You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
tenha-a por cerca de 10 segundos e em seguida repita o<br />
procedimento em outro ponto do dente, até que se complete<br />
toda a circunferência do mesmo (Colmery, 2001;<br />
Roza, 2004a; Niemiec, 2007).<br />
Uma vez luxado, o dente deve ser seguro pelo colo por um<br />
fórceps que realiza movimentos de tração combinados<br />
com movimento de pronação e supinação e nunca movimentos<br />
de vestíbulos-linguais ou em ziguezague (Roza,<br />
2004a).<br />
Após a exodontia, pode ser necessário se aparar a crista<br />
óssea, removendo espículas ósseas que possam ferir a gengiva<br />
após a sutura. Esse procedimento é facilmente realizado<br />
com brocas diamantadas. Outro detalhe importante<br />
é avaliar o ápice dentário a fim de se observar se a raiz<br />
saiu completa, ou seja, sem fraturas. Em caso de suspeita<br />
de fraturas radiculares ou outras anormalidades que possam<br />
resultar em intercorrências, deve-se radiografar o<br />
local (Roza, 2004a; Niemiec, 2007).<br />
Ao final o alvéolo é fechado com sutura em padrão simples<br />
interrompido, utilizando-se nestes casos, preferencialmente,<br />
fio sintético absorvível. O uso de agulhas não<br />
traumáticas é imprescindível para evitar que os tecidos<br />
se rasguem durante sua passagem, uma vez que os mesmos<br />
são bastante tênues (Harvey e Emily, 1993; Gorrel e<br />
Robinson, 1995; Wiggs e Lobprise, 1997; Robinson, 2001;<br />
Roza, 2004a, Niemiec, 2007).<br />
8- Exodontia de Dentes Bi<br />
e Tri-Radiculares<br />
Nestes dentes a exodontia começa com a separação das<br />
peças radiculares (Fig. 5). A odontosecção deve ser feita<br />
com uma broca apropriada adaptada à caneta de alta rotação.<br />
A broca 702 cirúrgica (ou HL, haste longa) é bastante<br />
utilizada, assim como as brocas Zekrya. O primeiro<br />
passo é localizar a área onde as raízes dentárias se unem,<br />
conhecida como furca, por meio da desinserção da gengiva<br />
aderida. Essa manobra facilita a separação correta das<br />
raízes, evitando erros que podem resultar na perda da coroa<br />
em algum dos fragmentos, levando à necessidade de<br />
extração cirúrgica dos remanescentes radiculares. Uma<br />
vez realizada a odontosecção cada fragmento, compreendendo<br />
uma raiz deve ser tratado como se fosse um dente<br />
unirradicular (Harvey e Emily, 1993; Gorrel e Robinson,<br />
1995; Wiggs e Lobprise, 1997; Robinson, 2001; Roza,<br />
2004a, Niemiec, 2007).<br />
9- Exodontia do Dente Canino<br />
A extração dos dentes caninos constitui-se muitas vezes<br />
em desafio para o clínico veterinário. Suas raízes longas<br />
e volumosas conferem um elevado grau de inserção, dificultando<br />
sua remoção.<br />
Caninos inferiores podem representar até 70% do volume<br />
da mandíbula e por isso deve-se preservar o maior volume<br />
ósseo possível, evitando-se desgastes desnecessários<br />
(Colmery, 2001). Além disso, a sínfise mandibular é composta<br />
por tecido cartilaginoso e movimentos bruscos ou<br />
força exagerada durante a exodontia podem resultar em<br />
disjunção da mesma.<br />
A exodontia destes elementos é sempre realizada de maneira<br />
cirúrgica, minimizando, desta forma, a ocorrência de<br />
eventos indesejáveis durante o procedimento.<br />
O processo se inicia pela incisão e rebatimento da gengiva,<br />
mucoperiósteo e mucosa alveolar que recobre a face vestibular<br />
da raiz do dente (Fig. 6). Esse procedimento possibilita<br />
a visualização da tabua óssea que recobre a raiz,<br />
que deve ser removida com a caneta de alta rotação (Fig.<br />
7) ou, quando a mesma não estiver disponível, pela utilização<br />
de martelo e de um cinzel de dimensões adequadas<br />
(Fig. 8).<br />
Uma vez exposta à raiz, inicia-se a luxação da mesma<br />
com os instrumentos adequados (Fig. 9). No maxilar superior<br />
não é recomendável se usar instrumentos para luxação<br />
na face palatina do dente (Gorrel e Robinson, 1995).<br />
A luxação deve ser feita com critério e paciência e só após<br />
o dente estar bastante solto é que se procede ao uso do fórceps.<br />
Deve-se ter cuidado no manuseio do fórceps, não o<br />
utilizando em movimentos vestíbulos-linguais, a fim de se<br />
evitar a formação de fístulas oro - nasais.<br />
Caninos mandibulares de gatos e cães menores devem receber<br />
tratamento especial, uma vez que correspondem à<br />
maior porção do volume da mandíbula e que a sínfise mentoniana<br />
é formada por um tecido cartilaginoso que pode<br />
romper se exageradamente forçado.<br />
Uma vez extraído o dente, procede-se ao reposicionamento<br />
e sutura do flap com fio sintético absorvível (Fig.<br />
10), como já discutido anteriormente.<br />
10- Conclusão<br />
De maneira geral as exodontias podem ser realizadas pelo<br />
clínico veterinário. O procedimento deve ser encarado<br />
como um ato cirúrgico, com planejamento, utilização de<br />
equipamentos e instrumental adequados e com anestesia<br />
geral.<br />
11- Referências Bibliográficas<br />
ASA Physical Status Classification System. Washington: American<br />
Society of Anesthesiologists, 2009. Disponível em:<br />
. Acesso em:<br />
22 jan. 2010.<br />
BELLOWS, J. Small Animal Dental Equipment, Materials, and Techniques.<br />
A Primer. Ames: Blackwell Publishing, 2000, p. 105-114.<br />
COLMERY, B. H. Oral surgery: dental extractions In:<br />
CARMICHAEL, D.C. Recent Advances in Small Animal Dentistry,<br />
2001. Disponível em . Acesso em: 10 fev.<br />
2010.<br />
V&Z EM MINAS<br />
ARTIGO TÉCNICO 6<br />
41