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ONTEM, HOJE E AMANHÃ: - CRMV-MG

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O médico veterinário Francisco Ferreira Sobrinho é um<br />

dos responsáveis pela mudança no sistema de captação<br />

do leite no cenário nacional. Sob sua supervisão, inúmeros<br />

e importantes projetos foram implantados na Itambé.<br />

Ganharam a empresa, os produtores e mais ainda a Medicina<br />

Veterinária e a Zootecnia, que receberam a devida<br />

visibilidade, assim como seus profissionais, que viram<br />

seu campo de atuação se expandir.<br />

Apesar dos tantos predicados e responsabilidades, Francisco<br />

ainda fica acanhado quando é citada sua notoriedade<br />

na área que escolheu para chamar de sua. É um homem<br />

de muitas palavras, boa conversa, enorme conhecimento<br />

e simpatia ímpar. Carrega na aparência jovem a<br />

tranquilidade de quem não tem mais hora para acordar –<br />

aposentou-se há pouco tempo – e tem toda a disponibilidade<br />

para usufruir das coisas boas da vida. Mas nem por<br />

isso pretende deixá-la passar em branco a partir de agora.<br />

Quer mais da carreira, agora solo, e é grato por todos os<br />

benefícios e oportunidades que a empresa que o acolheu<br />

lhe proporcionou. Nota-se isso em cada res-posta da entrevista<br />

abaixo, além do profundo conhecimento adquirido<br />

em 30 anos de dedicação à causa do leite e da Itambé em<br />

Minas Gerais.<br />

V&Z: Existe uma grande diferença entre a Medicina Veterinária<br />

praticada há 30 anos e a exercida hoje? Como foi<br />

o seu ingresso no mercado de trabalho?<br />

Desde a época de estudante, há 35 anos, havia uma preocupação<br />

muito grande com a formação oferecida pelas escolas<br />

de Medicina Veterinária. Já acreditávamos que ela<br />

estava muito voltada para a parte ambulatorial, curativa<br />

e não preventiva, pois focava mais nos animais doentes e<br />

pouco na produção. Com o passar do tempo, foi possível<br />

verificar mudanças, não sei se de currículo ou direcionamento,<br />

que acabaram privilegiando também a área de produção<br />

na formação dos profissionais. Outra diferença: na<br />

década de 70, quando me formei, havia oferta de emprego.<br />

Na verdade, a oferta era maior que a procura. Era uma<br />

beleza, eu mesmo tive quatro oportunidades. Tive também<br />

um grande orientador, o professor da área de Zootecnia,<br />

Luis Rodrigues Fontes, mais conhecido como Professor<br />

Fontes. Ele ensinou a planejar carreiras e também foi um<br />

grande orientador de vida. Na época, analisei as propostas<br />

recebidas e optei por trabalhar na ex-ACAR (Associação<br />

de Crédito e Assistência Rural), hoje Emater (Empresa<br />

de Assistência Técnica e Extensão Rural), onde fiquei<br />

pouco tempo, um ano apenas, mas tive um prazer enorme<br />

em trabalhar lá. Afinal, tinha a formação necessária, era<br />

recém formado e pude ganhar experiência. Na criação da<br />

EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas<br />

Gerais), tive a oportunidade de trabalhar na empresa,<br />

onde permaneci por quase dois anos. Na mesma época,<br />

8 V&Z EM MINAS<br />

O HOMEM DO LEITE<br />

em 1975, passei em um concurso público do Ministério<br />

da Agricultura, mas como já atuava na área de pesquisa<br />

e estava indo bem, não assumi a vaga.<br />

Foi o meu próprio desenvolvimento profissional que me<br />

fez vislumbrar novas alternativas para a minha carreira<br />

e, assim, resolvi investir numa empresa privada, aceitando<br />

o convite da Nestlé, onde trabalhei por aproximadamente<br />

três anos. Comecei em São Paulo, sendo transferido depois<br />

para a Bahia. Trabalhar em uma multinacional foi outra<br />

experiência muito válida. A empresa era referência em<br />

assistência técnica e captação de leite, áreas de que sempre<br />

gostei.<br />

V&Z: Como foi seu ingresso na Itambé?<br />

Ingressei na Itambé em 10 de março de 1980. Estava na Bahia,<br />

casado e com filho pequeno, quando tive a oportunidade<br />

de voltar para Minas Gerais. E esse foi meu último<br />

emprego, no qual permaneci até 29 de janeiro de 2010. Durante<br />

todo esse período, trabalhei com produção de leite.<br />

Comecei na empresa em Guanhães, no leste mineiro. A Itambé<br />

tinha instalado uma fábrica em uma região pouco<br />

desenvolvida e, para se ter uma idéia mais exata do que<br />

estou dizendo, basta lembrar que o município não era nem<br />

ligado por asfalto a Belo Horizonte. A dificuldade era grande,<br />

mas foi lá que tive a oportunidade de desenvolver um<br />

trabalho muito bom de captação, organização e coleta de<br />

leite, o que ainda não havia sido feito na empresa. Esse<br />

trabalho que demorou dois anos e meio para ser concluído,<br />

devido a problemas de infraestrutura, como a falta ou a<br />

má condição das estradas. Mas foi aí que a diretoria enxergou<br />

a possibilidade de organizar esse tipo de serviço para<br />

todo o Sistema Itambé.<br />

V&Z: Que projetos na área de captação de leite o senhor<br />

considera mais importantes na história de sucesso da Itambé?<br />

A coleta a granel, o melhoramento genético e o programa<br />

de qualidade do leite são os três programas que eu destaco,<br />

lembrando também a importância de outros voltados<br />

para a educação continuada do produtor, implantados por<br />

meio da publicação de informativos e organização de pa-

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