramamárias<br />

(IIM) em rebanhos onde os patógenos maiores tenham<br />

sido controlados. Constituem-se, ainda, a causa primária<br />

de IIM em novilhas ao parto (Sears e McCarthy,<br />

2003). CNS fazem parte da microbiota normal da pele do<br />

teto, colonizam o canal do teto e penetram de forma oportunista<br />

a glândula mamária causando mastite. São, portanto,<br />

geralmente classificados como agentes oportunistas<br />

(Harmon e Langlois, 1989). Geralmente elevam pouco a Contagem<br />

de Células Somáticas (CCS) (são considerados patógenos<br />

menores), mas em infecções crônicas podem elevar<br />

a CCS aos milhões, produzindo lesões inflamatórias<br />

e atrópicas (Sabenfeldt e Spencer, 1966). Se a prevalência<br />

no rebanho é alta, vacas infectadas se tornam a principal<br />

fonte de bactéria, com transmissão vaca a vaca (Sears e<br />

McCarthy, 2003).<br />

Alguns métodos de avaliação do conteúdo de células<br />

somáticas no leite têm recebido considerável atenção nos<br />

últimos anos. Estes testes têm sido freqüentemente avaliados<br />

e adotados principalmente em programas de controle<br />

da mastite nos rebanhos leiteiros. O teste mais utilizado,<br />

em nível de campo, para a detecção desta infecção é o California<br />

Mastitis Test (CMT). A interpretação do teste se baseia<br />

na observação visual das amostras de leite após adição<br />

do reagente. A reação libera então o material genético<br />

das células somáticas presentes no leite formando um gel<br />

cuja densidade é proporcional ao número de células somáticas<br />

(Brito et al. 1997). Os resultados podem ser classificados<br />

como negativos, suspeitos, fracamente positivos,<br />

positivos e fortemente positivos (Schalm e Noorlander<br />

1957). Este teste pode ser considerado um método simples,<br />

rápido, barato e confiável para se estimar a CCS individual<br />

de cada quarto da glândula mamária.<br />

É difícil relacionar a CCS no leite com uma avaliação<br />

exata do número de vacas com mastite no rebanho. Muitos<br />

fatores variáveis entram no cálculo como, por exemplo,<br />

o grau de mastite, estágio de lactação, fatores de diluição<br />

e presença de leite residual. Mas se a relação procurada<br />

for entre quartos afetados, à avaliação pode ser feita com<br />

certa acuidade (Pearson e Greer 1974). Gray e Schalm (1960)<br />

usaram o CMT no leite de 126 rebanhos comerciais, e relacionaram<br />

as reações com o leite dos animais individualmente.<br />

De acordo com seus padrões, uma reação do CMT<br />

de fracamente positivo no rebanho está associada com<br />

uma média de 58,5 % de vacas positivas ao CMT. Em rebanhos<br />

com reação negativa foi encontrada uma média<br />

de 17,8% de vacas positivas.<br />

Além dos diversos fatores citados acima, provavelmente<br />

o principal dificuldade de chegar a um acordo é quanto ao<br />

termo “infecção de mastite”, que não é uniformemente<br />

definido. Vários autores têm diferentes definições para<br />

este termo. A influência de diferentes tipos de bactérias<br />

na reação celular no úbere está sendo estudada por vários<br />

autores. Tem-se um consenso sobre a relação entre Streptococcus<br />

agalactiae, Staphylococcus coagulase positivo,<br />

Streptococcus uberis e Streptococcus disgalactiae e a presença<br />

de grande quantidade de células somáticas em amostras<br />

de leite dos quartos.<br />

Neste trabalho é feita uma análise crítica entre a produção<br />

de leite no rebanho da Fazenda Modelo da Escola de Veterinária<br />

da UF<strong>MG</strong> – Pedro Leopoldo (<strong>MG</strong>) e a incidência<br />

de reações ao CMT.<br />

2- Material e Métodos<br />

• Animais e amostras de leite:<br />

Foram realizadas coletas quinzenais de amostras de leite<br />

dos animais em lactação no rebanho leiteiro da Faz. Modelo<br />

da UF<strong>MG</strong> – Pedro Leopoldo (<strong>MG</strong>), durante nove meses.<br />

Em média, foram acompanhados 52 animais por visita,<br />

tendo sido realizados testes de CMT e coleta de amostras<br />

de leite de cada quarto para exame bacteriológico e contagem<br />

de células somáticas. O manejo de ordenha não foi<br />

alterado durante o período de coletas, sendo que o controle<br />

era então baseado na utilização de “prediping” e “posdiping”<br />

com solução de iodo glicerinada a 1%.<br />

• Grupos:<br />

A produção de leite foi medida uma vez ao mês no 15º dia.<br />

A partir dos resultados, os animais foram separados em cinco<br />

grupos: grupo I, até 6 kg de leite; grupo II, de 6,1 a 9<br />

kg; grupo III, de 9,1 a 12 kg; grupo IV, de 12,1 a 15 kg;<br />

grupo V, acima de 15 kg. A ordenha era realizada através<br />

de ordenhadeira mecânica do tipo balde ao pé.<br />

• Reação dos quartos ao California Mastitis Test (CMT):<br />

O teste foi realizado coletando os primeiros 20 ml de leite<br />

utilizando-se para a leitura a bandeja e o reagente padrão<br />

(Schalm e Noorlander, 1957). Para a interpretação dos resultados<br />

foram estabelecidos os seguintes escores: 0 - animal<br />

negativo, 1 - animal suspeito (traços), 2 - animal com<br />

V&Z EM MINAS<br />

ARTIGO TÉCNICO 2<br />

17

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